Questõesde PUC - Campinas sobre Literatura

1
1
Foram encontradas 47 questões
8116034c-31
PUC - Campinas 2015 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

O conceito de carnavalização, aplicado às artes e aos processos culturais, indica uma operação que o dicionário define como subversão ou marginalização de padrões ou regras (sociais, morais, ideológicas) em favor de conteúdos mais ligados aos instintos e aos sentidos, ao riso, à sensualidade. O poeta Manuel Bandeira, ao publicar seu segundo livro, Carnaval (1919), fez ver que desejava

Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo.

Personagem frequente dos carros alegóricos, d. Pedro surgia, nos anos 1880, ora como Pedro Banana ou como Pedro Caju, numa alusão à sua falta de participação nos últimos anos do Império. Mas é só com a queda da monarquia que se passa a eleger um rei do Carnaval. Com efeito, o rei Momo é uma invenção recente, datada de 1933. No século XIX ele não era rei, mas um deus grego: zombeteiro, pândego e amante da galhofa. Nos anos 30 vira Rei Momo e logo depois cidadão. Novos tempos, novos termos.

(SCHWARCZ, Lilian Mortiz. As barbas do Imperador: Dom Pedro II , um monarca nos trópicos. São Paulo: Companhia das Letras, 1998, p. 281) 

A
moderar os excessos libidinosos que marcaram a poesia de Libertinagem.
B
se libertar do aspecto depressivo que dava o tom aos versos de A cinza das horas.
C
denunciar as festas momescas, alinhando-se com o espiritualismo de Murilo Mendes e Jorge de Lima.
D
dissolver a disciplina do verso clássico, prestigiando a voga pré-modernista do poema em prosa.
E
reagir à opressão política que caracterizou a sociedade brasileira dos anos 1910.
1d9c11d4-31
PUC - Campinas 2015 - Literatura - Escolas Literárias, Romantismo

Costuma-se reconhecer que o Indianismo, na nossa literatura, é marcado por idealizações que emprestam uma espécie de glória artificial ao nosso passado como Colônia. Tais idealizações

I. consistem, basicamente, em atribuir aos nossos silvícolas atitudes e valores herdados da aristocracia medieval, caros ao ideário romântico.

II. processam-se com base em fidedignos documentos históricos, nos quais há registro detalhado dos usos e costumes das várias nações indígenas.

III. ocorreram como reação às tendências nacionalistas do nosso Romantismo, que valorizavam sobretudo a vida urbana e os valores burgueses.

Atende ao enunciado o que está em


A
I, II e III.
B
I e II, apenas.
C
II e III, apenas.
D
I e III, apenas.
E
I, apenas.
1d98ff94-31
PUC - Campinas 2015 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Atente para estes versos de Manuel Bandeira, extraídos do poema “Minha terra”:


Revi afinal o meu Recife.

Está de fato completamente mudado.

Tem avenidas, arranha-céus.

É hoje uma bonita cidade.


Diabo leve quem pôs bonita a minha terra.


Nesses versos o poeta pernambucano 

A
renuncia ao estilo modernista, voltando ao verso clássico para poder saudar sua antiga cidade.
B
admite que ele e sua cidade tiveram muito a ganhar com o irrecorrível processo de modernização.
C
reconhece que a modernização altera as convicções que ele alimentava no passado.
D
opõe a constatação do progresso de sua cidade à sua imagem afetiva guardada na memória.
E
ironiza a beleza da cidade moderna enquanto idealiza a melancolia das cidadezinhas.
1d95f6be-31
PUC - Campinas 2015 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

O ciclo da cana-de-açúcar encontrou seu grande intérprete em José Lins do Rego, cujos romances ganham força ao combinarem duas operações:


A
a caracterização de aspectos regionais e a angulação subjetiva de um memorialista.
B
o memorialismo pessoal e o culto dos mitos clássicos.
C
a experimentação estética e o lamento pela crise da ficção moderna.
D
a valorização do primitivo e o levantamento de documentação histórica.
E
a crítica ao coronelismo nordestino e a saudação à chegada das usinas.
1d9310e5-31
PUC - Campinas 2015 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

A evolução dos maquinismos humanos é uma evidência do progresso tecnológico. No Modernismo de 22, há alguma euforia com os avanços da era industrial e da mecanização, tal como se pode observar


A
em tendências nacionalistas e primitivistas, como as do Verde-amarelismo, grupo em que sobressaem os nomes de Cassiano Ricardo e Menotti del Picchia.
B
na valorização de uma “pauliceia desvairada”, tal como Mário de Andrade interpretou o novo ritmo cultural e econômico em que se desenvolvia sua cidade.
C
em nomes como Lima Barreto e Euclides da Cunha, escritores que saudaram com otimismo a superação dos hábitos conservadores de nossa cultura.
D
em obras como Os sertões e Sagarana, que historiam a passagem de uma cultura rural para uma cultura fundamentada em hábitos metropolitanos.
E
na poesia de Cecília Meireles, voltada para o reconhecimento e a afirmação do que havia de inventivo em outras artes, como o cinema e a arquitetura.
1d9f3f39-31
PUC - Campinas 2015 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Por vezes, a literatura pode se pautar por diferentes tempos: há o tempo da história narrada, de sua sequência cronológica, e há o tempo da linguagem que processa essa história. A linguagem experimental do irlandês James Joyce reinterpreta, em pleno século XX, a história mítica de Ulisses. No Brasil, há uma ocorrência similar, se pensamos em Grande sertão: veredas, romance onde Guimarães Rosa articula magistralmente dois planos temporais:


A
a história do passado colonial e o registro das velhas crônicas medievais.
B
o ritmo cantante da lírica e a urgente denúncia política.
C
o universo arcaico do sertão e a expressão linguística ousada e inventiva.
D
a corrosão nostálgica da memória e a busca de uma nova mitologia.
E
o desapego às crenças do passado e a obsessão pelo experimentalismo estético.
74401414-4c
PUC - Campinas 2015 - Literatura - Escolas Literárias, Romantismo

Esta é uma oportuna afirmação de um crítico sobre o romance Vidas secas, de Graciliano Ramos:


A
O romancista intuiu aqui a condição sub-humana do caboclo sertanejo, de sua consciência embotada, de suas reações condicionadas por um sofrimento secular.
B

Inspira-se, como já se observou, numa espécie de cristianismo primitivo, que também está presente em outros romances, como Olhai os lírios do campo e O resto é silêncio.

C
Caracteriza-se essa obra pelo calor discreto do lirismo, pelo perfeito balanceio da ternura e do humor, pelo senso psicológico e o encanto do estilo, como já encontrávamos em O amanuense Belmiro.
D
Aqui a linguagem foge sempre a qualquer manifestação de gravidade, fundindo harmoniosamente o vocabulário ítalo-brasileiro com as sugestões da paisagem urbana.
E
Um dos traços característicos dessas páginas é a mistura de realismo e de romantismo, de poesia e documento, o vivo sentido do pitoresco combinado com o calor das personagens.