Questõesde IF Sudeste - MG sobre Português
Em relação à tirinha, analise as proposições a seguir:
I. Pode-se dizer que, como o pai de Calvin não tem tempo para comparar tantas ofertas nos
supermercados, ele se sente ansioso, irritado.
II. Pode-se dizer que o pai de Calvin perturbou tanto o ambiente do supermercado, ao reclamar
em voz alta sobre os produtos, que o gerente teve de intervir.
III. Há, na tira, uma crítica velada ao consumismo que interfere na vida das pessoas,
influenciando-as.
Marque a alternativa CORRETA.
Leia atentamente a tirinha a seguir para responder à questão.
Fonte: SARMENTO, Leila Lanar. Português: literatura, gramática, produção de texto. São Paulo: Moderna, 2010.
A respeito da tira, é CORRETO afirmar que:
Leia atentamente a tirinha a seguir para responder à questão.
Fonte: SARMENTO, Leila Lanar. Português: literatura, gramática, produção de texto. São Paulo: Moderna, 2010.
O quadrinista, por meio da fala do pai de Calvin, no 1º quadrinho, mostra como o consumidor fica satisfeito com as diversas opções dadas pelos supermercados.
A crônica é um texto ligeiro, de interpretação imediatista, com flagrantes do cotidiano, que
teve sua explosão editorial no chamado pós-modernismo. A partir dessa interpretação e a
respeito da crônica de Lourenço Diaféria, é CORRETO afirmar:
Leia a crônica Já não fazem pais como antigamente para responder à questão.
DIAFÉRIA, Lourenço. Já não se fazem pais como antigamente. In: VERÍSSIMO, Luís Fernando et al. Para gostar de
ler: crônicas. São Paulo: Ática, 2002. Adaptado.
Com a leitura do texto acima, é CORRETO inferir que o segundo parágrafo em relação ao
primeiro:
Ao analisar a frase ―Tudo ficou mais caro‖ [linha 8], percebe-se que o conteúdo exposto
indica um(a):
No excerto "A mãe pediu paciência, no dia seguinte viriam os técnicos para instalar o
aparelho" [linhas 6 e 7], a estrutura oracional em destaque se apresenta reescrita na sua
forma desenvolvida em:
Leia a crônica Já não fazem pais como antigamente para responder à questão.
DIAFÉRIA, Lourenço. Já não se fazem pais como antigamente. In: VERÍSSIMO, Luís Fernando et al. Para gostar de
ler: crônicas. São Paulo: Ática, 2002. Adaptado.
mesmo que instale o aparelho.
Com a leitura do texto de Lourenço Diaféria, analise as afirmativas:
I. A analogia existente entre o título do texto e o desenrolar da narrativa ratifica a ironia presente.
II. A figura paterna precisa ser remodelada para que os filhos não se sintam tão sozinhos.
III. É nítida a inferência da dual carência da figura masculina na família apresentada pelo texto.
IV. É perceptível na crônica a figurativização do tema da falta da figura paterna na família.
Assinale a alternativa CORRETA.
Leia a crônica Já não fazem pais como antigamente para responder à questão.
DIAFÉRIA, Lourenço. Já não se fazem pais como antigamente. In: VERÍSSIMO, Luís Fernando et al. Para gostar de
ler: crônicas. São Paulo: Ática, 2002. Adaptado.
No quarto parágrafo, o autor apresenta o princípio da “serialidade”. Conforme esse conceito,
I – cada pessoa vive isoladamente, não constituindo, portanto, uma consciência
coletiva.
II – os indivíduos deslocam-se como seres coisificados, produtos do capitalismo.
III – não existe identificação social, mas sim realidades fragmentadas e desconexas.
IV – os indivíduos serializados formam a base de um grupo social coeso e integrativo.
Assinale a alternativa CORRETA
No quarto parágrafo, o autor apresenta o princípio da “serialidade”. Conforme esse conceito,
I – cada pessoa vive isoladamente, não constituindo, portanto, uma consciência coletiva.
II – os indivíduos deslocam-se como seres coisificados, produtos do capitalismo.
III – não existe identificação social, mas sim realidades fragmentadas e desconexas.
IV – os indivíduos serializados formam a base de um grupo social coeso e integrativo.
Assinale a alternativa CORRETA
Leia com atenção o fragmento do artigo “A rebelião, a cidade e a consciência”, de Mauro Luis Iasi, e responda à questão.
IASI, Mauro Luis. A rebelião, a cidade e a consciência. In: MARICATO, Ermínia et al. (Orgs.). Cidades rebeldes:
Passe Livre e as manifestações que tomaram as ruas do Brasil. São Paulo: Boitempo: Carta Maior, 2013. Adaptado
No conto de Moacyr Scliar, a omissão e a passividade do cidadão diante da desordem social
que lhe rodeia e a imobilidade que lhe aprisiona sintetizam-se nas seguintes características
textuais:
Leia o conto “No Retiro da Figueira”, do escritor Moacyr Scliar, e responda à questão
SCLIAR, Moacyr. No Retiro da Figueira. Contos contemporâneos. São Paulo: Moderna, 2005. p. 76. Adaptado.
Sabe-se que o mal-estar desencadeado pela criminalidade e a sensação de caos gerada nos
centros urbanos levam muitas pessoas a almejarem a segurança dos condomínios fechados.
A respeito disso, é CORRETO afirmar que Moacyr Scliar critica:
Leia o conto “No Retiro da Figueira”, do escritor Moacyr Scliar, e responda à questão
SCLIAR, Moacyr. No Retiro da Figueira. Contos contemporâneos. São Paulo: Moderna, 2005. p. 76. Adaptado.
Conforme o artigo de Mauro Luis Iasi, divulgado pela Carta Maior, podemos afirmar que o
seu conceito de cidade compreende:
I – a constituição operacionalizada e transformadora do espaço geográfico.
II – um espaço no qual predominam forças homogeneizadoras e inclusivas.
III – a ressignificação e apropriação do território físico pelas relações sociais.
IV – um lugar em que coexistem forças antagônicas invisíveis e pungentes.
Assinale a alternativa CORRETA.
Conforme o artigo de Mauro Luis Iasi, divulgado pela Carta Maior, podemos afirmar que o seu conceito de cidade compreende:
I – a constituição operacionalizada e transformadora do espaço geográfico.
II – um espaço no qual predominam forças homogeneizadoras e inclusivas.
III – a ressignificação e apropriação do território físico pelas relações sociais.
IV – um lugar em que coexistem forças antagônicas invisíveis e pungentes.
Assinale a alternativa CORRETA.
Leia com atenção o fragmento do artigo “A rebelião, a cidade e a consciência”, de Mauro Luis Iasi, e responda à questão.
IASI, Mauro Luis. A rebelião, a cidade e a consciência. In: MARICATO, Ermínia et al. (Orgs.). Cidades rebeldes:
Passe Livre e as manifestações que tomaram as ruas do Brasil. São Paulo: Boitempo: Carta Maior, 2013. Adaptado
De acordo com o texto “A rebelião, a cidade e a consciência”, pode-se concluir que nas
cidades:
( ) sobressaem as individualidades em detrimento de uma coletividade consciente e
proativa.
( ) os indivíduos retêm, subjugados pela ordem vigente, a sua lógica social como
inalterável.
( ) as contrariedades fundem-se em redes simbólicas de ordem e repressão, mas também
de desassossego e luta.
Analise as proposições acima, coloque V para as verdadeiras e F para as falsas e marque a alternativa que
apresenta a sequência CORRETA.
De acordo com o texto “A rebelião, a cidade e a consciência”, pode-se concluir que nas cidades:
( ) sobressaem as individualidades em detrimento de uma coletividade consciente e proativa.
( ) os indivíduos retêm, subjugados pela ordem vigente, a sua lógica social como inalterável.
( ) as contrariedades fundem-se em redes simbólicas de ordem e repressão, mas também de desassossego e luta.
Analise as proposições acima, coloque V para as verdadeiras e F para as falsas e marque a alternativa que apresenta a sequência CORRETA.
Leia com atenção o fragmento do artigo “A rebelião, a cidade e a consciência”, de Mauro Luis Iasi, e responda à questão.
IASI, Mauro Luis. A rebelião, a cidade e a consciência. In: MARICATO, Ermínia et al. (Orgs.). Cidades rebeldes:
Passe Livre e as manifestações que tomaram as ruas do Brasil. São Paulo: Boitempo: Carta Maior, 2013. Adaptado
A respeito do conto “No Retiro da Figueira”, marque a resposta CORRETA.
Leia o conto “No Retiro da Figueira”, do escritor Moacyr Scliar, e responda à questão
SCLIAR, Moacyr. No Retiro da Figueira. Contos contemporâneos. São Paulo: Moderna, 2005. p. 76. Adaptado.
Leia o seguinte fragmento de O filho eterno, de Cristovão Tezza:
É, talvez, ele refletirá logo depois, ainda em pânico, dando corda à sua rara vocação dramática, que agora
lhe toma por inteiro, a pior sensação imaginável na vida – quase a mesma sensação terrível do momento em
que o filho se revelou ao mundo, da qual ele jamais se recuperará completamente, repete-se agora ao
espelho, com intensidade semelhante, mas não se trata mais do acaso.
TEZZA, Cristovão. O filho eterno. Rio de Janeiro: Record, 2007, p. 94.
Marque a alternativa CORRETA que expressa o momento no qual o narrador descobre a dependência que
sentia pelo filho.
Leia o poema e as afirmativas a seguir.
O filho do século
Nunca mais andarei de bicicleta
Nem conversarei no portão
Com meninas de cabelos cacheados
Adeus valsa "Danúbio Azul"
Adeus tardes preguiçosas
Adeus cheiros do mundo sambas
Adeus puro amor
Atirei ao fogo a medalhinha da Virgem
Não tenho forças para gritar um grande grito
Cairei no chão do século vinte
Aguardem-me lá fora
As multidões famintas justiceiras
Sujeitos com gases venenosos
É a hora das barricadas
É a hora da fuzilamento, da raiva maior
Os vivos pedem vingança
Os mortos minerais vegetais pedem vingança
É a hora do protesto geral
É a hora dos vôos destruidores
É a hora das barricadas, dos fuzilamentos
Fomes desejos ânsias sonhos perdidos,
M
Misérias de todos os países uni-vos
Fogem a galope os anjos-aviões
Carregando o cálice da esperança
Tempo espaço firmes porque me abandonastes.
MENDES, Murilo. O Visionário. In: Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994, p. 239-240.
I. Pode-se dizer que o poema apresenta dois momentos distintos: o primeiro se refere à época
anterior à chegada do novo século e o segundo, ao século XX.
II. Todas as situações mencionadas no poema evocam um mundo em que a vida é simples e
prazerosa, parecendo ser proveniente da inocência e da ingenuidade.
III. O novo século é caracterizado ao longo do poema pela dor, pelo sofrimento, pela violência e
pela morte e desmonta-se em cenas de desesperança.
IV. No verso “Atirei ao fogo a medalhinha da Virgem” representa-se a descrença espiritual ou o
abandono da religião, já que a fé de nada adianta, considerando a realidade que se impõe.
Marque a alternativa CORRETA:
Leia o poema e as afirmativas a seguir.
O filho do século
Nunca mais andarei de bicicleta
Nem conversarei no portão
Com meninas de cabelos cacheados
Adeus valsa "Danúbio Azul"
Adeus tardes preguiçosas
Adeus cheiros do mundo sambas
Adeus puro amor
Atirei ao fogo a medalhinha da Virgem
Não tenho forças para gritar um grande grito
Cairei no chão do século vinte
Aguardem-me lá fora
As multidões famintas justiceiras
Sujeitos com gases venenosos
É a hora das barricadas
É a hora da fuzilamento, da raiva maior
Os vivos pedem vingança
Os mortos minerais vegetais pedem vingança
É a hora do protesto geral
É a hora dos vôos destruidores
É a hora das barricadas, dos fuzilamentos
Fomes desejos ânsias sonhos perdidos, M
Misérias de todos os países uni-vos
Fogem a galope os anjos-aviões
Carregando o cálice da esperança
Tempo espaço firmes porque me abandonastes.
MENDES, Murilo. O Visionário. In: Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994, p. 239-240.
I. Pode-se dizer que o poema apresenta dois momentos distintos: o primeiro se refere à época anterior à chegada do novo século e o segundo, ao século XX.
II. Todas as situações mencionadas no poema evocam um mundo em que a vida é simples e prazerosa, parecendo ser proveniente da inocência e da ingenuidade.
III. O novo século é caracterizado ao longo do poema pela dor, pelo sofrimento, pela violência e pela morte e desmonta-se em cenas de desesperança.
IV. No verso “Atirei ao fogo a medalhinha da Virgem” representa-se a descrença espiritual ou o abandono da religião, já que a fé de nada adianta, considerando a realidade que se impõe.
Marque a alternativa CORRETA:
Leia atentamente o poema a seguir.
TRISTE HORIZONTE
Por que não vais a Belo Horizonte? a saudade cicia
e continua branda: Volta lá.
Tudo é belo e cantante na coleção de perfumes
das avenidas que levam ao amor,
nos espelhos de luz e penumbra onde se projetam
os puros jogos de viver.
Anda! Volta lá, volta já.
E eu respondo, carrancudo: Não.
Não voltarei para ver o que não merece ser visto,
o que merece ser esquecido, se revogado não pode ser.
Não o passado cor-de-cores fantásticas,
Belo Horizonte sorrindo púbere núbil sensual sem malícia,
lugar de ler os clássicos e amar as artes novas,
lugar muito especial pela graça do clima
e pelo gosto, que não tem preço,
de falar mal do Governo no lendário Bar do Ponto.
Cidade aberta aos estudantes do mundo inteiro, inclusive Alagoas,
"maravilha de milhares de brilhos vidrilhos"
mariodeandrademente celebrada.
Não, Mário, Belo Horizonte não era uma tolice como as outras.
Era uma provinciana saudável, de carnes leves pesseguíneas.
Era um remanso, era um remanso
para fugir às partes agitadas do Brasil
sorrindo do Rio de Janeiro e de São Paulo: tão prafentrex, as duas!
e nós lá: macio-amesendados
na calma e na verde brisa irônica. . .
Esquecer, quero esquecer é a brutal Belo Horizonte
que se empavonava sobre o corpo crucificado da primeira.
Quero não saber da traição de seus santos.
Eles a protegiam, agora protegem-se a si mesmos.
São José, no centro mesmo da cidade, explora estacionamento de automóveis.
São José dendroclasta não deixa de pé sequer um pé-de-pau
onde amarrar o burrinho numa parada no caminho do Egito.
São José vai entrar feio no comércio de imóveis,
vendendo seus jardins reservados a Deus.
São Pedro instala supermercado.
Nossa Senhora das Dores,
amizade da gente na Floresta,
(vi crescer sua igreja à sombra do Padre Artur)
abre caderneta de poupança,
lojas de acessórios para carros,
papelaria, aviários, pães-de-queijo.
Terão endoidecido esses meus santos
e a dolorida mãe de Deus?
Ou foi em nome deles que pastores
deixam de pastorear para faturar?
Não escutem a voz de Jeremias
(e é o Senhor que fala por sua boa de vergasta):
"Eu vos introduzi numa terra fértil,
e depois de lá entrardes a profanastes.
Ai dos pastores que perdem e despedaçam o rebanho de minha pastagem!
Eis que os visitarei para castigar a esperteza de seus desígnios".
Fujo
da ignóbil visão de tendas obstruindo as alamedas do Senhor.
Tento fugir da própria cidade, reconfortar-me
em seu austero píncaro serrano.
De lá verei uma longínqua, purificada Belo Horizonte
sem escutar os rumos dos negócios abafando a litania dos fiéis.
Lá o imenso azul desenha ainda as mensagens
de esperança nos homens pacificados - os doces mineiros
que teimam em existir no caos e no tráfico.
Em vão tento a escalada.
Cassetetes e revólveres me barram
a subida que era alegria dominical de minha gente.
Proibido escalar. Proibido sentir
o ar de liberdade destes cimos,
proibido viver a selvagem intimidade destas pedras
que se vão desfazendo em forma de dinheiro.
Esta serra tem dono. Não mais a natureza
a governa. Desfaz-se, com o minério
uma antiga aliança , um rito da cidade. Desiste ou leva bala. Encurralado todos,
a Serra do Curral, os moradores
cá embaixo. Jeremias me avisa:
"Foi assolada toda a serra; de improviso
derrubaram minhas tendas, abateram meus pavilhões.
Vi os montes, e eis que tremiam.
E todos os outeiros estremeciam.
Olhei a terra, e eis que estava vazia,
sem nada nada nada".
Sossega minha saudade. Não me cicies outra vez
o impróprio convite.
Não quero mais, não quero ver-te,
meu Triste Horizonte e destroçado amor.
ANDRADE, Carlos Drummond de. “Triste horizonte”. In: Estado de Minas, 2o
caderno, p. 1, 15 ago. 1976.
Em relação ao poema, analise as assertivas a seguir.
I. Carlos Drummond de Andrade lamenta as perdas sofridas e anseia esquecer as discrepâncias
entre a cidade de que se lembra afetivamente e a que se ergue diante de seu olhar.
II. Pode-se dizer que o pacato e o efêmero, a tradição e a modernidade são contradições que foram
registradas por Carlos Drummond de Andrade.
III. O receio de Carlos Drummond de Andrade em retornar a Belo Horizonte se relaciona à
inconformidade com as transformações que atravessaram a cidade.
IV. Carlos Drummond de Andrade demonstra um receio de aceitar o convite de seu alterego de
retornar à cidade de Belo Horizonte.
Marque a alternativa CORRETA.
Leia o excerto a seguir.
O grande e o pequeno
Todo o caso de amor tem sempre um grande e um pequeno. Essa não é uma ideia original, apenas
uma adaptação da frase: “a chaque deux amoureux il y a toujours celui que aime et celui que se laisse
aimer”. O pequeno ama, o grande se deixa amar, o grande fala, o pequeno escuta, o grande discorda, o
pequeno concorda, o pequeno se preocupa, o grande divaga, o grande se atrasa, o pequeno se antecipa, o
pequeno teme, o grande ameaça, o grande pede, ou nem precisa pedir, e o pequeno já está fazendo.
Às vezes o grande é um homem, às vezes é uma mulher. O grande pode ser o mais bonito e pode
não ser. O pequeno pode ser o mais sensível, mas nem sempre é assim. Muitas vezes o grande é o mais
esperto mas o pequeno também pode ser espertíssimo. Depende do caso. Ninguém descobriu até hoje
nenhuma regra que permita determinar quem é o grande e quem é o pequeno de um casal. É necessária uma
observação um pouco mais atenta. Numa festa, por exemplo, não é difícil identificar qual é qual.
Geralmente o pequeno está torcendo para que a festa seja boa, principalmente se foi ele que sugeriu o
programa. O grande se comportará de maneira mais blasé até se deixar embriagar pela música, pela bebida
ou pelo ambiente, quando então ficará muito, mas muito mais entusiasmado do que o pequeno. O grande
não se preocupa em conhecer pessoas, as pessoas é que sempre se aproximam dele, pelo menos na
concepção do pequeno, mas mesmo que o pequeno atraia qualquer atenção, o fato vai passar desapercebido
pelo grande. O pequeno evita o silêncio porque tem certeza de que a culpa é dele. Por isso tem sempre
guardados na cabeça assuntos vários que possam ser úteis em diversas ocasiões. Mas se preocupa sempre
em encaixá-los no momento mais apropriado, com cuidado, claro, para não perder a espontaneidade.
A calça nova do pequeno dificilmente lhe cai tão bem quanto a do grande, assim como o cabelo do
grande sempre está melhor do que o pequeno, ainda que o resto do mundo pense exatamente o contrário.
Mesmo que o pequeno dance bem, o grande sempre dançará melhor. O grande não é bom de decorar letras
de músicas mas o pequeno sabe muitas decoradas, principalmente as mais românticas. O pequeno
geralmente se comove com a lua calado enquanto o grande aponta, olha só que lua. No final da festa é
sempre o pequeno que quer ir embora, a não ser que a festa seja ruim, neste caso o grande quis e eles já
foram há muito tempo. Na saída, o pequeno sempre tem uma promessa nervosa e oculta para o resto da
noite enquanto o grande se despede dos amigos displicentemente. Em casa, o pequeno faz tudo pra agradar,
é macho, é gueixa, é incansável, e, se tocar o coração do grande, ainda deve comemorar com mais uma
dose antes de cair no sono. No dia seguinte o pequeno estará inevitavelmente preocupado: será que eu fiz
tudo certo? Será que eu devia ter dito aquilo? Por que será que toda vez sou eu que beijo primeiro? E
provavelmente vai procurar o grande urgentemente apesar de ter se prometido que jamais faria isso.
Não precisa nem ser um caso de amor. Mesmo entre dois irmãos, dois amigos, dois o que seja,
sempre haverá um que quer mais e outro que quer menos, o generoso e o pedinte, o fascinante e o
fascinado. O grande e o pequeno podem ser de qualquer espécie, inclusive bichos, com exceção dos gatos
que são todos grandes.
FALCÃO, Adriana. O doido da garrafa. São Paulo: Planeta, 2003, p. 11-13.
Em relação ao excerto, marque a alternativa CORRETA.
Leia o excerto a seguir.
O grande e o pequeno
Todo o caso de amor tem sempre um grande e um pequeno. Essa não é uma ideia original, apenas uma adaptação da frase: “a chaque deux amoureux il y a toujours celui que aime et celui que se laisse aimer”. O pequeno ama, o grande se deixa amar, o grande fala, o pequeno escuta, o grande discorda, o pequeno concorda, o pequeno se preocupa, o grande divaga, o grande se atrasa, o pequeno se antecipa, o pequeno teme, o grande ameaça, o grande pede, ou nem precisa pedir, e o pequeno já está fazendo.
Às vezes o grande é um homem, às vezes é uma mulher. O grande pode ser o mais bonito e pode não ser. O pequeno pode ser o mais sensível, mas nem sempre é assim. Muitas vezes o grande é o mais esperto mas o pequeno também pode ser espertíssimo. Depende do caso. Ninguém descobriu até hoje nenhuma regra que permita determinar quem é o grande e quem é o pequeno de um casal. É necessária uma observação um pouco mais atenta. Numa festa, por exemplo, não é difícil identificar qual é qual. Geralmente o pequeno está torcendo para que a festa seja boa, principalmente se foi ele que sugeriu o programa. O grande se comportará de maneira mais blasé até se deixar embriagar pela música, pela bebida ou pelo ambiente, quando então ficará muito, mas muito mais entusiasmado do que o pequeno. O grande não se preocupa em conhecer pessoas, as pessoas é que sempre se aproximam dele, pelo menos na concepção do pequeno, mas mesmo que o pequeno atraia qualquer atenção, o fato vai passar desapercebido pelo grande. O pequeno evita o silêncio porque tem certeza de que a culpa é dele. Por isso tem sempre guardados na cabeça assuntos vários que possam ser úteis em diversas ocasiões. Mas se preocupa sempre em encaixá-los no momento mais apropriado, com cuidado, claro, para não perder a espontaneidade.
A calça nova do pequeno dificilmente lhe cai tão bem quanto a do grande, assim como o cabelo do grande sempre está melhor do que o pequeno, ainda que o resto do mundo pense exatamente o contrário. Mesmo que o pequeno dance bem, o grande sempre dançará melhor. O grande não é bom de decorar letras de músicas mas o pequeno sabe muitas decoradas, principalmente as mais românticas. O pequeno geralmente se comove com a lua calado enquanto o grande aponta, olha só que lua. No final da festa é sempre o pequeno que quer ir embora, a não ser que a festa seja ruim, neste caso o grande quis e eles já foram há muito tempo. Na saída, o pequeno sempre tem uma promessa nervosa e oculta para o resto da noite enquanto o grande se despede dos amigos displicentemente. Em casa, o pequeno faz tudo pra agradar, é macho, é gueixa, é incansável, e, se tocar o coração do grande, ainda deve comemorar com mais uma dose antes de cair no sono. No dia seguinte o pequeno estará inevitavelmente preocupado: será que eu fiz tudo certo? Será que eu devia ter dito aquilo? Por que será que toda vez sou eu que beijo primeiro? E provavelmente vai procurar o grande urgentemente apesar de ter se prometido que jamais faria isso.
Não precisa nem ser um caso de amor. Mesmo entre dois irmãos, dois amigos, dois o que seja, sempre haverá um que quer mais e outro que quer menos, o generoso e o pedinte, o fascinante e o fascinado. O grande e o pequeno podem ser de qualquer espécie, inclusive bichos, com exceção dos gatos que são todos grandes.
FALCÃO, Adriana. O doido da garrafa. São Paulo: Planeta, 2003, p. 11-13.
Em relação ao excerto, marque a alternativa CORRETA.
Leia o texto que se segue:
Dialogando com o público leitor
– Boa tarde, o senhor me desculpe eu estar interrompendo sua leitura, mas é só um minutinho.
– Ah, pois não.
– É o seguinte, não é o senhor que é o escritor? O menino ali me disse que o senhor é o escritor.
– Bem, não sei se sou o escritor. Mas sou um escritor, sou, sim.
– Madalena, venha cá, é ele! Madalena! Chame Rosalvo e os meninos, é ele?
– O que foi que houve?
– Madalena é minha esposa, ela estava com vergonha de perguntar se era o senhor mesmo o escritor.
Ela me disse que já tinha ouvido muito falar no senhor. E Rosalvo é meu cunhado, que conhece sua
obra, é gente boa.
– Sim, eu...
– Não vou interromper nada, pode ficar descansado, o senhor pode continuar com sua leitura.
– Eu...
– Madalena, é ele mesmo! Você tinha razão, é ele. É boa gente, você sabe? Estamos aqui numa prosa
ótima, ele é a simplicidade em pessoa. Olha aí, Rosalvo, é ele. Pode sentar, rapaz, ele não morde, háhá!
– Muito prazer, dá licença.
– Eu...
– Meu nome é Rosalvo Luiz da Anunciação Pereira, mas eu costumo assinar apenas Anunciação
Pereira.
– Ah, sim, interessante.
– Admiro muito sua obra, O Sargento de Milícias.
– Mas não fui eu quem escreveu esse, foi outro. Bem que podia ter sido eu, mas não fui eu.
– Ah, então o senhor não é autor do “Sargento”?
– Sou, mas de outro sargento, o Sargento Getúlio.
RIBEIRO, João Ubaldo. Contos e crônicas para ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva, 2010, p. 59-63.
Assinale a alternativa CORRETA em relação ao texto lido.
Leia atentamente a tirinha e as afirmativas a seguir.
WALKER, Greg Mort. Recruta Zero. O Estado de São Paulo. São Paulo, 11 mar. 2010
I. O uso do termo para determinar salva-vidas em oposição àquele utilizado por Quindim
contribui para a construção do efeito de humor da tira.
II. O jogo linguístico de que fazem uso na tira só se concretiza pela exploração das diferentes
funções dos artigos indefinido e definido.
III. A jovem da tira não está interessada em Quindim, visto que já conta com o próprio namorado
para salvá-la.
Marque a alternativa CORRETA:
Leia atentamente a tirinha e as afirmativas a seguir.
WALKER, Greg Mort. Recruta Zero. O Estado de São Paulo. São Paulo, 11 mar. 2010
I. O uso do termo para determinar salva-vidas em oposição àquele utilizado por Quindim contribui para a construção do efeito de humor da tira.
II. O jogo linguístico de que fazem uso na tira só se concretiza pela exploração das diferentes funções dos artigos indefinido e definido.
III. A jovem da tira não está interessada em Quindim, visto que já conta com o próprio namorado para salvá-la.
Marque a alternativa CORRETA: