Questõesde CEDERJ sobre Interpretação de Textos

1
1
1
Foram encontradas 55 questões
626ca0ab-8e
CEDERJ 2020 - Português - Interpretação de Textos, Tipologia Textual

O texto I apresenta uma estrutura predominantemente:

NÃO SE COME DINHEIRO
Ailton Krenak

     Quando falo de humanidade não estou falando só Homo sapiens, me refiro a uma imensidão de seres que nós excluímos desde sempre: caçamos a baleia, tiramos barbatanas de tubarão, matamos leão e o penduramos na parede para mostrar que somos mais bravos que ele. Além da matança de todos os outros humanos que nós achamos que não tinham nada, que estavam aí só para nos suprir com roupa, comida, abrigo. Somos a praga do planeta, uma espécie de ameba gigante. Ao longo da história, os humanos, aliás, esse clube exclusivo da humanidade - que está na declaração universal dos direitos humanos e nos protocolos das instituições -, foram devastando tudo ao seu redor. É como se tivessem elegido uma casta, a humanidade, e todos que estão fora dela são as sub-humanidades. Não são só os caiçaras, quilombolas e os povos indígenas, mas toda vida que deliberadamente largamos à margem do caminho. E o caminho é o progresso: essa ideia prospectiva de que estamos indo para algum lugar. Há um horizonte, estamos indo para lá, e vamos largando no percurso tudo o que não interessa; o que sobra, a sub-humanidade - alguns de nós fazemos parte dela.
     É incrível que esse vírus que está aí agora esteja atingindo só as pessoas. Foi uma manobra fantástica do organismo da Terra (...) dizer: "Respirem agora, eu quero ver.” [...] Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar poralguns minutos, nós morremos. Não é preciso nenhum sistema bélico complexo para apagar essa tal humanidade: se extingue com a mesma facilidade que os mosquitos de uma sala depois de aplicado um aerossol. Nós não estamos com nada: essa é a declaração da Terra.
     E, se nós não estamos com nada, deveríamos ter contato com a experiência de estar vivos para além dos aparatos tecnológicos que podemos inventar. A ideia da economia, por exemplo, essa coisa invisível a não ser por aquele emblema de cifrão. Pode ser uma ficção afirmar que se a economia não estiver funcionando plenamente nós morremos. Nós poderíamos colocar todos os dirigentes do banco central em um cofre gigante e deixá-los vivendo lá, qual economia deles. Ninguém come dinheiro.
     Hoje de manhã eu vi um indígena norte-americano do conselho dos anciãos do povo lakota falar sobre o coronavírus. É um homem de uns setenta e poucos anos, chamado Wakya Um Manee, também conhecido como Vernon Foster.
(Vernon, que é um típico nome americano, pois quando os colonos chegaram na América, além de proibirem as línguas nativas, mudavam os nomes das pessoas.) Pois, repetindo as palavras de um ancestral, ele dizia: "quando o último peixe estiver nas águas e a última árvore for removida da Terra, só então o homem perceberá que ele não é capaz de comer seu dinheiro”.

KRENAK, Ailton. Não se come dinheiro. In: Avida não é útil.
SP: Companhia das Letras, 2020. Adaptado.
A
argumentativa
B
expositiva
C
descritiva
D
narrativa
625eff02-8e
CEDERJ 2020 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

O título do texto I, "Não se come dinheiro”, sintetiza a seguinte discussão presente no texto:

NÃO SE COME DINHEIRO
Ailton Krenak

     Quando falo de humanidade não estou falando só Homo sapiens, me refiro a uma imensidão de seres que nós excluímos desde sempre: caçamos a baleia, tiramos barbatanas de tubarão, matamos leão e o penduramos na parede para mostrar que somos mais bravos que ele. Além da matança de todos os outros humanos que nós achamos que não tinham nada, que estavam aí só para nos suprir com roupa, comida, abrigo. Somos a praga do planeta, uma espécie de ameba gigante. Ao longo da história, os humanos, aliás, esse clube exclusivo da humanidade - que está na declaração universal dos direitos humanos e nos protocolos das instituições -, foram devastando tudo ao seu redor. É como se tivessem elegido uma casta, a humanidade, e todos que estão fora dela são as sub-humanidades. Não são só os caiçaras, quilombolas e os povos indígenas, mas toda vida que deliberadamente largamos à margem do caminho. E o caminho é o progresso: essa ideia prospectiva de que estamos indo para algum lugar. Há um horizonte, estamos indo para lá, e vamos largando no percurso tudo o que não interessa; o que sobra, a sub-humanidade - alguns de nós fazemos parte dela.
     É incrível que esse vírus que está aí agora esteja atingindo só as pessoas. Foi uma manobra fantástica do organismo da Terra (...) dizer: "Respirem agora, eu quero ver.” [...] Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar poralguns minutos, nós morremos. Não é preciso nenhum sistema bélico complexo para apagar essa tal humanidade: se extingue com a mesma facilidade que os mosquitos de uma sala depois de aplicado um aerossol. Nós não estamos com nada: essa é a declaração da Terra.
     E, se nós não estamos com nada, deveríamos ter contato com a experiência de estar vivos para além dos aparatos tecnológicos que podemos inventar. A ideia da economia, por exemplo, essa coisa invisível a não ser por aquele emblema de cifrão. Pode ser uma ficção afirmar que se a economia não estiver funcionando plenamente nós morremos. Nós poderíamos colocar todos os dirigentes do banco central em um cofre gigante e deixá-los vivendo lá, qual economia deles. Ninguém come dinheiro.
     Hoje de manhã eu vi um indígena norte-americano do conselho dos anciãos do povo lakota falar sobre o coronavírus. É um homem de uns setenta e poucos anos, chamado Wakya Um Manee, também conhecido como Vernon Foster.
(Vernon, que é um típico nome americano, pois quando os colonos chegaram na América, além de proibirem as línguas nativas, mudavam os nomes das pessoas.) Pois, repetindo as palavras de um ancestral, ele dizia: "quando o último peixe estiver nas águas e a última árvore for removida da Terra, só então o homem perceberá que ele não é capaz de comer seu dinheiro”.

KRENAK, Ailton. Não se come dinheiro. In: Avida não é útil.
SP: Companhia das Letras, 2020. Adaptado.
A
os aparatos tecnológicos são benéficos
B
a economia é valorizada em detrimento da Terra
C
a alimentação é precária em períodos de isolamento
D
os povos indígenas sofrem com a escassez de alimentos
6264c494-8e
CEDERJ 2020 - Português - Interpretação de Textos, Uso dos dois-pontos, Pontuação, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

"Quando falo de humanidade não estou falando só Homo sapiens, me refiro a uma imensidão de seres que nós excluímos desde sempre: caçamos baleia, tiramos barbatanas de tubarão, matamos leão e o penduramos na parede para mostrar que somos mais bravos que ele.”

As expressões introduzidas pelos dois-pontos estabelecem com o trecho anterior uma relação de:

NÃO SE COME DINHEIRO
Ailton Krenak

     Quando falo de humanidade não estou falando só Homo sapiens, me refiro a uma imensidão de seres que nós excluímos desde sempre: caçamos a baleia, tiramos barbatanas de tubarão, matamos leão e o penduramos na parede para mostrar que somos mais bravos que ele. Além da matança de todos os outros humanos que nós achamos que não tinham nada, que estavam aí só para nos suprir com roupa, comida, abrigo. Somos a praga do planeta, uma espécie de ameba gigante. Ao longo da história, os humanos, aliás, esse clube exclusivo da humanidade - que está na declaração universal dos direitos humanos e nos protocolos das instituições -, foram devastando tudo ao seu redor. É como se tivessem elegido uma casta, a humanidade, e todos que estão fora dela são as sub-humanidades. Não são só os caiçaras, quilombolas e os povos indígenas, mas toda vida que deliberadamente largamos à margem do caminho. E o caminho é o progresso: essa ideia prospectiva de que estamos indo para algum lugar. Há um horizonte, estamos indo para lá, e vamos largando no percurso tudo o que não interessa; o que sobra, a sub-humanidade - alguns de nós fazemos parte dela.
     É incrível que esse vírus que está aí agora esteja atingindo só as pessoas. Foi uma manobra fantástica do organismo da Terra (...) dizer: "Respirem agora, eu quero ver.” [...] Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar poralguns minutos, nós morremos. Não é preciso nenhum sistema bélico complexo para apagar essa tal humanidade: se extingue com a mesma facilidade que os mosquitos de uma sala depois de aplicado um aerossol. Nós não estamos com nada: essa é a declaração da Terra.
     E, se nós não estamos com nada, deveríamos ter contato com a experiência de estar vivos para além dos aparatos tecnológicos que podemos inventar. A ideia da economia, por exemplo, essa coisa invisível a não ser por aquele emblema de cifrão. Pode ser uma ficção afirmar que se a economia não estiver funcionando plenamente nós morremos. Nós poderíamos colocar todos os dirigentes do banco central em um cofre gigante e deixá-los vivendo lá, qual economia deles. Ninguém come dinheiro.
     Hoje de manhã eu vi um indígena norte-americano do conselho dos anciãos do povo lakota falar sobre o coronavírus. É um homem de uns setenta e poucos anos, chamado Wakya Um Manee, também conhecido como Vernon Foster.
(Vernon, que é um típico nome americano, pois quando os colonos chegaram na América, além de proibirem as línguas nativas, mudavam os nomes das pessoas.) Pois, repetindo as palavras de um ancestral, ele dizia: "quando o último peixe estiver nas águas e a última árvore for removida da Terra, só então o homem perceberá que ele não é capaz de comer seu dinheiro”.

KRENAK, Ailton. Não se come dinheiro. In: Avida não é útil.
SP: Companhia das Letras, 2020. Adaptado.
A
comparação entre as partes
B
levantamento de hipóteses
C
argumento de autoridade
D
enumeração de fatos
71a58dbc-b0
CEDERJ 2019, CEDERJ 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Como ocorre com os emojis e stikers, a visualidade é também explorada na composição de textos poéticos, tomando parte em sua significação. No poema concreto de Décio Pignatari, há um jogo fonético e visual, pela troca das vogais, nos vocábulos LIXO e LUXO, com intenção de:

A
Narração de fato, ao contar que o luxo, visto à distância, é, na verdade, lixo
B
Descrição de fato, ao mostrar como ocorre o processo de reciclagem
C
Humor social, ao revelar como o que parece luxo para alguns pode ser um lixo para outros
D
Crítica social, ao indicar que o lixo é composto pelos luxos da sociedade
719644da-b0
CEDERJ 2019, CEDERJ 2019 - Português - Interpretação de Textos, Denotação e Conotação, Figuras de Linguagem, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Na oração “Figurinhas viram febre”, a expressão sublinhada é

 Texto 2


A
denotativa.
B
literal.
C
eufêmica.
D
metafórica.
719c509c-b0
CEDERJ 2019, CEDERJ 2019 - Português - Interpretação de Textos, Coesão e coerência, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Mas, nesse aspecto, sempre foi limitada” (linha 10) .

A expressão “nesse aspecto” atua na coesão textual, referindo-se

 Texto 2


A
à dificuldade que a escrita apresenta para a transmissão da ironia, da brincadeira.
B
às indesejáveis marcas de oralidade na escrita, condenadas pela gramática prescritiva.
C
à limitação dos sinais de pontuação para trazer a oralidade para a escrita.
D
ao baixo nível de letramento dos leitores brasileiros, que não entendem ironias.
71a18e34-b0
CEDERJ 2019, CEDERJ 2019 - Português - Interpretação de Textos, Uso dos conectivos, Sintaxe, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

A oração “por serem divertidas, fofas, criativas” (linhas 5-6) veicula uma ideia de:

 Texto 2


A
Causa
B
Comparação
C
Condição
D
Finalidade
71903758-b0
CEDERJ 2019, CEDERJ 2019 - Português - Interpretação de Textos, Tipologia Textual

O texto apresenta, predominantemente, uma estrutura

 Texto 2


A
descritiva.
B
expositiva.
C
enumerativa.
D
argumentativa.
717b2689-b0
CEDERJ 2019, CEDERJ 2019 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

O título “Podcasts: quem são, onde vivem, o que comem”, atribuído ao texto por Cora Rónai, cria a expectativa de que os podcasts sejam seres vivos com a intenção de

Texto 1



A
usar uma metáfora criativa, divertindo os leitores desde o início do editorial.
B
confundir os leitores, apresentando um significado equivocado para a palavra “podcasts”.
C
captar o leitor, simulando o desconhecimento de muitas pessoas em relação aos podcasts.
D
comparar os podcasts aos gatos de estimação, alertando aos leitores sobre a dependência que causam.

5a0ee65f-af
CEDERJ 2011, CEDERJ 2011 - Português - Interpretação de Textos, Morfologia - Verbos, Uso dos conectivos, Flexão verbal de tempo (presente, pretérito, futuro), Sintaxe, Orações coordenadas sindéticas: Aditivas, Adversativas, Alternativas, Conclusivas..., Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

A sucessão de orações coordenadas com verbo no presente, sem ligação por meio de conectivos, tem função expressiva na seguinte passagem do Texto I :


“O sol brilha, as casas estão encharcadas de luz, o vento bole nas árvores úmidas, a manhã cheira a sereno e a flor...” (linhas 20-23)


Assinale a alternativa que analisa corretamente a função dessa sequência de orações no texto.




A
A sequência de orações coordenadas indica que a personagem estava apressada, ofegante, sem capacidade de observação.
B
As orações coordenadas indicam ações de Clarissa, encadeadas numa ordem lógica.
C
As orações coordenadas indicam que a personagem se detinha diante de cada aspecto da paisagem que contemplava, parando a todo momento.
D
A sequência de orações coordenadas indica que vários aspectos da paisagem se apresentavam ao mesmo tempo à observação da menina, durante sua caminhada.
5a0853fe-af
CEDERJ 2011, CEDERJ 2011 - Português - Flexão verbal de número (singular, plural), Interpretação de Textos, Flexão verbal de pessoa (1ª, 2ª, 3ª pessoa), Morfologia - Verbos, Flexão verbal de tempo (presente, pretérito, futuro), Variação Linguística, Pontuação, Uso da Vírgula, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

No Texto II, são exemplos do uso coloquial, informal, da língua portuguesa as seguintes passagens:


“Desde o começo, sempre foi um assunto em que a gente estava de acordo.” (linhas 2-3)

“Aí eles engolem aquele plástico que pode asfixiar os coitados de uma hora para outra.” (linhas 18-19)

Assinale a alternativa que descreve corretamente o uso de traços de oralidade nas frases destacadas. 




A
Emprego da expressão a gente em lugar do pronome nós; emprego do conector em sequência narrativa.
B
Emprego da expressão a gente com valor de 1ª pessoa do plural; emprego do pronome aí como conector de diálogos.
C
Emprego inadequado da vírgula depois da expressão temporal desde o começo; uso do verbo engolir em sentido figurado.
D
Emprego do pretérito imperfeito (estava) em lugar do futuro do pretérito (estaria); emprego do conector para ligar sequências descritivas.
5a0bc7c3-af
CEDERJ 2011, CEDERJ 2011 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Erico Veríssimo e Ana Maria Machado são considerados representantes da ficção literária surgida após o modernismo brasileiro. Cada um deles, no entanto, apresenta características próprias.

Assinale a afirmativa correta a respeito das diferenças entre eles, considerando os dois textos lidos.




A
Erico Veríssimo criou, com Clarissa, o modelo de uma narrativa coloquial, povoada de personagens infelizes e angustiados. Ana Maria Machado, ao criar Gabi, apresenta uma narrativa em que ficção e realidade se misturam.
B
Erico Veríssimo apresenta os estados de alma dos personagens, construindo tipos de grande força lírica e dramática, como Clarissa. Ana Maria Machado recolhe do cotidiano o material para sua ficção, criando personagens comuns, que expressam inquietações, medos e certezas por meio de suas ações, como Gabi.
C
Erico Veríssimo retrata a vida do interior, com personagens simples e ingênuos, como Clarissa. Ana Maria Machado recria a vida urbana, com personagens indiferentes às questões políticas e sociais, como Gabi.
D
Erico Veríssimo privilegia em suas obras a figura do narrador, deixando os personagens sem voz. Ana Maria Machado privilegia o diálogo entre personagens, apagando a voz do narrador.