Questõessobre Literatura

1
Foram encontradas 1544 questões
57aea806-6b
UNB 2022 - Literatura - Escolas Literárias, Romantismo

Julgue o próximo item, com base na leitura do texto 1A2-III.


O predomínio da função referencial da linguagem em Suspiro de Gaia, embora cause prejuízo estético ao poema, garante que a realidade violenta que cerca o eu-lírico seja imediatamente comunicada ao leitor. 

Texto 1A2-III


Suspiro de Gaia


Está difícil dormir com tanto fantasma
ao redor
Corpos abandonados em pavilhões
Espíritos de luz projetam raios paralisantes.
A Terra balança levemente os cabelos
devolve no cosmos fagulhas de estrelas

 Ailton Krenak. Suspiro de Gaia. In: Revista Poesia.
Dossiê: Poesia indígena hoje, n.º1, ago/2020. 
C
Certo
E
Errado
57ab803b-6b
UNB 2022 - Literatura - Escolas Literárias, Romantismo

Julgue o próximo item, com base na leitura do texto 1A2-III.


No título do poema, a evocação da mitologia grega, em que Gaia era a deusa que representava a Terra, aproxima a produção do poeta indígena da fonte primária da literatura ocidental: a Antiguidade Clássica. 

Texto 1A2-III


Suspiro de Gaia


Está difícil dormir com tanto fantasma
ao redor
Corpos abandonados em pavilhões
Espíritos de luz projetam raios paralisantes.
A Terra balança levemente os cabelos
devolve no cosmos fagulhas de estrelas

 Ailton Krenak. Suspiro de Gaia. In: Revista Poesia.
Dossiê: Poesia indígena hoje, n.º1, ago/2020. 
C
Certo
E
Errado
57a8a139-6b
UNB 2022 - Literatura - Escolas Literárias, Romantismo

Julgue o próximo item, com base na leitura do texto 1A2-III.


Nos versos finais do poema Suspiro de Gaia, a personificação da Terra contribui tanto para criar uma imagem poética de grande beleza plástica quanto para expressar a concepção indígena da natureza. 

Texto 1A2-III


Suspiro de Gaia


Está difícil dormir com tanto fantasma
ao redor
Corpos abandonados em pavilhões
Espíritos de luz projetam raios paralisantes.
A Terra balança levemente os cabelos
devolve no cosmos fagulhas de estrelas

 Ailton Krenak. Suspiro de Gaia. In: Revista Poesia.
Dossiê: Poesia indígena hoje, n.º1, ago/2020. 
C
Certo
E
Errado
57a58a70-6b
UNB 2022 - Literatura - Escolas Literárias, Romantismo

Julgue o próximo item, com base na leitura do texto 1A2-III.


A assimetria entre os dois primeiros versos do poema, o caráter informativo do terceiro verso e a ausência de rimas e de pontuação, excetuando-se o ponto final empregado no verso 4, são características suficientes para classificar Suspiro de Gaia como um poema modernista. 

Texto 1A2-III


Suspiro de Gaia


Está difícil dormir com tanto fantasma
ao redor
Corpos abandonados em pavilhões
Espíritos de luz projetam raios paralisantes.
A Terra balança levemente os cabelos
devolve no cosmos fagulhas de estrelas

 Ailton Krenak. Suspiro de Gaia. In: Revista Poesia.
Dossiê: Poesia indígena hoje, n.º1, ago/2020. 
C
Certo
E
Errado
57a215c6-6b
UNB 2022 - Literatura - Escolas Literárias, Romantismo

Com base na leitura dos textos 1A2-I e 1A2-II, julgue o item a seguir.


Os dois últimos versos da primeira estrofe de Promessas do Sol sugerem uma identificação, embora em perspectiva e tempo diversos, entre o eu-lírico da canção e o do poema Canção do Tamoio, ou seja, ambos são uma figuração do canto do indígena no Brasil.

Texto 1A2-I


Canção do Tamoio
(Natalícia)


 I


Não chores, meu filho;
Não chores, que a vida
É luta renhida:
Viver é lutar.
A vida é combate,
Que os fracos abate,
Que os fortes, os bravos
Só pode exaltar.


 (...)


 IV


Domina, se vive;
Se morre, descansa
Dos seus na lembrança,
Na voz do porvir.
Não cures da vida!
Sê bravo, sê forte!
Não fujas da morte,
Que a morte há de vir!


 V


E pois que és meu filho,
Meus brios reveste;
Tamoio nasceste,
Valente serás.
Sê duro guerreiro,
Robusto, fragueiro,
Brasão dos tamoios
Na guerra e na paz.


 (...)


 VIII


Porém se a fortuna,
Traindo teus passos,
Te arroja nos laços
Do inimigo falaz!
Na última hora
Teus feitos memora,
Tranquilo nos gestos,
Impávido, audaz.


 (...)


 X


As armas ensaia,
Penetra na vida:
Pesada ou querida,
Viver é lutar.
Se o duro combate
Os fracos abate,
Aos fortes, aos bravos,
Só pode exaltar.

Antônio Gonçalves Dias. Canção do Tamoio.



Texto 1A2-II


Promessas do sol


Você me quer forte
E eu não sou forte mais
Sou o fim da raça, o velho que se foi
Chamo pela lua de prata pra me salvar
Rezo pelos deuses da mata pra me matar


Você me quer belo
E eu não sou belo mais
Me levaram tudo que um homem precisa ter
Me cortaram o corpo à faca sem terminar
Me deixaram vivo, sem sangue, apodrecer


Você me quer justo
E eu não sou justo mais
Promessas de sol já não queimam meu coração
Que tragédia é essa que cai sobre todos nós?
Que tragédia é essa que cai sobre todos nós?


Fernando Brant; Milton Nascimento. Promessas de Sol.
In: Geraes. Rio de Janeiro: Emi-Odeon, 1976.
C
Certo
E
Errado
579e5fa9-6b
UNB 2022 - Literatura - Escolas Literárias, Romantismo

Com base na leitura dos textos 1A2-I e 1A2-II, julgue o item a seguir.


Da leitura comparativa dos textos Canção do Tamoio e Promessas do Sol entende-se que a representação do indígena na arte e sua condição social na realidade brasileira sofreram poucas alterações entre os séculos 19 e 20. 

Texto 1A2-I


Canção do Tamoio
(Natalícia)


 I


Não chores, meu filho;
Não chores, que a vida
É luta renhida:
Viver é lutar.
A vida é combate,
Que os fracos abate,
Que os fortes, os bravos
Só pode exaltar.


 (...)


 IV


Domina, se vive;
Se morre, descansa
Dos seus na lembrança,
Na voz do porvir.
Não cures da vida!
Sê bravo, sê forte!
Não fujas da morte,
Que a morte há de vir!


 V


E pois que és meu filho,
Meus brios reveste;
Tamoio nasceste,
Valente serás.
Sê duro guerreiro,
Robusto, fragueiro,
Brasão dos tamoios
Na guerra e na paz.


 (...)


 VIII


Porém se a fortuna,
Traindo teus passos,
Te arroja nos laços
Do inimigo falaz!
Na última hora
Teus feitos memora,
Tranquilo nos gestos,
Impávido, audaz.


 (...)


 X


As armas ensaia,
Penetra na vida:
Pesada ou querida,
Viver é lutar.
Se o duro combate
Os fracos abate,
Aos fortes, aos bravos,
Só pode exaltar.

Antônio Gonçalves Dias. Canção do Tamoio.



Texto 1A2-II


Promessas do sol


Você me quer forte
E eu não sou forte mais
Sou o fim da raça, o velho que se foi
Chamo pela lua de prata pra me salvar
Rezo pelos deuses da mata pra me matar


Você me quer belo
E eu não sou belo mais
Me levaram tudo que um homem precisa ter
Me cortaram o corpo à faca sem terminar
Me deixaram vivo, sem sangue, apodrecer


Você me quer justo
E eu não sou justo mais
Promessas de sol já não queimam meu coração
Que tragédia é essa que cai sobre todos nós?
Que tragédia é essa que cai sobre todos nós?


Fernando Brant; Milton Nascimento. Promessas de Sol.
In: Geraes. Rio de Janeiro: Emi-Odeon, 1976.
C
Certo
E
Errado
579a58b0-6b
UNB 2022 - Literatura - Escolas Literárias, Romantismo

Com base na leitura dos textos 1A2-I e 1A2-II, julgue o item a seguir.


A canção Promessas do Sol não oferece resposta à pergunta que a encerra — “Que tragédia é essa que cai sobre todos nós?” —; portanto, cabe ao leitor encontrar, fora do texto, as razões que justifiquem o fato de o eu lírico classificar como trágica a realidade que o cerca. 

Texto 1A2-I


Canção do Tamoio
(Natalícia)


 I


Não chores, meu filho;
Não chores, que a vida
É luta renhida:
Viver é lutar.
A vida é combate,
Que os fracos abate,
Que os fortes, os bravos
Só pode exaltar.


 (...)


 IV


Domina, se vive;
Se morre, descansa
Dos seus na lembrança,
Na voz do porvir.
Não cures da vida!
Sê bravo, sê forte!
Não fujas da morte,
Que a morte há de vir!


 V


E pois que és meu filho,
Meus brios reveste;
Tamoio nasceste,
Valente serás.
Sê duro guerreiro,
Robusto, fragueiro,
Brasão dos tamoios
Na guerra e na paz.


 (...)


 VIII


Porém se a fortuna,
Traindo teus passos,
Te arroja nos laços
Do inimigo falaz!
Na última hora
Teus feitos memora,
Tranquilo nos gestos,
Impávido, audaz.


 (...)


 X


As armas ensaia,
Penetra na vida:
Pesada ou querida,
Viver é lutar.
Se o duro combate
Os fracos abate,
Aos fortes, aos bravos,
Só pode exaltar.

Antônio Gonçalves Dias. Canção do Tamoio.



Texto 1A2-II


Promessas do sol


Você me quer forte
E eu não sou forte mais
Sou o fim da raça, o velho que se foi
Chamo pela lua de prata pra me salvar
Rezo pelos deuses da mata pra me matar


Você me quer belo
E eu não sou belo mais
Me levaram tudo que um homem precisa ter
Me cortaram o corpo à faca sem terminar
Me deixaram vivo, sem sangue, apodrecer


Você me quer justo
E eu não sou justo mais
Promessas de sol já não queimam meu coração
Que tragédia é essa que cai sobre todos nós?
Que tragédia é essa que cai sobre todos nós?


Fernando Brant; Milton Nascimento. Promessas de Sol.
In: Geraes. Rio de Janeiro: Emi-Odeon, 1976.
C
Certo
E
Errado
57964537-6b
UNB 2022 - Literatura - Escolas Literárias, Romantismo

Com base na leitura dos textos 1A2-I e 1A2-II, julgue o item a seguir.


Em Promessas do Sol, a função apelativa presente na abertura das três estrofes evidencia o objetivo do produtor do texto de se dirigir ao leitor para convencê-lo da força, da beleza e da justiça que caracterizam o estado de espírito do eu-lírico na canção. 

Texto 1A2-I


Canção do Tamoio
(Natalícia)


 I


Não chores, meu filho;
Não chores, que a vida
É luta renhida:
Viver é lutar.
A vida é combate,
Que os fracos abate,
Que os fortes, os bravos
Só pode exaltar.


 (...)


 IV


Domina, se vive;
Se morre, descansa
Dos seus na lembrança,
Na voz do porvir.
Não cures da vida!
Sê bravo, sê forte!
Não fujas da morte,
Que a morte há de vir!


 V


E pois que és meu filho,
Meus brios reveste;
Tamoio nasceste,
Valente serás.
Sê duro guerreiro,
Robusto, fragueiro,
Brasão dos tamoios
Na guerra e na paz.


 (...)


 VIII


Porém se a fortuna,
Traindo teus passos,
Te arroja nos laços
Do inimigo falaz!
Na última hora
Teus feitos memora,
Tranquilo nos gestos,
Impávido, audaz.


 (...)


 X


As armas ensaia,
Penetra na vida:
Pesada ou querida,
Viver é lutar.
Se o duro combate
Os fracos abate,
Aos fortes, aos bravos,
Só pode exaltar.

Antônio Gonçalves Dias. Canção do Tamoio.



Texto 1A2-II


Promessas do sol


Você me quer forte
E eu não sou forte mais
Sou o fim da raça, o velho que se foi
Chamo pela lua de prata pra me salvar
Rezo pelos deuses da mata pra me matar


Você me quer belo
E eu não sou belo mais
Me levaram tudo que um homem precisa ter
Me cortaram o corpo à faca sem terminar
Me deixaram vivo, sem sangue, apodrecer


Você me quer justo
E eu não sou justo mais
Promessas de sol já não queimam meu coração
Que tragédia é essa que cai sobre todos nós?
Que tragédia é essa que cai sobre todos nós?


Fernando Brant; Milton Nascimento. Promessas de Sol.
In: Geraes. Rio de Janeiro: Emi-Odeon, 1976.
C
Certo
E
Errado
579255a7-6b
UNB 2022 - Literatura - Escolas Literárias, Romantismo

Com base na leitura dos textos 1A2-I e 1A2-II, julgue o item a seguir.


Na estrofe V da Canção do Tamoio, os versos de 3 a 8 indicam a centralidade dos valores próprios aos tamoios no poema, e o trabalho estético do poeta amplia o tema específico, para que o leitor perceba a dimensão humana do canto do tamoio, evidenciada nos versos “Penetra na vida: / Pesada ou querida, / Viver é lutar.” (estrofe X). 

Texto 1A2-I


Canção do Tamoio
(Natalícia)


 I


Não chores, meu filho;
Não chores, que a vida
É luta renhida:
Viver é lutar.
A vida é combate,
Que os fracos abate,
Que os fortes, os bravos
Só pode exaltar.


 (...)


 IV


Domina, se vive;
Se morre, descansa
Dos seus na lembrança,
Na voz do porvir.
Não cures da vida!
Sê bravo, sê forte!
Não fujas da morte,
Que a morte há de vir!


 V


E pois que és meu filho,
Meus brios reveste;
Tamoio nasceste,
Valente serás.
Sê duro guerreiro,
Robusto, fragueiro,
Brasão dos tamoios
Na guerra e na paz.


 (...)


 VIII


Porém se a fortuna,
Traindo teus passos,
Te arroja nos laços
Do inimigo falaz!
Na última hora
Teus feitos memora,
Tranquilo nos gestos,
Impávido, audaz.


 (...)


 X


As armas ensaia,
Penetra na vida:
Pesada ou querida,
Viver é lutar.
Se o duro combate
Os fracos abate,
Aos fortes, aos bravos,
Só pode exaltar.

Antônio Gonçalves Dias. Canção do Tamoio.



Texto 1A2-II


Promessas do sol


Você me quer forte
E eu não sou forte mais
Sou o fim da raça, o velho que se foi
Chamo pela lua de prata pra me salvar
Rezo pelos deuses da mata pra me matar


Você me quer belo
E eu não sou belo mais
Me levaram tudo que um homem precisa ter
Me cortaram o corpo à faca sem terminar
Me deixaram vivo, sem sangue, apodrecer


Você me quer justo
E eu não sou justo mais
Promessas de sol já não queimam meu coração
Que tragédia é essa que cai sobre todos nós?
Que tragédia é essa que cai sobre todos nós?


Fernando Brant; Milton Nascimento. Promessas de Sol.
In: Geraes. Rio de Janeiro: Emi-Odeon, 1976.
C
Certo
E
Errado
578e83ca-6b
UNB 2022 - Literatura - Escolas Literárias, Romantismo

Com base na leitura dos textos 1A2-I e 1A2-II, julgue o item a seguir.


Na Canção do Tamoio, a figuração do indígena alinha-se à exaltação dos nativos, que caracterizava o Indianismo romântico, empenhado em criar a imagem de um passado nacional grandioso para o país recém-independente da metrópole portuguesa. 

Texto 1A2-I


Canção do Tamoio
(Natalícia)


 I


Não chores, meu filho;
Não chores, que a vida
É luta renhida:
Viver é lutar.
A vida é combate,
Que os fracos abate,
Que os fortes, os bravos
Só pode exaltar.


 (...)


 IV


Domina, se vive;
Se morre, descansa
Dos seus na lembrança,
Na voz do porvir.
Não cures da vida!
Sê bravo, sê forte!
Não fujas da morte,
Que a morte há de vir!


 V


E pois que és meu filho,
Meus brios reveste;
Tamoio nasceste,
Valente serás.
Sê duro guerreiro,
Robusto, fragueiro,
Brasão dos tamoios
Na guerra e na paz.


 (...)


 VIII


Porém se a fortuna,
Traindo teus passos,
Te arroja nos laços
Do inimigo falaz!
Na última hora
Teus feitos memora,
Tranquilo nos gestos,
Impávido, audaz.


 (...)


 X


As armas ensaia,
Penetra na vida:
Pesada ou querida,
Viver é lutar.
Se o duro combate
Os fracos abate,
Aos fortes, aos bravos,
Só pode exaltar.

Antônio Gonçalves Dias. Canção do Tamoio.



Texto 1A2-II


Promessas do sol


Você me quer forte
E eu não sou forte mais
Sou o fim da raça, o velho que se foi
Chamo pela lua de prata pra me salvar
Rezo pelos deuses da mata pra me matar


Você me quer belo
E eu não sou belo mais
Me levaram tudo que um homem precisa ter
Me cortaram o corpo à faca sem terminar
Me deixaram vivo, sem sangue, apodrecer


Você me quer justo
E eu não sou justo mais
Promessas de sol já não queimam meu coração
Que tragédia é essa que cai sobre todos nós?
Que tragédia é essa que cai sobre todos nós?


Fernando Brant; Milton Nascimento. Promessas de Sol.
In: Geraes. Rio de Janeiro: Emi-Odeon, 1976.
C
Certo
E
Errado
3731a0de-63
ENEM 2022 - Literatura - Gênero Lírico, Gêneros Literários

Firmo, o vaqueiro

        No dia seguinte á hora em que saía o gado, estava eu debruçado á varanda quando vi o cafuzo que preparava o animal viajeiro:

        — Raimundinho, como vai ele?...

        Do longe apontou a palhoça.

        — Sim.

        O braço caiu-lhe, olhou-me algum tempo comovido; depois, saltando para o animal, levou o polegar à boca fazendo estalar a unha nos dentes: "As quatro horas da manhã... Atirei um verso e disse, para bulir com ele: Pega, velho! Não respondeu. Tio Firmo, mesmo velho e doente, não era homem para deixar um verso no chão...Fui ver, coitadol... estava morto”. E deu de esporas para que eu não lhe visse as lágrimas.

NETTO, C. In: MARCHEZAN.L.G (Og). O conto regionalista.
São Paulo: Marina Fontes, 2009.


A passagem registra um momento em que a expressividade lírica é reforçada pela 

A
plasticidade da imagem do rebanho reunido.
B
sugestão da firmeza do sertanejo ao arrear o cavalo.
C
situação de pobreza encontrada nos sertões brasileiros.
D
afetividade demonstrada ao noticiar a morte do cantador
E
preocupação do vaqueiro em demonstrar sua virilidade.
372e79a8-63
ENEM 2022 - Literatura - Escolas Literárias, Vanguardas Europeias

TEXTO I





TEXTO II

        Embora não fosse um grupo ou um movimento organizado, o Minimalismo foi um dos muitos rótulos (incluindo estruturas primárias, objetos unitários, arte AB e Cool Art) aplicados pelos críticos para descrever estruturas aparentemente simples que alguns artistas estavam criando. Quando a arte minimalista começou a surgir, muitos críticos e um público opinativo julgaram-na fria, anônima e imperdoável. Os materiais industriais pré-fabricados frequentemente usados não pareciam "arte". 

DEMPSEY, A. Estilos, escola e movimentos. São Paulo: Cosac & Naify. 2003 (Adaptado)

De acordo com os textos I e II, compreende-se que a obra minimalista é uma

A
representação da simplicidade pelo artista. 
B
exploração da técnica da escultura cubista.
C
valorização do cotidiano por meio da geometria. 
D
utilização da complexidade dos elementos formais. 
E
combinação de formas sintéticas no espaço utilzado. 
371d15e6-63
ENEM 2022 - Literatura - Escolas Literárias, Realismo

Notas

    Soluços, lágrimas, casa armada, veludo preto nos portais, um homem que veio vestir o cadáver, outro que tomou a medida do caixão, caixão, essa, tocheiros, convites, convidados que entravam, lentamente, a passo surdo, e apertavam a mão à família, alguns tristes, todos sérios e calados, padre e sacristão, rezas, aspersões d'água benta, o fechar do caixão, a prego e martelo, seis pessoas que o tomam da essa, e o levantam, e o descem a custo pela escada, não obstante os gritos, soluços e novas lágrimas da família, e vão até o coche fúnebre, e o colocam em cima e traspassam e apertam as correias, o rodar do coche, o rodar dos carros, um a um... Isto que parece um simples inventário eram notas que eu havia tomado para um capítulo triste e vulgar que não escrevo.

ASSIS, M Memórias póstumas de Brás Cubas. Disponivel em: www.dominiopublico.gov.br
Acesso em: 25 jul 2022,

 

O recurso linguístico que permite a Machado de Assis considerar um capítulo de Memórias póstumas de Brás Cubas como inventário é a

A
enumeração de objetos e fatos. 
B
predominância de linguagem objetiva.
C
ocorrência de período longo no trecho. 
D
combinação de verbos no presente e no pretérito.
E
presença de léxico da campo semântico de funerais.
3717b788-63
ENEM 2022 - Literatura - Escolas Literárias, Modernismo

    Era o êxodo da seca de 1898. Uma ressureição do cemitérios antigos — esqueletos redivivos, com o aspecto terroso e o fedor das covas podres.

    Os fantasmas estropiados como que iam dançando de tão trópegos e trêmulos, num passo arrastado dé quem leva as pernas, em vez de ser levado por elas.

    Andavam devagar, olhando para trás, como quem quer voltar. Não tinham pressa em chegar, porque não sabiam aonde iam. Expulsos de seu paraíso por espadas de fogo, iam, ao acaso, em descaminhos, no arrastão dos maus fados.

    Fugiam do sol e o sol guiava-os nesse forçado nomadismo.

    Adelgaçados na magreira cômica, cresciam, como se o vento os levantasse. E os braços afinados desciam-lhes aos joelhos, de mãos abanando.

    Vinham escoteiros. Menos os hidrópicos — de ascite consecutiva à alimentação tóxica — com os fardos das barrigas alarmantes.

      Não tinham sexo, nem idade, nem condição nenhuma. Eram os retirantes. Nada mais.

ALMEIDA, J. A.. A bagacelra, Rio do Janeiro: J, Olýmpio, 1978.


Os recursos composicionais que inserem a obra no chamado “Romance de 30” da literatura brasileira
manifestam-se aqui no(a)

A
desenho cru da realidade dramática dos retirantes
B
indefinição dos espaços para efeito de generalização:
C
análise psicológica da reação dos personagens à seca.
D
engajamento político do narrador ante as desigualdades.“

E
contemplação lírica da paisagem transformada em alegoria.
371530c1-63
ENEM 2022 - Literatura - Escolas Literárias, Naturalismo

    A senhora manifestava-se por atos, por gestos, e sobretudo por um certo silêncio, que amargava, que esfolava. Porém desmoralizar escancaradamente o marido, não era com ela.[..]

    As negras receberam ordem para meter no serviço a gente do tal compadre Silveira as cunhadas, ao fuso: os cunhados, ao campo, tratar do gado com os vaqueiros; a mulher e as irmãs, que se ocupassem da ninhada. Margarida não tivera filhos, e como os desejasse com a força de suas vontades tratava sempre bem aos pequenitos  às mães que os estava criando. Não era isso. uma sentimentalidade cristã, uma ternura, era o egoísta e cru instinto da maternidade, obrando por mera simpatia carnal. Quanto ao pai do lote (refere-se ao Antônio) esse que fosse ajudar ao vaqueiro das bestas.

    Ordens dadas, o Quinquim referendava. Cada um moralizava o outro, para moralizar-se. 

PAIVA, M. O. Dona Guidinha do Poço. Rio de Janeiro, Tecnoprint, s/d.

No trecho do romance naturalista, a forma como o narrador julga comportamentos e emoções das personagens femininas revele influência do pensamento. 

A
capitalista, marcado pela distribuição funcional do trabalho.
B

liberal, buscando a igualdade entre escravizadas e livres.

C
científico, considerando o ser humano fenômeno biológico.
D
religioso, fundamentado na fé e na aceitação dos dogmas do cristianismo.
E
afetivo, manifesto na determinação de acolher familiares e no respeito mútuo. 
36fc96d7-63
ENEM 2022 - Literatura - Escolas Literárias, Romantismo

A escrava

    — Admira-me —, disse uma senhora de sentimentos sinceramente abolicionistas —; faz-me até pasmar como se possa sentir, e expressar sentimentos escravocratas, no presente século, no século dezenove!  A moral religiosa e a moral cívica aí se erguem, e falam bem alto esmagando a hidra que envenena a família no mais sagrado santuário seu, e desmoraliza, e avilta a nação inteira! Levantai os olhos ao Gólgota, ou percorrei-os em torno da sociedade, e dizei-me:

    — Para que se deu em sacrifício o Homem Deus, que ali exalou seu derradeiro alento? Ah! Então não é verdade que seu sangue era o resgate do homem! É então uma mentira abominável ter esse sangue comprado a liberdade!? E depois, olhai a sociedade... Não vedes o abutre que a corrói constantemente!... Não sentis a desmoralização que a enerva, o cancro que a destrói?

    Por qualquer modo que encaremos a escravidão, ela é, e será sempre um grande mal. Dela a decadência do comércio; porque o comércio e a lavoura caminham de mãos dadas, e o escravo não pode fazer florescer a lavoura: porque o seu trabalho é forçado.

REIS, M. F. Úrsula outras obras, Brasília: Câmara dos Deputados, 2018

Inscrito na estética romântica da literatura brasileira, o conto descortina aspectos da realidade nacional no
século XIX ao

A
revelar a imposição de crenças religiosas a pessoas escravizadas.
B
apontar a hipocrisia do discurso conservador na defesa da escravidão.
C
sugerir práticas de violência física e moral em nome do progresso material.
D
relacionar o declínio da produção agrícola e comercial a questões raciais.
E
ironizar o comportamento dos proprietários de terra na exploração do trabalho.
09162b2c-33
PUC - RS 2019 - Literatura - Escolas Literárias, Gênero Lírico, Gêneros Literários, Realismo

TEXTO 5

HARRY POTTER

Adélia Prado


PRADO, Adélia. A duração do dia. Rio de Janeiro: Record, 2010. p. 41.


Assinale V (verdadeiro) ou F (falso) para as afirmações sobre o texto 5.

( ) Na relação do poema com seu título, observase a aproximação de universos distanciados: o provinciano, de um lado, e o da cultura de massas, de outro.

( ) A memória e o cotidiano, temas recorrentes na poesia de Adélia Prado, são impregnados, no poema, de uma atmosfera mágica, sobrenatural.

( ) Ao tematizar a própria criação poética, o poema adquire um caráter metalinguístico.

( ) A presença de um eu-lírico feminino e a menção às “galinhas tontas” (verso 15) inscreve o poema numa tendência da literatura contemporânea: a denúncia da violência, concreta ou simbólica, contra a mulher.


O correto preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é

A
V – V – V – F
B
V – F – F – V
C
F – F – V – F
D
F – V – F – V
0912ebae-33
PUC - RS 2019 - Literatura - Gênero Épico ou Narrativo, Gêneros Literários

Considere as seguintes afirmações sobre o gênero conto na literatura sul-rio-grandense:


I. Nos contos de O carnaval dos animais, de Moacyr Scliar, o cotidiano é frequentemente atravessado por acontecimentos e personagens insólitos.

II. O experimentalismo linguístico, o tom intimista e as referências à cultura pop são características das narrativas de Caio Fernando Abreu em O cego e a dançarina.

III. O universo fronteiriço, os dramas da infância e da adolescência e a inadaptação ao mundo urbano são os temas predominantes de Dançar tango em Porto Alegre, de Sergio Faraco.


Estão corretas as afirmativas

A
I e II, apenas.
B
I e III, apenas.
C
II e III, apenas.
D
I, II e III.
090f440b-33
PUC - RS 2019 - Literatura - Estilística

Considerando os textos 3 e 4, assinale a alternativa INCORRETA:

INSTRUÇÃO: Responder à questão 54 com base nos textos 3 e 4.

TEXTO 3

CONSTRUÇÃO

Carlos Drummond de Andrade

Um grito pula no ar como foguete.

Vem da paisagem de barro úmido, caliça e andaimes [hirtos.

O sol cai sobre as coisas em placa fervendo.

O sorveteiro corta a rua.

E o vento brinca nos bigodes do construtor.

ANDRADE, Carlos Drummond de. Poesia completa. Rio de
Janeiro: Nova Aguilar, 2002. p. 8.


TEXTO 4

CONSTRUÇÃO

Chico Buarque

Amou daquela vez como se fosse a última

Beijou sua mulher como se fosse a última

E cada filho seu como se fosse o único

E atravessou a rua com seu passo tímido

Subiu a construção como se fosse máquina

Ergueu no patamar quatro paredes sólidas

Tijolo com tijolo num desenho mágico

Seus olhos embotados de cimento e lágrima

Sentou pra descansar como se fosse sábado

Comeu feijão com arroz como se fosse um príncipe

Bebeu e soluçou como se fosse um náufrago

Dançou e gargalhou como se ouvisse música

E tropeçou no céu como se fosse um bêbado

E flutuou no ar como se fosse um pássaro

E se acabou no chão feito um pacote flácido

Agonizou no meio do passeio público

Morreu na contramão atrapalhando o tráfego

[...]

Fragmento retirado de: http://www.chicobuarque.com.br/ construcao/mestre.asp? pg=construc_71.htm. Acesso em 17 maio 2019
A
Ambos os textos enfatizam aspectos ilógicos na representação do cotidiano, como nos versos “O sorveteiro corta a rua” (texto 3) e “E flutuou no ar como se fosse um pássaro” (texto 4).
B
O poema de Carlos Drummond de Andrade explora o verso livre, característica da poesia brasileira desde o Modernismo.
C
A letra da canção de Chico Buarque vale-se de um recurso da poesia tradicional: o verso de doze sílabas poéticas. 
D
Entre os dois textos há uma relação de intertextualidade, que se deve, além da coincidência dos títulos, à manutenção, na canção de Chico Buarque, da situação narrativa do poema de Drummond.
090c0366-33
PUC - RS 2019 - Literatura - Escolas Literárias, Romantismo

A respeito dos romances citados, é correto afirmar que

INSTRUÇÃO: Responder à questão com base nos textos 1 e 2.

TEXTO 1

QUINCAS BORBA

Machado de Assis

   Rubião fitava a enseada, – eram oito horas da manhã. Quem o visse, com os polegares metidos no cordão do chambre, à janela de uma grande casa de Botafogo, cuidaria que ele admirava aquele pedaço de água quieta; mas, em verdade, vos digo que pensava em outra coisa. Cotejava o passado com o presente. Que era, há um ano? Professor. Que é agora? Capitalista. Olha para si, para as chinelas (umas chinelas de Túnis, que lhe deu recente amigo, Cristiano Palha), para a casa, para o jardim, para a enseada, para os morros e para o céu; e tudo, desde as chinelas até o céu, tudo entra na mesma sensação de propriedade.

   – Vejam como Deus escreve direito por linhas tortas, pensa ele. Se mana Piedade tem casado com Quincas Borba, apenas me daria uma esperança colateral. Não casou; ambos morreram, e aqui está tudo comigo; de modo que o que parecia uma desgraça...

ASSIS, Machado de. Quincas Borba. Rio de Janeiro: Record, 2007. p. 11.


TEXTO 2

TRISTE FIM DE POLICARPO QUARESMA

Lima Barreto

   Como de hábito, Policarpo Quaresma, mais conhecido por Major Quaresma, bateu em casa às quatro e quinze da tarde. Havia mais de vinte anos que isso acontecia. Saindo do Arsenal de Guerra, onde era subsecretário, bongava pelas confeitarias algumas frutas, comprava um queijo, às vezes, e sempre o pão de padaria francesa.

   Não gastava nesses passos nem mesmo uma hora, de forma que, às três e quarenta, por aí assim, tomava o bonde, sem erro de um minuto, ia pisar a soleira da porta de sua casa, numa rua afastada de São Januário, bem exatamente às quatro e quinze, como se fosse a aparição de um astro, um eclipse, enfim um fenômeno matematicamente determinado, previsto e predito.

  A vizinhança já lhe conhecia os hábitos e tanto que, na casa do Capitão Cláudio, onde era costume jantar-se aí pelas quatro e meia, logo que o viam passar, a dona gritava à criada: “Alice, olha que são horas; o Major Quaresma já passou”.

   E era assim todos os dias, há quase trinta anos. Vivendo em casa própria e tendo outros rendimentos além do seu ordenado, o Major Quaresma podia levar um trem de vida superior aos seus recursos burocráticos, gozando, por parte da vizinhança, da consideração e respeito de homem abastado.

LIMA BARRETO, Afonso Henriques de. Triste fim de Policarpo Quaresma. Porto Alegre: L&PM, 1998. p. 13-14.
A
o nacionalismo é um traço comum aos protagonistas de Quincas Borba e Triste fim de Policarpo Quaresma, Rubião e Policarpo Quaresma, respectivamente.
B
Rubião, solitário e melancólico, ao final de Quincas Borba, contenta-se com seu último pensamento: “Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado de nossa miséria”.
C
o fracasso do Major Quaresma, que o leva ao “triste fim” anunciado no título da obra, deve-se ao fato de não conseguir ascender na hierarquia militar.
D
tanto Rubião quanto Policarpo Quaresma podem ser considerados sujeitos ingênuos que sucumbem em uma sociedade hipócrita e traiçoeira.