Questõesde UEPB 2010
Vejam-se as seguintes expressões e/ou ditos extraídos d’As velhas, de Lourdes Ramalho: igual cantiga de perua – de pior a pior; quem se
abaixa demais... aparece; o futuro a Deus pertence; pernas pra que te quero; duro com duro não dá bom muro; todo penso é torto; o pouco
com Deus é muito, o muito sem Deus é nada; falou do mau – prepare o pau; cobrir o sol com a peneira.
Sobre a ocorrência desses ditos ou expressões, podemos afirmar:
I - Os ditos e expressões acima demonstram uma pobreza vocabular por parte da dramaturga porque, longe de sair do esquema de
apropriação vocabular regional ou local e de se valer de uma dinâmica de maior projeção linguístico-cultural, repete, através dos ditos
e expressões, ideias já cimentadas no cancioneiro popular.
II - A apropriação, pela dramaturga, de ditos e expressões do cotidiano popular dá um maior movimento e leveza às falas das personagens,
de modo a criar, no leitor (ou no expectador), uma identificação não só com a variante linguística do homem comum, mas, e sobretudo,
com a dinâmica do falar popular, através das imagens recorrentes e atualizadas nas expressões citadas.
III - A recorrência, na peça, de expressões/ditos populares ratifica o papel regional ou local da representação literária, embora os conflitos
internos das personagens e a dinâmica sociocultural em que elas estão inseridas apontem para questões humanas universais.
Está(ão) correta(s):
Depois de analisar O Cortiço, é correto afirmar:
I - A relação direta das tensões entre os “donos” dos cortiços se estabelece não só no acirramento das diferenças entre os moradores de
ambos os cortiços, como também na própria nominação desses espaços coletivos nos quais se percebe, metaforicamente, uma relação
animalesca e predatória entre os cabeça-de-gato (termo que alude à imagem do predador) e os carapicus (termo cujo valor semântico,
vinculado ao de cabeça-de-gato, atualiza a imagem de presa).
II - O final trágico de Bertoleza e o “diploma de sócio benemérito” dado a João Romão pela “comissão de abolicionistas” expressam as
dissimetrias sociais, de gênero, étnico-culturais, dentre outras, viabilizando os estratagemas naturalistas que apontavam para suas
personagens fortes, tornando improdutiva, em determinados momentos, a luta dos vencidos ou dos que procuravam sair da condição
de menor, de fraco.
III - No trecho “E, durante muito tempo, fez-se um vaivém de mercadores. Apareceram os tabuleiros de carne fresca e outros de tripas e fatos
de boi; só não vinham hortaliças, porque havia muitas hortas no cortiço” (cap. 3), percebe-se que o espaço do cortiço formava uma
espécie de mundo à parte e à margem da sociedade em que se assentava. Parecia independente, autônomo, inclusive em seus aspectos
econômicos.
Sobre O Cortiço de Aluísio Azevedo, é correto afirmar:
I - Romance cujo enredo traz à tona questões de ordem pessoal
(de determinadas personagens) e coletiva (há personagens
cujas tensões vividas remetem o leitor para questões de ordem
mais geral, centradas num coletivo). As questões
problematizadas numa perspectiva coletiva podem ser
visualizadas em episódios como aquele em que os moradores
do Carapicus e do Cabeça-de-gato se enfrentam e a tensão criada
denuncia uma demanda coletiva e não apenas individual.
II - Romance cujo enredo aponta, embora timidamente, para a
resolução de conflitos coletivos, visando uma melhoria do
espaço urbano em que se assentam os cortiços Carapicus e
Cabeça-de-gato, principalmente no que diz respeito ao projeto
de saneamento básico e do fornecimento de energia elétrica,
projetos que davam início à modernização dos centros urbanos
do País no final do século XIX.
III - Romance cujo enredo problematiza muito mais as questões do
pré-modernismo brasileiro, com a construção de um pensamento
sanitarista e de modernização do espaço urbano do Rio de
Janeiro do início do século XX, do que a proposta naturalista
que insistia nas tensões particulares de suas personagens,
demanda da “escola naturalista” cujas narrativas são as melhores
representantes, no Brasil, dessa época.
Sobre o Naturalismo literário, é correto afirmar:
I - Ao aprofundar aspectos realistas da literatura, cientificiza um
discurso, assumido no plano estético pela ficção, induzindo o
leitor a buscar não somente entretenimento em seus romances,
mas também a problematização de estruturas sociais e de
aspectos psicológicos das personagens.
II - O romance de tese, a exemplo de O cortiço, é o melhor projeto
para o naturalista, uma vez que este só é considerado naturalista
na medida em que sua produção literária se realiza unicamente
no chamado romance de tese.
III - O realce de traços físicos e psicológicos nos romances de tese
ratifica a ideia de o naturalismo, em suas narrativas, acentuar as
tensões sociais e de demandas coletivas como proposta a ser
problematizada a partir do elemento com o qual o leitor
estabelece um grau de intimidade ou identificação, a saber, a
personagem de ficção.
Do texto, pode-se considerar:
I - Ambiguidade, tendo em vista o uso de duplo sentido das
palavras “carola” e “corola”.
II - Que no verso cinco as palavras “corola” e “flor” são
consideradas cognatas.
III - Paralelismo sintático, no verso oito, em razão da reiteração das
estruturas lexicais em ritmo cadenciado.
IV - Que nos versos onze e doze, não se leva em conta o fenômeno
da variação linguística e suas implicações no uso da língua.
Analise as proposições e marque a alternativa que apresenta a(s)
correta(s).
Leia a peleja de Pinto do Monteiro e Louro do Pajeú sobre “Esse negócio de errar” e responda às quesão.
Texto 07:
Sobre as duas estrofes transcritas de uma discussão poética entre
Pinto do Monteiro e Louro do Pajeú, é correto afirmar que retratam:
( ) Características socioculturais da tradição oral trovadoresca,
cultivadas com exclusividade no Nordeste brasileiro.
( ) Um gênero em que é declarado vencedor aquele que conseguir
versejar com maior competência, a respeito de um determinado
tema.
( ) Uma manifestação cultural popular chamada de “repentismo”
que devido às migrações internas podem ser encontradas em
qualquer parte do Brasil.
( ) Um exemplo típico da literatura de cordel que se apresenta em
forma poética impressa em folhetos.
Analise as proposições, coloque V para as verdadeiras, F para as
falsas e marque a alternativa correta.
Leia a peleja de Pinto do Monteiro e Louro do Pajeú sobre “Esse negócio de errar” e responda às quesão.
Texto 07:
Na charge acima:
( ) A palavra “bicha”, muito comum no uso da linguagem coloquial, foi usada no sentido de nomear um objeto estranho para a personagem.
( ) Há referência à leitura imprecisa do “código de barras”, provocando um efeito de humor.( ) A expressão “HMMM...” é um recurso de linguagem utilizado para repetir um mesmo som consonantal.
( ) Apresenta-se uma interação verbal conflituosa em consequência da ausência de envolvimento com as múltiplas práticas de leituras.
Analise as proposições e coloque V para as verdadeiras e F para as falsas.
Marque a alternativa correta.
Texto 06:
Em relação à interação verbal entre os personagens do texto, pode-se afirmar:
I - O sentido do diálogo entre médico e paciente é delimitado pelo papel social dos interlocutores em seus contextos sociais.
II - O efeito de sentido construído pelo paciente ocorreu em função do contexto enunciativo em que foi produzida a fala do médico.
III - A reorganização da fala do médico contribuiu para a intencionalidade de seu discurso.
Analise as proposições e marque a alternativa que apresenta a(s) correta(s).
Texto 05:
Em relação à tira, pode-se afirmar:
I - A professora se insere numa esfera ideológica,
causando ao seu interlocutor um “silenciamento”
momentâneo, e impede a construção de sentido
ao que lhe foi atribuído.
II - O humor da tira se estabelece na quebra de
expectativa, em relação à negociação da aluna a
respeito da punição.
III - A tira retrata a submissão da aluna, que aceita o
modelo de aprendizagem que a professora impõe.
Analise as proposições e marque a alternativa que apresenta a(s) correta(s).
Em relação à tira, pode-se afirmar:
I - A professora se insere numa esfera ideológica, causando ao seu interlocutor um “silenciamento” momentâneo, e impede a construção de sentido ao que lhe foi atribuído.
II - O humor da tira se estabelece na quebra de expectativa, em relação à negociação da aluna a respeito da punição.
III - A tira retrata a submissão da aluna, que aceita o modelo de aprendizagem que a professora impõe.
Analise as proposições e marque a alternativa que apresenta a(s) correta(s).
Em “- É, sua fisionomia não me é estranha. [...]” (linha 4), é correto afirmar que:
I - A ocorrência da próclise é similar à frequência de uso em textos informais falados e escritos.
II - O uso da próclise se deve à exigência de um atrator que justifica essa ocorrência.
III - O pronome oblíquo exerce no contexto uma função sintática completiva verbal.
IV - O atributo “estranha” exerce função de predicativo em relação ao objeto indireto.
Analise as proposições e marque a alternativa que apresenta a(s) correta(s).
Leia o texto 04 e responda à questão.
Ziraldo. Anedotinhas do Bichinho da maçã. São Paulo: Melhoramentos, 1988, p. 23-24.
O autor do texto:
( ) Descreve uma situação do cotidiano urbano entre dois personagens com a intencionalidade de produzir humor.
( ) Apresenta particularidades da linguagem oral, embora o texto se apresente no registro verbal escrito.
( ) Consegue de forma bem humorada ironizar a função do cliente e a imagem que o personagem tem de si.
Analise as proposições e coloque V para as verdadeiras e F para as falsas.
Marque a alternativa correta.
Leia o texto 04 e responda à questão.
Ziraldo. Anedotinhas do Bichinho da maçã. São Paulo: Melhoramentos, 1988, p. 23-24.
Leia a tira e analise as proposições, colocando V para as verdadeiras e F para as falsas.
( ) No primeiro quadrinho, a redução da forma verbal apresenta marcas da oralidade.
( ) No segundo quadrinho é atribuído à palavra “graça” o conceito de estatura, tendo em vista o sufixo usado.
( ) No terceiro quadrinho, o contexto discursivo define os efeitos de sentido de humor criados entre a imagem e a palavra.
Marque a alternativa correta.
Analise as proposições e marque a alternativa que apresenta a(s) correta(s).
I - O artigo indefinido usado em “Um comediante” assume no contexto função semântica valorativa.
II - O termo “não”, no enunciado, foi usado como formador de sentido e funciona como recurso argumentativo.
III - O termo “como”, no enunciado, foi usado para produzir um efeito de relação conformativa.
Analise as proposições e marque a alternativa que apresenta a(s) correta(s).
I - O artigo indefinido usado em “Um comediante” assume no contexto função semântica valorativa.
II - O termo “não”, no enunciado, foi usado como formador de sentido e funciona como recurso argumentativo.
III - O termo “como”, no enunciado, foi usado para produzir um efeito de relação conformativa.
Leia o enunciado a seguir e responda à questão.
“Um comediante popular, como Tom
Cavalcante, costuma dizer que a diferença
está no uso da voz, não na idade da piada.”
(linhas 16-18)
Pode-se afirmar que no enunciado:
I - Há um discurso direto explicitado pelo autor que cita uma informação, introduzida por um verbo “dicendi”.
II - Existe um verbo de elocução que introduz uma oração completiva precedida de um conectivo integrante.
III - Há um enunciado completivo, antecedido por uma locução verbal, cujo verbo principal introduz um discurso apelativo.
Analise as proposições e marque a alternativa que apresenta a(s) correta(s).
Pode-se afirmar que no enunciado:
I - Há um discurso direto explicitado pelo autor que cita uma informação, introduzida por um verbo “dicendi”.
II - Existe um verbo de elocução que introduz uma oração completiva precedida de um conectivo integrante.
III - Há um enunciado completivo, antecedido por uma locução verbal, cujo verbo principal introduz um discurso apelativo.
Analise as proposições e marque a alternativa que apresenta a(s) correta(s).
Leia o enunciado a seguir e responda à questão.
“Um comediante popular, como Tom
Cavalcante, costuma dizer que a diferença
está no uso da voz, não na idade da piada.”
(linhas 16-18)
Em “Digam o que disserem [...]”, é correto afirmar em relação ao
termo em destaque que há:
Leia o texto 02 e responda à questão.
Luiz Costa Pereira Junior. In: Revista Língua Portuguesa. São Paulo:
Segmento. Ano I, nº 12, 2006, p. 4.
Marque a única alternativa cuja alusão à temática, identificável no
contexto, não é metafórica.
Leia o texto 02 e responda à questão.
Luiz Costa Pereira Junior. In: Revista Língua Portuguesa. São Paulo:
Segmento. Ano I, nº 12, 2006, p. 4.
Na visão do autor, o tema em questão é:
( ) Simplório e sua prática linguística requer, apenas, o uso
superficial da linguagem.
( ) Polêmico, embora aproxime o leitor do seu cotidiano e da sua
linguagem.
( ) Versátil, tendo em vista que o autor dispõe de vários recursos
linguísticos e gêneros textuais para explorar tal tema.
( ) Complexo, pois exige do leitor conhecimentos prévios e certa
identidade discursiva para a construção de efeitos de sentido.
Analise as proposições, coloque V para as verdadeiras, F para as
falsas e marque a alternativa correta.
Leia o texto 02 e responda à questão.
Luiz Costa Pereira Junior. In: Revista Língua Portuguesa. São Paulo:
Segmento. Ano I, nº 12, 2006, p. 4.
O fragmento da carta ao leitor, escrita pelo editor Luiz Costa, sinaliza
que:
I - A língua permite seu uso de forma criativa e versátil por meio de
recursos de linguagem e jogos implícitos.
II - O sistema da língua é aberto, possibilita a escrita de textos
humorísticos e desvela “a graça do idioma”.
III - O humor é “volúvel e gelatinoso”, causando desgaste à língua
pela “má associação de ideias”.
Analise as proposições e marque a alternativa que apresenta a(s)
correta(s).
Leia o texto 02 e responda à questão.
Luiz Costa Pereira Junior. In: Revista Língua Portuguesa. São Paulo:
Segmento. Ano I, nº 12, 2006, p. 4.
Em relação à interlocução que se estabelece na piada acima, analise
as proposições e coloque V para as verdadeiras e F para as falsas.
( ) O termo “ela” nas duas falas dos interlocutores faz alusão aos
mesmos referentes, considerando-se a comicidade na
construção de sentido do texto.
( ) O humor da piada se efetiva, em razão da ambiguidade causada
pelo pronome “ela”, o que ocasiona o desfecho do diálogo.
( ) A referenciação contida no texto, por meio do termo “ela”,
estabelece um exemplo de coesão anafórica.
Marque a alternativa correta.
Texto 01:
Não deixe sua cadela entrar na minha casa de novo. Ela está cheia de pulgas.
- Diana, não entre nessa casa de novo.Ela está cheia de pulgas.