Questõesde UNICAMP sobre Interpretação de Textos
Na opinião de Klaus R. Mecke, professor no Instituto de
Física Teórica da Universidade de Stuttgart, Alemanha, o
uso da linguagem da física na literatura obedeceria ao
seguinte propósito:
Uma função literária central da fórmula seria simbolizar a
violência. A fórmula torna-se metáfora para a violência,
para o calculismo desumano, para a morte e para a fria
mecânica - para o golpe de força. Recorde-se também O
Pêndulo de Foucault, de Umberto Eco, em que a fórmula
do pêndulo caracteriza o estrangulamento de um ser
humano. Passo a citar: “O período de oscilação, T, é
independente da massa do corpo suspenso (igualdade de
todos os homens perante Deus)...”. Também aqui a
fórmula constitui uma referência irônica à marginalização
do sujeito, reduzido à “massa inerte” suspensa.
(Adaptado de Klaus R. Mecke, A imagem da Física na Literatura. Gazeta de
Física, 2004, p. 6-7.)
Segundo Mecke, a função literária de algumas noções da
Física, presentes em determinados romances, expressa
"A noção de programa genético (...) desempenhou um
papel importante no lançamento do Projeto Genoma
Humano, fazendo com que se acreditasse que a decifração
de um genoma, à maneira de um livro com instruções de
um longo programa, permitiria decifrar ou compreender
toda a natureza humana ou, no mínimo, o essencial dos
mecanismos de ocorrência das doenças. Em suma, a
fisiopatologia poderia ser reduzida à genética, já que toda
doença seria reduzida a um ou diversos erros de
programação, isto é, à alteração de um ou diversos genes".
(Edgar Morin, A religação dos saberes: o desafio do século XXI. Jornadas
temáticas idealizadas e dirigidas por Edgar Morin. Rio de Janeiro: Bertrand
Brasil Ltda, 2012, p. 157.)
A expressão programa genético, mencionada no trecho
anterior, é
Sobre as representações históricas da morte no Ocidente,
Philippe Ariès e Alcir Pécora comentam:
“O moribundo está deitado, cercado por seus amigos e
familiares. Está prestes a executar os ritos que bem
conhecemos. (...) Seres sobrenaturais invadiram o quarto e se
comprimem na cabeceira do ‘jacente’. A grande reunião que
nos séculos XII e XIII tinha lugar no final dos tempos se faz,
então, a partir do século XV, no quarto do enfermo.”
(Philippe Ariès, História da morte no Ocidente: da Idade Média aos nossos dias.
Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2012, p. 53.)
“(...) essa espécie de arte de morrer de Vieira se opõe à
tradição das artes moriendi fundadas na preparação para a
‘última prova’ que acontece apenas no quarto do moribundo.
Não é mais lá que se decide a salvação ou a condenação do
cristão, mas no exato momento de suas escolhas e ações ao
longo da vida, vale dizer, na resolução adequada a ser tomada
hic et nunc (aqui e agora).”
(Alcir Pécora, A arte de morrer, segundo Vieira, em Antonio Vieira, Sermões de
quarta-feira de cinza. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2016. p.51.)
Com base nos excertos anteriores e na leitura dos três
Sermões de Quarta-feira de Cinza, assinale a alternativa
correta.
“...Nas ruas e casas comerciais já se vê as faixas indicando
os nomes dos futuros deputados. Alguns nomes já são
conhecidos. São reincidentes que já foram preteridos nas
urnas. Mas o povo não está interessado nas eleições, que
é o cavalo de Troia que aparece de quatro em quatro
anos.”
(Carolina Maria de Jesus, Quarto de despejo. São Paulo: Ática, 2014, p. 43.)
O trecho anterior faz parte das considerações políticas que
aparecem repetidamente em Quarto de despejo, de
Carolina Maria de Jesus. Considerando o conjunto dessas
observações, indique a alternativa que resume de modo
adequado a posição da autora sobre a lógica política das
eleições.
(...)
Eu tenho uma ideia.
Eu não tenho a menor ideia.
Uma frase em cada linha. Um golpe de exercício.
Memórias de Copacabana. Santa Clara às três da tarde.
Autobiografia. Não, biografia.
Mulher.
Papai Noel e os marcianos.
Billy the Kid versus Drácula.
Drácula versus Billy the Kid.
Muito sentimental.
Agora pouco sentimental.
Pensa no seu amor de hoje que sempre dura menos que o
seu]
amor de ontem.
Gertrude: estas são ideias bem comuns.
Apresenta a jazz-band.
Não, toca blues com ela.
Esta é a minha vida.
Atravessa a ponte.
(...)
(Ana Cristina Cesar, A teus pés. São Paulo: Companhia das Letras, 2016, p. 9.)
Esse trecho do poema de abertura de A teus pés, de Ana
Cristina Cesar,
Para driblar a censura imposta pela ditadura militar,
compositores de música popular brasileira (MPB) valiam-se
do que Gilberto Vasconcelos chamou de “linguagem da
fresta”, expressão inspirada na canção “Festa imodesta”,
de Caetano Veloso.
(...)
Numa festa imodesta como esta
Vamos homenagear
Todo aquele que nos empresta sua testa
Construindo coisas pra se cantar
Tudo aquilo que o malandro pronuncia
E que o otário silencia
Toda festa que se dá ou não se dá
Passa pela fresta da cesta e resta a vida.
Acima do coração que sofre com razão
A razão que volta do coração
E acima da razão a rima
E acima da rima a nota da canção
Bemol natural sustenida no ar
Viva aquele que se presta a esta ocupação
Salve o compositor popular
(Gilberto de Vasconcelos, Música popular: de olho na fresta. Rio de Janeiro:
Graal, 1977.)
É correto afirmar que, na canção, essa “linguagem da
fresta” transparece
Alguns pesquisadores falam sobre a necessidade de um
“letramento racial”, para “reeducar o indivíduo em uma
perspectiva antirracista”, baseado em fundamentos como o
reconhecimento de privilégios, do racismo como um
problema social atual, não apenas legado histórico, e a
capacidade de interpretar as práticas racializadas. Ouvir é
sempre a primeira orientação dada por qualquer
especialista ou ativista: uma escuta atenta, sincera e
empática. Luciana Alves, educadora da Unifesp, afirma que
"Uma das principais coisas é atenção à linguagem. A gente
tem uma linguagem sexista, racista, homofóbica, que
passa pelas piadas e pelo uso de termos que a gente já
naturalizou. ‘A coisa tá preta’, ‘denegrir’, ‘serviço de preto’...
Só o fato de você prestar atenção na linguagem já anuncia
uma postura de reconstrução. Se o outro diz que tem uma
carga negativa e ofensiva, acredite”.
(Adaptado de Gente branca: o que os brancos de um país racista podem fazer
pela igualdade além de não serem racistas. UOL, 21/05/2018)
Segundo Luciana Alves, para combater o racismo e mudar
de postura em relação a ele, é fundamental
Uma página do Facebook faz humor com montagens que
combinam capas de livros já publicados e memes que
circulam nas redes sociais. Uma dessas postagens envolve
a obra de Henry Thoreau, para quem a desobediência civil
é uma forma de protesto legítima contra leis ou atos
governamentais considerados injustos pelo cidadão e que
ponham em risco a democracia.

(Fonte: Página de Facebook Obras Literárias com capas de memes
genuinamente brasileiros.)
O efeito de humor aqui se deve ao fato de que a montagem

Leia o texto a seguir, publicado no Instagram e em um livro
do @akapoeta João Doederlein.

(João Doederlein, O livro dos ressignificados. São Paulo: Paralela, 2017, p. 17.)
A ressignificação de estrela ocorre porque o verbete
apresenta

Na década de 1950, quando iniciava seu governo,
Juscelino Kubitschek prometeu “50 anos em 5”. Na
campanha do atual governo o slogan ficou assim: “O Brasil
voltou, 20 anos em dois”. A ‘tradução’ não tinha como dar
certo; era como comparar vinho com água. E mais: havia
uma vírgula no meio do caminho. Na propaganda, apenas
uma vírgula impede que a leitura, ao invés de ser positiva e
associada ao progressismo de Juscelino, se transforme
numa mensagem de retrocesso: o Brasil de fato ‘voltou’
muito nesses últimos dois anos; para trás.
(Adaptado de Lilia Schwarcz, Havia uma vírgula no meio do caminho. Nexo
Jornal, 21/05/2018.)
Considerando o gênero propaganda institucional e o
paralelo histórico traçado pela autora, é correto afirmar que
o slogan do atual governo fracassou porque
Há dois tipos de palavras: as proparoxítonas e o resto.
As proparoxítonas são o ápice da cadeia alimentar do
léxico.
As palavras mais pernósticas são sempre proparoxítonas.
Para pronunciá-las, há que ter ânimo, falar com ímpeto - e,
despóticas, ainda exigem acento na sílaba tônica!
Sob qualquer ângulo, a proparoxítona tem mais crédito.
É inequívoca a diferença entre o arruaceiro e o vândalo.
Uma coisa é estar na ponta – outra, no vértice.
Ser artesão não é nada, perto de ser artífice.
Legal ser eleito Papa, mas bom mesmo é ser Pontífice.
(Adaptado de Eduardo Affonso, “Há dois tipos de palavras: as proparoxítonas e
o resto”. Disponível em www.facebook.com/eduardo22affonso/.)
Segundo o texto, as proparoxítonas são palavras que

(Disponível em https://www.facebook.com/SeboItinerante/photos/. Acessado em
28/05/2018.)
“Acho que só devemos ler a espécie de livros que nos
ferem e trespassam. Um livro tem que ser como um
machado para quebrar o mar de gelo do bom senso e do
senso comum."
(Adaptado de “Franz Kafka, carta a Oscar Pollak, 1904.” Disponível em
https://laboratoriode sensibilidades.wordpress.com. Acessado em 28/05/2018.)
Assinale o excerto que confirma os dois textos anteriores.
(Disponível em https://www.facebook.com/SeboItinerante/photos/. Acessado em 28/05/2018.)
“Acho que só devemos ler a espécie de livros que nos ferem e trespassam. Um livro tem que ser como um machado para quebrar o mar de gelo do bom senso e do senso comum."
(Adaptado de “Franz Kafka, carta a Oscar Pollak, 1904.” Disponível em https://laboratoriode sensibilidades.wordpress.com. Acessado em 28/05/2018.)
Assinale o excerto que confirma os dois textos anteriores.
Transforma-se o amador na coisa amada,
Por virtude do muito imaginar;
Não tenho, logo, mais que desejar,
Pois em mim tenho a parte desejada.
Se nela está minha alma transformada,
Que mais deseja o corpo de alcançar?
Em si somente pode descansar,
Pois com ele tal alma está liada.
Mas esta linda e pura semideia,
Que, como o acidente em seu sujeito,
Assim como a alma minha se conforma,
Está no pensamento como ideia;
E o vivo e puro amor de que sou feito,
Como a matéria simples busca a forma.
(Luís de Camões, Lírica: redondilhas e sonetos, Rio de Janeiro:
Ediouro / São Paulo: Publifolha, 1997, p. 85.)
Um dos aspectos mais importantes da lírica de Camões é a
retomada renascentista de ideias do filósofo grego Platão.
Considerando o soneto citado, pode-se dizer que o
chamado “neoplatonismo” camoniano
Transforma-se o amador na coisa amada,
Por virtude do muito imaginar;
Não tenho, logo, mais que desejar,
Pois em mim tenho a parte desejada.
Se nela está minha alma transformada,
Que mais deseja o corpo de alcançar?
Em si somente pode descansar,
Pois com ele tal alma está liada.
Mas esta linda e pura semideia,
Que, como o acidente em seu sujeito,
Assim como a alma minha se conforma,
Está no pensamento como ideia;
E o vivo e puro amor de que sou feito,
Como a matéria simples busca a forma.
(Luís de Camões, Lírica: redondilhas e sonetos, Rio de Janeiro: Ediouro / São Paulo: Publifolha, 1997, p. 85.)
Um dos aspectos mais importantes da lírica de Camões é a
retomada renascentista de ideias do filósofo grego Platão.
Considerando o soneto citado, pode-se dizer que o
chamado “neoplatonismo” camoniano
“ODORICO
Eu sei. É um movimento subversivo procurando me intrigar
com a opinião pública e criar problemas à minha
administração. Sei, sim. É uma conspiração. Eles não queriam
o cemitério. Desde o princípio foram contra. E agora que o
cemitério está pronto caem de pau em cima de mim, me
chamam de demagogo, de tudo..”
(...)
“ODORICO
Pois eu quero que depois o senhor soletre esta gazeta de
ponta a ponta. Neco Pedreira o senhor conhece?
ZECA
Conheço não sinhô.
ODORICO
É o dono do jornal. Elemento perigoso. Sua primeira missão
como delegado é dar uma batida na redação dessa gazeta
subversiva e sacudir a marreta em nome da lei e da
democracia...”
(Dias Gomes, O bem amado. 12.ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil,
2014, p. 40 e 68.)
A peça de Dias Gomes é uma crítica a um momento
histórico e político da sociedade brasileira. Odorico
Paraguassu tornou-se um personagem emblemático desse
período porque por meio dele
“ODORICO
Eu sei. É um movimento subversivo procurando me intrigar com a opinião pública e criar problemas à minha administração. Sei, sim. É uma conspiração. Eles não queriam o cemitério. Desde o princípio foram contra. E agora que o cemitério está pronto caem de pau em cima de mim, me chamam de demagogo, de tudo..”
(...)
“ODORICO
Pois eu quero que depois o senhor soletre esta gazeta de ponta a ponta. Neco Pedreira o senhor conhece?
ZECA
Conheço não sinhô.
ODORICO
É o dono do jornal. Elemento perigoso. Sua primeira missão como delegado é dar uma batida na redação dessa gazeta subversiva e sacudir a marreta em nome da lei e da democracia...”
(Dias Gomes, O bem amado. 12.ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2014, p. 40 e 68.)
A peça de Dias Gomes é uma crítica a um momento
histórico e político da sociedade brasileira. Odorico
Paraguassu tornou-se um personagem emblemático desse
período porque por meio dele
O poema abaixo é de autoria do poeta Augusto de
Campos, integrante do movimento concretista.

Nesse poema, nota-se uma técnica de composição que
consiste
O poema abaixo é de autoria do poeta Augusto de Campos, integrante do movimento concretista.
Nesse poema, nota-se uma técnica de composição que
consiste
Durante dois anos o cortiço prosperou de dia para dia,
ganhando forças, socando-se de gente. E ao lado o Miranda
assustava-se, inquieto com aquela exuberância brutal de vida,
aterrado defronte daquela floresta implacável que lhe crescia
junto da casa (...).
À noite e aos domingos ainda mais recrudescia o seu
azedume, quando ele, recolhendo-se fatigado do serviço,
deixava-se ficar estendido numa preguiçosa, junto à mesa da
sala de jantar e ouvia, a contragosto, o grosseiro rumor que
vinha da estalagem numa exalação forte de animais
cansados. Não podia chegar à janela sem receber no rosto
aquele bafo, quente e sensual, que o embebedava com o seu
fartum de bestas no coito.
(Aluísio de Azevedo, O cortiço. 14. ed. São Paulo: Ática, 1983, p. 22.)
Levando em conta o excerto, bem como o texto integral do
romance, é correto afirmar que
Durante dois anos o cortiço prosperou de dia para dia, ganhando forças, socando-se de gente. E ao lado o Miranda assustava-se, inquieto com aquela exuberância brutal de vida, aterrado defronte daquela floresta implacável que lhe crescia junto da casa (...).
À noite e aos domingos ainda mais recrudescia o seu azedume, quando ele, recolhendo-se fatigado do serviço, deixava-se ficar estendido numa preguiçosa, junto à mesa da sala de jantar e ouvia, a contragosto, o grosseiro rumor que vinha da estalagem numa exalação forte de animais cansados. Não podia chegar à janela sem receber no rosto aquele bafo, quente e sensual, que o embebedava com o seu fartum de bestas no coito.
(Aluísio de Azevedo, O cortiço. 14. ed. São Paulo: Ática, 1983, p. 22.)
Levando em conta o excerto, bem como o texto integral do
romance, é correto afirmar que
Leia abaixo duas passagens do poema “Olá! Negro”, de
Jorge de Lima.
“A raça que te enforca, enforca-se de tédio, negro!
E és tu que a alegras ainda com os teus jazzes.
Com os teus songs, com os teus lundus!”
(...)
“Não basta iluminares hoje as noites dos brancos com teus
jazzes.
Olá, Negro! O dia está nascendo!
O dia está nascendo ou será a tua gargalhada que vem
vindo?”
(Jorge de Lima, Poesias completas. v. I, Rio de Janeiro / Brasília: J.
Aguilar / INL, 1974, p.180-181.)
Considerando o livro Poemas negros como um todo e a
poética de Jorge de Lima, é correto afirmar que o último
verso citado
Leia abaixo duas passagens do poema “Olá! Negro”, de Jorge de Lima.
“A raça que te enforca, enforca-se de tédio, negro!
E és tu que a alegras ainda com os teus jazzes.
Com os teus songs, com os teus lundus!”
(...)
“Não basta iluminares hoje as noites dos brancos com teus jazzes.
Olá, Negro! O dia está nascendo!
O dia está nascendo ou será a tua gargalhada que vem vindo?”
(Jorge de Lima, Poesias completas. v. I, Rio de Janeiro / Brasília: J. Aguilar / INL, 1974, p.180-181.)
Considerando o livro Poemas negros como um todo e a poética de Jorge de Lima, é correto afirmar que o último verso citado
A fim de dar exemplos de sua teoria da “alma exterior”, o
narrador-personagem do conto “O espelho”, de Machado
de Assis, refere-se a uma senhora conhecida sua “que
muda de alma exterior cinco, seis vezes por ano”.
E, questionado sobre a identidade dessa mulher, afirma:
“Essa senhora é parenta do diabo, e tem o mesmo nome:
chama-se Legião...” Considerando o contexto dessa frase
no conto, pode-se dizer que ela constitui
A fim de dar exemplos de sua teoria da “alma exterior”, o narrador-personagem do conto “O espelho”, de Machado de Assis, refere-se a uma senhora conhecida sua “que muda de alma exterior cinco, seis vezes por ano”.
E, questionado sobre a identidade dessa mulher, afirma: “Essa senhora é parenta do diabo, e tem o mesmo nome: chama-se Legião...” Considerando o contexto dessa frase no conto, pode-se dizer que ela constitui
“Sapo não pula por boniteza, mas porém por percisão.”
(“Provérbio capiau” citado em epígrafe no conto “A hora e a
vez de Augusto Matraga”, em João Guimarães Rosa,
Sagarana. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2015, p.287.)
Elementos textuais que antecedem a narrativa como, por
exemplo, o provérbio citado, funcionam, em alguns
autores, como pista para se entender o sentido das ações
ficcionais. No excerto acima, as ideias de beleza e
necessidade são contrapostas com vistas à produção de
um sentido de ordem moral. Considerando-se a jornada
heroica de Augusto Matraga, é correto afirmar que a
narrativa
“Sapo não pula por boniteza, mas porém por percisão.”
(“Provérbio capiau” citado em epígrafe no conto “A hora e a vez de Augusto Matraga”, em João Guimarães Rosa, Sagarana. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2015, p.287.)
Elementos textuais que antecedem a narrativa como, por
exemplo, o provérbio citado, funcionam, em alguns
autores, como pista para se entender o sentido das ações
ficcionais. No excerto acima, as ideias de beleza e
necessidade são contrapostas com vistas à produção de
um sentido de ordem moral. Considerando-se a jornada
heroica de Augusto Matraga, é correto afirmar que a
narrativa