Questõessobre Gêneros Textuais

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36e992f3-e6
UFMT 2008 - Português - Interpretação de Textos, Gêneros Textuais, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Em relação aos recursos linguísticos e textuais, assinale a afirmativa correta.

Fobias

        Não sei como se chamaria o medo de não ter o que ler. Existem as conhecidas claustrofobia (medo de lugares fechados), agorafobia (medo de espaços abertos), acrofobia (medo de altura), collorfobia (medo do que ele vai nos aprontar agora) e as menos conhecidas ailurofobia (medo de gatos), iatrofobia (medo de médicos) e até treiskaidekafobia (medo do número treze), mas o pânico de estar, por exemplo, num quarto de hotel, com insônia, sem nada para ler não sei que nome tem. É uma das minhas neuroses. O vício que lhe dá origem é a gutembergomania, uma dependência patológica na palavra impressa. Na falta dela, qualquer palavra serve. Já saí de cama de hotel no meio da noite e entrei no banheiro para ver se as torneiras tinham “Frio” e “Quente” escritos por extenso, para saciar minha sede de letras. Já ajeitei o travesseiro, ajustei a luz e abri a lista telefônica, tentando me convencer que, pelo menos no número de personagens, seria um razoável substituto para um romance russo. Já revirei cobertores e lençóis, à procura de uma etiqueta, qualquer coisa.
        Alguns hotéis brasileiros imitam os americanos e deixam uma Bíblia no quarto, e ela tem sido a minha salvação, embora não no modo pretendido. Nada como um best-seller numa hora dessas. A Bíblia tem tudo para acompanhar uma insônia: enredo fantástico, grandes personagens, romance, o sexo em todas as suas formas, ação, paixão, violência – e uma mensagem positiva. Recomendo “Gênesis” pelo ímpeto narrativo, “O cântico dos cânticos” pela poesia e “Isaías” e “João” pela força dramática, mesmo que seja difícil dormir depois do Apocalipse.
        Mas, e quando não tem nem a Bíblia? Uma vez liguei para a telefonista de madrugada e pedi uma Amiga.
        - Desculpe, cavalheiro, mas o hotel não fornece companhia feminina...
        - Você não entendeu! Eu quero uma revista Amiga, Capricho, Vida Rotariana, qualquer coisa.
        - Infelizmente, não tenho nenhuma revista.
        - Não é possível! O que você faz durante a noite?
        - Tricô.
        Uma esperança!
        - Com manual?
        - Não. Danação.
        - Você não tem nada para ler?
        - Bem ... Tem uma carta da mamãe.
        - Manda!

(VERÍSSIMO, L. F. Comédias para se ler na escola. São Paulo: Objetiva, 2001.)
A
Com o emprego da primeira pessoa, o narrador distancia-se da narrativa.
B
As frases Uma esperança! e Danação. constituem exemplos de monólogo.
C
O final do texto quebra a expectativa do leitor, pois o autor é conhecido pelo humor.
D
As palavras fobia e mania, aglomeradas a outras, indicam o mesmo sentido.
E
A repetição da palavra , no primeiro parágrafo, enfatiza a busca do narrador por algum material de leitura.
2f45eed5-e5
UFCG 2009, UFCG 2009 - Português - Interpretação de Textos, Gêneros Textuais, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Julgue corretas (C) ou erradas (E) as assertivas que comparam o poema “Litania dos Pobres”, de Cruz e Sousa, com a charge que segue:



( ) A charge confirma a condição humana de visionário miserável ilustrada no poema.

( ) A temática da charge nega a condição divina como suporte salvador da condição de pobreza desenhada no poema.

( ) O poema revela a incredulidade do pobre que tudo pode obter com a fé divina, reforçada na charge.

( ) A charge e o poema são gêneros intrinsecamente diferentes e, portanto, não se complementam em termos de temática, não podem, pois, ser comparados.


A sequência correta é:


A
C, C, E, E.
B
C, E, E, C.
C
E, C, C, E.
D
E, E, C, E.
E
C, E, C, E.
80a15f4e-df
UFMT 2008 - Português - Interpretação de Textos, Gêneros Textuais, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

A coluna da esquerda apresenta recursos expressivos usados na crônica e a da direita, exemplos deles. Numere a coluna da direita de acordo com a da esquerda.


1 - léxico relativo a futebol

2 - comparação

3 - enumeração de termos

4 - coesão por substituição


( ) Nesse esporte descampado todas as linhas são imaginárias - ou flutuantes, como a linha da água no futebol de praia

( ) Em suma, pelada é uma espécie de futebol que se joga apesar do chão. Nesse esporte descampado todas as linhas são imaginárias – ou flutuantes

( ) no meio da rua, em pirambeira, na linha de trem, dentro do ônibus, no mangue, na areia fofa, em qualquer terreno pouco confiável

( ) o moleque encara uma bola de couro, mata a redonda no peito e faz a embaixada com um pé nas costas


Assinale a seqüência correta.

 Leia trecho da crônica O moleque e a bola, de F. B. de Hollanda, e responda à questão.



A
2, 4, 3, 1
B
1, 2, 4, 3
C
4, 3, 1, 2
D
2, 3, 4, 1
E
4, 1, 2, 3
e47b5649-de
UNIFESP 2016, UNIFESP 2016 - Português - Interpretação de Textos, Gêneros Textuais

Examine a tira do cartunista argentino Quino (1932- ).


As frases citadas pela personagem Mafalda no início de sua fala foram extraídas de

A
um anúncio publicitário.
B
um livro sobre culinária.
C
uma peça de teatro.
D
uma cartilha escolar.
E
um guia turístico.
71e121e6-df
UFMT 2006 - Português - Interpretação de Textos, Gêneros Textuais, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Sobre a caracterização do gênero dos textos I e II, assinale a afirmativa correta.

Os textos abaixo fazem parte da campanha publicitária de uma empresa fabricante de produtos eletrônicos.


TEXTO I


Noel querido,


No próximo dia 24 vou oferecer uma ceia para alguns amigos em minha casa, em petit comitê. Eu adoraria poder contar com a sua presença. E, se você quiser trazer um presente para a anfitriã, não vou me importar, pelo contrário, até dou uma sugestão: você já viu a nova linha de monitores de plasma da Gradiente? É um must! Design clean, tecnologia de última geração. Ficaria o máximo ao lado de minhas obras modernistas. Apenas um pedido, querido. Por favor, não entre pela chaminé para não assustar os convidados. Um beijo.


____________________

Seu nome


TEXTO II


E aí, Papai Noel, Belê?


A parada é a seguinte: eu, ___________________, tô muito a fim, a finzaço mesmo, de ter um Mini System Titanium da Gradiente no meu quarto, aquele que reproduz MP3 com 5.000 Watts de potência, tá ligado? Sabe como é: eu queimo uns CDs MP3, convido a mina para ouvir um som da hora, a gente troca umas idéias e aí, meu velho, você tá ligado, né? E então? Quebra essa pra mim, mano. O senhor, que já tá velhinho, não sabe como é difícil hoje em dia agradar a mulherada.


(VEJA, dezembro de 2003.) 

A
Em função do registro formal, da invocação, da identificação do requerente, o texto II é exemplo do gênero requerimento.
B
O uso da expressão seu nome no texto I e o espaço para pôr nome no texto II sugerem que os remetentes devam ficar no anonimato, não podem ser identificados.
C
No texto I foi estabelecida uma interação formal, distante, entre a anfitriã e Papai Noel, trazido para o convívio diário, para a realidade presente.
D
No texto II, há relação de proximidade entre Papai Noel e o jovem, quebrada no final do texto pelo uso do tratamento senhor.
E
O texto I apresenta características como vocativo, corpo, fechamento e assinatura, que o identificam como carta.
b7c8963d-e0
UEPB 2011, UEPB 2011 - Português - Interpretação de Textos, Gêneros Textuais, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Sobre as duas estrofes transcritas de uma discussão poética entre Pinto do Monteiro e Louro do Pajeú, é correto afirmar que retratam:


( ) Características socioculturais da tradição oral trovadoresca, cultivadas com exclusividade no Nordeste brasileiro.

( ) Um gênero em que é declarado vencedor aquele que conseguir versejar com maior competência, a respeito de um determinado tema.

( ) Uma manifestação cultural popular chamada de “repentismo” que devido às migrações internas podem ser encontradas em qualquer parte do Brasil.

( ) Um exemplo típico da literatura de cordel que se apresenta em forma poética impressa em folhetos.


Analise as proposições, coloque V para as verdadeiras, F para as falsas e marque a alternativa correta.

A
V F F V
B
F V V F
C
F F V V
D
V F V F
E
F V F F
f8beb7db-dd
UEM 2011 - Português - Interpretação de Textos, Gêneros Textuais, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

A preferência de Rubem Fonseca pelo gênero “conto”, como se observa em outros contistas contemporâneos, pode ser justificada pelo dinamismo e velocidade dos acontecimentos, relativos ao contexto em que o autor está inserido.

Assinale o que for correto em relação ao livro de Rubem Fonseca, O cobrador. (FONSECA, R.. O cobrador. São Paulo: Companhia das Letras, 1989) 
C
Certo
E
Errado
f8b215b2-dd
UEM 2011 - Português - Interpretação de Textos, Gêneros Textuais, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

No fragmento em questão, apesar do impulso de liberdade e de criação autônoma do poeta, constata-se um tradicional esquema de rimas na primeira estrofe, que desaparece ao longo do texto: AABA (manhã/ manhã/ inimigos/ manhã), fruto do espírito de formação clássica do poeta.

Leia atentamente o fragmento abaixo e, a seguir, assinale a alternativa correta.

“Estrela da Manhã”
Eu quero a estrela da manhã
Onde está a estrela da manhã?
Meus amigos meus inimigos
Procurem a estrela da manhã

Ela desapareceu ia nua...
Desapareceu com quem?
Procurem por toda parte

Digam que sou um homem sem orgulho
Um homem que aceita tudo
Que me importa?
Eu quero a estrela da manhã.
(...)

(BANDEIRA, M.. Poesia Completa e Prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1983, p. 227)
C
Certo
E
Errado
f8a9e971-dd
UEM 2011 - Português - Interpretação de Textos, Gêneros Textuais, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

O poeta Manuel Bandeira é uma das vozes mais representativas da poesia brasileira. Pertencente ao livro Estrela da Manhã, o fragmento acima apresenta uma síntese dos pressupostos poéticos que nortearam a linguagem parnasiano-simbolista, força de resistência no início do modernismo brasileiro, tal como exemplificam os versos, ”Eu quero a estrela da manhã/ Onde está a estrela da manhã?”.

Leia atentamente o fragmento abaixo e, a seguir, assinale a alternativa correta.

“Estrela da Manhã”
Eu quero a estrela da manhã
Onde está a estrela da manhã?
Meus amigos meus inimigos
Procurem a estrela da manhã

Ela desapareceu ia nua...
Desapareceu com quem?
Procurem por toda parte

Digam que sou um homem sem orgulho
Um homem que aceita tudo
Que me importa?
Eu quero a estrela da manhã.
(...)

(BANDEIRA, M.. Poesia Completa e Prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1983, p. 227)
C
Certo
E
Errado
0af22e6a-dd
UEM 2011, UEM 2011 - Português - Interpretação de Textos, Gêneros Textuais, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

O soneto apresenta adjetivos pospostos e antepostos ao substantivo (véus brancos e alvas Flores), como também uma adjetivação binária (sentimento delicado e leve) e a repetição do mesmo adjetivo no verso (Luzes claras e augustas, luzes claras), caracterizando as influências clássica e barroca recebidas pelo poeta Cruz e Sousa.

Leia atentamente o soneto a seguir.


Grinaldas e véus brancos, véus de neve,

Véus e grinaldas purificadores,

Vão as Flores carnais, as alvas Flores

Do sentimento delicado e leve.


Um luar de pudor, sereno e breve,

De ignotos e de prônubos pudores,

Erra nos pulcros, virginais brancores

Por onde o amor parábolas descreve...


Luzes claras e augustas, luzes claras

Douram dos templos as sagradas aras,

Na comunhão das níveas hóstias frias...


Quando seios pubentes estremecem,

Silfos de sonhos de volúpia crescem,

Ondulantes, em formas alvadias...

(CRUZ e SOUSA. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1997)

Vocabulário

ignotos: ignorados; desconhecidos.

prônubos: que dizem respeito a noivo ou noiva.

pulcros: belos; formosos.

parábolas: narrações alegóricas.

aras: pedras de altar.

pubentes: termo sem registro no dicionário, provavelmente seu sentido pode ser entendido como relativo à puberdade, passagem da infância à adolescência.

silfos: figuras mitológicas que vivem nos ares; seres vaporosos, delicados.

alvadias: brancas; alvas.


Esse soneto é de autoria do poeta simbolista Cruz e Sousa e nele se encontram as principais características da poesia simbolista brasileira. Com relação ao poeta Cruz e Sousa e ao soneto, assinale a alternativa correta.

C
Certo
E
Errado
0aee7d4a-dd
UEM 2011, UEM 2011 - Português - Interpretação de Textos, Gêneros Textuais, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

O soneto apresenta uma estrutura formada por dois quartetos e dois tercetos; as rimas são interpoladas e emparelhadas; e todos os versos são decassílabos.

Leia atentamente o soneto a seguir.


Grinaldas e véus brancos, véus de neve,

Véus e grinaldas purificadores,

Vão as Flores carnais, as alvas Flores

Do sentimento delicado e leve.


Um luar de pudor, sereno e breve,

De ignotos e de prônubos pudores,

Erra nos pulcros, virginais brancores

Por onde o amor parábolas descreve...


Luzes claras e augustas, luzes claras

Douram dos templos as sagradas aras,

Na comunhão das níveas hóstias frias...


Quando seios pubentes estremecem,

Silfos de sonhos de volúpia crescem,

Ondulantes, em formas alvadias...

(CRUZ e SOUSA. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1997)

Vocabulário

ignotos: ignorados; desconhecidos.

prônubos: que dizem respeito a noivo ou noiva.

pulcros: belos; formosos.

parábolas: narrações alegóricas.

aras: pedras de altar.

pubentes: termo sem registro no dicionário, provavelmente seu sentido pode ser entendido como relativo à puberdade, passagem da infância à adolescência.

silfos: figuras mitológicas que vivem nos ares; seres vaporosos, delicados.

alvadias: brancas; alvas.


Esse soneto é de autoria do poeta simbolista Cruz e Sousa e nele se encontram as principais características da poesia simbolista brasileira. Com relação ao poeta Cruz e Sousa e ao soneto, assinale a alternativa correta.

C
Certo
E
Errado
0acc9ae1-dd
UEM 2011, UEM 2011 - Português - Interpretação de Textos, Gêneros Textuais, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

No fragmento em questão, evidencia-se uma das mais importantes características do movimento romântico - a subjetividade, configurada na exaltação do amor como o mais sublime dos sentimentos, capacitando o homem a manter o coração apaixonado e a valorizar no ser amado a beleza, a justiça e a pureza de sentimentos: “Assim eu te amo, assim (...) O que é belo, o que é justo, santo e grande/ Amo em ti”.

Leia atentamente o fragmento abaixo e, a seguir, assinale a alternativa correta.


Como eu te amo

(...)

Assim eu te amo, assim; mais do que podem

Dizer-te os lábios meus, - mais do que vale

Cantar a voz do trovador cansada:

O que é belo, o que é justo, santo e grande

Amo em ti. - Por tudo quanto sofro,

Por quanto já sofri, por quanto ainda

Me resta de sofrer, por tudo eu te amo.

O que espero, cobiço, almejo, ou temo

De ti, só de ti pende: oh! nunca saibas

Com quanto amor eu te amo, e de que fonte

Tão terna, quanta amarga o vou nutrindo!

Esta oculta paixão, que mal suspeitas,

Que não vês, não supões, nem te eu revelo,

Só pode no silêncio achar consolo,

Na dor aumento, intérprete nas lágrimas.

(DIAS, G.. Poesia e prosa completas. Organização Alexei Bueno. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2006)

C
Certo
E
Errado
0ac92868-dd
UEM 2011, UEM 2011 - Português - Interpretação de Textos, Gêneros Textuais, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

O fragmento em questão compõe-se de versos octossílabos graves: “Esta oculta paixão, que mal suspeitas,/ Que não vês, não supões, nem te eu revelo”. As rimas internas são alternadas e emparelhadas: vale/grande; sofro/amo/temo.

Leia atentamente o fragmento abaixo e, a seguir, assinale a alternativa correta.


Como eu te amo

(...)

Assim eu te amo, assim; mais do que podem

Dizer-te os lábios meus, - mais do que vale

Cantar a voz do trovador cansada:

O que é belo, o que é justo, santo e grande

Amo em ti. - Por tudo quanto sofro,

Por quanto já sofri, por quanto ainda

Me resta de sofrer, por tudo eu te amo.

O que espero, cobiço, almejo, ou temo

De ti, só de ti pende: oh! nunca saibas

Com quanto amor eu te amo, e de que fonte

Tão terna, quanta amarga o vou nutrindo!

Esta oculta paixão, que mal suspeitas,

Que não vês, não supões, nem te eu revelo,

Só pode no silêncio achar consolo,

Na dor aumento, intérprete nas lágrimas.

(DIAS, G.. Poesia e prosa completas. Organização Alexei Bueno. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2006)

C
Certo
E
Errado
12e6b972-dd
UEM 2011, UEM 2011 - Português - Interpretação de Textos, Gêneros Textuais, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

O esquema das rimas e a organização das estrofes do fragmento indicam a predileção do poeta pela forma fixa, pelas rimas ricas e emparelhadas, traços marcantes do Arcadismo no Brasil.

Leia o fragmento de Marília de Dirceu, de Tomás Antônio Gonzaga e, a seguir, assinale a alternativa correta.

Acaso são estes
Os sítios formosos,
Aonde passava
Os anos gostosos?
São estes os prados,
Aonde brincava,
Enquanto pastava,
O manso rebanho?
Que Alceu nos deixou?
        São estes os sítios?
        São estes; mas eu
        O mesmo não sou.
        Marília, tu chamas?
        Espera, que eu vou.
                 *

Daquele penhasco
Um rio caía;
Ao som do sussurro
Que vezes dormia!
Agora não cobrem
Espumas nevadas
As pedras quebradas:
Parece que o rio
Ao curso voltou.
        São estes os sítios?
        São estes; mas eu
        O mesmo não sou.
        Marília, tu chamas?
        Espera, que eu vou.

(GONZAGA, T. A.. Marília de Dirceu. São Paulo: Martin Claret, 2009, p. 25-26)
C
Certo
E
Errado
df9353ed-dc
UEM 2010 - Português - Interpretação de Textos, Gêneros Textuais, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

O soneto é composto por dois quartetos e dois tercetos e por versos octossílabos e septassílabos, cujas rimas obedecem ao esquema ABBA, nos quartetos, e CDCDCD, nos tercetos.

Leia, atentamente, o soneto abaixo e assinale a alternativa correta.

SONETO LXXXIV (84)

Destes penhascos fez a natureza
O berço, em que nasci! oh quem cuidara,
Que entre penhas tão duras se criara
Uma alma terna, um peito sem dureza!

Amor, que vence os tigres, por empresa
Tomou logo render-me; ele declara
Contra o meu coração guerra tão rara,
Que não me foi bastante a fortaleza.

Por mais que eu mesmo conhecesse o dano,
A que dava ocasião minha brandura,
Nunca pude fugir ao cego engano:

Vós, que ostentais a condição mais dura,
Temei, penhas, temei; que Amor tirano,
Onde há mais resistência, mais se apura.
COSTA, Cláudio Manuel. Poemas escolhidos. São Paulo: Ediouro, 1997, p. 63.

Vocabulário
penhascos: montanhas rochosas.
penhas: grande massa de rocha saliente e isolada, pedras.
terna: meiga, afetuosa.
dano: prejuízo.
brandura: doçura, mansidão.
ostentais (verbo ostentar): exibir, mostrar com orgulho.
tirano: cruel, impiedoso, que abusa do poder.
apura (verbo apurar): tornar puro, purificar.
C
Certo
E
Errado
df826d5c-dc
UEM 2010 - Português - Interpretação de Textos, Gêneros Textuais, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

No fragmento acima, os versos são livres, metrificados em redondilha maior, e as rimas obedecem ao esquema ABABAB, classificadas como rimas cruzadas.

Leia atentamente o trecho selecionado e, em seguida, assinale a alternativa correta.

Se se morrre de amor
(...)
Amor é vida; é ter constantemente
Alma, sentidos, coração – abertos
Ao grande, ao belo; é ser capaz d’extremos,
D’ altas virtudes, té capaz de crimes!
Compr’ender o infinito, a imensidade,
E a natureza e Deus; gostar dos campos,
D’ aves, flores, murmúrios solitários;
Buscar tristeza, a soledade, o ermo,
E ter o coração em riso e festa;
(...)
DIAS, Gonçalves. Poesia e prosa completas. Volume único. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2006, p. 293.

Vocabulário
ermo: descampado, deserto.
soledade: solidão. 
C
Certo
E
Errado
d7104f30-d9
UEM 2010, UEM 2010, UEM 2010 - Português - Interpretação de Textos, Gêneros Textuais, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

No fragmento acima, os versos são decassílabos e hexassílabos, e as rimas obedecem ao esquema ABBACDED, portanto, alternadas e emparelhadas, na primeira estrofe, e ABBA, opostas e emparelhadas, na segunda estrofe.

Leia atentamente o fragmento do poema abaixo e, a seguir, assinale a alternativa correta.

Lira XIV
Minha bela Marília, tudo passa;
A sorte deste mundo é mal segura;
Se vem depois dos males a ventura,
Vem depois dos prazeres a desgraça.
Estão os mesmos deuses
Sujeitos ao poder do ímpio fado:
Apolo já fugiu do céu brilhante,
Já foi pastor de gado.
(...)
Ornemos nossas testas com as flores,
E façamos de feno um brando leito;
Prendamo-nos, Marília, em laço estreito,
Gozemos do prazer de sãos amores.
(...)

GONZAGA, Tomás Antônio. Marília de Dirceu. 2. ed., São Paulo: Martin Claret, 2009, p. 46-47.

Vocabulário
ventura: destino, sorte.
ímpio: que não tem fé, herege.
fado: sorte, destino, ventura.
Apolo: deus da mitologia clássica, símbolo da luz e da beleza.
ornemos: verbo ornar, enfeitar.
feno: erva que serve para alimentar os animais.
brando: macio, flexível.
sãos: sadios, em estado perfeito.
C
Certo
E
Errado
67d27f7d-dd
MACKENZIE 2016 - Português - Interpretação de Textos, Gêneros Textuais, Funções da Linguagem: emotiva, apelativa, referencial, metalinguística, fática e poética., Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

É correto afirmar que em “Versos a um coveiro”:

Textos para a questão

Poema de Finados
01 Amanhã que é dia dos mortos
02 Vai ao cemitério. Vai
03 E procura entre as sepulturas
04 A sepultura de meu pai.

05 Leva três rosas bem bonitas.
06 Ajoelha e reza uma oração.
07 Não pelo pai, mas pelo filho:
08 O filho tem mais precisão.

09 O que resta de mim na vida
10 É a amargura do que sofri.
11 Pois nada quero, nada espero.
12 E em verdade estou morto ali.
Manuel Bandeira

Versos a um coveiro
01 Numerar sepulturas e carneiros,
02 Reduzir carnes podres a algarismos,
03 Tal é, sem complicados silogismos,
04 A aritmética hedionda dos coveiros!

05 Um, dois, três, quatro, cinco... Esoterismos
06 Da Morte! E eu vejo, em fúlgidos letreiros,
07 Na progressão dos números inteiros
08 A gênese de todos os abismos!

09 Oh! Pitágoras da última aritmética,
10 Continua a contar na paz ascética
11 Dos tábidos carneiros sepulcrais

12 Tíbias, cérebros, crânios, rádios e úmeros,
13 Porque, infinita como os próprios números
14 A tua conta não acaba mais!
Augusto dos Anjos
Vocabulário:
Carneiros -
criptas, subterrâneos sepulcrais
Fúlgidos - brilhantes
Ascética - próprio do asceta, de quem se entrega a práticas espirituais, levando vida contemplativa
Tábitos - pobres, corruptos
Tíbias - ossos que constituem a perna
Rádios - ossos que constituem o antebraço
Úmeros - ossos que vão do cotovelo ao ombro

Pai contra mãe (fragmento)

Machado de Assis
A
a construção do soneto com léxico das áreas da Biologia e da Matemática reduz o impacto poético da composição.
B
a composição textual estruturada na função fática e no uso de terminologia científica ampliam o valor literário do soneto.
C
o racionalismo científico e a opção pela composição em forma de soneto vinculam o poema selecionado aos ideais do movimento Naturalista.
D
a exploração de caracteres patológicos, mórbidos e pútridos afastam a possibilidade de o presente soneto ser considerado relevante para o universo da literatura brasileira.
E
o emprego de terminologia técnica, das áreas da Biologia e da Matemática, concede tom de racionalidade à morte, tratada de forma quantificável.
67b97665-dd
MACKENZIE 2016 - Português - Interpretação de Textos, Gêneros Textuais

O texto pode ser classificado como uma:

Texto para a questão


Vera Teixeira de Aguiar, O verbal e o não verbal

A
notícia, pois, pela exploração de fatos do cotidiano, apresenta como função principal tratar de assuntos ocorridos em momentos específicos da sociedade.
B
elaboração poética, perceptível no emprego destacado de figuras de linguagem e de palavras em sentido conotativo.
C
mensagem de valor informativo, uma vez que, ao elaborar seus argumentos, procura divulgar didaticamente saberes sobre a linguagem.
D
mensagem com função instrucional, porque seu objetivo central é a orientação de comportamentos sociais.
E
narração, uma vez que há o desenvolvimento de um enredo que chega a uma conclusão por meio do suspense que cria no leitor.
5d8b5b74-dc
MACKENZIE 2014 - Português - Interpretação de Textos, Gêneros Textuais

Assinale a alternativa INCORRETA sobre a prosa romântica brasileira.

Texto para a questão

A Esmeralda e o Camafeu



Joaquim Manoel de Macedo, A Moreninha.
A
Destacam-se autores como Manuel Antônio de Almeida, Bernardo Guimarães, José de Alencar, Joaquim Manuel de Macedo e Visconde de Taunay.
B
Retrata a sociedade da época embasada pela ideologia positivista e pelo cientificismo.
C
Costuma girar em torno da descrição dos costumes da sociedade da época, criando identificação com o público-leitor.
D
É composta por romances de costumes, urbanos, indianistas, regionalistas e históricos.
E
Visconde de Taunay é um dos representantes do romance regionalista com a obra Inocência.