Jorge de Lima é um poeta de múltiplas dimensões
temporais. É considerado pela crítica “um poeta regional,
negro, bíblico e hermético" (BOSI, 1989, p. 506). O
motivo religioso foi determinante no desenvolvimento
de sua poesia. Sobre o fragmento do poema “As vozes do
homem" (Texto 1), assinale a alternativa correta:
(BOSI, Alfredo. História concisa da literatura brasileira.
São Paulo: Cultrix , 1989.)
Jorge de Lima é um poeta de múltiplas dimensões
temporais. É considerado pela crítica “um poeta regional,
negro, bíblico e hermético" (BOSI, 1989, p. 506). O
motivo religioso foi determinante no desenvolvimento
de sua poesia. Sobre o fragmento do poema “As vozes do
homem" (Texto 1), assinale a alternativa correta:
(BOSI, Alfredo. História concisa da literatura brasileira. São Paulo: Cultrix , 1989.)
(BOSI, Alfredo. História concisa da literatura brasileira. São Paulo: Cultrix , 1989.)
TEXTO 1
As vozes do homem
Naquele momento de angústia,
o homem não sabia se era o mau ou o bom ladrão.
E quando a mais amarga das estrelas o oprimia demais,
eis que a sua boca ia dizendo:
eu sou anjo.
E os pés do homem: nós somos asas.
E as mãos: nós somos asas.
E a testa do homem: eu sou a lei.
E os braços: nós somos cetros.
E o peito: eu sou o escudo.
E as pernas: nós somos as colunas.
E a palavra do homem: eu sou o Verbo.
E o espírito do homem: eu sou o Verbo.
E o cérebro: eu sou o guia.
E o estômago: eu sou o alimento.
E se repetiram depois as acusações milenárias.
E todas as alianças se desfizeram de súbito.
E todas as maldições ressoaram tremendas.
E as espadas de fogo interceptaram o caminho da
[árvore da vida.
E as mãos abarcaram o pescoço do homem:
nós te abarcaremos.
[...]
(LIMA, Jorge de. Melhores poemas. São Paulo: Global, 2006. p. 94.)
As vozes do homem
Naquele momento de angústia,
o homem não sabia se era o mau ou o bom ladrão.
E quando a mais amarga das estrelas o oprimia demais,
eis que a sua boca ia dizendo:
eu sou anjo.
E os pés do homem: nós somos asas.
E as mãos: nós somos asas.
E a testa do homem: eu sou a lei.
E os braços: nós somos cetros.
E o peito: eu sou o escudo.
E as pernas: nós somos as colunas.
E a palavra do homem: eu sou o Verbo.
E o espírito do homem: eu sou o Verbo.
E o cérebro: eu sou o guia.
E o estômago: eu sou o alimento.
E se repetiram depois as acusações milenárias.
E todas as alianças se desfizeram de súbito.
E todas as maldições ressoaram tremendas.
E as espadas de fogo interceptaram o caminho da
[árvore da vida.
E as mãos abarcaram o pescoço do homem:
nós te abarcaremos.
[...]
(LIMA, Jorge de. Melhores poemas. São Paulo: Global, 2006. p. 94.)
A
O sujeito lírico do poema quer lutar, pregar a palavra
de Deus, pois reconhece que ele próprio é um
escolhido e que a sua poesia é única.
B
O texto expressa que a poesia pode ser também extensão
da criação divina, um caminho para que o
homem possa pregar a palavra da salvação.
C
A narrativa do poema, iniciada pelos versos “Naquele
momento de angústia, / o homem não sabia
se era o mau ou o bom ladrão", transporta o leitor
para a linguagem bíblica e traz representações
simbólicas sobre a permanência do homem preso à
história e à sua condição humana, da qual somente
a fé o poderá libertar.
D
No poema de Jorge de lima, há um eu poético que
se revela consciente da grandeza do Salvador e de
sua entrega na luta para defender a humanidade. O
poema é expressão da palavra do homem, do Verbo,
do cérebro, do guia.