a cidadania é garantida em função de se habitar
um lugar.
Aristóteles (384-322 a.C.) afirma em Política:
“Diremos que nenhum indivíduo é cidadão só
porque habita num determinado lugar, pois, tal
como os cidadãos, também os metecos (homens
livres) e os escravos possuem um local para
habitar. (...) Ora, não há melhor critério para definir
o que é o cidadão, em sentido estrito, do que
entender a cidadania como capacidade de
participar da administração da justiça e no
governo.” (ARISTÓTELES. Política, livro III, cap. 1
1275a6-7 e 22-23). A partir desse trecho, é correto
afirmar que
Gabarito comentado
Resposta correta: E — Errado
Tema central: a questão aborda o conceito de cidadania segundo Aristóteles e a distinção entre morar em um lugar e ser cidadão. É importante entender que, em sociologia e teoria política, cidadania não é sinônimo de residência;
Resumo teórico progressivo: para Aristóteles (Política, livro III) a cidadania em sentido estrito relaciona‑se à capacidade de participar da administração da justiça e do governo — isto é, participação política efetiva. Assim, metecos (estrangeiros residentes) e escravos podem habitar a cidade, mas não qualificam como cidadãos políticos. Na tradição moderna, Thomas H. Marshall (1950) amplia o conceito para direitos civis, políticos e sociais, mas mantém a ideia de que cidadania envolve direitos e participações — não apenas residência.
Fontes úteis: Aristóteles, Política (Livro III); T. H. Marshall, Citizenship and Social Class (1950). Para conexão contemporânea brasileira, veja a Constituição Federal de 1988 (arts. 5º e 14º) que trata de direitos e exercício da participação política.
Por que a alternativa é Errada: a afirmação “a cidadania é garantida em função de se habitar um lugar” reduz cidadania a mera residência. O trecho indicado do texto de apoio nega exatamente isso: Aristóteles usa o exemplo dos metecos e escravos — que também habitam a cidade — para mostrar que habitar não é critério suficiente. Portanto, afirmar que a cidadania é garantida por morar no lugar contradiz literalmente a definição aristotélica apresentada.
Estratégia de resolução (dicas para concursos): ao lidar com textos-filósofos, procure por termos de exclusão/negação (ex.: “não”, “só porque”) e pelos exemplos usados pelo autor — eles normalmente apontam a tese. Em itens Certo/Errado, se o enunciado contradiz explicitamente o texto de apoio, marque Errado. Verifique também se o enunciado confunde conceitos próximos (residência × participação política).
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