Questõesde ENEM 2016 sobre Português

1
1
1
Foram encontradas 102 questões
d97d2c61-a6
ENEM 2016 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Qual é a segurança do sangue?

Para que o sangue esteja disponível para aqueles que necessitam, os indivíduos saudáveis devem criar o hábito de doar sangue e encorajar amigos e familiares saudáveis a praticarem o mesmo ato.

A prática de selecionar criteriosamente os doadores, bem como as rígidas normas aplicadas para testar, transportar, estocar e transfundir o sangue doado fizeram dele um produto muito mais seguro do que já foi anteriormente.

Apenas pessoas saudáveis e que não sejam de risco para adquirir doenças infecciosas transmissíveis pelo sangue, como hepatites B e C, HIV, sífilis e Chagas, podem doar sangue.

Se você acha que sua saúde ou comportamento pode colocar em risco a vida de quem for receber seu sangue, ou tem a real intenção de apenas realizar o teste para o vírus HIV, NÃO DOE SANGUE.

Cumpre destacar que apesar de o sangue doado ser testado para as doenças transmissíveis conhecidas no momento, existe um período chamado de janela imunológica em que um doador contaminado por um determinado vírus pode transmitir a doença através do seu sangue.

DA SUA HONESTIDADE DEPENDE A VIDA DE QUEM VAI RECEBER SEU SANGUE.

Disponível em: www.prosangue.sp.gov.br. Acesso em: 24 abr. 2015 (adaptado).

Nessa campanha, as informações apresentadas têm como objetivo principal

A
conscientizar o doador de sua corresponsabilidade pela qualidade do sangue.
B
garantir a segurança de pessoas de grupos de risco durante a doação de sangue.
C
esclarecer o público sobre a segurança do processo de captação do sangue.
D
alertar os doadores sobre as dificuldades enfrentadas na coleta de sangue.
E
ampliar o número de doadores para manter o banco de sangue.
d9768193-a6
ENEM 2016 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Ao expressar uma percepção de atitudes e valores situados na passagem do tempo, o eu lírico manifesta uma angústia sintetizada na

                           Esses chopes dourados

[...]

quando a geração de meu pai

batia na minha

a minha achava que era normal

que a geração de cima

só podia educar a de baixo

batendo

quando a minha geração batia na de vocês

ainda não sabia que estava errado

mas a geração de vocês já sabia

e cresceu odiando a geração de cima

aí chegou esta hora

em que todas as gerações já sabem de tudo

e é péssimo

ter pertencido à geração do meio

tendo errado quando apanhou da de cima

e errado quando bateu na de baixo

e sabendo que apesar de amaldiçoados

éramos todos inocentes.

WANDERLEY, J. In: MORICONI, I. (Org.). Os cem melhores poemas brasileiros do século. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001 (fragmento). 

A
compreensão da efemeridade das convicções antes vistas como sólidas.
B
consciência das imperfeições aceitas na construção do senso comum.
C
revolta das novas gerações contra modelos tradicionais de educação.
D
incerteza da expectativa de mudança por parte das futuras gerações.
E
crueldade atribuída à forma de punição praticada pelos mais velhos.
d96fce7e-a6
ENEM 2016 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Na construção textual, o autor realiza escolhas para cumprir determinados objetivos. Nesse sentido, a função social desse texto é

      O livro A fórmula secreta conta a história de um episódio fundamental para o nascimento da matemática moderna e retrata uma das disputas mais virulentas ciência renascentista. Fórmulas misteriosas, duelos públicos, traições, genialidade, ambição — e matemática! Esse é o instigante universo apresentado no livro, que resgata a história dos italianos Tartaglia e Cardano e da fórmula revolucionária para resolução de equações de terceiro grau.  A obra reconstitui um episódio polêmico que marca, para muitos, o início do período moderno da matemática.

Em última análise, A fórmula secreta apresenta-se como uma ótima opção para conhecer um pouco mais sobre a história da matemática e acompanhar um dos debates científicos mais inflamados do século XVI no campo. Mais do que isso, é uma obra de fácil leitura e uma boa mostra de que é possível abordar temas como álgebra de forma interessante, inteligente e acessível ao grande público.

GARCIA, M. Duelos, segredos e matemática. Disponível em: http://cienciahoje.uol.com.br. Acesso em: 6 out. 2015 (adaptado).

A
interpretar a obra a partir dos acontecimentos da narrativa.
B
apresentar o resumo do conteúdo da obra de modo impessoal.
C
fazer a apreciação de uma obra a partir de uma síntese crítica.
D
informar o leitor sobre a veracidade dos fatos descritos na obra.
E
classificar a obra como uma referência para estudiosos da matemática.
d96c6db3-a6
ENEM 2016 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Nessa crônica, a repetição do trecho “Você pode não acreditar: mas houve um tempo em que...” configura-se como uma estratégia argumentativa que visa

                          Você pode não acreditar

      Você pode não acreditar: mas houve um tempo em que os leiteiros deixavam as garrafinhas de leite do lado de fora das casas, seja ao pé da porta, seja na janela.

      A gente ia de uniforme azul e branco para o grupo, de manhãzinha, passava pelas casas e não ocorria que alguém pudesse roubar aquilo.

      Você pode não acreditar: mas houve um tempo em que os padeiros deixavam o pão na soleira da porta ou na janela que dava para a rua. A gente passava e via aquilo como uma coisa normal.

      Você pode não acreditar: mas houve um tempo em que você saía à noite para namorar e voltava andando pelas ruas da cidade, caminhando displicentemente, sentindo cheiro de jasmim e de alecrim, sem olhar para trás, sem temer as sombras.

      Você pode não acreditar: houve um tempo em que as pessoas se visitavam airosamente. Chegavam no meio da tarde ou à noite, contavam casos, tomavam café, falavam da saúde, tricotavam sobre a vida alheia e voltavam de bonde às suas casas.

      Você pode não acreditar: mas houve um tempo em que o namorado primeiro ficava andando com a moça numa rua perto da casa dela, depois passava a namorar no portão, depois tinha ingresso na sala da família. Era sinal de que já estava praticamente noivo e seguro.

      Houve um tempo em que havia tempo.

      Houve um tempo.

                           SANT’ANNA, A. R. Estado de Minas, 5 maio 2013 (fragmento).

A
surpreender o leitor com a descrição do que as pessoas faziam durante o seu tempo livre antigamente.
B
sensibilizar o leitor sobre o modo como as pessoas se relacionavam entre si num tempo mais aprazível.
C
advertir o leitor mais jovem sobre o mau uso que se faz do tempo nos dias atuais.
D
incentivar o leitor a organizar melhor o seu tempo sem deixar de ser nostálgico.
E
convencer o leitor sobre a veracidade de fatos relativos à vida no passado.
d9690820-a6
ENEM 2016 - Português - Interpretação de Textos

Primeira lição

Os gêneros de poesia são: lírico, satírico, didático, épico, ligeiro.

O gênero lírico compreende o lirismo.

Lirismo é a tradução de um sentimento subjetivo, sincero e pessoal.

É a linguagem do coração, do amor.

O lirismo é assim denominado porque em outros tempos os versos sentimentais eram declamados ao som da lira.

O lirismo pode ser:

a) Elegíaco, quando trata de assuntos tristes, quase sempre a morte.

b) Bucólico, quando versa sobre assuntos campestres.

c) Erótico, quando versa sobre o amor.

O lirismo elegíaco compreende a elegia, a nênia, a endecha, o epitáfio e o epicédio.

Elegia é uma poesia que trata de assuntos tristes.

Nênia é uma poesia em homenagem a uma pessoa morta.

Era declamada junto à fogueira onde o cadáver era incinerado.

Endecha é uma poesia que revela as dores do coração.

Epitáfio é um pequeno verso gravado em pedras tumulares.

Epicédio é uma poesia onde o poeta relata a vida de uma pessoa morta.

CESAR, A. C. Poética. São Paulo: Companhia das Letras, 2013.

No poema de Ana Cristina Cesar, a relação entre as definições apresentadas e o processo de construção do texto indica que o(a)

A
caráter descritivo dos versos assinala uma concepção irônica de lirismo.
B
tom explicativo e contido constitui uma forma peculiar de expressão poética.
C
seleção e o recorte do tema revelam uma visão pessimista da criação artística.
D
enumeração de distintas manifestações líricas produz um efeito de impessoalidade.
E
referência a gêneros poéticos clássicos expressa a adesão do eu lírico às tradições literárias.
d965d831-a6
ENEM 2016 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

O nome do inseto pirilampo (vaga-lume) tem uma interessante certidão de nascimento. De repente, no fim do século XVII, os poetas de Lisboa repararam que não podiam cantar o inseto luminoso, apesar de ele ser um manancial de metáforas, pois possuía um nome “indecoroso” que não podia ser “usado em papéis sérios”: caga-lume. Foi então que o dicionarista Raphael Bluteau inventou a nova palavra, pirilampo, a partir do grego pyr, significando 'fogo’, e lampas, 'candeia’.

FERREIRA, M. B. Caminhos do português: exposição comemorativa do Ano Europeu das Línguas. Portugal: Biblioteca Nacional, 2001 (adaptado).

O texto descreve a mudança ocorrida na nomeação do inseto, por questões de tabu linguístico. Esse tabu diz respeito à

A
recuperação histórica do significado.
B
ampliação do sentido de uma palavra.
C
produção imprópria de poetas portugueses.
D
denominação científica com base em termos gregos.
E
restrição ao uso de um vocábulo pouco aceito socialmente.
d95e1c7f-a6
ENEM 2016 - Português - Interpretação de Textos

Sem acessórios nem som

Escrever só para me livrar

de escrever.

Escrever sem ver, com riscos

sentindo falta dos acompanhamentos

com as mesmas lesmas

e figuras sem força de expressão.

Mas tudo desafina:

o pensamento pesa

tanto quanto o corpo

enquanto corto os conectivos

corto as palavras rentes

com tesoura de jardim

cega e bruta

com facão de mato.

Mas a marca deste corte

tem que ficar

nas palavras que sobraram.

Qualquer coisa do que desapareceu

continuou nas margens, nos talos

no atalho aberto a talhe de foice

no caminho de rato.

FREITAS FILHO, A. Máquina de escrever: poesia reunida e revista. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2003.

Nesse texto, a reflexão sobre o processo criativo aponta para uma concepção de atividade poética que põe em evidência o(a)

A
angustiante necessidade de produção, presente em “Escrever só para me livrar/ de escrever”.
B
imprevisível percurso da composição, presente em “no atalho aberto a talhe de foice/ no caminho de rato”.
C
agressivo trabalho de supressão, presente em “corto as palavras rentes/ com tesoura dejardim/ cega e bruta”.
D
inevitável frustração diante do poema, presente em “Mas tudo desafina:/ o pensamento pesa/ tanto quanto o corpo”.
E
conflituosa relação com a inspiração, presente em “sentindo falta dos acompanhamentos/ e figuras sem força de expressão”.
d95ac76f-a6
ENEM 2016 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Ao apresentar uma cena em que um menino atira milho às galinhas e observa com atenção uma delas, o narrador explora um recurso que conduz a uma expressividade fundamentada na

                              Galinha cega

      O dono correu atrás de sua branquinha, agarrou-a, lhe examinou os olhos. Estavam direitinhos, graças a Deus, e muito pretos. Soltou-a no terreiro e lhe atirou mais milho. A galinha continuou a bicar o chão desorientada. Atirou ainda mais, com paciência, até que ela se fartasse. Mas não conseguiu com o gasto de milho, de que as outras se aproveitaram, atinar com a origem daquela desorientação. Que é que seria aquilo, meu Deus do céu? Se fosse efeito de uma pedrada na cabeça e se soubesse quem havia mandado a pedra, algum moleque da vizinhança, aí... Nem por sombra imaginou que era a cegueira irremediável que principiava.

      Também a galinha, coitada, não compreendia nada, absolutamente nada daquilo. Por que não vinham mais os dias luminosos em que procurava a sombra das pitangueiras? Sentia ainda o calor do sol, mas tudo quase sempre tão escuro. Quase que já não sabia onde é que estava a luz, onde é que estava a sombra.

                 GUIMARAENS, J. A. Contos e novelas. Rio de Janeiro: Imago, 1976 (fragmento)

A
captura de elementos da vida rural, de feições peculiares.
B
caracterização de um quintal de sítio, espaço de descobertas.
C
confusão intencional da marcação do tempo, centrado na infância.
D
apropriação de diferentes pontos de vista, incorporados afetivamente.
E
fragmentação do conflito gerador, distendido como apoio à emotividade.
d9573b32-a6
ENEM 2016 - Português - Interpretação de Textos, Gêneros Textuais

Querido diário

Hoje topei com alguns conhecidos meus

Me dão bom-dia, cheios de carinho

Dizem para eu ter muita luz, ficar com Deus

Eles têm pena de eu viver sozinho [...]

Hoje o inimigo veio me espreitar

Armou tocaia lá na curva do rio

Trouxe um porrete a mó de me quebrar

Mas eu não quebro porque sou macio, viu

HOLANDA, C. B. Chico. Rio de Janeiro: Biscoito Fino, 2013 (fragmento).

Uma característica do gênero diário que aparece na letra da canção de Chico Buarque é o(a)

A
diálogo com interlocutores próximos.
B
recorrência de verbos no infinitivo.
C
predominância de tom poético.
D
uso de rimas na composição.
E
narrativa autorreflexiva.
d953dafb-a6
ENEM 2016 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Considerando os aspectos estéticos e semânticos presentes no texto, a imagem da pérola configura uma percepção que

                              Pérolas absolutas

      Há, no seio de uma ostra, um movimento — ainda que imperceptível. Qualquer coisa imiscuiu-se pela fissura, uma partícula qualquer, diminuta e invisível. Venceu as paredes lacradas, que se fecham como a boca que tem medo de deixar escapar um segredo. Venceu. E agora penetra o núcleo da ostra, contaminando-lhe a própria substância. A ostra reage, imediatamente. E começa a secretar o nácar. É um mecanismo de defesa, uma tentativa de purificação contra a partícula invasora. Com uma paciência de fundo de mar, a ostra profanada continua seu trabalho incansável, secretando por anos a fio o nácar que aos poucos se vai solidificando. É dessa solidificação que nascem as pérolas.

      As pérolas são, assim, o resultado de uma contaminação. A arte por vezes também. A arte é quase sempre a transformação da dor. [...] Escrever é preciso. É preciso continuar secretando o nácar, formar a pérola que talvez seja imperfeita, que talvez jamais seja encontrada e viva para sempre encerrada no fundo do mar. Talvez estas, as pérolas esquecidas, jamais achadas, as pérolas intocadas e por isso absolutas em si mesmas, guardem em si uma parcela faiscante da eternidade.

                     SEIXAS, H. Uma ilha chamada livro. Rio de Janeiro: Record, 2009 (fragmento). 

A
reforça o valor do sofrimento e do esquecimento para o processo criativo.
B
ilustra o conflito entre a procura do novo e a rejeição ao elemento exótico.
C
concebe a criação literária como trabalho progressivo e de autoconhecimento.
D
expressa a ideia de atividade poética como experiência anônima e involuntária.
E
destaca o efeito introspectivo gerado pelo contato com o inusitado e com o desconhecido.
d9508c0f-a6
ENEM 2016 - Português - Interpretação de Textos, Homonímia, Paronímia, Sinonímia e Antonímia, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Nesse texto, a combinação de elementos verbais e não verbais configura-se como estratégia argumentativa para

A
manifestar a preocupação do governo com a segurança dos pedestres.
B
associar a utilização do celular às ocorrências de atropelamento de crianças.
C
orientar pedestres e motoristas quanto à utilização responsável do telefone móvel.
D
influenciar o comportamento de motoristas em relação ao uso de celular no trânsito.
E
alertar a população para os riscos da falta de atenção no trânsito das grandes cidades.
d94d2ab4-a6
ENEM 2016 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Centro das atenções em um planeta cada vez mais interconectado, a Floresta Amazônica expõe inúmeros dilemas. Um dos mais candentes diz respeito à madeira e sua exploração econômica, uma saga que envolve os muitos desafios para a conservação dos recursos naturais às gerações futuras.

Com o olhar jornalístico, crítico e ao mesmo tempo didático, adentramos a Amazônia em busca de histórias e sutilezas que os dados nem sempre revelam. Lapidamos estatísticas e estudos científicos para construir uma síntese útil a quem direciona esforços para conservar a floresta, seja no setor público, seja no setor privado, seja na sociedade civil.

Guiada como uma reportagem, rica em informações ilustradas, a obra Madeira de ponta a ponta revela a diversidade de fraudes na cadeia de produção, transporte e comercialização da madeira, bem como as iniciativas de boas práticas que se disseminam e trazem esperança rumo a um modelo de convivência entre desenvolvimento e manutenção da floresta.

VILLELA, M.; SPINK, P In: ADEODATO, S. et al. Madeira de ponta a ponta: o caminho desde a floresta até o consumo. São Paulo: FGV RAE, 2011 (adaptado).

A fim de alcançar seus objetivos comunicativos, os autores escreveram esse texto para

A
apresentar informações e comentários sobre o livro.
B
noticiaras descobertas científicas oriundas da pesquisa.
C
defender as práticas sustentáveis de manejo da madeira.
D
ensinar formas de combate à exploração ilegal de madeira.
E
demonstrar a importância de parcerias para a realização da pesquisa.
d949dd9b-a6
ENEM 2016 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Em casa, Hideo ainda podia seguir fiel ao imperador japonês e às tradições que trouxera no navio que aportara em Santos. [...] Por isso Hideo exigia que, aos domingos, todos estivessem juntos durante o almoço. Ele se sentava à cabeceira da mesa; à direita ficava Hanashiro, que era o primeiro filho, e Hitoshi, o segundo, e à esquerda, Haruo, depois Hiroshi, que era o mais novo. [...] A esposa, que também era mãe, e as filhas, que também eram irmãs, aguardavam de pé ao redor da mesa [...]. Haruo reclamava, não se cansava de reclamar: que se sentassem também as mulheres à mesa, que era um absurdo aquele costume. Quando se casasse, se sentariam à mesa a esposa e o marido, um em frente ao outro, porque não era o homem melhor que a mulher para ser o primeiro [...]. Elas seguiam de pé, a mãe um pouco cansada dos protestos do filho, pois o momento do almoço era sagrado, não era hora de levantar bandeiras inúteis [...].

NAKASATO, O. Nihonjin. São Paulo: Benvirá, 2011 (fragmento).

Referindo-se a práticas culturais de origem nipônica, o narrador registra as reações que elas provocam na família e mostra um contexto em que

A
a obediência ao imperador leva ao prestígio pessoal.
B
as novas gerações abandonam seus antigos hábitos.
C
a refeição é o que determina a agregação familiar.
D
os conflitos de gênero tendem a ser neutralizados.
E
o lugar à mesa metaforiza uma estrutura de poder.
d9459dc8-a6
ENEM 2016 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Até que ponto replicar conteúdo é crime? “A internet e a pirataria são inseparáveis”, diz o diretor do instituto de pesquisas americano Social Science Research Council. “Há uma infraestrutura pequena para controlar quem é o dono dos arquivos que circulam na rede. Isso acabou com o controle sobre a propriedade e tem sido descrito como pirataria, mas é inerente à tecnologia”, afirma o diretor. O ato de distribuir cópias de um trabalho sem a autorização dos seus produtores pode, sim, ser considerado crime, mas nem sempre essa distribuição gratuita lesa os donos dos direitos autorais. Pelo contrário. Veja o caso do livro O alquimista, do escritor Paulo Coelho. Após publicar, para download gratuito, uma versão traduzida da obra em seu blog, Coelho viu as vendas do livro em papel explodirem.

BARRETO, J.; MORAES, M. A internet existe sem pirataria? Veja, n. 2 308, 13 fev. 2013 (adaptado).

De acordo com o texto, o impacto causado pela internet propicia a

A
banalização da pirataria na rede.
B
adoção de medidas favoráveis aos editores.
C
implementação de leis contra crimes eletrônicos.
D
reavaliação do conceito de propriedade intelectual.
E
ampliação do acesso a obras de autores reconhecidos.
d9415eeb-a6
ENEM 2016 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Nessa campanha publicitária, para estimular a economia de água, o leitor é incitado a

A
adotar práticas de consumo consciente.
B
alterar hábitos de higienização pessoal e residencial.
C
contrapor-se a formas indiretas de exportação de água.
D
optar por vestuário produzido com matéria-prima reciclável.
E
conscientizar produtores rurais sobre os custos de produção.
d93de82c-a6
ENEM 2016 - Português - Uso dos dois-pontos, Pontuação

Quem procura a essência de um conto no espaço que fica entre a obra e seu autor comete um erro: é muito melhor procurar não no terreno que fica entre o escritor e sua obra, mas justamente no terreno que fica entre o texto e seu leitor.

OZ, A. De amor e trevas. São Paulo: Cia. das Letras, 2005 (fragmento).

A progressão temática de um texto pode ser estruturada por meio de diferentes recursos coesivos, entre os quais se destaca a pontuação. Nesse texto, o emprego dos dois pontos caracteriza uma operação textual realizada com a finalidade de

A
comparar elementos opostos.
B
relacionar informações gradativas.
C
intensificar um problema conceitual.
D
introduzir um argumento esclarecedor.
E
assinalar uma consequência hipotética.
d93a7c5d-a6
ENEM 2016 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Esses textos propõem uma reflexão crítica sobre o consumismo. Ambos partem do ponto de vista de que esse hábito

TEXTO I

      Nesta época do ano, em que comprar compulsivamente é a principal preocupação de boa parte da população, é imprescindível refletirmos sobre a importância da mídia na propagação de determinados comportamentos que induzem ao consumismo exacerbado. No clássico livro O capital, Karl Marx aponta que no capitalismo os bens materiais, ao serem fetichizados, passam a assumir qualidades que vão além da mera materialidade. As coisas são personificadas e as pessoas são coisificadas. Em outros termos, um automóvel de luxo, uma mansão em um bairro nobre ou a ostentação de objetos de determinadas marcas famosas são alguns dos fatores que conferem maior valorização e visibilidade social a um indivíduo.

LADEIRA, F. F. Reflexões sobre o consumismo. Disponível em: http://observatoriodaimprensa.com.br. Acesso em: 18 jan. 2015.


TEXTO II

      Todos os dias, em algum nível, o consumo atinge nossa vida, modifica nossas relações, gera e rege sentimentos, engendra fantasias, aciona comportamentos, faz sofrer, faz gozar. Às vezes constrangendo-nos em nossas ações no mundo, humilhando e aprisionando, às vezes ampliando nossa imaginação e nossa capacidade de desejar, consumimos e somos consumidos. Numa época toda codificada como a nossa, o código da alma (o código do ser) virou código do consumidor! Fascínio pelo consumo, fascínio do consumo. Felicidade, luxo, bem-estar, boa forma, lazer, elevação espiritual, saúde, turismo, sexo, família e corpo são hoje reféns da engrenagem do consumo.

BARCELLOS, G. A alma do consumo. Disponível em: www.diplomatique.org.br. Acesso em: 18 jan. 2015.

A
desperta o desejo de ascensão social.
B
provoca mudanças nos valores sociais.
C
advém de necessidades suscitadas pela publicidade.
D
deriva da inerente busca por felicidade pelo ser humano.
E
resulta de um apelo do mercado em determinadas datas.
d936b0d2-a6
ENEM 2016 - Português - Interpretação de Textos, Homonímia, Paronímia, Sinonímia e Antonímia

Mandinga — Era a denominação que, no período das grandes navegações, os portugueses davam à costa ocidental da África. A palavra se tornou sinônimo de feitiçaria porque os exploradores lusitanos consideravam bruxos os africanos que ali habitavam — é que eles davam indicações sobre a existência de ouro na região. Em idioma nativo, manding designava terra de feiticeiros. A palavra acabou virando sinônimo de feitiço, sortilégio.

COTRIM, M. O pulo do gato 3. São Paulo: Geração Editorial, 2009 (fragmento).

No texto, evidencia-se que a construção do significado da palavra mandinga resulta de um(a)

A
contexto sócio-histórico.
B
diversidade étnica.
C
descoberta geográfica.
D
apropriação religiosa.
E
contraste cultural.
d933686e-a6
ENEM 2016 - Português - Uso dos conectivos, Sintaxe

O senso comum é que só os seres humanos são capazes de rir. Isso não é verdade?

Não. O riso básico — o da brincadeira, da diversão, da expressão física do riso, do movimento da face e da vocalização — nós compartilhamos com diversos animais. Em ratos, já foram observadas vocalizações ultrassônicas — que nós não somos capazes de perceber — e que eles emitem quando estão brincando de “rolar no chão”. Acontecendo de o cientista provocar um dano em um local específico no cérebro, o rato deixa de fazer essa vocalização e a brincadeira vira briga séria. Sem o riso, o outro pensa que está sendo atacado. O que nos diferencia dos animais é que não temos apenas esse mecanismo básico. Temos um outro mais evoluído. Os animais têm o senso de brincadeira, como nós, mas não têm senso de humor. O córtex, a parte superficial do cérebro deles, não é tão evoluído como o nosso. Temos mecanismos corticais que nos permitem, por exemplo, interpretar uma piada.

Disponível em: http://globonews.globo.com. Acesso em: 31 maio 2012 (adaptado).

A coesão textual é responsável por estabelecer relações entre as partes do texto. Analisando o trecho “Acontecendo de o cientista provocar um dano em um local específico no cérebro”, verifica-se que ele estabelece com a oração seguinte uma relação de

A
finalidade, porque os danos causados ao cérebro têm por finalidade provocar a falta de vocalização dos ratos.
B
oposição, visto que o dano causado em um local específico no cérebro é contrário à vocalização dos ratos.
C
condição, pois é preciso que se tenha lesão específica no cérebro para que não haja vocalização dos ratos.
D
consequência, uma vez que o motivo de não haver mais vocalização dos ratos é o dano causado no cérebro.
E
proporção, já que à medida que se lesiona o cérebro não é mais possível que haja vocalização dos ratos.
d92ff38b-a6
ENEM 2016 - Português - Interpretação de Textos

Soneto VII

Onde estou? Este sítio desconheço:

Quem fez tão diferente aquele prado?

Tudo outra natureza tem tomado;

E em contemplá-lo tímido esmoreço.

Uma fonte aqui houve; eu não me esqueço

De estar a ela um dia reclinado:

Ali em vale um monte está mudado:

Quanto pode dos anos o progresso!

Árvores aqui vi tão florescentes,

Que faziam perpétua a primavera:

Nem troncos vejo agora decadentes.

Eu me engano: a região esta não era;

Mas que venho a estranhar, se estão presentes

Meus males, com que tudo degenera!

COSTA, C. M. Poemas. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br. Acesso em: 7 jul. 2012.

No soneto de Cláudio Manuel da Costa, a contemplação da paisagem permite ao eu lírico uma reflexão em que transparece uma

A
angústia provocada pela sensação de solidão.
B
resignação diante das mudanças do meio ambiente.
C
dúvida existencial em face do espaço desconhecido.
D
intenção de recriar o passado por meio da paisagem.
E
empatia entre os sofrimentos do eu e a agonia da terra.