Questõesde UEM 2011 sobre Português
A presença do realismo fantástico na estrutura
narrativa dos contos de Rubem Fonseca,
aspecto responsável pelo desaparecimento dos
limites entre fatos reais e sobrenaturais, justifica
tanto o caráter fragmentado da linguagem dos
textos como a violência gratuita entre as
personagens do mundo narrado.
A preferência de Rubem Fonseca pelo gênero
“conto”, como se observa em outros contistas
contemporâneos, pode ser justificada pelo
dinamismo e velocidade dos acontecimentos,
relativos ao contexto em que o autor está
inserido.
No fragmento do poema “Estrela da Manhã”, os
versos revelam a ironia do poeta e seu instinto
de homem solitário e melancólico, confirmado
nos versos: “Meus amigos meus inimigos /
Procurem a estrela da manhã”, fruto do impulso
de liberdade e de criação autônoma aliados ao
sarcasmo que marca a produção poética de
Bandeira.
O conto “Livro de ocorrências”, organizado em
três partes, é narrado em primeira pessoa. Na
primeira parte, relata um caso de violência
doméstica; na segunda, narra a morte do
garoto de bicicleta no trânsito; e, na terceira,
registra o suicídio de um homem no banheiro
de seu apartamento.
Rubem Fonseca pode ser considerado escritor
hiper-realista, em razão da ênfase às questões
psicológicas referentes ao ser humano, como
se pode observar no trecho do conto Onze de
maio: “Pharoux carrega com ele um estilete de
aço. Que raios quererá esse maluco com tal
arma? Pharoux tem sempre um ar hostil, sua
cara parece dizer: odiar é o mais longo e o
melhor dos prazeres”(p. 123).
Os versos “Ela desapareceu ia nua/
Desapareceu com quem? (...) / Digam que sou
um homem sem orgulho / Um homem que
aceita tudo/ Que me importa? / Eu quero a
estrela da manhã.” expressam o desejo intenso
pela mulher (“estrela da manhã”), ser inatingível
para o poeta, reiterado nas repetições, “Eu
quero (...)”; e no tempo verbal imperativo,
“Procurem (...)”; “Procurem (...)”; “Digam (...)”.
O poeta Manuel Bandeira buscou na vida a
inspiração para um dos seus grandes temas – a
observação da rua e dos seus habitantes,
principalmente as mulheres. Nos versos “Ela
desapareceu ia nua/ Desapareceu com
quem?”, a figura feminina surge personificada,
inatingível e preenchendo apenas a imaginação
do poeta.
Assinale a alternativa correta quanto ao emprego dos sinais de pontuação e à sua função no texto.
Em “Comecemos, no rastro do escritor Arthur
Koestler (1905-1983), tentando estabelecer a
‘gramática’ do humor” (linhas 7-9), as aspas
empregadas na palavra “gramática” ressaltam o
valor significativo do que o autor entende por
regra.
Texto
Choque entre contextos é da natureza de todas as pilhérias
Hélio Schawartsman
Articulista da Folha de S.Paulo.
(Texto retirado da Folha de S.Paulo, 1.°/5/2011.
Ilustrada. E4)
Assinale a alternativa correta quanto ao emprego dos sinais de pontuação e à sua função no texto.
Em “À medida que crescem, vão – espera-se –
buscando formas mais sofisticadas e cerebrais”
(linhas 55-57), o duplo travessão introduz um
comentário do autor.
Texto
Choque entre contextos é da natureza de todas as pilhérias
Hélio Schawartsman
Articulista da Folha de S.Paulo.
(Texto retirado da Folha de S.Paulo, 1.°/5/2011.
Ilustrada. E4)
Assinale a alternativa correta quanto ao emprego dos sinais de pontuação e à sua função no texto.
Em “Kant, na ‘Crítica do Juízo’, diz que o riso é
o resultado da ‘súbita transformação de uma
expectativa tensa em nada’” (linhas 63-65), a
segunda vírgula foi empregada
equivocadamente, visto que separa o sujeito do
verbo.
Texto
Choque entre contextos é da natureza de todas as pilhérias
Hélio Schawartsman
Articulista da Folha de S.Paulo.
(Texto retirado da Folha de S.Paulo, 1.°/5/2011.
Ilustrada. E4)
O poeta Manuel Bandeira é uma das vozes
mais representativas da poesia brasileira.
Pertencente ao livro Estrela da Manhã, o
fragmento acima apresenta uma síntese dos
pressupostos poéticos que nortearam a
linguagem parnasiano-simbolista, força de
resistência no início do modernismo brasileiro,
tal como exemplificam os versos, ”Eu quero a
estrela da manhã/ Onde está a estrela da
manhã?”.
No fragmento em questão, apesar do impulso
de liberdade e de criação autônoma do poeta,
constata-se um tradicional esquema de rimas
na primeira estrofe, que desaparece ao longo
do texto: AABA (manhã/ manhã/ inimigos/
manhã), fruto do espírito de formação clássica
do poeta.
Assinale a alternativa correta quanto ao emprego dos sinais de pontuação e à sua função no texto.
Em “sobrevive mesmo nos gracejos mais
elaborados, na forma de malícia (caso das
piadas em que se comparam diversas
nacionalidades), autodepreciação (típica do
humor judaico)” (linhas 83-87), os parênteses
substituem travessões.
Texto
Choque entre contextos é da natureza de todas as pilhérias
Hélio Schawartsman
Articulista da Folha de S.Paulo.
(Texto retirado da Folha de S.Paulo, 1.°/5/2011.
Ilustrada. E4)
Assinale a alternativa correta quanto às afirmações sobre os elementos linguísticos, em negrito, empregados no texto.
Em “A crueldade é explícita nos chistes mais
primitivos (...), mas sobrevive mesmo nos
gracejos mais elaborados” (linhas 81-84), o
elemento destacado em negrito é empregado
como elemento de inclusão.
Texto
Choque entre contextos é da natureza de todas as pilhérias
Hélio Schawartsman
Articulista da Folha de S.Paulo.
(Texto retirado da Folha de S.Paulo, 1.°/5/2011.
Ilustrada. E4)
Assinale a alternativa correta quanto às afirmações sobre os elementos linguísticos, em negrito, empregados no texto.
Em “À medida que crescem, vão – espera-se –
buscando formas mais sofisticadas e cerebrais”
(linhas 55-57), a expressão destacada em
negrito estabelece uma relação de proporção
entre as ações expressas nas duas orações.
Texto
Choque entre contextos é da natureza de todas as pilhérias
Hélio Schawartsman
Articulista da Folha de S.Paulo.
(Texto retirado da Folha de S.Paulo, 1.°/5/2011.
Ilustrada. E4)
Assinale a alternativa correta quanto ao
emprego dos sinais de pontuação e à sua função
no texto.
Os dois pontos, em “Mas o simples fato de
alguém ter achado que isso seria engraçado já
revela um paradoxo: por que somos capazes
de rir da desgraça alheia?” (linhas 3- 6),
introduzem uma síntese do que foi dito
anteriormente.
Texto
Choque entre contextos é da natureza de todas as pilhérias
Hélio Schawartsman
Articulista da Folha de S.Paulo.
(Texto retirado da Folha de S.Paulo, 1.°/5/2011.
Ilustrada. E4)
Assinale a alternativa correta quanto às
afirmações sobre os elementos linguísticos, em
negrito, empregados no texto.
Em “Fazer troça com autistas é quase tão ruim
quanto passar rasteira em cego” (linhas 1-3),
os elementos destacados em negrito
estabelecem uma correlação comparativa entre
a condição dos cegos e a dos autistas.
Texto
Choque entre contextos é da natureza de todas as pilhérias
Hélio Schawartsman
Articulista da Folha de S.Paulo.
(Texto retirado da Folha de S.Paulo, 1.°/5/2011.
Ilustrada. E4)
Assinale a alternativa correta quanto às afirmações sobre os elementos linguísticos, em negrito, empregados no texto.
Em “O gozado aí emerge da oposição entre a
abstração estatística e a concretude” (linhas 32-
33), o elemento destacado em negrito
desencadeia uma consequência do contraste
apresentado.
Texto
Choque entre contextos é da natureza de todas as pilhérias
Hélio Schawartsman
Articulista da Folha de S.Paulo.
(Texto retirado da Folha de S.Paulo, 1.°/5/2011.
Ilustrada. E4)
Assinale a alternativa correta quanto às afirmações sobre os elementos linguísticos, em negrito, empregados no texto.
Em “Já adolescentes gostam de anedotas
sexuais” (linhas 54- 55), o elemento destacado
em negrito introduz uma relação temporal
vinculada às preferências dos adolescentes
nessa etapa da vida.
Texto
Choque entre contextos é da natureza de todas as pilhérias
Hélio Schawartsman
Articulista da Folha de S.Paulo.
(Texto retirado da Folha de S.Paulo, 1.°/5/2011.
Ilustrada. E4)