Questõesde UNICAMP sobre Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto
(...)
Eu tenho uma ideia.
Eu não tenho a menor ideia.
Uma frase em cada linha. Um golpe de exercício.
Memórias de Copacabana. Santa Clara às três da tarde.
Autobiografia. Não, biografia.
Mulher.
Papai Noel e os marcianos.
Billy the Kid versus Drácula.
Drácula versus Billy the Kid.
Muito sentimental.
Agora pouco sentimental.
Pensa no seu amor de hoje que sempre dura menos que o
seu]
amor de ontem.
Gertrude: estas são ideias bem comuns.
Apresenta a jazz-band.
Não, toca blues com ela.
Esta é a minha vida.
Atravessa a ponte.
(...)
(Ana Cristina Cesar, A teus pés. São Paulo: Companhia das Letras, 2016, p. 9.)
Esse trecho do poema de abertura de A teus pés, de Ana
Cristina Cesar,
Para driblar a censura imposta pela ditadura militar,
compositores de música popular brasileira (MPB) valiam-se
do que Gilberto Vasconcelos chamou de “linguagem da
fresta”, expressão inspirada na canção “Festa imodesta”,
de Caetano Veloso.
(...)
Numa festa imodesta como esta
Vamos homenagear
Todo aquele que nos empresta sua testa
Construindo coisas pra se cantar
Tudo aquilo que o malandro pronuncia
E que o otário silencia
Toda festa que se dá ou não se dá
Passa pela fresta da cesta e resta a vida.
Acima do coração que sofre com razão
A razão que volta do coração
E acima da razão a rima
E acima da rima a nota da canção
Bemol natural sustenida no ar
Viva aquele que se presta a esta ocupação
Salve o compositor popular
(Gilberto de Vasconcelos, Música popular: de olho na fresta. Rio de Janeiro:
Graal, 1977.)
É correto afirmar que, na canção, essa “linguagem da
fresta” transparece
Alguns pesquisadores falam sobre a necessidade de um
“letramento racial”, para “reeducar o indivíduo em uma
perspectiva antirracista”, baseado em fundamentos como o
reconhecimento de privilégios, do racismo como um
problema social atual, não apenas legado histórico, e a
capacidade de interpretar as práticas racializadas. Ouvir é
sempre a primeira orientação dada por qualquer
especialista ou ativista: uma escuta atenta, sincera e
empática. Luciana Alves, educadora da Unifesp, afirma que
"Uma das principais coisas é atenção à linguagem. A gente
tem uma linguagem sexista, racista, homofóbica, que
passa pelas piadas e pelo uso de termos que a gente já
naturalizou. ‘A coisa tá preta’, ‘denegrir’, ‘serviço de preto’...
Só o fato de você prestar atenção na linguagem já anuncia
uma postura de reconstrução. Se o outro diz que tem uma
carga negativa e ofensiva, acredite”.
(Adaptado de Gente branca: o que os brancos de um país racista podem fazer
pela igualdade além de não serem racistas. UOL, 21/05/2018)
Segundo Luciana Alves, para combater o racismo e mudar
de postura em relação a ele, é fundamental
Uma página do Facebook faz humor com montagens que
combinam capas de livros já publicados e memes que
circulam nas redes sociais. Uma dessas postagens envolve
a obra de Henry Thoreau, para quem a desobediência civil
é uma forma de protesto legítima contra leis ou atos
governamentais considerados injustos pelo cidadão e que
ponham em risco a democracia.

(Fonte: Página de Facebook Obras Literárias com capas de memes
genuinamente brasileiros.)
O efeito de humor aqui se deve ao fato de que a montagem

Leia o texto a seguir, publicado no Instagram e em um livro
do @akapoeta João Doederlein.

(João Doederlein, O livro dos ressignificados. São Paulo: Paralela, 2017, p. 17.)
A ressignificação de estrela ocorre porque o verbete
apresenta

Na década de 1950, quando iniciava seu governo,
Juscelino Kubitschek prometeu “50 anos em 5”. Na
campanha do atual governo o slogan ficou assim: “O Brasil
voltou, 20 anos em dois”. A ‘tradução’ não tinha como dar
certo; era como comparar vinho com água. E mais: havia
uma vírgula no meio do caminho. Na propaganda, apenas
uma vírgula impede que a leitura, ao invés de ser positiva e
associada ao progressismo de Juscelino, se transforme
numa mensagem de retrocesso: o Brasil de fato ‘voltou’
muito nesses últimos dois anos; para trás.
(Adaptado de Lilia Schwarcz, Havia uma vírgula no meio do caminho. Nexo
Jornal, 21/05/2018.)
Considerando o gênero propaganda institucional e o
paralelo histórico traçado pela autora, é correto afirmar que
o slogan do atual governo fracassou porque

(Disponível em https://www.facebook.com/SeboItinerante/photos/. Acessado em
28/05/2018.)
“Acho que só devemos ler a espécie de livros que nos
ferem e trespassam. Um livro tem que ser como um
machado para quebrar o mar de gelo do bom senso e do
senso comum."
(Adaptado de “Franz Kafka, carta a Oscar Pollak, 1904.” Disponível em
https://laboratoriode sensibilidades.wordpress.com. Acessado em 28/05/2018.)
Assinale o excerto que confirma os dois textos anteriores.
(Disponível em https://www.facebook.com/SeboItinerante/photos/. Acessado em 28/05/2018.)
“Acho que só devemos ler a espécie de livros que nos ferem e trespassam. Um livro tem que ser como um machado para quebrar o mar de gelo do bom senso e do senso comum."
(Adaptado de “Franz Kafka, carta a Oscar Pollak, 1904.” Disponível em https://laboratoriode sensibilidades.wordpress.com. Acessado em 28/05/2018.)
Assinale o excerto que confirma os dois textos anteriores.
Há dois tipos de palavras: as proparoxítonas e o resto.
As proparoxítonas são o ápice da cadeia alimentar do
léxico.
As palavras mais pernósticas são sempre proparoxítonas.
Para pronunciá-las, há que ter ânimo, falar com ímpeto - e,
despóticas, ainda exigem acento na sílaba tônica!
Sob qualquer ângulo, a proparoxítona tem mais crédito.
É inequívoca a diferença entre o arruaceiro e o vândalo.
Uma coisa é estar na ponta – outra, no vértice.
Ser artesão não é nada, perto de ser artífice.
Legal ser eleito Papa, mas bom mesmo é ser Pontífice.
(Adaptado de Eduardo Affonso, “Há dois tipos de palavras: as proparoxítonas e
o resto”. Disponível em www.facebook.com/eduardo22affonso/.)
Segundo o texto, as proparoxítonas são palavras que
O poema abaixo é de autoria do poeta Augusto de
Campos, integrante do movimento concretista.

Nesse poema, nota-se uma técnica de composição que
consiste
O poema abaixo é de autoria do poeta Augusto de Campos, integrante do movimento concretista.
Nesse poema, nota-se uma técnica de composição que
consiste
Estrangeirismos são palavras e expressões de outras
línguas usadas correntemente em nosso cotidiano. Sobre o
emprego de palavras estrangeiras no português, o linguista
Sírio Possenti comenta:
Tomamos alguns verbos do inglês e os adaptamos a nosso
sistema verbal exclusivamente segundo regras do
português. Se adotarmos start, logo teremos estartar (e
todas as suas flexões), pois nossa língua não tem sílabas
iniciais como st-, que imediatamente se tornam est-. A
forma nunca será startar, nem ostartar ou ustartar, nem
estarter ou estartir, nem printer ou printir, nem atacher ou
atachir etc., etc., etc.
(Adaptado de Sírio Possenti, “A questão dos estrangeirismos”, em
Carlos Alberto Faraco, Estrangeirismos: guerras em torno da língua.
São Paulo: Parábola, 2001, p. 173-174.)
As alternativas abaixo reproduzem trechos de um fórum de
discussão na Internet sobre um jogo eletrônico. Nessa
discussão, um jogador queixa-se por não ter conseguido se
conectar a uma partida e ter perdido pontos. Escolha a
alternativa que contém um exemplo do processo de
adaptação de verbos do inglês para o sistema verbal do
português, como descreve Sírio Possenti.
(Adaptado de
http://forums.br.leagueoflegends.com/board/showthread.php?t=187120.
Acessado em 15/07/2017.)

Estrangeirismos são palavras e expressões de outras línguas usadas correntemente em nosso cotidiano. Sobre o emprego de palavras estrangeiras no português, o linguista Sírio Possenti comenta:
Tomamos alguns verbos do inglês e os adaptamos a nosso sistema verbal exclusivamente segundo regras do português. Se adotarmos start, logo teremos estartar (e todas as suas flexões), pois nossa língua não tem sílabas iniciais como st-, que imediatamente se tornam est-. A forma nunca será startar, nem ostartar ou ustartar, nem estarter ou estartir, nem printer ou printir, nem atacher ou atachir etc., etc., etc.
(Adaptado de Sírio Possenti, “A questão dos estrangeirismos”, em Carlos Alberto Faraco, Estrangeirismos: guerras em torno da língua. São Paulo: Parábola, 2001, p. 173-174.)
As alternativas abaixo reproduzem trechos de um fórum de discussão na Internet sobre um jogo eletrônico. Nessa discussão, um jogador queixa-se por não ter conseguido se conectar a uma partida e ter perdido pontos. Escolha a alternativa que contém um exemplo do processo de adaptação de verbos do inglês para o sistema verbal do português, como descreve Sírio Possenti.
(Adaptado de
http://forums.br.leagueoflegends.com/board/showthread.php?t=187120.
Acessado em 15/07/2017.)
Ironia ao natural
É natural,é bome quanto mais melhor,como os cogumelosvermelhos,as rãs azuisou o suco de serpente...É químico,processado,
é mau,
como a
aspirina,
um perfume
ou o plástico
da válvula
cardíaca
de um coração...
(João Paiva, quase poesia quase química. Sociedade Portuguesa de Química, 2012, p.15. Disponível em www.spq.pt/files/docs/boletim/poesia/quase-poesia-quasequimica-jpaiva2012.pdf.
Acessado em 06/07/2016.)
Nesse poema, há
Observe a tirinha abaixo.

Na língua portuguesa, a ordem dos algarismos de acordo
com o comentário do “5” seria
Observe a tirinha abaixo.
Na língua portuguesa, a ordem dos algarismos de acordo
com o comentário do “5” seria
“Uma peripécia, uma reviravolta nas circunstâncias, de
uma hora para outra transforma uma sequência rotineira de
acontecimentos numa história.”
(Jerome Bruner, Fabricando histórias. Direito, literatura, vida. São Paulo: Letra e
Voz, 2014, p.15.)
Levando-se em conta a noção acima proposta por Jerome
Bruner, qual é a peripécia que ocorre no terceiro ato da
peça Lisbela e o prisioneiro?
Sabe-se que Coração, cabeça e estômago é uma obra atípica
na produção ficcional de Camilo Castelo Branco. Em relação a
essa obra, assinale a alternativa em que todas as
características listadas são corretas.
“São Francisco botava o dedo nas feridas dos leprosos. Mas é
que ele era um santo, fazia milagres, e ela é simplesmente
Doralice Leitão Leiria, um ser humano como qualquer outro.”
(Érico Veríssimo, Caminhos cruzados. São Paulo: Companhia de Bolso, 2016, p.77.)
“ – Queres seguir a política? Então? Procura imitar Bismarck!
Haverá padrão melhor?”
(Idem, p. 290.)
Os fragmentos acima captam um dos traços principais de
Caminhos cruzados no que diz respeito à identidade narrativa
das personagens. Considerando o conjunto do romance, tal
traço consiste em uma
Essas duas cenas de ciúmes concluem dois textos
diferentes de Jorge de Lima. A primeira pertence ao
conhecido poema modernista “Essa negra Fulô”; a
segunda, ao poema “História”, de Poemas Negros (1947).
Em relação a “Essa negra Fulô”, o poema “História”,
especificamente, representa
No conto “Amor”, de Clarice Lispector, após ver um cego
mascando chicletes, a personagem passa por uma situação
que, segundo o narrador, ela própria chama de “crise”:
“O que chamava de crise viera afinal. E sua marca era o prazer
intenso com que olhava agora as coisas, sofrendo espantada.
O calor se tornara mais abafado, tudo tinha ganho uma força e
vozes mais altas.”
(Clarice Lispector, Laços de Família. Rio de Janeiro: Rocco, 2009, p.23.)
Essa crise, que transforma a relação da personagem com o
mundo e com a família,

Na tira acima, o autor retoma um célebre lema retirado do
Manifesto Comunista (1848), de Karl Marx e Friedrich
Engels: “Operários do mundo, uni-vos!”.
Considerando os sentidos produzidos pela tirinha, é correto
afirmar que nela se lê
Na tira acima, o autor retoma um célebre lema retirado do Manifesto Comunista (1848), de Karl Marx e Friedrich Engels: “Operários do mundo, uni-vos!”.
Considerando os sentidos produzidos pela tirinha, é correto
afirmar que nela se lê