Questõesde UEL sobre Literatura

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UEL 2019 - Literatura - Modernismo, Teoria Literária, Escolas Literárias

A fala de Eduardo a respeito de ser pobre em O demônio familiar levanta a questão da representação dos pobres em textos literários. Assinale a alternativa que contém a correta correlação entre a obra referida e a temática da pobreza.

Leia o texto extraído do segundo ato de O demônio familiar e responda à questão

EDUARDO (Rindo-se) -– Eis um corretor de casamentos, que seria um achado precioso para certos indivíduos do meu conhecimento! Vou tratar de vender-te a algum deles para que possas aproveitar teu gênio industrioso.
PEDRO -– Oh! Não! Pedro quer servir a meu senhor! Vosmecê perdoa; foi para ver senhor rico!
EDUARDO -– E o que lucras tu com isto?! Sou tão pobre que te falte com aquilo de que precisas? Não te trato mais como um amigo do que como um escravo?
PEDRO — Oh! Trata muito bem, mas Pedro queria que o senhor tivesse muito dinheiro e comprasse carro bem bonito para... EDUARDO -– Para... Dize!
PEDRO -– Para Pedro ser cocheiro de senhor!
EDUARDO -– Então a razão única de tudo isto é o desejo que tens de ser cocheiro?
PEDRO — Sim, senhor!
EDUARDO — (Rindo-se) -– Muito bem! Assim, pouco te importava que eu ficasse mal com a pessoa que estimava; que me casasse com uma velha ridícula, que vivesse maçado e aborrecido, contanto que governasses dois cavalos em um carro! Tens razão!... E eu ainda devo dar-me por muito feliz, que fosse esse motivo frívolo, mas inocente, que te obrigasse a trair a minha confiança. (Eduardo sai.)

ALENCAR, José de. O demônio familiar. 4. ed. São Paulo: Martin Claret, 2013. p. 54-55. 
A
Nos Poemas escolhidos, Gregório de Matos ressalta que os pobres são aqueles excluídos de negócios escusos, sem deixar de considerar seus envolvimentos pouco nobres com os mais ricos e poderosos.
B
Em Alguma poesia, Carlos Drummond de Andrade exclui os pobres de seu foco, pois o poeta está concentrado na movimentação das elites econômicas.
C
Em Amor de perdição, Camilo Castello Branco dirige sua atenção para o modo como os pobres se organizam, com a finalidade de trair os mais ricos e tirá-los do poder.
D
Em Clara dos Anjos, Lima Barreto constrói a representação dos pobres, transferindo-lhes seu espírito de militância, por meio de reivindicações políticas e coletivas.
E
Em Quarenta dias, Maria Valéria Rezende vê como imagens mais marcantes dos pobres a violência e o individualismo, o que leva a protagonista a apegar-se cada vez mais a uma vida materialmente confortável.
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UEL 2019 - Literatura - Escolas Literárias, Romantismo

Sobre as relações entre O demônio familiar e o Romantismo, considere as afirmativas a seguir.

I. O vínculo da peça com o Romantismo decorre do franco abolicionismo, apesar da negação da concessão de alforria a Pedro.
II. A comicidade da peça realça a tonalidade romântica, pois expõe a fragilidade da nobreza de caráter como marca central do estilo de época.
III. A defesa da família e o discurso moralista predominam como forma de exaltação de valores românticos.
IV. A relevância dos relacionamentos amorosos como tópicos centrais da peça contribui para acentuar as conexões com o Romantismo.

Assinale a alternativa correta.

Leia o texto extraído do segundo ato de O demônio familiar e responda à questão

EDUARDO (Rindo-se) -– Eis um corretor de casamentos, que seria um achado precioso para certos indivíduos do meu conhecimento! Vou tratar de vender-te a algum deles para que possas aproveitar teu gênio industrioso.
PEDRO -– Oh! Não! Pedro quer servir a meu senhor! Vosmecê perdoa; foi para ver senhor rico!
EDUARDO -– E o que lucras tu com isto?! Sou tão pobre que te falte com aquilo de que precisas? Não te trato mais como um amigo do que como um escravo?
PEDRO — Oh! Trata muito bem, mas Pedro queria que o senhor tivesse muito dinheiro e comprasse carro bem bonito para... EDUARDO -– Para... Dize!
PEDRO -– Para Pedro ser cocheiro de senhor!
EDUARDO -– Então a razão única de tudo isto é o desejo que tens de ser cocheiro?
PEDRO — Sim, senhor!
EDUARDO — (Rindo-se) -– Muito bem! Assim, pouco te importava que eu ficasse mal com a pessoa que estimava; que me casasse com uma velha ridícula, que vivesse maçado e aborrecido, contanto que governasses dois cavalos em um carro! Tens razão!... E eu ainda devo dar-me por muito feliz, que fosse esse motivo frívolo, mas inocente, que te obrigasse a trair a minha confiança. (Eduardo sai.)

ALENCAR, José de. O demônio familiar. 4. ed. São Paulo: Martin Claret, 2013. p. 54-55. 
A
Somente as afirmativas I e II são corretas.
B
Somente as afirmativas I e IV são corretas.
C
Somente as afirmativas III e IV são corretas.
D
Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
E
Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.
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UEL 2019 - Literatura - Vanguardas Europeias, Escolas Literárias

Algumas vanguardas artísticas europeias criadas na primeira metade do século XX foram manifestações artístico-literárias que criticavam uma concepção tradicional de museu, introduzindo uma estética marcada pela experimentação e pela subjetividade, que influenciaria fortemente diversas manifestações culturais em todo o mundo.

Sobre as principais correntes vanguardistas e suas respectivas características, assinale a alternativa correta.

A
O Surrealismo apresentava a exaltação da tecnologia, das máquinas, da velocidade e do progresso.
B
O Expressionismo evidenciava a decomposição e a fragmentação das formas geométricas, afirmando que um mesmo objeto poderia ser visto de vários ângulos.
C
O Cubismo valorizava a subjetividade e buscava transmitir ao mundo a situação do homem, com seus vícios e horrores.
D
O Futurismo defendia a criação por meio das experiências nascidas no imaginário e na atmosfera onírica, sem interferências da razão.
E
O Dadaísmo surgiu como oposição à guerra e ressaltava a espontaneidade da arte pautada na liberdade de expressão, no absurdo e na irracionalidade.
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UEL 2016 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Observe a figura e leia o texto a seguir.



Di Cavalcanti, Moças com violão, óleo sobre tela, 49,8 × 60,8 cm, 1937.

Emiliano Di Cavalcanti foi um dos idealizadores da Semana de Arte Moderna de 1922. Nos períodos de 1923 a 1925, morou na capital francesa e teve contato com alguns artistas da Escola de Paris, entre eles, Pablo Picasso, que se evadia das linhas severas do cubismo para as curvas sensuais das madonas clássicas. O crítico Frederico Morais (2005) afirmou: “Di Cavalcanti deu à mulata brasileira a dignidade da madona renascentista, madonizou a nossa mulata.”

(Adaptado de: Mestres do Modernismo: exposição. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, Fundação José e Paulina Nemirovsky e Pinacoteca do Estado, 2005. e In. MORAIS, F. <www.elfikurten.com.br/ 2013/05/emiliano-di-cavalcanireminiscências.html>. Acesso em: 12 abr. 2016.)


A partir dessa figura, da afirmação do crítico Frederico Morais e dos conhecimentos sobre o modernismo brasileiro, atribua V (verdadeiro) ou F (falso) às afirmativas a seguir.

( ) As mulatas de Di Cavalcanti são o resultado de uma interpretação pessoal das mulheres clássicas de Picasso.

( ) As mulheres de Di Cavalcanti não são sofridas e solitárias, expressam, plasticamente, o que há de ondulante, de macio, de materno e de sensual no corpo feminino.

( ) Di Cavalcanti reproduz, acriticamente, as lições que aprendeu com artistas da Escola de Paris.

( ) Em Paris, Di Cavalcanti, em contato com obras do passado e do seu presente, intensificou sua visão de um Brasil multicultural, nem exótico, nem folclórico.

( ) A representação da mulher nas obras de Di Cavalcanti revela que o belo na arte e a beleza feminina são universais e imutáveis.


Assinale a alternativa que contém, de cima para baixo, a sequência correta.

A
V, V, F, V, F.
B
V, F, V, F, V.
C
V, F, F, F, V.
D
F, V, V, F, F.
E
F, F, V, V, F.
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UEL 2016 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Leia o texto a seguir.

No fundo do mato virgem nasceu Macunaíma, herói de nossa gente. Já na meninice fez coisas de sarapantar. De primeiro: passou mais de seis anos não falando. Se o incitavam a falar, exclamava: – Ai que preguiça!... e não dizia mais nada. Quando era pra dormir trepava no macuru pequeninho sempre se esquecendo de mijar. Como a rede da mãe estava por debaixo do berço, o herói mijava quente na velha, espantando os mosquitos bem. Então adormecia sonhando palavras feias, imoralidades estrambólicas e dava patadas no ar.

(Adaptado de: ANDRADE, M. Macunaíma. Rio de Janeiro: Agir, 2008. p.7.)


Enquanto produção cultural, o Modernismo procurava reconhecer as identidades que formavam o povo brasileiro.

Assinale a alternativa que apresenta, corretamente, a presença da temática indígena no movimento, tendo por modelo o romance de Mário de Andrade.

A
A utilização da temática indígena configurava um projeto nacional de busca dos valores nativos para a formação da identidade brasileira, na época.
B
Como herói indígena, Macunaíma difere das representações românticas, já que ele figura como um anti-herói, um personagem de ações valorosas, mas também vis.
C
Macunaíma se insere no racismo corrente no início do século XX, que via uma animalidade no indígena, considerado coisa, e não gente.
D
O indígena foi considerado pelos modernistas como único representante da identidade brasileira, pois sua cultura era vista como pura e sem interferência de outros povos.
E
O trecho reafirma a característica histórico-antropológica do patriarcado brasileiro, que compreendia o indígena como um incivilizado puro e ingênuo.