Questõesde UEG sobre Interpretação de Textos

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Foram encontradas 110 questões
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UEG 2015 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Tanto a letra da canção quanto a pintura são paradoxais porque expressam

Leia a letra da canção e observe a pintura a seguir para responder à questão.

Metamorfose ambulante

Prefiro ser essa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo
Quero dizer agora o oposto do que eu disse antes
Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo
Sobre o que é o amor
Sobre o que eu nem sei quem sou

Se hoje eu sou estrela amanhã já se apagou
Se hoje eu lhe odeio amanhã lhe tenho amor
Lhe tenho amor
Lhe tenho horror
Lhe faço amor
Eu sou um ator

É chato chegar a um objetivo num instante
Quero viver nessa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo

Vou desdizer aquilo tudo que eu lhe disse antes
Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo

Vivi a viver a vida no segundo e no instante
Prefiro ser essa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo

SEIXAS, Raul. Metamorfose ambulante. Disponível em: <https://www.letras.com.br/#!raul-seixas/metamorfose-ambulante>.  Acesso em: 02 set. 2015.


A
exagero expressivo
B
aspecto satírico
C
ideias contrastantes
D
formas abstratas
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UEG 2015 - Português - Interpretação de Textos, Homonímia, Paronímia, Sinonímia e Antonímia, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto



Tradicionalmente são consideradas antônimas palavras cujos significados estão em oposição entre si. Considerando-se isso, verifica-se no poema “Conjugação”, de Affonso Romano de Sant’Anna, que

A
o fato de usar versos curtos, com apenas duas ou três palavras, dificulta a compreensão das oposições lexicais e enfraquece a estética do poema.
B
as oposições de sentido são apresentadas de forma dicotômica no poema, já que as oposições ocorrem apenas em agrupamentos bipolares.
C
as palavras apresentam oposição de sentido de vários modos distintos, de acordo com o texto em que ocorrem e com seu contexto de uso.
D
o uso de três verbos diferentes em cada estrofe do poema tem como meta semântica a construção de um significado econômico.
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UEG 2015 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Tendo por base a comparação entre o poema e a pintura apresentados, verifica-se que

Leia o poema e observe a pintura a seguir para responder à questão.


                                                      Destes penhascos fez a natureza

                                                      O berço, em que nasci: oh quem cuidara,

                                                      Que entre pedras tão duras se criara

                                                      Uma alma terna, um peito sem dureza!


                                                      Amor, que vence os tigres, por empresa

                                                      Tomou logo render-me ele declara

                                                      Centra o meu coração guerra tão rara,

                                                      Que não me foi bastante a fortaleza


                                                      Por mais que eu mesmo conhecesse o dano,

                                                      A que dava ocasião minha brandura,

                                                      Nunca pude fugir ao cego engano:


                                                      Vós, que ostentais a condição mais dura,

                                                      Temei, penhas, temei; que Amor tirano,

                                                      Onde há mais resistência mais se apura


COSTA, Claudio Manuel da. Soneto XCVIII. Disponível em: <http://www.bibvirt.futuro.usp.br>.  Acesso em: 26 ago. 2015



CARAVAGGIO, Michelangelo. Conversão de São Paulo – 1600-1601. Óleo sobre tela. Disponível em: <galleryhip.com>.  Acesso em: 26 ago. 2015.

A
o poema alude a questões de ordem social e política, ao passo que a pintura faz referência a aspectos de teor material.
B
a pintura representa uma cena de teor espiritual, ao passo que o poema retrata elementos concretos de uma paisagem pedregosa.
C
a pintura cristaliza um momento de louvor à força humana, ao passo que o poema discute questões atinentes à covardia do homem.
D
o poema sugere uma correspondência entre dureza da paisagem e dureza da alma, ao passo que a pintura metaforiza questões mitológicas.
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UEG 2015 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

A tese central do texto repousa sobre um paradoxo, que consiste no seguinte:

Leia o texto a seguir para responder à questão.



A
se por um lado as pessoas são efetivamente iguais em direitos e deveres, característica das democracias liberais, por outro são estimuladas a entender o que isso de fato significa e a buscar meios eficazes para exercer a liberdade de pensamento e de ação.
B
existe nas democracias liberais um discurso de valorização e promoção da liberdade, segundo o qual se pode fazer tudo que se quer, mas na verdade as pessoas são conduzidas a fazer parte de um rebanho, que consente em querer o que lhe dizem que deve querer.
C
as democracias liberais visam à promoção efetiva da liberdade individual, por meio da conscientização das pessoas quanto aos modos de existência pessoal, e ao mesmo tempo estimulam os indivíduos a viverem de modo mais altruísta e menos egoísta.
D
a sociedade atual se caracteriza pela valorização da consciência individual e pela busca da liberdade, ao mesmo tempo em que o indivíduo é estimulado a não aceitar que lhe digam o que deve pensar ou fazer, já que isso fere sua liberdade individual.
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UEG 2015 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Em relação à letra da música, a pintura retrata uma cena

Leia a letra da canção e observe a pintura a seguir para responder à questão.

Metamorfose ambulante

Prefiro ser essa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo
Quero dizer agora o oposto do que eu disse antes
Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo
Sobre o que é o amor
Sobre o que eu nem sei quem sou

Se hoje eu sou estrela amanhã já se apagou
Se hoje eu lhe odeio amanhã lhe tenho amor
Lhe tenho amor
Lhe tenho horror
Lhe faço amor
Eu sou um ator

É chato chegar a um objetivo num instante
Quero viver nessa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo

Vou desdizer aquilo tudo que eu lhe disse antes
Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo

Vivi a viver a vida no segundo e no instante
Prefiro ser essa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo

SEIXAS, Raul. Metamorfose ambulante. Disponível em: <https://www.letras.com.br/#!raul-seixas/metamorfose-ambulante>.  Acesso em: 02 set. 2015.


A
discrepante, na medida em que faz referência ao caráter estável de tudo quanto existe.
B
complementar, na medida em que corrobora a noção de que o ser humano é decidido e linear.
C
discrepante, na medida em que o trabalho com luzes e sombras simboliza a imutabilidade da alma humana.
D
complementar, na medida em que alude, por meio de jogos de luz, à passagem do tempo, que tudo transforma.
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UEG 2015 - Português - Interpretação de Textos, Uso das aspas, Pontuação, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

No texto, as palavras “rebanho” e “livremente” são colocadas entre aspas com o objetivo de

Leia o texto a seguir para responder à questão.



A
marcar sua inadequação semântica.
B
destacar seus significados equivalentes.
C
enfatizar seu uso metafórico e aproximado.
D
restringir sua interpretação ao sentido literal.
81ca0213-f8
UEG 2017 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

O poema apresenta uma linguagem permeada de aliterações e assonâncias, o que lhe confere mais musicalidade, ao passo que a pintura apresenta traços de uma estética


FRANCO, Siron. O aliado (1978), Óleo sobre tela. Disponível em:

<http://enciclopedia.itaucultural.org.br/obra12757/o-aliado>.

Acesso em: 24 ago. 2017. 



Um galo sozinho não tece uma manhã:

 ele precisará sempre de outros galos.   

De um que apanhe esse grito que ele  

e o lance a outro; de um outro galo      

 que apanhe o grito de um galo antes    

 e o lance a outro; e de outros galos      

  que com muitos outros galos se cruzem

os fios de sol de seus gritos de galo,    

     para que a manhã, desde uma teia tênue,

se vá tecendo, entre todos os galos.    


E se encorpando em tela, entre todos,

  se erguendo tenda, onde entrem todos,

se entretendendo para todos, no toldo

 (a manhã) que plana livre de armação.

 A manhã, toldo de um tecido tão aéreo

que, tecido, se eleva por si: luz balão.


MELO NETO, João Cabral de. Tecendo a manhã. Disponível em:

<http://www.jornaldepoesia.jor.br/joao02.html>. Acesso em: 24 ago.

2017. 

A
fauvista
B
dadaísta
C
expressionista
D
impressionista
E
cubista
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UEG 2017 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

No enunciado “É sobre tais alicerces que se edifica o discurso da escassez, afinal descoberta pelas massas”, a parte “afinal descoberta pelas massas” estabelece o seguinte pressuposto:

O mundo como pode ser: uma outra globalização


    Podemos pensar na construção de um outro mundo a partir de uma globalização mais humana. As bases materiais do período atual são, entre outras, a unicidade da técnica, a convergência dos momentos e o conhecimento do planeta. É nessas bases técnicas que o grande capital se apoia para construir uma globalização perversa. Mas essas mesmas bases técnicas poderão servir a outros objetivos, se forem postas a serviço de outros fundamentos sociais e políticos. Parece que as condições históricas do fim do século XX apontavam para esta última possibilidade. Tais novas condições tanto se dão no plano empírico quanto no plano teórico.

    Considerando o que atualmente se verifica no plano empírico, podemos, em primeiro lugar, reconhecer um certo número de fatos novos indicativos da emergência de uma nova história. O primeiro desses fenômenos é a enorme mistura de povos, raças, culturas, gostos, em todos os continentes. A isso se acrescente, graças ao progresso da informação, a “mistura” de filosofia, em detrimento do racionalismo europeu. Um outro dado de nossa era, indicativo da possibilidade de mudanças, é a produção de uma população aglomerada em áreas cada vez menores, o que permite um ainda maior dinamismo àquela mistura entre pessoas e filosofias. As massas, de que falava Ortega y Gasset na primeira metade do século (A rebelião das massas, 1937), ganham uma nova qualidade em virtude de sua aglomeração exponencial e de sua diversificação. Trata-se da existência de uma verdadeira sociodiversidade, historicamente muito mais significativa que a própria biodiversidade. Junte-se a esses fatos a emergência de uma cultura popular que se serve dos meios técnicos antes exclusivos da cultura de massas, permitindo-lhe exercer sobre esta última uma verdadeira revanche ou vingança.

    É sobre tais alicerces que se edifica o discurso da escassez, afinal descoberta pelas massas. A população, aglomerada em poucos pontos da superfície da Terra, constitui uma das bases de reconstrução e de sobrevivência das relações locais, abrindo a possiblidade de utilização, ao serviço dos homens, do sistema técnico atual.

    No plano teórico, o que verificamos é a possiblidade de produção de um novo discurso, de uma nova metanarrativa, um grande relato. Esse novo discurso ganha relevância pelo fato de que, pela primeira vez na história do homem, se pode constatar a existência de uma universalidade empírica. A universalidade deixa de ser apenas uma elaboração abstrata na mente dos filósofos para resultar da experiência ordinária de cada pessoa. De tal modo, em mundo datado como o nosso, a explicação do acontecer pode ser feita a partir de categorias de uma história concreta. É isso, também, que permite conhecer as possiblidade existentes e escrever uma nova história.

SANTOS, Milton. Por uma outra globalização. 13. ed. São Paulo: Record, 2006. p. 20-21. (Adaptado).

A
a escassez é um discurso baseado em teorias.
B
as massas descobriram a existência da escassez.
C
a escassez já existia antes de as massas a descobrirem.
D
as massas eram proibidas de conhecer o discurso da escassez.
E
o discurso da escassez existe desde o começo da globalização.
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UEG 2017 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

A leitura, tanto da imagem quanto do poema apresentados, metaforiza o caráter

Observe a imagem e leia o poema a seguir para responder à questão.


YAYOKI KUSAMA. Dots obsession (Obsessão dos pontos – tradução livre). 1998

Instalação – 600 X 600 X300 cm Fonte: COUTURIER, Élisabeth. Art contemporain.

Le guide. Paris: Flamarion, s.d. p.60.



PEREIRA, C. Disponível em:

<http://1.bp.blogspot.com/_p6aURW6N4ik/Ssvzu47gU7I/AAAAAAAAACE/6

8mw5hykZTM/s320/POEMA03.jpg>. Acesso em: 23 ago. 2017.

A
efêmero das paixões humanas.
B
linear de tudo que compõe a vida.
C
duradouro das coisas e da vida.
D
recorrente da existência humana.
E
moroso dos entusiasmos existenciais.
81c0a79e-f8
UEG 2017 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

A imagem possui elementos visuais que dialogam com o poema por apresentarem aspectos constitutivos com formato de

Observe a imagem e leia o poema a seguir para responder à questão.


YAYOKI KUSAMA. Dots obsession (Obsessão dos pontos – tradução livre). 1998

Instalação – 600 X 600 X300 cm Fonte: COUTURIER, Élisabeth. Art contemporain.

Le guide. Paris: Flamarion, s.d. p.60.



PEREIRA, C. Disponível em:

<http://1.bp.blogspot.com/_p6aURW6N4ik/Ssvzu47gU7I/AAAAAAAAACE/6

8mw5hykZTM/s320/POEMA03.jpg>. Acesso em: 23 ago. 2017.

A
círculos
B
linhas
C
losangos
D
quadriláteros
E
retângulos
81b24171-f8
UEG 2017 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Considere o seguinte recorte:


“As massas, de que falava Ortega y Gasset na primeira metade do século (A rebelião das massas, 1937), ganham uma nova qualidade em virtude de sua aglomeração exponencial e de sua diversificação”.


O discurso do outro é apresentado nesse trecho por meio de uma

O mundo como pode ser: uma outra globalização


    Podemos pensar na construção de um outro mundo a partir de uma globalização mais humana. As bases materiais do período atual são, entre outras, a unicidade da técnica, a convergência dos momentos e o conhecimento do planeta. É nessas bases técnicas que o grande capital se apoia para construir uma globalização perversa. Mas essas mesmas bases técnicas poderão servir a outros objetivos, se forem postas a serviço de outros fundamentos sociais e políticos. Parece que as condições históricas do fim do século XX apontavam para esta última possibilidade. Tais novas condições tanto se dão no plano empírico quanto no plano teórico.

    Considerando o que atualmente se verifica no plano empírico, podemos, em primeiro lugar, reconhecer um certo número de fatos novos indicativos da emergência de uma nova história. O primeiro desses fenômenos é a enorme mistura de povos, raças, culturas, gostos, em todos os continentes. A isso se acrescente, graças ao progresso da informação, a “mistura” de filosofia, em detrimento do racionalismo europeu. Um outro dado de nossa era, indicativo da possibilidade de mudanças, é a produção de uma população aglomerada em áreas cada vez menores, o que permite um ainda maior dinamismo àquela mistura entre pessoas e filosofias. As massas, de que falava Ortega y Gasset na primeira metade do século (A rebelião das massas, 1937), ganham uma nova qualidade em virtude de sua aglomeração exponencial e de sua diversificação. Trata-se da existência de uma verdadeira sociodiversidade, historicamente muito mais significativa que a própria biodiversidade. Junte-se a esses fatos a emergência de uma cultura popular que se serve dos meios técnicos antes exclusivos da cultura de massas, permitindo-lhe exercer sobre esta última uma verdadeira revanche ou vingança.

    É sobre tais alicerces que se edifica o discurso da escassez, afinal descoberta pelas massas. A população, aglomerada em poucos pontos da superfície da Terra, constitui uma das bases de reconstrução e de sobrevivência das relações locais, abrindo a possiblidade de utilização, ao serviço dos homens, do sistema técnico atual.

    No plano teórico, o que verificamos é a possiblidade de produção de um novo discurso, de uma nova metanarrativa, um grande relato. Esse novo discurso ganha relevância pelo fato de que, pela primeira vez na história do homem, se pode constatar a existência de uma universalidade empírica. A universalidade deixa de ser apenas uma elaboração abstrata na mente dos filósofos para resultar da experiência ordinária de cada pessoa. De tal modo, em mundo datado como o nosso, a explicação do acontecer pode ser feita a partir de categorias de uma história concreta. É isso, também, que permite conhecer as possiblidade existentes e escrever uma nova história.

SANTOS, Milton. Por uma outra globalização. 13. ed. São Paulo: Record, 2006. p. 20-21. (Adaptado).

A
cópia
B
alusão
C
paródia
D
implicação
E
representação
81ac3275-f8
UEG 2017 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

O segundo parágrafo é construído a partir da enumeração de uma série de fatos sociais que, segundo o autor, indicam possibilidade de emergência de uma nova história. Esses fatos são:

O mundo como pode ser: uma outra globalização


    Podemos pensar na construção de um outro mundo a partir de uma globalização mais humana. As bases materiais do período atual são, entre outras, a unicidade da técnica, a convergência dos momentos e o conhecimento do planeta. É nessas bases técnicas que o grande capital se apoia para construir uma globalização perversa. Mas essas mesmas bases técnicas poderão servir a outros objetivos, se forem postas a serviço de outros fundamentos sociais e políticos. Parece que as condições históricas do fim do século XX apontavam para esta última possibilidade. Tais novas condições tanto se dão no plano empírico quanto no plano teórico.

    Considerando o que atualmente se verifica no plano empírico, podemos, em primeiro lugar, reconhecer um certo número de fatos novos indicativos da emergência de uma nova história. O primeiro desses fenômenos é a enorme mistura de povos, raças, culturas, gostos, em todos os continentes. A isso se acrescente, graças ao progresso da informação, a “mistura” de filosofia, em detrimento do racionalismo europeu. Um outro dado de nossa era, indicativo da possibilidade de mudanças, é a produção de uma população aglomerada em áreas cada vez menores, o que permite um ainda maior dinamismo àquela mistura entre pessoas e filosofias. As massas, de que falava Ortega y Gasset na primeira metade do século (A rebelião das massas, 1937), ganham uma nova qualidade em virtude de sua aglomeração exponencial e de sua diversificação. Trata-se da existência de uma verdadeira sociodiversidade, historicamente muito mais significativa que a própria biodiversidade. Junte-se a esses fatos a emergência de uma cultura popular que se serve dos meios técnicos antes exclusivos da cultura de massas, permitindo-lhe exercer sobre esta última uma verdadeira revanche ou vingança.

    É sobre tais alicerces que se edifica o discurso da escassez, afinal descoberta pelas massas. A população, aglomerada em poucos pontos da superfície da Terra, constitui uma das bases de reconstrução e de sobrevivência das relações locais, abrindo a possiblidade de utilização, ao serviço dos homens, do sistema técnico atual.

    No plano teórico, o que verificamos é a possiblidade de produção de um novo discurso, de uma nova metanarrativa, um grande relato. Esse novo discurso ganha relevância pelo fato de que, pela primeira vez na história do homem, se pode constatar a existência de uma universalidade empírica. A universalidade deixa de ser apenas uma elaboração abstrata na mente dos filósofos para resultar da experiência ordinária de cada pessoa. De tal modo, em mundo datado como o nosso, a explicação do acontecer pode ser feita a partir de categorias de uma história concreta. É isso, também, que permite conhecer as possiblidade existentes e escrever uma nova história.

SANTOS, Milton. Por uma outra globalização. 13. ed. São Paulo: Record, 2006. p. 20-21. (Adaptado).

A
racionalismo filosófico; globalização socioeconômica; popularização da tecnologia; recrudescimento das políticas e práticas nacionalistas e xenófobas.
B
precarização da vida urbana como consequência da alta demografia; retração e baixa qualidade dos serviços públicos essenciais; miscigenação étnica.
C
aumento dos fluxos migratórios; diversificação de teorias filosóficas na educação básica; empobrecimento contínuo das periferias urbanas; cultura do consumo.
D
convergência das mídias; expansão do uso das redes sociais na vida cotidiana; segregação dos espaços urbanos por meio da expansão dos condomínios; elitismo político.
E
hibridismo étnico-cultural; mescla filosófica; concentração e diversificação demográfica em pequenos espaços urbanos; apropriação das tecnologias por parte da cultura popular.
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UEG 2017 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

O processo argumentativo do texto é construído a partir do seguinte procedimento:

O mundo como pode ser: uma outra globalização


    Podemos pensar na construção de um outro mundo a partir de uma globalização mais humana. As bases materiais do período atual são, entre outras, a unicidade da técnica, a convergência dos momentos e o conhecimento do planeta. É nessas bases técnicas que o grande capital se apoia para construir uma globalização perversa. Mas essas mesmas bases técnicas poderão servir a outros objetivos, se forem postas a serviço de outros fundamentos sociais e políticos. Parece que as condições históricas do fim do século XX apontavam para esta última possibilidade. Tais novas condições tanto se dão no plano empírico quanto no plano teórico.

    Considerando o que atualmente se verifica no plano empírico, podemos, em primeiro lugar, reconhecer um certo número de fatos novos indicativos da emergência de uma nova história. O primeiro desses fenômenos é a enorme mistura de povos, raças, culturas, gostos, em todos os continentes. A isso se acrescente, graças ao progresso da informação, a “mistura” de filosofia, em detrimento do racionalismo europeu. Um outro dado de nossa era, indicativo da possibilidade de mudanças, é a produção de uma população aglomerada em áreas cada vez menores, o que permite um ainda maior dinamismo àquela mistura entre pessoas e filosofias. As massas, de que falava Ortega y Gasset na primeira metade do século (A rebelião das massas, 1937), ganham uma nova qualidade em virtude de sua aglomeração exponencial e de sua diversificação. Trata-se da existência de uma verdadeira sociodiversidade, historicamente muito mais significativa que a própria biodiversidade. Junte-se a esses fatos a emergência de uma cultura popular que se serve dos meios técnicos antes exclusivos da cultura de massas, permitindo-lhe exercer sobre esta última uma verdadeira revanche ou vingança.

    É sobre tais alicerces que se edifica o discurso da escassez, afinal descoberta pelas massas. A população, aglomerada em poucos pontos da superfície da Terra, constitui uma das bases de reconstrução e de sobrevivência das relações locais, abrindo a possiblidade de utilização, ao serviço dos homens, do sistema técnico atual.

    No plano teórico, o que verificamos é a possiblidade de produção de um novo discurso, de uma nova metanarrativa, um grande relato. Esse novo discurso ganha relevância pelo fato de que, pela primeira vez na história do homem, se pode constatar a existência de uma universalidade empírica. A universalidade deixa de ser apenas uma elaboração abstrata na mente dos filósofos para resultar da experiência ordinária de cada pessoa. De tal modo, em mundo datado como o nosso, a explicação do acontecer pode ser feita a partir de categorias de uma história concreta. É isso, também, que permite conhecer as possiblidade existentes e escrever uma nova história.

SANTOS, Milton. Por uma outra globalização. 13. ed. São Paulo: Record, 2006. p. 20-21. (Adaptado).

A
são expostas, de forma detalhada, duas consequências econômicas de um determinado modelo de organização de produção.
B
relata-se o conjunto de ações desenvolvidas por uma instituição pública como fundamento e justificativa de um projeto de lei.
C
elabora-se um quadro comparativo, no qual se apresentam a aproximação e os contrastes de dois tipos de pesquisa social.
D
faz-se a explanação dos dados de um relatório técnico-científico de uma pesquisa desenvolvida por dois cientistas sociais.
E
são apresentadas, de forma paralela, duas dimensões teórico-conceituais como argumentos em defesa de uma tese.
df98c2a9-f4
UEG 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Defende-se no texto a seguinte tese:

A
A sociedade brasileira deve reproduzir em suas instituições educacionais modelos de ensino voltados para a vida cotidiana. Discussões teóricas e questões culturais conflitantes devem ser substituídas por conteúdos que tratem das práticas do dia a dia.
B
A constituição histórica da sociedade brasileira é a base para os altos níveis de violência que vivenciamos atualmente. A distribuição desigual de nossas riquezas materiais e de nossos bens sociais e simbólicos nos fez chegar a esse momento de crise e insegurança generalizada.
C
A questão multicultural está fortemente associada à formação histórica brasileira. Ao longo de sua constituição, a sociedade brasileira construiu uma relação com o “outro” – especialmente o indígena e o afrodescendente – marcada pela violência, exclusão e eliminação.
D
A multiculturalidade se estabeleceu na sociedade brasileira por meio da produção e distribuição dos bens e práticas culturais. Entre esses bens e práticas, ocupa um lugar de destaque a formação musical brasileira, que é fundada em padrões e gêneros ecléticos.
E
A formação histórica brasileira é marcada pela camaradagem e cooperação entre os diversos povos e culturas que aqui chegaram desde o descobrimento. Isso se mostra pela relação amistosa que se estabeleceu entre os portugueses e os povos locais.
df9bab27-f4
UEG 2019 - Português - Interpretação de Textos, Orações subordinadas adjetivas: Restritivas, Explicativas, Sintaxe, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

No enunciado “A nossa formação histórica está marcada pela eliminação física do ‘outro’ ou por sua escravização, que também é uma forma violenta de negação de sua alteridade”, a oração adjetiva assume a seguinte função discursiva:

A
alternar os elementos “eliminação física do ‘outro’ ” e “escravização”.
B
apresentar uma consequência para “eliminação física do ‘outro’”.
C
contextualizar a expressão “a nossa formação histórica”.
D
dar uma explicação para a palavra “escravização”.
E
situar temporalmente a oração principal.
df95e61e-f4
UEG 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

O enunciado “É uma espécie de ‘inatenção polida’” contém uma forma de modalização discursiva na qual o autor apresenta

A
um contra-argumento em relação a uma ideia apresentada no texto.
B
o acontecimento de uma ação dentro de quadro de probabilidade.
C
uma definição aproximada, com vistas a facilitar a compreensão.
D
a defesa categórica de um determinado posicionamento político.
E
uma recusa em se assumir como fonte autoral do texto.
df92a3af-f4
UEG 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

O processo de argumentação do texto é construído por meio de uma

A
citação de autoridade, que recorre ao discurso de um especialista para legitimar um posicionamento.
B
diferenciação conceitual, que contrasta dois modos de conceber um determinado objeto discursivo.
C
comparação de objetos, que demonstra a possibilidade de se usar um objeto no lugar do outro.
D
exemplificação estatística, que confirma a recorrência de um comportamento na vida cotidiana.
E
evidência empírica, que mostra o processo de comprovação de uma hipótese científica prévia.
df8f4b64-f4
UEG 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Leia a tirinha a seguir.



A conversa estabelecida pelas personagens nos quadrinhos

A
apresenta uma reflexão lúdica e educativa sobre o papel da escola e da família na sociedade atual.
B
ensina costumes da família brasileira moderna em linguagem lúdica, direcionada para crianças.
C
questiona valores religiosos da família, mostrando-se inadequada para crianças pequenas.
D
critica o discurso feminista, que vê machismo em qualquer tradição presente na sociedade.
E
chama a atenção para uma tradição patriarcal, que se naturalizou em nossa sociedade.
46a2e8cf-c3
UEG 2019 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem

Instaura-se, entre o fragmento e o desenho apresentados, um diálogo pautado por

Leia o fragmento e observe a imagem a seguir para responder à questão. 

A estrada era mais bonita que o Rio de Janeiro, e subia muito. Mocinha sentou-se numa pedra que havia junto de uma árvore, para poder apreciar. O céu estava altíssimo, sem nenhuma nuvem. E tinha muito passarinho que voava do abismo para a estrada. A estrada branca de sol se estendia sobre um abismo verde. Então, como estava cansada, a velha encostou a cabeça no tronco da árvore e morreu.
LISPECTOR, Clarice. Viagem a Petrópolis. In: A legião estrangeira. Rio de Janeiro: Rocco, 1999. p. 51. 



DA VINCI, Leonardo. Anatomia – Desenho de feto no útero. Disponível em: https://www.ebay.com/itm/Da-Vinci-Anatomy-Drawings-Fetus-in-Utero-Art-Print- /191954119588?_ul=BR. Acesso em: 26 abr. 2019.
A
antítese, já que momentos opostos da existência humana são contrapostos.
B
crítica social, já que o descaso com a vida humana é tematizado de modo sutil.
C
metáfora, na medida em que vida e morte aludem à ideia de pecado e redenção.
D
misticismo, já que se apropriam do metafísico como expressão artística.
E
sincronia, na medida em que pertencem a contextos históricos distintos.
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UEG 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

O fragmento pertence ao Modernismo brasileiro, ao passo que o desenho se filia ao Renascimento, pois

Leia o fragmento e observe a imagem a seguir para responder à questão. 

A estrada era mais bonita que o Rio de Janeiro, e subia muito. Mocinha sentou-se numa pedra que havia junto de uma árvore, para poder apreciar. O céu estava altíssimo, sem nenhuma nuvem. E tinha muito passarinho que voava do abismo para a estrada. A estrada branca de sol se estendia sobre um abismo verde. Então, como estava cansada, a velha encostou a cabeça no tronco da árvore e morreu.
LISPECTOR, Clarice. Viagem a Petrópolis. In: A legião estrangeira. Rio de Janeiro: Rocco, 1999. p. 51. 



DA VINCI, Leonardo. Anatomia – Desenho de feto no útero. Disponível em: https://www.ebay.com/itm/Da-Vinci-Anatomy-Drawings-Fetus-in-Utero-Art-Print- /191954119588?_ul=BR. Acesso em: 26 abr. 2019.
A
retrata, implicitamente, que a vida rural é saudável, evidenciando a pertinência de fugere urbem.
B
tematiza o dilema de uma consciência dividida entre o prazer carnal e o imperativo espiritual.
C
é tributário de um procedimento valorativo do uso da razão, da ciência e da natureza.
D
sobrepõe o dever religioso à satisfação da curiosidade humana, considerada fonte de pecado.
E
veicula a ideia de que se deve viver com plenitude, instaurando o que se denomina carpe diem.