Leia o seguinte texto:
Era o que ele estudava. “A estrutura, quer dizer, a
estrutura” – ele repetia e abria as mãos branquíssimas
ao esboçar o gesto redondo. Eu ficava olhando seu
gesto impreciso porque uma bolha de sabão é mesmo
imprecisa, nem sólida nem líquida, nem realidade nem
sonho. Película e oco. “A estrutura da bolha de sabão,
compreende?” Não compreendia. Não tinha importância.
Importante era o quintal da minha meninice com seus
verdes canudos de mamoeiro, quando cortava os mais
tenros que sopravam as bolas maiores, mais perfeitas.
Lygia Fagundes Telles, A estrutura da bolha de sabão, 1973.
A “estrutura” da bolha de sabão é consequência das
propriedades físicas e químicas dos seus componentes.
As cores observadas nas bolhas resultam da
interferência que ocorre entre os raios luminosos
refletidos em suas superfícies interna e externa.
Considere as afirmações abaixo sobre o início do conto de Lygia Fagundes Telles e sobre a bolha de sabão:
I. O excerto recorre, logo em suas primeiras linhas, a um procedimento de coesão textual em que pronomes pessoais são utilizados antes da apresentação de seus referentes, gerando expectativa na leitura.
II. Os principais fatores que permitem a existência da bolha são a força de tensão superficial do líquido e a presença do sabão, que reage com as impurezas da água, formando a sua película visível.
III. A ótica geométrica pode explicar o aparecimento de cores na bolha de sabão, já que esse fenômeno não é consequência da natureza ondulatória da luz.
Está correto apenas o que se afirma em