Questõesde FAMERP sobre Português

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Foram encontradas 59 questões
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FAMERP 2014 - Português - Análise sintática, Sintaxe

“Sobre coisa nenhuma se põem os filósofos de acordo”


A expressão destacada na frase tem a mesma função sintática do termo destacado em:

Leia o texto de Oswaldo Porchat Pereira para responder às questão.


    A experiência do cotidiano nos brinda sempre com anomalias, incongruências, contradições. E, quando tentamos explicá-las, explicações à primeira vista razoáveis acabam por revelar-se insatisfatórias após exame mais acurado. A natureza das coisas e dos eventos não nos parece facilmente inteligível. As opiniões e os pontos de vista dos homens são dificilmente conciliáveis ou, mesmo, uns com os outros inconsistentes. Consensos porventura emergentes se mostram provisórios e precários. Quem sente a necessidade de pensar com um espírito mais crítico e tenta melhor compreender, essa diversidade toda o desnorteia.
   Talvez a maioria dos homens conviva bem com esse espetáculo da anomalia mundana. Uns poucos não o conseguem e essa experiência muito os perturba. Alguns destes se fazem filósofos e buscam na filosofia o fim dessa perturbação e a tranquilidade de espírito. Uma tranquilidade de espírito que esperam obter, por exemplo, graças à posse da verdade. A filosofia lhes promete explicar o mundo, dar conta da experiência cotidiana, dissipar as contradições, afastar as névoas da incompreensão. Revelando o ser, que o aparecer oculta; ou, se isso não for possível, desvendando os mistérios do conhecimento e deste delineando a natureza e os precisos limites; ou, pelo menos, esclarecendo a natureza e a função de nossa humana linguagem, na qual dizemos o mundo e formulamos os problemas da filosofia. A filosofia distingue e propõe-se ensinar-nos a distinguir entre verdade e falsidade, conhecimento e crença, ser e aparência, sujeito e objeto, representação e representado, além de muitas outras distinções.
    Mas a filosofia não nos dá o que nos prometera e buscáramos nela. Muito pelo contrário, o que ela nos descobre é uma extraordinária diversidade de posições e pontos de vista, totalmente incompatíveis uns com os outros e nunca conciliáveis. A discordância que divide o comum dos homens, nós a encontramos de novo nas filosofias, mas potencializada agora como ao infinito, de mil modos sofisticada num discurso arguto. Sobre coisa nenhuma se põem os filósofos de acordo, nem mesmo sobre o objeto, a natureza ou o método do próprio empreendimento de filosofar.

(Rumo ao ceticismo, 2006. Adaptado.)

     

A
A natureza das coisas e dos eventos não nos parece facilmente inteligível.”
B
“Consensos porventura emergentes se mostram provisórios e precários.”
C
“essa experiência muito os perturba.”
D
“essa diversidade toda o desnorteia.”
E
“Mas a filosofia não nos o que nos prometera”
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FAMERP 2014 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Considere a tirinha de Laerte.



Na tirinha, pode-se observar uma sequência de imagens, de um homem sobre uma corda-bamba, e uma sequência de frases. A interação entre imagens e frases

A
faz com que um significado – a “dificuldade” de andar sobre uma corda – migre para a sequência escrita, induzindo a que se conclua que é difícil não julgar ninguém.
B
perde importância no último quadro, pois a queda do personagem, expressa em imagens, interrompe seus pensamentos.
C
é interrompida entre o terceiro e o quarto quadros, quando o personagem para deliberadamente de andar e de pensar no que até então pensava.
D
produz um efeito cômico, na medida em que a queda da corda faz rir e apaga o raciocínio que até então vinha se desenvolvendo em palavras.
E
cria uma terceira narrativa, alegórica, que sintetiza as imagens e as palavras, segundo a qual as pessoas não terminam algumas de suas tarefas porque não conseguem silenciar a mente.
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FAMERP 2014 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Deduz-se, da leitura da primeira estrofe, que “o poeta” a que se refere o poema

Leia o poema de Fernando Pessoa para responder à questão


Autopsicografia 

O poeta é um fingidor. 
Finge tão completamente 
Que chega a fingir que é dor 
A dor que deveras sente.


E os que leem o que escreve, 
Na dor lida sentem bem, 
Não as duas que ele teve, 
Mas só a que eles não têm. 


E assim nas calhas de roda 
Gira, a entreter a razão, 
Esse comboio de corda 
Que se chama o coração.

(Obra poética, 1984.)

A
livra-se por completo de sua dor ao compor o poema.
B
sente dor, mas, ainda assim, não se exime de compor o poema.
C
sente dores falsas, que o motivam a compor um poema.
D
transforma sua dor sentida em outra, simulada, diferente da original.
E
expressa sem artifícios sua dor, o que fica caracterizado na palavra “deveras”.
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FAMERP 2014 - Português - Termos essenciais da oração: Sujeito e Predicado, Sintaxe

Para a correta compreensão da terceira estrofe, deve-se entender que o sujeito de “Gira” é

Leia o poema de Fernando Pessoa para responder à questão


Autopsicografia 

O poeta é um fingidor. 
Finge tão completamente 
Que chega a fingir que é dor 
A dor que deveras sente.


E os que leem o que escreve, 
Na dor lida sentem bem, 
Não as duas que ele teve, 
Mas só a que eles não têm. 


E assim nas calhas de roda 
Gira, a entreter a razão, 
Esse comboio de corda 
Que se chama o coração.

(Obra poética, 1984.)

A
“roda”.
B
o poeta.
C
“Esse comboio de corda”.
D
“a razão”.
E
o leitor.
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FAMERP 2014 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Se for considerada a temática predominante nas obras de Fernando Pessoa (ele-mesmo, ortônimo) e nas obras de seus heterônimos mais conhecidos, é correto afirmar que o poema “Autopsicografia” pode ser atribuído a

Leia o poema de Fernando Pessoa para responder à questão


Autopsicografia 

O poeta é um fingidor. 
Finge tão completamente 
Que chega a fingir que é dor 
A dor que deveras sente.


E os que leem o que escreve, 
Na dor lida sentem bem, 
Não as duas que ele teve, 
Mas só a que eles não têm. 


E assim nas calhas de roda 
Gira, a entreter a razão, 
Esse comboio de corda 
Que se chama o coração.

(Obra poética, 1984.)

A
Bernardo Soares.
B
Alberto Caeiro.
C
Fernando Pessoa, ele-mesmo, ortônimo.
D
Ricardo Reis.
E
Álvaro de Campos.
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FAMERP 2014 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

O narrador de Dom Casmurro, em procedimento típico de Machado de Assis, dirige-se diretamente ao leitor para conversar. No texto, um elemento que torna evidente tal procedimento é

Leia o texto de Machado de Assis para responder à questão


    Uma noite destas, vindo da cidade para o Engenho Novo, encontrei num trem da Central um rapaz aqui do bairro, que eu conheço de vista e de chapéu. Cumprimentou-me, sentou- -se ao pé de mim, falou da lua e dos ministros, e acabou recitando-me versos. A viagem era curta, e os versos pode ser que não fossem inteiramente maus. Sucedeu, porém, que, como eu estava cansado, fechei os olhos três ou quatro vezes; tanto bastou para que ele interrompesse a leitura e metesse os versos no bolso.

    – Continue, disse eu acordando.
    − Já acabei, murmurou ele.
    − São muito bonitos.

Vi-lhe fazer um gesto para tirá-los outra vez do bolso, mas não passou do gesto; estava amuado. No dia seguinte entrou a dizer de mim nomes feios, e acabou alcunhando- -me Dom Casmurro. Os vizinhos, que não gostam dos meus hábitos reclusos e calados, deram curso à alcunha, que afinal pegou. Nem por isso me zanguei.
    [...]
    Não consultes dicionários. Casmurro não está aqui no sentido que eles lhe dão, mas no que lhe pôs o vulgo de homem calado e metido consigo. Dom veio por ironia, para atribuir-me fumos de fidalgo. Tudo por estar cochilando! Também não achei melhor título para a minha narração; se não tiver outro daqui até o fim do livro, vai este mesmo. O meu poeta do trem ficará sabendo que não lhe guardo rancor. E com pequeno esforço, sendo o título seu, poderá cuidar que a obra é sua. Há livros que apenas terão isso dos seus autores; alguns nem tanto.


(Dom Casmurro, 2008.)


A
a explicação que o narrador dá sobre a ironia do pronome “Dom” em seu apelido.
B
o emprego da segunda pessoa do singular, em “Não consultes dicionários”.
C
o uso dos pronomes possessivos, em “sendo o título seu” e “a obra é sua”.
D
a informalidade com que o narrador expressa suas escolhas, como em “vai este mesmo”.
E
o emprego de travessões, para marcar as trocas de turnos nos diálogos.o emprego de travessões, para marcar as trocas de turnos nos diálogos.
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FAMERP 2014 - Português - Interpretação de Textos, Morfologia - Verbos, Flexão verbal de tempo (presente, pretérito, futuro), Homonímia, Paronímia, Sinonímia e Antonímia, Coesão e coerência, Flexão verbal de modo (indicativo, subjuntivo, imperativo)

“os versos pode ser que não fossem inteiramente maus.”

Com essa frase, o narrador expressa uma dúvida. Nas alternativas, a frase gramaticalmente correta, que mantém em linhas gerais o significado original, é:

Leia o texto de Machado de Assis para responder à questão


    Uma noite destas, vindo da cidade para o Engenho Novo, encontrei num trem da Central um rapaz aqui do bairro, que eu conheço de vista e de chapéu. Cumprimentou-me, sentou- -se ao pé de mim, falou da lua e dos ministros, e acabou recitando-me versos. A viagem era curta, e os versos pode ser que não fossem inteiramente maus. Sucedeu, porém, que, como eu estava cansado, fechei os olhos três ou quatro vezes; tanto bastou para que ele interrompesse a leitura e metesse os versos no bolso.

    – Continue, disse eu acordando.
    − Já acabei, murmurou ele.
    − São muito bonitos.

Vi-lhe fazer um gesto para tirá-los outra vez do bolso, mas não passou do gesto; estava amuado. No dia seguinte entrou a dizer de mim nomes feios, e acabou alcunhando- -me Dom Casmurro. Os vizinhos, que não gostam dos meus hábitos reclusos e calados, deram curso à alcunha, que afinal pegou. Nem por isso me zanguei.
    [...]
    Não consultes dicionários. Casmurro não está aqui no sentido que eles lhe dão, mas no que lhe pôs o vulgo de homem calado e metido consigo. Dom veio por ironia, para atribuir-me fumos de fidalgo. Tudo por estar cochilando! Também não achei melhor título para a minha narração; se não tiver outro daqui até o fim do livro, vai este mesmo. O meu poeta do trem ficará sabendo que não lhe guardo rancor. E com pequeno esforço, sendo o título seu, poderá cuidar que a obra é sua. Há livros que apenas terão isso dos seus autores; alguns nem tanto.


(Dom Casmurro, 2008.)


A
Tenho a impressão que os versos não seriam inteiramente maus.
B
Tenho a impressão de que os versos não podiam ser inteiramente maus.
C
Tenho a impressão que os versos não eram inteiramente maus.
D
Tenho a impressão de que os versos não eram inteiramente maus.
E
Tenho a impressão que os versos não são inteiramente maus.
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FAMERP 2014 - Português - Interpretação de Textos, Substantivos, Morfologia, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

“um rapaz aqui do bairro, que eu conheço de vista e de chapéu.”

Nessa frase, são associados dois substantivos semanticamente díspares: “vista” e “chapéu”. A quebra de paralelismo semântico provoca um curioso efeito de estilo.

Entre as frases, retiradas de outro romance de Machado de Assis, a que produz efeito de estilo semelhante é:

Leia o texto de Machado de Assis para responder à questão


    Uma noite destas, vindo da cidade para o Engenho Novo, encontrei num trem da Central um rapaz aqui do bairro, que eu conheço de vista e de chapéu. Cumprimentou-me, sentou- -se ao pé de mim, falou da lua e dos ministros, e acabou recitando-me versos. A viagem era curta, e os versos pode ser que não fossem inteiramente maus. Sucedeu, porém, que, como eu estava cansado, fechei os olhos três ou quatro vezes; tanto bastou para que ele interrompesse a leitura e metesse os versos no bolso.

    – Continue, disse eu acordando.
    − Já acabei, murmurou ele.
    − São muito bonitos.

Vi-lhe fazer um gesto para tirá-los outra vez do bolso, mas não passou do gesto; estava amuado. No dia seguinte entrou a dizer de mim nomes feios, e acabou alcunhando- -me Dom Casmurro. Os vizinhos, que não gostam dos meus hábitos reclusos e calados, deram curso à alcunha, que afinal pegou. Nem por isso me zanguei.
    [...]
    Não consultes dicionários. Casmurro não está aqui no sentido que eles lhe dão, mas no que lhe pôs o vulgo de homem calado e metido consigo. Dom veio por ironia, para atribuir-me fumos de fidalgo. Tudo por estar cochilando! Também não achei melhor título para a minha narração; se não tiver outro daqui até o fim do livro, vai este mesmo. O meu poeta do trem ficará sabendo que não lhe guardo rancor. E com pequeno esforço, sendo o título seu, poderá cuidar que a obra é sua. Há livros que apenas terão isso dos seus autores; alguns nem tanto.


(Dom Casmurro, 2008.)


A
“Algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias pelo princípio ou pelo fim.”
B
“Já o leitor compreendeu que era a Razão que voltava à casa, e convidava a Sandice a sair.”
C
“Um emplasto anti-hipocondríaco, destinado a aliviar a nossa melancólica humanidade.”
D
“A minha ideia, depois de tantas cabriolas, constituíra-se ideia fixa.”
E
“Marcela amou-me durante quinze meses e onze contos de réis.”
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FAMERP 2014 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Segundo o autor do texto,

Leia o texto de Oswaldo Porchat Pereira para responder às questão.


    A experiência do cotidiano nos brinda sempre com anomalias, incongruências, contradições. E, quando tentamos explicá-las, explicações à primeira vista razoáveis acabam por revelar-se insatisfatórias após exame mais acurado. A natureza das coisas e dos eventos não nos parece facilmente inteligível. As opiniões e os pontos de vista dos homens são dificilmente conciliáveis ou, mesmo, uns com os outros inconsistentes. Consensos porventura emergentes se mostram provisórios e precários. Quem sente a necessidade de pensar com um espírito mais crítico e tenta melhor compreender, essa diversidade toda o desnorteia.
   Talvez a maioria dos homens conviva bem com esse espetáculo da anomalia mundana. Uns poucos não o conseguem e essa experiência muito os perturba. Alguns destes se fazem filósofos e buscam na filosofia o fim dessa perturbação e a tranquilidade de espírito. Uma tranquilidade de espírito que esperam obter, por exemplo, graças à posse da verdade. A filosofia lhes promete explicar o mundo, dar conta da experiência cotidiana, dissipar as contradições, afastar as névoas da incompreensão. Revelando o ser, que o aparecer oculta; ou, se isso não for possível, desvendando os mistérios do conhecimento e deste delineando a natureza e os precisos limites; ou, pelo menos, esclarecendo a natureza e a função de nossa humana linguagem, na qual dizemos o mundo e formulamos os problemas da filosofia. A filosofia distingue e propõe-se ensinar-nos a distinguir entre verdade e falsidade, conhecimento e crença, ser e aparência, sujeito e objeto, representação e representado, além de muitas outras distinções.
    Mas a filosofia não nos dá o que nos prometera e buscáramos nela. Muito pelo contrário, o que ela nos descobre é uma extraordinária diversidade de posições e pontos de vista, totalmente incompatíveis uns com os outros e nunca conciliáveis. A discordância que divide o comum dos homens, nós a encontramos de novo nas filosofias, mas potencializada agora como ao infinito, de mil modos sofisticada num discurso arguto. Sobre coisa nenhuma se põem os filósofos de acordo, nem mesmo sobre o objeto, a natureza ou o método do próprio empreendimento de filosofar.

(Rumo ao ceticismo, 2006. Adaptado.)

     

A
o exame mais detido das incongruências da experiência do cotidiano serve para confirmar as explicações apressadas.
B
as explicações sobre os fenômenos complexos revelam- -se com frequência, ao fim de algum tempo, precárias.
C
apenas o aprofundamento das investigações sobre as anomalias do cotidiano produz consensos permanentes.
D
a natureza é simples quando comparada às explicações que a filosofia pode dar sobre ela.
E
os homens que se deparam com anomalias no cotidiano comumente recorrem à filosofia.
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FAMERP 2018 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

O sentimento expresso pelo eu lírico revela

Leia o poema de Mário de Andrade para responder à questão.

Rondó pra você
De você, Rosa, eu não queria
Receber somente esse abraço
Tão devagar que você me dá,
Nem gozar somente esse beijo
Tão molhado que você me dá...
Eu não queria só porque
Por tudo quanto você me fala
Já reparei que no seu peito
Soluça o coração benfeito
De você.

Pois então eu imaginei
Que junto com esse corpo magro
Moreninho que você me dá,
Com a boniteza a faceirice
A risada que você me dá
E me enrabicham como o quê,
Bem que eu podia possuir também
O que mora atrás do seu rosto, Rosa,
O pensamento a alma o desgosto
De você.

(De Pauliceia desvairada a Lira paulistana, 2016.)
A
uma visão sacralizada da mulher, um ser cultuado por meio de imagens que a elevam a um plano distante do cotidiano.
B
um desejo de abarcar o ser amado em sua totalidade, tanto no aspecto carnal quanto no espiritual.
C
um modo machista de entender a relação amorosa, pois a mulher é descrita como alvo passivo da vontade do homem.
D
uma concepção materialista do amor, já que o objetivo do texto é dar vazão ao desejo sensual.
E
um amor platônico, tendo em vista que o encontro amoroso não chega a se consumar no âmbito material.
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FAMERP 2018 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

O poema apresenta traços da estética da primeira fase do modernismo, o que se faz evidente

Leia o poema de Mário de Andrade para responder à questão.

Rondó pra você
De você, Rosa, eu não queria
Receber somente esse abraço
Tão devagar que você me dá,
Nem gozar somente esse beijo
Tão molhado que você me dá...
Eu não queria só porque
Por tudo quanto você me fala
Já reparei que no seu peito
Soluça o coração benfeito
De você.

Pois então eu imaginei
Que junto com esse corpo magro
Moreninho que você me dá,
Com a boniteza a faceirice
A risada que você me dá
E me enrabicham como o quê,
Bem que eu podia possuir também
O que mora atrás do seu rosto, Rosa,
O pensamento a alma o desgosto
De você.

(De Pauliceia desvairada a Lira paulistana, 2016.)
A
na exploração de palavras próprias da linguagem espontânea e popular, como “boniteza”, e na ausência de pontuação em “O pensamento a alma o desgosto”, por exemplo.
B
no emprego do verso livre ao longo de todo o texto e no desprezo dos recursos que imprimem musicalidade aos versos, considerando que não há rimas nem recorrências sonoras.
C
no uso de expressões com sentidos que contrastam, como “pensamento” e “alma”, e na repetição sistemática de frases inteiras, como “De você”.
D
na subjetividade marcante, explicitada na presença do pronome de primeira pessoa, e no uso de neologismos, como “faceirice” e “enrabicham”.
E
na ruptura com a gramática normativa, com o evidente erro no emprego do verbo “receber” em “De você, Rosa, eu não queria / Receber somente esse abraço”, e na presença reiterada de inversões sintáticas.
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FAMERP 2018 - Português - Interpretação de Textos, Tipos de Discurso: Direto, Indireto e Indireto Livre

A transposição da frase “Eu, dizia o pacato velho, sou Átila” (1º parágrafo) para o discurso indireto resultará em:

Leia o trecho do romance Triste fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto, para responder à questão.

    Quaresma viveu lá, no manicômio, resignadamente, conversando com os seus companheiros, onde via ricos que se diziam pobres, pobres que se queriam ricos, sábios a maldizer da sabedoria, ignorantes a se proclamarem sábios; mas, deles todos, daquele que mais se admirou, foi de um velho e plácido negociante da Rua dos Pescadores que se supunha Átila1 . Eu, dizia o pacato velho, sou Átila, sabe? Sou Átila. Tinha fracas notícias da personagem, sabia o nome e nada mais. Sou Átila, matei muita gente – e era só.
    Saiu o major mais triste ainda do que vivera toda a vida. De todas as cousas tristes de ver, no mundo, a mais triste é a loucura; é a mais depressora e pungente.
    Aquela continuação da nossa vida tal e qual, com um desarranjo imperceptível, mas profundo e quase sempre insondável, que a inutiliza inteiramente, faz pensar em alguma cousa mais forte que nós, que nos guia, que nos impele e em cujas mãos somos simples joguetes. Em vários tempos e lugares, a loucura foi considerada sagrada, e deve haver razão nisso no sentimento que se apodera de nós quando, ao vermos um louco desarrazoar, pensamos logo que já não é ele quem fala, é alguém, alguém que vê por ele, interpreta as cousas por ele, está atrás dele, invisível!...

(Triste fim de Policarpo Quaresma, 1992.)

1 Átila: rei dos hunos, governou o maior império europeu de seu tempo, desde o ano 434 até sua morte em 453; muitas lendas o retratam como um imperador violento e cruel. 
A
O pacato velho dizia que havia sido Átila.
B
O pacato velho dizia que era Átila.
C
O pacato velho dizia que foi Átila.
D
O pacato velho dizia: eu sou Átila.
E
O pacato velho dizia: fui Átila.
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FAMERP 2018 - Português - Análise sintática, Sintaxe

Os trechos “por estar escrevendo em jornal” (1º parágrafo) e “ao ouvir um ‘seja você mesma’” (2ºparágrafo) exprimem, respectivamente, circunstância de

Leia a crônica de Clarice Lispector, publicada no Jornal do Brasil em 29 de março de 1969, para responder à questão.

Perguntas grandes

    Pessoas que são leitoras de meus livros parecem ter receio de que eu, por estar escrevendo em jornal, faça o que se chama de concessões. E muitas disseram: “Seja você mesma.”
    Um dia desses, ao ouvir um “seja você mesma”, de repente senti-me entre perplexa e desamparada. É que também de repente me vieram então perguntas terríveis: quem sou eu? como sou? o que ser? quem sou realmente? e eu sou?
    Mas eram perguntas maiores do que eu.

(A descoberta do mundo, 1999.)
A
consequência e tempo.
B
causa e condição.
C
causa e tempo.
D
finalidade e condição.
E
consequência e finalidade.
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FAMERP 2018 - Português - Interpretação de Textos, Tipologia Textual

Embora o texto seja narrativo, há nele trechos em que o tom argumentativo, característico da dissertação, se faz presente, como se observa em:

Leia o trecho do romance Triste fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto, para responder à questão.

    Quaresma viveu lá, no manicômio, resignadamente, conversando com os seus companheiros, onde via ricos que se diziam pobres, pobres que se queriam ricos, sábios a maldizer da sabedoria, ignorantes a se proclamarem sábios; mas, deles todos, daquele que mais se admirou, foi de um velho e plácido negociante da Rua dos Pescadores que se supunha Átila1 . Eu, dizia o pacato velho, sou Átila, sabe? Sou Átila. Tinha fracas notícias da personagem, sabia o nome e nada mais. Sou Átila, matei muita gente – e era só.
    Saiu o major mais triste ainda do que vivera toda a vida. De todas as cousas tristes de ver, no mundo, a mais triste é a loucura; é a mais depressora e pungente.
    Aquela continuação da nossa vida tal e qual, com um desarranjo imperceptível, mas profundo e quase sempre insondável, que a inutiliza inteiramente, faz pensar em alguma cousa mais forte que nós, que nos guia, que nos impele e em cujas mãos somos simples joguetes. Em vários tempos e lugares, a loucura foi considerada sagrada, e deve haver razão nisso no sentimento que se apodera de nós quando, ao vermos um louco desarrazoar, pensamos logo que já não é ele quem fala, é alguém, alguém que vê por ele, interpreta as cousas por ele, está atrás dele, invisível!...

(Triste fim de Policarpo Quaresma, 1992.)

1 Átila: rei dos hunos, governou o maior império europeu de seu tempo, desde o ano 434 até sua morte em 453; muitas lendas o retratam como um imperador violento e cruel. 
A
“daquele que mais se admirou, foi de um velho e plácido negociante da Rua dos Pescadores que se supunha Átila” (1º parágrafo).
B
“Quaresma viveu lá, no manicômio, resignadamente, conversando com os seus companheiros” (1º parágrafo).
C
“ricos que se diziam pobres, pobres que se queriam ricos, sábios a maldizer da sabedoria, ignorantes a se proclamarem sábios” (1º parágrafo).
D
“Saiu o major mais triste ainda do que vivera toda a vida” (2º parágrafo).
E
“De todas as cousas tristes de ver, no mundo, a mais triste é a loucura” (2º parágrafo).
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FAMERP 2018 - Português - Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

A leitura do primeiro parágrafo permite concluir que o major Quaresma ficou admirado com o negociante da Rua dos Pescadores especialmente devido

Leia o trecho do romance Triste fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto, para responder à questão.

    Quaresma viveu lá, no manicômio, resignadamente, conversando com os seus companheiros, onde via ricos que se diziam pobres, pobres que se queriam ricos, sábios a maldizer da sabedoria, ignorantes a se proclamarem sábios; mas, deles todos, daquele que mais se admirou, foi de um velho e plácido negociante da Rua dos Pescadores que se supunha Átila1 . Eu, dizia o pacato velho, sou Átila, sabe? Sou Átila. Tinha fracas notícias da personagem, sabia o nome e nada mais. Sou Átila, matei muita gente – e era só.
    Saiu o major mais triste ainda do que vivera toda a vida. De todas as cousas tristes de ver, no mundo, a mais triste é a loucura; é a mais depressora e pungente.
    Aquela continuação da nossa vida tal e qual, com um desarranjo imperceptível, mas profundo e quase sempre insondável, que a inutiliza inteiramente, faz pensar em alguma cousa mais forte que nós, que nos guia, que nos impele e em cujas mãos somos simples joguetes. Em vários tempos e lugares, a loucura foi considerada sagrada, e deve haver razão nisso no sentimento que se apodera de nós quando, ao vermos um louco desarrazoar, pensamos logo que já não é ele quem fala, é alguém, alguém que vê por ele, interpreta as cousas por ele, está atrás dele, invisível!...

(Triste fim de Policarpo Quaresma, 1992.)

1 Átila: rei dos hunos, governou o maior império europeu de seu tempo, desde o ano 434 até sua morte em 453; muitas lendas o retratam como um imperador violento e cruel. 
A
à discrepância entre sua serenidade e a imagem que ele fazia de si próprio.
B
à paz de espírito que ele havia alcançado mesmo sendo um assassino.
C
ao grau de erudição exibido por um homem pertencente à classe trabalhadora.
D
à maneira como ele agia contraditoriamente ao maldizer a própria sabedoria.
E
à ignorância quanto a fatos históricos pouco condizente com sua classe social.
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FAMERP 2018 - Português - Interpretação de Textos, Coesão e coerência, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

“Em linhas gerais, trata-se da utilização do maior número possível de dados disponível sobre determinado assunto, seu cruzamento e, como consequência, a identificação de padrões.” (2ºparágrafo)

A palavra “disponível” modifica o sentido da palavra ____________, e a palavra “seu” retoma o sentido da palavra _______________.

As lacunas devem ser preenchidas, respectivamente, por

Leia o trecho inicial do texto “O futuro da saúde”, de Cilene Pereira, para responder à questão.

    Eles começam a mudar tudo na saúde. Para citar algumas das transformações: tornam o diagnóstico preciso, ajudam a desenhar tratamentos para cada paciente, a levar o cuidado a regiões distantes e a encontrar remédios eficazes em tempo recorde. Na saúde, assim como em outras áreas da vida contemporânea, os robôs revolucionam. “Seu uso é um ponto de virada na medicina”, afirma o médico Gregg Meyer, do Massachusetts General Hospital, da Universidade Harvard (EUA), e um dos mais respeitados estudiosos do assunto. Na edição deste ano do Fórum de Inovação Médica Mundial, realizada recentemente em Boston, o tema foi um dos destaques, reunindo 1,5 mil pessoas só para debatê-lo.
    Robô é o nome palatável encontrado para definir os complexos sistemas de algoritmos que baseiam a inteligência artificial. Em linhas gerais, trata-se da utilização do maior número possível de dados disponível sobre determinado assunto, seu cruzamento e, como consequência, a identificação de padrões. Na saúde, as informações geradas no processo esclarecem ou confirmam suspeitas diagnósticas e indicam a resposta do paciente ao tratamento. Além dos ganhos médicos, reduzem os custos ao evitar gastos em terapias desnecessárias. 

(https://istoe.com.br, 25.05.2018.) 

A
utilização e assunto.
B
número e dados.
C
utilização e dados.
D
número e assunto.
E
dados e assunto.
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FAMERP 2018 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

A sugestão “seja você mesma” deixou a autora “perplexa e desamparada” porque

Leia a crônica de Clarice Lispector, publicada no Jornal do Brasil em 29 de março de 1969, para responder à questão.

Perguntas grandes

    Pessoas que são leitoras de meus livros parecem ter receio de que eu, por estar escrevendo em jornal, faça o que se chama de concessões. E muitas disseram: “Seja você mesma.”
    Um dia desses, ao ouvir um “seja você mesma”, de repente senti-me entre perplexa e desamparada. É que também de repente me vieram então perguntas terríveis: quem sou eu? como sou? o que ser? quem sou realmente? e eu sou?
    Mas eram perguntas maiores do que eu.

(A descoberta do mundo, 1999.)
A
mostrou que seus leitores não eram capazes de compreender o que ela queria expressar em seus textos.
B
fez com que ela percebesse que não sabia como ser, no jornal, uma escritora tão boa quanto nos livros.
C
provocou questionamentos de ordem existencial, para os quais não encontrou resposta.
D
levou-a a se perguntar se seria capaz de evitar as temidas concessões ao escrever para o jornal.
E
gerou dúvidas quanto à sua identidade, pois se viu dividida em duas escritoras com estilos antagônicos.
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FAMERP 2018 - Português - Interpretação de Textos, Coesão e coerência, Sintaxe, Concordância verbal, Concordância nominal

A frase que interpreta corretamente o texto e que está redigida com coesão, coerência e em conformidade com a norma-padrão da língua portuguesa é:

Leia o trecho inicial do texto “O futuro da saúde”, de Cilene Pereira, para responder à questão.

    Eles começam a mudar tudo na saúde. Para citar algumas das transformações: tornam o diagnóstico preciso, ajudam a desenhar tratamentos para cada paciente, a levar o cuidado a regiões distantes e a encontrar remédios eficazes em tempo recorde. Na saúde, assim como em outras áreas da vida contemporânea, os robôs revolucionam. “Seu uso é um ponto de virada na medicina”, afirma o médico Gregg Meyer, do Massachusetts General Hospital, da Universidade Harvard (EUA), e um dos mais respeitados estudiosos do assunto. Na edição deste ano do Fórum de Inovação Médica Mundial, realizada recentemente em Boston, o tema foi um dos destaques, reunindo 1,5 mil pessoas só para debatê-lo.
    Robô é o nome palatável encontrado para definir os complexos sistemas de algoritmos que baseiam a inteligência artificial. Em linhas gerais, trata-se da utilização do maior número possível de dados disponível sobre determinado assunto, seu cruzamento e, como consequência, a identificação de padrões. Na saúde, as informações geradas no processo esclarecem ou confirmam suspeitas diagnósticas e indicam a resposta do paciente ao tratamento. Além dos ganhos médicos, reduzem os custos ao evitar gastos em terapias desnecessárias. 

(https://istoe.com.br, 25.05.2018.) 

A
A utilização da inteligência artificial na medicina resultou o engajamento de 1,5 mil especialistas na última edição do Fórum de Inovação Médica Mundial, que se tratou do tema dos robôs e seus avanços.
B
Na medida em que tornam mais ágil e precisa a formulação de diagnósticos e evitam gastos com terapias dispensáveis, os robôs representam grande avanço na medicina.
C
Os robôs tem revolucionado a sociedade contemporânea de modo geral e, com a medicina não poderia ser diferente. Contudo vem fazendo com que se tornem cada vez mais eficiente os tratamentos.
D
Ao levar tratamento a regiões pouco acessíveis, os robôs promovem o avanço da medicina, especialmente por que contribuem sobre a facilidade de encontrar remédios comprovadamente eficazes.
E
O fato que o uso de robôs na medicina é benéfico é inquestionável, contanto que auxiliam o tratamento. Conforme afirma o médico Gregg Meyer, considerado um dos estudiosos do assunto mais respeitado.
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FAMERP 2018 - Português - Interpretação de Textos, Homonímia, Paronímia, Sinonímia e Antonímia

Assinale a alternativa que apresenta uma palavra que expressa adequadamente o sentido daquela que está sublinhada na passagem do texto.

Leia o trecho inicial do texto “O futuro da saúde”, de Cilene Pereira, para responder à questão.

    Eles começam a mudar tudo na saúde. Para citar algumas das transformações: tornam o diagnóstico preciso, ajudam a desenhar tratamentos para cada paciente, a levar o cuidado a regiões distantes e a encontrar remédios eficazes em tempo recorde. Na saúde, assim como em outras áreas da vida contemporânea, os robôs revolucionam. “Seu uso é um ponto de virada na medicina”, afirma o médico Gregg Meyer, do Massachusetts General Hospital, da Universidade Harvard (EUA), e um dos mais respeitados estudiosos do assunto. Na edição deste ano do Fórum de Inovação Médica Mundial, realizada recentemente em Boston, o tema foi um dos destaques, reunindo 1,5 mil pessoas só para debatê-lo.
    Robô é o nome palatável encontrado para definir os complexos sistemas de algoritmos que baseiam a inteligência artificial. Em linhas gerais, trata-se da utilização do maior número possível de dados disponível sobre determinado assunto, seu cruzamento e, como consequência, a identificação de padrões. Na saúde, as informações geradas no processo esclarecem ou confirmam suspeitas diagnósticas e indicam a resposta do paciente ao tratamento. Além dos ganhos médicos, reduzem os custos ao evitar gastos em terapias desnecessárias. 

(https://istoe.com.br, 25.05.2018.) 

A
“Robô é o nome palatável encontrado para definir os complexos sistemas de algoritmos” (2ºparágrafo) – científico
B
“Para citar algumas das transformações: tornam o diagnóstico preciso” (1º parágrafo) – necessário
C
reduzem os custos ao evitar gastos em terapias desnecessárias” (2º parágrafo) – interrompem
D
“as informações geradas no processo esclarecem ou confirmam suspeitas diagnósticas” (2º parágrafo) – elucidam
E
“ajudam a desenhar tratamentos para cada paciente” (1º parágrafo) – agilizar