Questõesde UESB 2017 sobre Português

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UESB 2017, UESB 2017, UESB 2017 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Dahmer, André. https://66.media.tumblr.com/29b78461327db2f95 1c7c08fd84a9388/tumblr_mnkcw5fMPV1qmggloo1_500.jpg Acesso em: 15 nov. 2016.


São trechos do texto que podem ser associados à narrativa da tirinha acima:


I. “Os preconceitos não são inúteis. Eles têm uma função importantíssima na economia psíquica do preconceituoso.” (l. 1-3).

II. “Vivemos tempos de descompensação emocional profunda, em uma espécie de vazio afetivo” (l. 22-23).

III. “Há um ódio que se dirige atualmente à inteligência, ao conhecimento, à ciência, ao esclarecimento, ao discernimento.” (l. 43-45).

IV. “Há, dividindo espaço com opressões próprias ao campo do saber, um estranho ódio ao saber em sua forma crítica e desconstrutiva.” (l. 53-55).

V. “O pensamento e a ousadia intelectual tornaram-se insuportáveis para muitas pessoas” (l. 59-60).



A alternativa em que todas as afirmativas indicadas estão corretas é a

Ódio à inteligência: sobre o
anti-intelectualismo


TIBURI, Marcia e CASARA, Rubens. Ódio à inteligência: sobre o antiintelectualismo.
Disponível em:<http://revistacult.uol.com.br/home/2016/> . Acesso em: 08 nov. 2016.

A
I e III.
B
II e IV.
C
II e V.
D
I, II e IV
E
III, IV e V.
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No trecho apresentado, há um diálogo entre Rubião e Quincas Borba, sobre a filosofia denominada “Humanitas” ou “Humanitismo”. Sobre essa filosofia, é correto afirmar:

I. Ela constitui uma crítica irônica ou uma sátira do autor dirigida ao cientificismo da época, representado pela teoria da seleção natural de Charles Darwin, que postulava, como uma lei natural, a sobrevivência do mais forte ou do mais esperto.
II. Seus princípios e conceitos desconstroem a visão negativa sobre as guerras, pois a eliminação dos mais fracos, mais do que a paz, seria benéfica ao aperfeiçoamento humanidade, que, gradualmente, seria constituída apenas dos seres mais aptos ou mais fortes.
III. O “caráter conservador e benéfico da morte.” (l. 16-17) constitui uma referência à possibilidade de superação das disputas, a partir de um aperfeiçoamento dos mecanismos de colaboração que constituem o princípio “indestrutível” (l. 6), “universal e comum” (l. 16).
IV. A exclamação “ao vencedor, as batatas!” (l. 33), expressa a alegria dos vencedores não apenas pelas recompensas, mas pela vitória do bem contra mal, da justiça contra a injustiça, com o triunfo de sentimentos de compreensão e solidariedade em relação aos vencidos.
V. A consideração sobre a “opinião do exterminado” (l. 34) ou a “opinião da bolha” (l. 40) evidencia outra face dessa filosofia, seu caráter antiético e repressor, pois o extermínio dos mais fracos não os atingiria apenas fisicamente, mas se assentaria também no cerceamento de seus direitos de expressão.


A alternativa em que todas as afirmativas indicadas estão corretas é a


MACHADO DE ASSIS. Quincas Borba. In:______. Obra completa. Rio de Janeiro: Companhia José Aguilar, 1971. p. 648-649. 

A
I e III.
B
II e IV.
C
III e V.
D
I, II e V.
E
III, IV e V.
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Na cena transcrita, frente ao julgamento que dele faz o personagem Sawatzki, o personagem Hitler reage do seguinte modo:

TEXTO:

Transcrição de diálogo do filme ELE ESTÁ DE VOLTA, entre Hitler (H) e Sawatzki (S). Sawatzki mantém Hitler sob a mira de um revólver e o ameaça, dirigindo-o para a beirada do pátio de um edifício alto.

H – Sawatzki? [vira-se para trás e vê Sawatzki que lhe aponta um revólver]. Você demorou de responder...

S – É você... Você é ele!...

H – Nunca disse o contrário. Acho que meu destino é me despedir de meus leais companheiros de trabalho.

S – Por ali [indica uma porta que dá acesso ao pátio superior de um edifício]. A história está se repetindo. Está enganando as pessoas com seus discursos.

H – Ah, Sawatzki, você não entende. Em 1933, ninguém precisou de discurso nenhum. O povo elegeu um líder que deixou claro para todos quais eram seus planos. Os alemães me elegeram...

S – [Encaminha-o, apontando o revólver, para a beirada do prédio]. Continue... Você é um monstro! H – Sou? Então é melhor culpar também aqueles que elegeram esse monstro. Eles todos eram monstros? Não, eram pessoas normais... Que escolheram eleger alguém diferente dos outros, para confiarem o destino de seu país. O que vai fazer, Sawatzki? Impedir as eleições?

S – Não, mas vou impedir você...

H– Nunca se perguntou por que as pessoas me seguem? Porque, no fundo, elas são como eu. Têm os mesmos princípios. E é por isso que você não vai atirar...

[Sawatzki atira]


ELE ESTÁ DE VOLTA. Direção de David Wnendt. Intérpretes: Oliver Masucci, Fabian Busch, Thomas Köppl e outros. Alemanha, 2015. Baseado no livro Er Ist Wieder Da, de Timur Vermes.

A
Considera os argumentos de seu interlocutor superficiais e improcedentes pelo fato de não serem baseados em fatos reais, e sim em alucinações, uma vez que Sawatzki estava em tratamento psiquiátrico, usando drogas muito fortes.
B
Argumenta que seu interlocutor o está culpando por fatos que não são mais de sua responsabilidade, pois ele abdicou de suas ideias iniciais para atender às atuais requisições populares, o que atualiza suas propostas de recuperação da Alemanha.
C
Não se considera um monstro, pois o que lhe dá legitimidade e direito de expor suas ideias e realizar seus planos é o fato de ter sido eleito pelo povo alemão, que se identifica com suas ideias e que confia na condução que ele poderá dar aos destinos do país.
D
Não se considera culpado, pois as ideias nazistas que sempre defendeu fazem parte da tradição histórica do povo alemão, e ele não conseguiu dissuadir seus eleitores quanto à inviabilidade de colocá-las em prática e, portanto, deve acatar a vontade expressa nas urnas.
E
Tenta convencer seu interlocutor de que não está enganando as pessoas, porque elas sabem de sua autocrítica em relação às ideias que defendia em 1933 e que não mais defende, o que o faz ser idolatrado por todos e escolhido para conduzir a recuperação do país.
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Sobre as circunstâncias que contextualizam esse diálogo, é correto afirmar:

I. No filme, por um estranho fenômeno, Hitler escapa da morte em 1945 e acorda no futuro, em 2014, na Alemanha, perto de seu bunker. É tido como um ator que interpreta o papel de Hitler, e, nessa condição, estabelece relações com pessoas atuais e, aos poucos, retoma a intenção de realizar seus planos originais.
II. O filme mistura ficção e documentário. Na parte documental, o ator Oliver Masucci interage com pessoas reais que revelam sua simpatia e adesão às ideias de Hitler, considerando a propriedade de seus planos para resolver os problemas atuais da Alemanha e tomando-o como um salvador da pátria.
III. Essa é a cena do filme Ele está de volta, quando o comediante que representa Hitler é raptado e assassinado por um diretor de TV que foge de um hospital após imergir num processo de alucinação, supondo ser ele o verdadeiro Hitler, e não um ator que fazia esse papel.
IV. Após essa cena, Sawatzki, um produtor de TV, atira em si próprio, pois se sente culpado de ter divulgado, com o seu documentário, as ideias nazistas de Hitler e, com isso, ter convencido as pessoas de que a democracia não é capaz de resolver os atuais problemas da Alemanha.
V. Com essa cena, se encerra uma gravação que se realiza dentro da narrativa do filme, e o suposto ator, que, na verdade, é o verdadeiro Hitler, continua acolhido por todos e, com o apoio da TV, mantém seus planos de construir um terceiro reich na Alemanha atual.


A alternativa em que todas as afirmativas indicadas estão corretas é a

TEXTO:

Transcrição de diálogo do filme ELE ESTÁ DE VOLTA, entre Hitler (H) e Sawatzki (S). Sawatzki mantém Hitler sob a mira de um revólver e o ameaça, dirigindo-o para a beirada do pátio de um edifício alto.

H – Sawatzki? [vira-se para trás e vê Sawatzki que lhe aponta um revólver]. Você demorou de responder...

S – É você... Você é ele!...

H – Nunca disse o contrário. Acho que meu destino é me despedir de meus leais companheiros de trabalho.

S – Por ali [indica uma porta que dá acesso ao pátio superior de um edifício]. A história está se repetindo. Está enganando as pessoas com seus discursos.

H – Ah, Sawatzki, você não entende. Em 1933, ninguém precisou de discurso nenhum. O povo elegeu um líder que deixou claro para todos quais eram seus planos. Os alemães me elegeram...

S – [Encaminha-o, apontando o revólver, para a beirada do prédio]. Continue... Você é um monstro! H – Sou? Então é melhor culpar também aqueles que elegeram esse monstro. Eles todos eram monstros? Não, eram pessoas normais... Que escolheram eleger alguém diferente dos outros, para confiarem o destino de seu país. O que vai fazer, Sawatzki? Impedir as eleições?

S – Não, mas vou impedir você...

H– Nunca se perguntou por que as pessoas me seguem? Porque, no fundo, elas são como eu. Têm os mesmos princípios. E é por isso que você não vai atirar...

[Sawatzki atira]


ELE ESTÁ DE VOLTA. Direção de David Wnendt. Intérpretes: Oliver Masucci, Fabian Busch, Thomas Köppl e outros. Alemanha, 2015. Baseado no livro Er Ist Wieder Da, de Timur Vermes.

A
I e III.
B
II e IV.
C
II e III.
D
I, II e V.
E
III, IV e V.
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O “messianismo” e a “peste” são categorias corretamente explicitadas, de acordo com o texto, em


I. O messianismo faz crer que coragem, populismo e performance são os requisitos do sucesso político e qualidades para dirigir os destinos da pátria. A peste é uma categoria que transfigura os problemas brasileiros como males cuja solução depende da intercessão divina ou de líderes iluminados.

II. A peste constitui uma referência ao passado, quando os problemas do país eram decorrentes de um sistema político retrógrado ou ultrapassado. Já o messianismo abarca os líderes que foram responsáveis pela superação desses problemas, a partir da valoração da ciência, do conhecimento e da educação.

III. O messianismo supõe a necessidade, na direção política do país, de líderes heroicos, salvadores da pátria, mesmo que não disponham de preparo, cultura ou inteligência. Já a peste constitui uma concepção que atribui causa desconhecida e extensão indeterminada às dificuldades reais e mais graves do país.

IV. A peste representa o perigo atual de disseminação de um ódio irracional dirigido para o conhecimento, o saber, a inteligência. Já o messianismo constitui uma crença de que existem indivíduos predestinados para as funções públicas por sua capacidade de resolver os problemas do país a partir de suas qualidades intelectuais e morais.

V. Ambos, a peste e o messianismo são categorias vinculadas a uma lógica superada de pensamento, e estão presentes numa onda atual e crescente de conservadorismo, caracterizada pela rejeição a uma educação e um conhecimento capazes de estimular o senso crítico e a reflexão, atitudes indesejadas e combatidas.



A alternativa em que todas as afirmativas indicadas estão corretas é a

Ódio à inteligência: sobre o
anti-intelectualismo


TIBURI, Marcia e CASARA, Rubens. Ódio à inteligência: sobre o antiintelectualismo.
Disponível em:<http://revistacult.uol.com.br/home/2016/> . Acesso em: 08 nov. 2016.

A
I e II.
B
II e III.
C
IV e V.
D
I, III e V
E
II, IV e V
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“Vivemos tempos de descompensação emocional profunda, em uma espécie de vazio afetivo” (l. 22-23)

Há uma característica desses “tempos” em

I. Mudança de alvo do ódio e dos preconceitos.
II. Aumento significativo da manifestação de preconceitos.
III. Desequilíbrio psicológico que gera uma reação de esquiva.
IV. Consumo alienado de bens materiais e de formas de pensar.
V. Decepção com os “salvadores da pátria” pelo fracasso da política.

A alternativa em que todas as afirmativas indicadas estão corretas é a

Ódio à inteligência: sobre o
anti-intelectualismo


TIBURI, Marcia e CASARA, Rubens. Ódio à inteligência: sobre o antiintelectualismo.
Disponível em:<http://revistacult.uol.com.br/home/2016/> . Acesso em: 08 nov. 2016.

A
I e II.
B
II e IV.
C
V e V.
D
I, III e V.
E
II, III e V.
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Para caracterizar a atitude denominada “preconceito”, há uma asserção compatível com o texto em

Ódio à inteligência: sobre o
anti-intelectualismo


TIBURI, Marcia e CASARA, Rubens. Ódio à inteligência: sobre o antiintelectualismo.
Disponível em:<http://revistacult.uol.com.br/home/2016/> . Acesso em: 08 nov. 2016.

A
Reação de indivíduos que, por força de um vazio afetivo, necessitam de reconhecimento público de suas próprias qualidades e se voltam contra todos aqueles que não as reconhecem ou as rechaçam.
B
Sentimento de medo, encoberto pelo ódio, que se expressa contra tudo que ameace uma suposta e falsa superioridade do indivíduo, o que o faz assentar seus juízos de valor em polos opostos de superioridade e inferioridade.
C
Visão de mundo que confina o indivíduo nos limites de sua própria experiência, a qual serve de suporte para juízos de valor generalistas e equivocados, dirigidos a seus próprios semelhantes e a todos os fenômenos do contexto que o cerca.
D
Procedimento hostil do indivíduo, dirigido a todos que se concebem ou se colocam como superiores a ele, julgando-os a partir de generalizações que confrontam o “certo” e o “errado”, o “bem” e o “mal”, numa dicotomia polarizada de seus juízos de valor.
E
Comportamento cuja expressão mais evidente é a covardia, decorrente do medo de não conseguir sobreviver num mundo em que o saber, o conhecimento e o senso crítico vêm sendo valorizados, juntamente com princípios políticos e valores morais.
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Constitui uma síntese adequada do conteúdo do texto:

Ódio à inteligência: sobre o
anti-intelectualismo


TIBURI, Marcia e CASARA, Rubens. Ódio à inteligência: sobre o antiintelectualismo.
Disponível em:<http://revistacult.uol.com.br/home/2016/> . Acesso em: 08 nov. 2016.

A
Na atualidade, verifica-se uma reação muito forte contra o anti-intelectualismo, cuja origem se encontra em segmentos da população descontentes com os rumos do país e com as experiências políticas recentes.
B
Oriundo de grupos de intelectuais, verifica-se, atualmente, o crescimento de um forte preconceito contra os políticos, o que torna as pessoas descrentes das soluções que venham a ser propostas por “salvadores da pátria”.
C
Observa-se, nos dias atuais, uma onda conservadora e antipopulista, que se volta contra o “messianismo” e a “peste”, fenômenos políticos que constituem o resultado do despreparo intelectual e da má qualidade da educação.
D
É evidente o aumento atual do preconceito irracional e do ódio injustificado que se volta contra o consumismo alienado, promovido por um vazio afetivo e pelo fracasso da globalização como solução para os problemas do capitalismo.
E
Atualmente, o conservadorismo promove o anti-intelectualismo, que se caracteriza como um preconceito voltado contra o conhecimento, a cultura, a inteligência e o senso crítico, alimentando, no âmbito político, o “messianismo” e a “peste”.