Indique a alternativa FALSA em relação ao texto.
Qual o jeito correto de pronunciar Roraima?
Por Marina Bessa
“Roráima" ou “Rorâima", como você preferir. É que, segundo os linguistas, as regras fônicas de uma palavra são regidas pela língua falada. Portanto, não há certo ou errado. Há apenas a maneira como as pessoas falam.
O que se observa na língua portuguesa falada no Brasil é que sílabas tônicas que vêm antes de consoantes nasalizadas (como “m" ou “n") também se nasalizam (aperte o seu nariz e repita a palavra cama. Sentiu os ossinhos vibrarem? É a tal nasalização). Por isso, a gente diz “cãma" – o “ca" é a sílaba tônica e o “m" é nasalizado. Se a sílaba que vier antes dessa mesma consoante não for uma sílaba tônica, a pronúncia passa a ser opcional: você escolhe – “bánana" ou “bãnana".
No caso de Roraima, a sílaba problemática (“ra") é tônica e vem antes do “m". Mas aí entra em cena o “i", que acaba com qualquer regra. A mesma coisa acontece com o nome próprio Jaime: tem gente que nasaliza, tem gente que não.
Então, fique tranquilo: se você sempre falou “Rorâima", siga em frente – ninguém pode corrigi-lo por isso. No máximo, você vai pagar de turista se resolver dar umas voltas por lá – os moradores do estado, não adianta, são unânimes em falar “Roráima".
Fonte: Disponível em: <super.abril.com.br/cultura/qual-jeito-correto-pronunciar- roraima-447648.shtml>.
Gabarito comentado
Tema central: A questão avalia interpretação de texto e conhecimentos de fonologia, especialmente sobre nasalização de vogais e variação linguística.
Comentário da alternativa correta (FALSA):
A) Incorreta. O texto afirma que “no caso de Roraima, a sílaba problemática (“ra”) é tônica e vem antes do ‘m’, mas aí entra em cena o ‘i’, que acaba com qualquer regra”. Contudo, “andaime” e “Elaine” não exemplificam o papel do “i” como impeditivo da nasalização, pois, nessas palavras, a referida sílaba não está submetida à mesma condição do exemplo discutido (como ocorre em “ra+im” em “Roraima”). Portanto, a justificativa é inadequada, e essa alternativa é falsa.
Análise das demais alternativas:
B) Verdadeira. O texto evidencia que cada região ou grupo pode pronunciar as palavras de modo diferente, sendo a variação fonética um fenômeno próprio das línguas, como reconhecem gramáticos como Evanildo Bechara.
C) Verdadeira. O título sugere haver uma pronúncia “certa”, mas o texto conclui que ambas são aceitas – uma estratégia de pegadinha comum em provas, que explora expectativas do leitor.
D) Verdadeira. Assim como em “banana”, a primeira sílaba de “camareira” pode ser nasalizada, devido à posição da tônica seguida de consoante nasal – conforme disposto, por exemplo, em obras como a de Thaïs Cristófaro Silva (Fonética e Fonologia do Português).
E) Verdadeira. Em “Ana”, “pano” e “cano”, a vogal tônica vindo antes da consoante nasal favorece a nasalização, corroborando a norma explanada no texto e em gramáticas modernas.
Estratégia de resolução: Leia atentamente enunciados que tratam de variações linguísticas. Identifique palavras-chave e exemplos apresentados pelo texto, pois muitas vezes o entendimento depende mais do que está de fato dito do que aplicar regras isoladas da gramática.
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