Questõesde UFPR sobre Literatura

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Foram encontradas 22 questões
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UFPR 2021 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

A respeito da temática da violência nos contos de Sagarana, de Guimarães Rosa, assinale a alternativa correta. 

A
Em “Minha gente”, o narrador vai visitar o tio numa região rural e acaba testemunhando um assassinato a foice que tem motivação política, ligado ao envolvimento da família com a disputa eleitoral que está em curso na região.
B
Em “Duelo”, a violência é um círculo vicioso, já que a mulher de Turíbio comete adultério com Cassiano, o que leva o marido a matar por engano o irmão do amante; a partir daí, Turíbio e Cassiano passam a se perseguir longamente e os dois acabam morrendo.
C
Em “O burrinho pedrês”, um dos vaqueiros que saem de manhã para conduzir a boiada do fazendeiro Major Saulo até a cidade para embarcar no trem de carga planeja a morte de um companheiro por ciúme de uma moça, mas só executa o crime à noite, na volta para a fazenda.
D
Em “A hora e vez de Augusto Matraga”, o protagonista é um homem violento que acaba ele próprio sendo vítima de uma tentativa de homicídio à qual sobrevive; esse acontecimento o leva a uma mudança radical e ele abre mão definitivamente de seu comportamento violento.
E
Em “Corpo fechado”, citam-se casos de vários valentões de uma pequena cidade, mas o tom é de humor e a violência não é diretamente encenada, já que o personagem principal é um rapaz que não tem medo dos valentões, porque desde pequeno tem o corpo fechado por um feiticeiro.
a047550e-67
UFPR 2021 - Literatura - Modernismo: Tendências contemporâneas, Escolas Literárias

Assinale a alternativa correta em relação a Relato de um certo Oriente, de Milton Hatoum. 

A
A narração do atropelamento da menina Soraya exemplifica o registro predominante ao longo de todo o romance: relatos de memórias, apresentados em linguagem poética, contendo lacunas que impedem saber exatamente o que aconteceu. 
B
A leitura em conjunto dos vários depoimentos que compõem a obra esclarece detalhes desconhecidos de um ou outro narrador, desfazendo, assim, os mistérios relativos ao passado da família de libaneses cuja matriarca, Emilie, teve morte trágica.
C
A obra é representativa da literatura regionalista de cunho social por ter como tema a desagregação de uma família de imigrantes libaneses motivada pelo prejuízo econômico que tiveram em suas atividades comerciais; assim como Manaus, eles não resistiram ao declínio causado pelo fim do ciclo da borracha.
D
Alguns descendentes de Emilie foram excluídos do convívio familiar por adotarem atitudes rebeldes, motivadas por diferenças religiosas: uns optaram pela religião muçulmana do pai, enquanto outros adotaram o cristianismo da matriarca.  
E
O romance alterna a apresentação de espaços considerados exóticos, como a floresta amazônica e a Cidade Flutuante, com cenas que se passam em paisagens urbanas europeias, nas cidades onde a narradora principal e seu irmão biológico moraram.
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UFPR 2021 - Literatura - Naturalismo, Escolas Literárias

 A respeito do romance Casa de Pensão, de Aluísio Azevedo, é correto afirmar que:

A
os eventos se sucedem de modo linear, começando com a narrativa da infância do protagonista no Maranhão e culminando com sua vida boêmia na capital.
B
a descrição minuciosa da construção e do apogeu da casa de Madame Brizard contrasta com a narração de episódios do cotidiano agitado dos hóspedes.
C
o motivo que leva Amâncio ao Rio de Janeiro ocupa papel secundário na trama, na qual têm destaque seus envolvimentos afetivos e sua situação financeira.
D
a passagem do tempo no romance é documentada pela trajetória das mucamas da fazenda e dos escravos Sabino e Cora, desde a compra até a alforria deles.
E
as histórias contadas pelos hóspedes são independentes umas das outras, o que torna o livro uma sucessão de contos unidos por uma mesma ambientação.
a0447d9b-67
UFPR 2021 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Acerca dos personagens de Clara dos Anjos, de Lima Barreto, considere as seguintes afirmativas:

1. Clara dos Anjos é uma moça que tem dezessete anos no início da trama; viveu toda sua vida no subúrbio e foi criada de maneira rígida, sem ter permissão para sair de casa sozinha.
2. Salustiana Baeta de Azevedo é uma mulher que se julga superior a todos os outros habitantes do subúrbio e que protege seu filho Cassi Jones mesmo contra a vontade do marido.
3. Marramaque é um pequeno funcionário público, padrinho de Clara e amigo do pai dela; desde o início da trama, Marramaque demonstra repulsa por Cassi Jones, que arquiteta seu assassinato.
4. Cassi Jones é um cantador de modinhas malandro típico do Rio de Janeiro do início do século XX, capaz de circular com desenvoltura tanto no subúrbio, onde vive, como no centro da cidade.

Assinale a alternativa correta. 

A
Somente a afirmativa 3 é verdadeira.
B
Somente as afirmativas 1 e 4 são verdadeiras.
C
Somente as afirmativas 2 e 4 são verdadeiras.
D
Somente as afirmativas 1, 2 e 3 são verdadeiras.
E
As afirmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras.
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UFPR 2019 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Em Morte e vida severina, Severino é um retirante que sai do interior com a intenção de chegar ao litoral, à cidade do Recife. Quando atinge a Zona da Mata, última região antes da chegada ao Recife, diz ele:

- Nunca esperei muita coisa,
digo a Vossas Senhorias.
O que me fez retirar
não foi a grande cobiça;
o que apenas busquei
foi defender minha vida
da tal velhice que chega
antes de se inteirar trinta;
se na serra vivi vinte,
se alcancei lá tal medida,
o que pensei, retirando,
foi estendê-la um pouco ainda.
Mas não senti diferença
entre o Agreste e a Caatinga,
e entre a Caatinga e aqui a Mata
a diferença é a mais mínima.
Está apenas em que a terra
é por aqui mais macia;
está apenas no pavio,
ou melhor, na lamparina:
pois é igual o querosene
que em toda parte ilumina,
e quer nesta terra gorda
quer na serra, de caliça,
a vida arde sempre
com a mesma chama mortiça.
[...]

Sim, o melhor é apressar
o fim dessa ladainha,
fim do rosário de nomes
que a linha do rio enfia;
é chegar logo ao Recife,
derradeira ave-maria
do rosário, derradeira
invocação da ladainha,
Recife, onde o rio some
e esta minha viagem se finda.

(MELLO NETO, João Cabral de. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994, p. 186-187.)

Considerando o trecho acima e a leitura integral do auto de João Cabral de Melo Neto, assinale a alternativa correta.

A
O auto de João Cabral foi concluído em 1955, tempo em que ainda se iluminavam as casas com lamparinas, e, nessa situação, a percepção que Severino tem dos lugares que conhece é prejudicada pelas limitações da época e por sua própria ignorância.
B
A comparação de Recife com a “derradeira ave-maria/ do rosário”, assim como as várias rezas que Severino testemunha ao longo da viagem, mostra a presença constante da religiosidade como um fator de atraso na vida dos nordestinos.
C
Ao final, fica claro para o leitor que a vida no Recife também seria semelhante à das regiões menos desenvolvidas da Caatinga, do Agreste e da Zona da Mata, porque a pobreza não é causada pelas condições naturais, mas por uma estrutura social excludente.
D
O empenho social de João Cabral de Melo Neto é o de sugerir aos retirantes que não saiam de sua terra, visto que, sem preparo, eles enfrentam dificuldades enormes no Recife, valendo mais a pena procurar desenvolver sua própria região.
E
Ao chegar ao Recife, Severino ouve uma longa conversa entre dois coveiros e, percebendo que sua viagem havia sido inútil, entende a conversa como uma sugestão e se suicida, atirando-se no rio Capibaribe.
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UFPR 2019 - Literatura - Modernismo: Tendências contemporâneas, Escolas Literárias

O romance Nove noites apresenta o antropólogo Buel Quain como um aluno da antropóloga estadunidense Ruth Benedict. Ambos são personagens reais e atuaram, efetivamente, como pesquisadores da área. A tentativa de representar aspectos ligados aos povos indígenas retoma uma temática da Literatura Brasileira presente, ao menos, desde a poesia de Gonçalves Dias e de outros indianistas anteriores e posteriores a ele. Considerando isso, leia o trecho abaixo, extraído de um ensaio de Ruth Benedict, originalmente publicado em 1934:
Nem a razão para usar as sociedades primitivas para discutir as formas sociais tem necessária relação com uma volta romântica ao primitivo. Essa razão não existe com o espírito de poetizar os povos mais simples. Existem muitos modos pelos quais a cultura de um ou outro povo nos atrai fortemente nesta era de padrões heterogêneos e de tumulto mecânico confuso. Mas não é por meio de um regresso aos ideais preservados para nós pelos povos primitivos que a nossa sociedade poderá curar-se de suas moléstias. O utopismo romântico que se dirige aos primitivos mais simples, por mais atraente que seja, às vezes tanto pode ser no estudo etnológico, um empecilho como um auxílio.
(BENEDICT, Ruth: “A ciência do costume”. PIERSON, Donald. 1970. Estudos de organização social: leituras de sociologia e antropologia social. Tomo II. Tradução de Olga Dória. São Paulo: Martins. p. 497-513.)

Considerando a leitura integral de Nove Noites e a leitura do trecho extraído da obra da antropóloga, assinale a alternativa em que a representação dos “povos primitivos” é condicionada pelo que a autora denomina de “utopismo romântico”, ou, segundo definição dela mesma, o “espírito de poetizar os povos mais simples”.

A
“Não entendia o que dera na cabeça dos índios para se instalarem lá, o que me parecia de uma burrice incrível, se não um masoquismo e mesmo uma espécie de suicídio”
B
“São órfãos da civilização. Estão abandonados. Precisam de alianças no mundo dos brancos, um mundo que eles tentam entender com esforço e em geral em vão. [...] Há quem tire de letra. Não foi o meu caso. Não sou antropólogo e não tenho uma boa alma. Fiquei cheio”.
C
“Os índios costumavam beber aquelas águas, pescar e a se banhar nelas, até o dia em que começaram a cair doentes, um depois do outro, e foram morrendo sem explicação. [...] Com o tempo descobriram a causa do envenenamento do rio Vermelho. Um hospital, construído rio acima, [...] estava despejando o lixo hospitalar naquelas águas”.
D
“Tanto os brasileiros como os índios que tenho visto são crianças mimadas que berram se não obtêm o que desejam e nunca mantêm as suas promessas, uma vez que você lhe dá as costas. O clima é anárquico e nada agradável”.
E
“Na primeira noite, ele me falou de uma ilha no Pacífico, onde os índios são negros. Me falou do tempo que passou entre esses índios e de uma aldeia, que chamou de Nakoroka, onde cada um decide o que quer ser, pode escolher sua irmã, seu primo, sua família, e também sua casta, seu lugar em relação aos outros [...] o sonho de aventura do menino antropólogo”.
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UFPR 2019 - Literatura - Naturalismo, Escolas Literárias

Ao mesmo tempo em que narram fatos, os narradores de Casa de Pensão e Clara dos Anjos também assumem postura intrusa e opinativa: eles interrompem a narração de acontecimentos e inserem seus comentários e opiniões, apresentando análises sociológicas ou psicológicas de acontecimentos, ambientes e personagens. Nas alternativas abaixo, foram transcritos trechos dos dois romances. Assinale a alternativa em que se observa tal atitude intrusa e opinativa do narrador no romance de Aluísio Azevedo.

A
“Por outro lado, as mulatas folgavam em tê-lo perto de si, achavam-no vivo e atilado, provocavam-lhe ditos de graça, mexiam com ele, faziam-lhe perguntas maliciosas, só para 'ver o que o demônio do menino respondia'. E logo que Amâncio dava a réplica, piscando os olhos e mostrando a ponta da língua, caíam todas num ataque de riso, a olharem umas para as outras com intenção”.
B
“Muita vez chorou de ternura, mas sempre às escondidas; muita vez sentiu o coração saltar para o filho, mas sempre se conteve, receoso de cair no ridículo./ E não se lembrava, o imprudente, de que o amor de pai é bem ao contrário do amor de filho; não se lembrava de que aquele nasce e subsiste por si e que este precisa ser criado; que aquele é um princípio e que este é uma consequência; que um vem de dentro para fora e que o outro vem de fora para dentro”.
C
“O seu ideal na vida não era adquirir uma personalidade, não era ser ela, mesmo ao lado do pai ou do futuro marido. Era constituir função do pai, enquanto solteira, e do marido, quando casada. Não imaginava as catástrofes imprevistas da vida, que nos empurram, às vezes, para onde nunca sonhamos ter de parar. Não via que, adquirida uma pequena profissão honesta e digna do seu sexo, auxiliaria seus pais e seu marido, quando casada fosse”.
D
“A casa da família do famoso violeiro não ficava nas ruas fronteiras à gare da Central; mas, numa transversal, cuidada, limpa e calçada a paralelepípedos. Nos subúrbios, há disso: ao lado de uma rua, quase oculta em seu cerrado matagal, topa-se uma catita, de ar urbano inteiramente. Indaga-se por que tal via pública mereceu tantos cuidados da edilidade, e os historiógrafos locais explicam: é porque nela, há anos, morou o deputado tal ou o ministro sicrano ou o intendente fulano”.
E
“O provinciano, muito desvigorizado com a moléstia, sentia perfeitamente que os lúbricos impulsos, que dantes lhe inspirava a graciosa rapariga, iam-se agora destecendo e dissipando à luz de um novo sentimento de gratidão e respeito. A primitiva Amélia desaparecia aos poucos, para dar lugar àquela extremosa criança, àquela irmãzinha venerável, que lhe enchia o quarto com o frescor balsâmico de sua virgindade e rociava-lhe o coração com a trêfega mimalhice de sua ternura”.
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UFPR 2019 - Literatura - Teoria Literária

Leia os versos abaixo, de Gonçalves Dias e Basílio da Gama:


O Gigante de Pedra
    (II, Estrofes 5 e 6)


Tornam prados a despir-se,
Tornam flores a murchar,
Tornam de novo a vestir-se,
Tornam depois a secar;
E como gota filtrada
De uma abóboda escavada
Sempre, incessante a cair,
Tombam as horas e os dias,
Como fantasmas sombrias,
Nos abismos do porvir!


E no féretro de montes
Inconcusso, imóvel, fito,
Escurece os horizontes
O gigante de granito.
Com soberba indiferença
Sente extinta a antiga crença
Dos Tamoios, dos Pajés;
Nem vê que duras desgraças,
Que lutas de novas raças
Se lhe atropelam aos pés!

Gonçalves Dias


A Tempestade
(Estrofes 1-4)


Um raio
Fulgura
No espaço,
Esparso
De luz;
E trêmulo
E puro
Se aviva,
S'esquiva,
Rutila.
Seduz!


Vem a aurora
Pressurosa,
Côr-de-rosa,
Que se cora
De carmim;
A seus raios
As estrelas,
Que eram belas,
Têm desmaios,
Já por fim.

O sol desponta
Lá no horizonte,
Doirando a fronte,
E o prado e o monte
E o céu e o mar;
E um manto belo
De vivas cores
Adorna as flores
Que entre verdores
Se vê brilhar.


Um ponto aparece,
Que o dia entristece,
O céu, onde cresce,
De negro a tingir;
Oh! Vede a procela
Infrene, mais bela,
No ar s'encapela
Já pronta a rugir!

Gonçalves Dias


O Uraguai
(Canto IV, v. 30-52)


Assim quem olha do escarpado cume
Não vê mais do que o céu, que o mais lhe encobre
A tarda e fria névoa, escura e densa.
Mas quando o sol, de lá do eterno e fixo
Purpúreo encosto de dourado assento,
Co'a criadora mão desfaz e corre
O véu cinzento de ondeadas nuvens,
Que alegre cena para nossos olhos!
Podem Daquela altura, por espaço imenso,
Ver as longas campinas retalhadas
De trêmulos ribeiros, claras fontes
E lagos cristalinos, onde molha
As leves asas o lascivo vento.
Engraçados outeiros, fundos vales
E arvoredos copados e confusos,
Verde teatro onde se admira quanto
Produziu a supérflua Natureza.
A terra sofredora de cultura
Mostra o rasgado seio; e as várias plantas,
Dando as mãos entre si, tecem compridas
Ruas, por onde a vista saudosa
Se estende e se perde. O vagaroso gado
Mal se move no campo, e se divisam
Por entre as sombras da verdura, ao longe,
As casas branquejando e os altos templos.

Basílio da Gama


Com base na análise dos versos acima e na leitura integral de O Uraguai e de Os últimos cantos, considere as seguintes afirmativas:


1. Embora as “Poesias Americanas” tenham alcançado grande destaque nas leituras posteriores da obra de Gonçalves Dias, em Últimos Cantos elas ocupam um espaço menor do que o conjunto das outras duas partes: “Poesias Diversas” e “Hinos”.


2. No poema “O gigante de pedra”, é a montanha, da sua altura, quem assiste aos acontecimentos da história. Os versos acima citados de O Uraguai, por sua vez, adotam a perspectiva do olhar humano para descrever a natureza que se descortina do alto de uma montanha.


3. O hino “A tempestade” recria em seus versos os efeitos do fenômeno atmosférico que deslumbra o poeta. Nas três estrofes citadas, podem-se perceber os recursos poéticos utilizados: métrica crescente, esquema de rimas diferente a cada estrofe, adjetivos e verbos que vão do claro ao escuro, do tranquilo ao agitado.


4. A reiteração sonora do verbo “tornar”, na mesma posição dos versos iniciais da estrofe 
5 de “O Gigante de Pedra”, marca a variação das estações do ano, sendo que a mesma característica é atribuída à montanha na estrofe seguinte e ao longo de todo o poema.


5. A partir de acidentes geográficos de localização precisa, a cadeia de montanhas localizada na atual cidade do Rio de Janeiro e o rio Uruguai, localizado na fronteira sul do país, “O Gigante de Pedra” e O Uraguai narram um episódio específico e datado da história brasileira.



Assinale a alternativa correta.

A
Somente a afirmativa 5 é verdadeira.
B
Somente as afirmativas 4 e 5 são verdadeiras.
C
Somente as afirmativas 1, 2 e 3 são verdadeiras.
D
Somente as afirmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras.
E
As afirmativas 1, 2, 3, 4 e 5 são verdadeiras.
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UFPR 2011, UFPR 2011, UFPR 2011, UFPR 2011, UFPR 2011 - Literatura - Barroco, Escolas Literárias

Considerando a poesia de Gregório de Matos e o momento literário em que sua obra se insere, avalie as seguintes afirmativas:


1. Apresentando a luta do homem no embate entre a carne e o espírito, a terra e o céu, o presente e a eternidade, os poemas religiosos do autor correspondem à sensibilidade da época e encontram paralelo na obra de um seu contemporâneo, Padre Antônio Vieira.

2. Os poemas erótico-irônicos são um exemplo da versatilidade do poeta, mas não são representativos da melhor poesia do autor, por não apresentarem a mesma sofisticação e riqueza de recursos poéticos que os poemas líricos ou religiosos apresentam.

3. Como bom exemplo da poesia barroca, a poesia do autor incrementa e exagera alguns recursos poéticos, deixando sua linguagem mais rebuscada e enredada pelo uso de figuras de linguagem raras e de resultados tortuosos.

4. A presença do elemento mulato nessa poesia resgata para a literatura uma dimensão social problemática da sociedade baiana da época: num país de escravos, o mestiço é um ser em conflito, vítima e algoz em uma sociedade violentamente desigual.


Assinale a alternativa correta.

A
Somente as afirmativas 1 e 2 são verdadeiras.
B
Somente as afirmativas 1, 2 e 3 são verdadeiras.
C
Somente as afirmativas 1, 3 e 4 são verdadeiras.
D
Somente as afirmativas 2 e 4 são verdadeiras.
E
Somente as afirmativas 3 e 4 são verdadeiras.
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UFPR 2011, UFPR 2011, UFPR 2011, UFPR 2011, UFPR 2011 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

As rubricas ou indicações cênicas são “textos que não se destinam a ser pronunciados no palco, mas que ajudam o leitor a compreender e a imaginar a ação e as personagens. Esses textos são igualmente úteis ao diretor e aos atores durante os ensaios, mesmo que eles não os respeitem.” (RYNGAERT, Jean-Pierre. Introdução à análise do teatro. São Paulo: Martins Fontes, 1996, p. 44)


Entre as indicações cênicas a seguir – extraídas de O Anjo Negro, de Nelson Rodrigues – assinale a que se destina à leitura e interpretação do texto e não à sua encenação.

A
“Passaram-se dezesseis anos e nunca mais fez sol. Não há dia para Ismael e sua família.” (Primeiro quadro do terceiro ato)
B
“No andar térreo, um velório. O pequeno caixão de ‘anjo’ – de seda branca – com os quatro círios, bem finos e longos acesos.” (Primeiro quadro do primeiro ato)
C
“Em cima, de costas para a plateia, Virgínia, a esposa branca, muito alva; veste luto fechado.” (Primeiro quadro do primeiro ato)
D
“Elias, meigo como nunca. A cama atual de Virgínia está revolvida, como a de solteira; um travesseiro no chão; metade do lençol para fora.” (Segundo ato)
E
“Vê-se a silhueta de Ana Maria, no frenético e inútil esforço de libertação.” (Segundo quadro do terceiro ato)
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UFPR 2011, UFPR 2011, UFPR 2011, UFPR 2011, UFPR 2011 - Literatura - Escolas Literárias, Romantismo

“Incompreensível mulher! / A noite a vira bacante infrene, calcando aos pés lascivos o pudor e a dignidade, ostentar o vício na maior torpeza do cinismo, com toda a hediondez de sua beleza. A manhã a encontrava tímida menina, amante casta e ingênua, bebendo num olhar a felicidade que dera, e suplicando o perdão da felicidade que recebera.” (José de Alencar, em Lucíola)


Em relação ao romance Lucíola, considere as seguintes afirmativas:

1. Para Lúcia, a prostituição funciona como autopunição, na medida em que reforça o sentimento de culpa pela pureza perdida e valorizada.

2. O idealismo romântico convive com a aguda percepção da importância da posição social, do conflito entre dinheiro e virtude e com o realismo das descrições sem reticências.

3. O romance de Alencar coloca a literatura em relevo, através das obras citadas, da crítica de Lúcia à Dama das Camélias e da referência às leituras permitidas às mulheres.

4. O abandono da vida anterior não é purificação suficiente, razão pela qual o corpo manchado pelo vício deve morrer junto com o fruto do amor impossível.


Assinale a alternativa correta.

A
Somente as afirmativas 1 e 2 são verdadeiras.
B
Somente as afirmativas 1, 2 e 3 são verdadeiras.
C
Somente as afirmativas 2, 3 e 4 são verdadeiras.
D
Somente as afirmativas 3 e 4 são verdadeiras.
E
As afirmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras.
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UFPR 2011, UFPR 2011, UFPR 2011, UFPR 2011, UFPR 2011 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

“A duzentos anos de distância, embora ainda velados muitos pormenores desse fantástico enredo, sente-se a imprescindibilidade daqueles encontros, de raças e homens; do nascimento do ouro; da grandeza e decadência das Minas; desses gráficos tão bem traçados de ambição que cresce e da humanidade que declina; a imprescindibilidade das lágrimas e exílios, da humilhação do abandono amargo, da morte afrontosa – a imprescindibilidade das vítimas, para a definitiva execração dos tiranos.” (Cecília Meireles, Romanceiro da Inconfidência)


O fragmento transcrito faz parte da conferência “Como escrevi o Romanceiro da Inconfidência”, proferida por Cecília Meireles em 1955. Com base na leitura do Romanceiro e nos conhecimentos sobre a literatura do período, assinale a alternativa correta.

A

O Romanceiro da Inconfidência exemplifica a principal tendência da literatura produzida em meados do século XX no Brasil: longos poemas épicos inspirados na História do país.

B
Para apresentar a variedade humana envolvida nos episódios, o poema aproveita elementos do gênero dramático, de que são exemplo as falas de personagens espalhadas ao longo do texto.
C
O engajamento político explicitado no texto da conferência é constante na obra de Cecília Meireles, pois para ela a poesia lírica deveria ser instrumento para mudanças sociais.
D
Não se pode considerar o Romanceiro um poema narrativo, pois, ao contrário do que acontece no trecho da conferência, o poema embaralha a ordem de apresentação dos acontecimentos históricos.
E
Enquanto a conferência propõe que os tiranos sejam execrados, o Romanceiro da Inconfidência, por ser um texto lírico, revela sentimentos sem julgar ou estabelecer responsabilidades.