Questõesde ENEM sobre História

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ENEM 2010 - História - República Oligárquica - 1889 a 1930, História do Brasil

Para os amigos pão, para os inimigos pau; aos amigos se faz justiça, aos inimigos aplica-se a lei.

LEAL, V N. Coronelismo, enxada e voto. São Paulo: Alfa Omega.

Esse discurso, típico do contexto histórico da República Velha e usado por chefes políticos, expressa uma realidade caracterizada

A
pela força política dos burocratas do nascente Estado republicano, que utilizavam de suas prerrogativas para controlar e dominar o poder nos municípios.
B
pelo controle político dos proprietários no interior do país, que buscavam, por meio dos seus currais eleitorais, enfraquecer a nascente burguesia brasileira.
C
pelo mandonismo das oligarquias no interior do Brasil, que utilizavam diferentes mecanismos assistencialistas e de favorecimento para garantir o controle dos votos.
D
pelo domínio político de grupos ligados às velhas instituições monárquicas e que não encontraram espaço de ascensão política na nascente república.
E
pela aliança política Armada entre as oligarquias do Norte e Nordeste do Brasil, que garantiria uma alternância no poder federal de presidentes originários dessas regiões.
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ENEM 2010 - História - Período Colonial: produção de riqueza e escravismo, História do Brasil

Dali avistamos homens que andavam pela praia, obra de sete ou oito. Eram pardos, todos nus. Nas mãos traziam arcos com suas setas. Não fazem o menor caso de encobrir ou de mostrar suas vergonhas; e nisso têm tanta inocência como em mostrar o rosto. Ambos traziam os beiços de baixo furados e metidos neles seus ossos brancos e verdadeiros. Os cabelos seus são corredios.

CAMINHA, P. V. Carta. RIBEIRO, D. et al. Viagem pela história do Brasil: documentos. São Paulo: Companhia das Letras, 1997 (adaptado).

O texto é parte da famosa Carta de Pero Vaz de Caminha, documento fundamental para a formação da identidade brasileira. Tratando da relação que, desde esse primeiro contato, se estabeleceu entre portugueses e indígenas, esse trecho da carta revela a

A
preocupação em garantir a integridade do colonizador diante da resistência dos índios à ocupação da terra.
B
postura etnocêntrica do europeu diante das características físicas e práticas culturais do indígena.
C
orientação da política da Coroa Portuguesa quanto à utilização dos nativos como mão de obra para colonizar a nova terra.
D
oposição de interesses entre portugueses e índios, que dificultava o trabalho catequético e exigia amplos recursos para a defesa da posse da nova terra.
E
abundância da terra descoberta, o que possibilitou a sua incorporação aos interesses mercantis portugueses, por meio da exploração econômica dos índios.
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ENEM 2010 - História - História do Brasil, Brasil Monárquico – Segundo Reinado 1831- 1889

Para o Paraguai, portanto, essa foi uma guerra pela sobrevivência. De todo modo, uma guerra contra dois gigantes estava fadada a ser um teste debilitante e severo para uma economia de base tão estreita. Lopez precisava de uma vitória rápida e, se não conseguisse vencer rapidamente, provavelmente não venceria nunca.

LYNCH, J. As Repúblicas do Prata: da Independência à Guerra do Paraguai. BETHELL, Leslie (Org). História da América Latina: da Independência até 1870, v. III. São Paulo: EDUSP 2004.

A Guerra do Paraguai teve consequências políticas importantes para o Brasil, pois

A
representou a afirmação do Exército Brasileiro como um ator político de primeira ordem.
B
confirmou a conquista da hegemonia brasileira sobre a Bacia Platina.
C
concretizou a emancipação dos escravos negros.
D
incentivou a adoção de um regime constitucional monárquico.
E
solucionou a crise financeira, em razão das indenizações recebidas.
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ENEM 2010 - História - República Oligárquica - 1889 a 1930, História do Brasil

A solução militar da crise política gerada pela sucessão do presidente Washington Luis em 1929-1930 provoca profunda ruptura institucional no país. Deposto o presidente, o Governo Provisório (1930-1934) precisa administrar as diferenças entre as correntes políticas integrantes da composição vitoriosa, herdeira da Aliança Liberal.

LEMOS, R. A revolução constitucionalista de 1932. SILVA, R. M.; CACHAPUZ, P B.; LAMARÃO, S. (Org). Getúlio Vargas e seu tempo. Rio de Janeiro: BNDES.

No contexto histórico da crise da Primeira República, verifica-se uma divisão no movimento tenentista. A atuação dos integrantes do movimento liderados por Juarez Távora, os chamados “liberais” nos anos 1930, deve ser entendida como

A
a aliança com os cafeicultores paulistas em defesa de novas eleições.
B
o retorno aos quartéis diante da desilusão política com a “Revolução de 30”.
C
o compromisso político-institucional com o governo provisório de Vargas.
D
a adesão ao socialismo, reforçada pelo exemplo do ex-tenente Luís Carlos Prestes.
E
o apoio ao governo provisório em defesa da descentralização do poder político.
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ENEM 2010 - História - História Geral, Antiguidade Ocidental (Gregos, Romanos e Macedônios)

Na antiga Grécia, o teatro tratou de questões como destino, castigo e justiça. Muitos gregos sabiam de cor inúmeros versos das peças dos seus grandes autores. Na Inglaterra dos séculos XVI e XVII, Shakespeare produziu peças nas quais temas como o amor, o poder, o bem e o mal foram tratados. Nessas peças, os grandes personagens falavam em verso e os demais em prosa. No Brasil colonial, os índios aprenderam com os jesuítas a representar peças de caráter religioso.

Esses fatos são exemplos de que, em diferentes tempos e situações, o teatro é uma forma

A
de manipulação do povo pelo poder, que controla o teatro.
B
de diversão e de expressão dos valores e problemas da sociedade.
C
de entretenimento popular, que se esgota na sua função de distrair.
D
de manipulação do povo pelos intelectuais que compõem as peças.
E
de entretenimento, que foi superada e hoje é substituída pela televisão.
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ENEM 2010 - História - História do Brasil, Brasil Monárquico – Segundo Reinado 1831- 1889

Ó sublime pergaminho
Libertação geral
A princesa chorou ao receber
A rosa de ouro papal
Uma chuva de flores cobriu o salão
E o negro jornalista
De joelhos beijou a sua mão
Uma voz na varanda do paço ecoou:
"Meu Deus, meu Deus
Está extinta a escravidão"

MELODIA, Z.; RUSSO, N.; MADRUGADA, C. Sublime Pergaminho. Disponível em http:// www.letras.terra.com.br. Acesso em: 28 abr. 2010.

O samba-enredo de 1968 reflete e reforça uma concepção acerca do fim da escravidão ainda viva em nossa memória, mas que não encontra respaldo nos estudos históricos mais recentes. Nessa concepção ultrapassada, a abolição é apresentada como

A
conquista dos trabalhadores urbanos livres, que demandavam a redução da jornada de trabalho.
B
concessão do governo, que ofereceu benefícios aos negros, sem consideração pelas lutas de escravos e abolicionistas.
C
ruptura na estrutura socioeconômica do país, sendo responsável pela otimização da inclusão social dos libertos.
D
fruto de um pacto social, uma vez que agradaria os agentes históricos envolvidos na questão: fazendeiros, governo e escravos.
E
forma de inclusão social, uma vez que a abolição possibilitaria a concretização de direitos civis e sociais para os negros.
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ENEM 2010 - História - Período Colonial: produção de riqueza e escravismo, História do Brasil

Chegança


Sou Pataxó,

Sou Xavante e Carriri,

Ianomâmi, sou Tupi

Guarani, sou Carajá.

Sou Pancaruru,

Carijó, Tupinajé,

Sou Potiguar, sou Caeté,

Ful-ni-ô, Tupinambá.


Eu atraquei num porto muito seguro,

Céu azul, paz e ar puro...

Botei as pernas pro ar.

Logo sonhei que estava no paraíso,

Onde nem era preciso dormir para sonhar.


Mas de repente me acordei com a surpresa:

Uma esquadra portuguesa veio na praia atracar.

Da grande-nau,

Um branco de barba escura,

Vestindo uma armadura me apontou pra me pegar.

E assustado dei um pulo da rede,

Pressenti a fome, a sede,

Eu pensei: "vão me acabar".

Levantei-me de Borduna já na mão.

Aí, senti no coração,

O Brasil vai começar.


NÓBREGA, A; e FREIRE, W. CD Pernambuco falando para o mundo, 1998.


A letra da canção apresenta um tema recorrente na história da colonização brasileira, as relações de poder entre portugueses e povos nativos, e representa uma crítica à ideia presente no chamado mito

A
da democracia racial, originado das relações cordiais estabelecidas entre portugueses e nativos no período anterior ao início da colonização brasileira.
B
da cordialidade brasileira, advinda da forma como os povos nativos se associaram economicamente aos portugueses, participando dos negócios coloniais açucareiros.
C
do brasileiro receptivo, oriundo da facilidade com que os nativos brasileiros aceitaram as regras impostas pelo colonizador, o que garantiu o sucesso da colonização.
D
da natural miscigenação, resultante da forma como a metrópole incentivou a união entre colonos, ex-escravas e nativas para acelerar o povoamento da colônia.
E
do encontro, que identifica a colonização portuguesa como pacífica em função das relações de troca estabelecidas nos primeiros contatos entre portugueses e nativos.
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ENEM 2010 - História - História Geral

A hibridez descreve a cultura de pessoas que mantêm suas conexões com a terra de seus antepassados, relacionando-se com a cultura do local que habitam. Eles não anseiam retornar à sua "pátria" ou recuperar qualquer identidade étnica “pura” ou absoluta; ainda assim, preservam traços de outras culturas, tradições e histórias e resistem à assimilação.

CASHMORE, E. Dicionário de relações étnicas e raciais. Sao Paulo: Selo Negro, 2000 (adaptado).

Contrapondo o fenômeno da hibridez à ideia de "pureza" cultural, observa-se que ele se manifesta quando

A
criações originais deixam de existir entre os grupos de artistas, que passam a copiar as essências das obras uns dos outros.
B
civilizações se fecham a ponto de retomarem os seus próprios modelos culturais do passado, antes abandonados.
C
populações demonstram menosprezo por seu patrimônio artístico, apropriando-se de produtos culturais estrangeiros.
D
elementos culturais autênticos são descaracterizados e reintroduzidos com valores mais altos em seus lugares de origem.
E
intercâmbios entre diferentes povos e campos de produção cultural passam a gerar novos produtos e manifestações.
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ENEM 2010 - História - Período Colonial: produção de riqueza e escravismo, História do Brasil

O alfaiate pardo João de Deus, que, na altura em que foi preso, não tinha mais do que 80 réis e oito filhos, declarava que “Todos os brasileiros se fizessem franceses, para viverem em igualdade e abundância".

MAXWELL, K. Condicionalismos da independência do Brasil. SILVA, M. N. (Org.) O império luso-brasileiro, 1750-1822. Lisboa: Estampa, 1986.

O texto faz referência à Conjuração Baiana. No contexto da crise do sistema colonial, esse movimento se diferenciou dos demais movimentos libertários ocorridos no Brasil por

A
defender a igualdade econômica, extinguindo a propriedade, conforme proposto nos movimentos liberais da França napoleônica.
B
introduzir no Brasil o pensamento e o ideário liberal que moveram os revolucionários ingleses na luta contra o absolutismo monárquico.
C
propor a instalação de um regime nos moldes da república dos Estados Unidos, sem alterar a ordem socioeconômica escravista e latifundiária.
D
apresentar um caráter elitista burguês, uma vez que sofrera influência direta da Revolução Francesa, propondo o sistema censitário de votação.
E
defender um governo democrático que garantisse a participação política das camadas populares, influenciado pelo ideário da Revolução Francesa.
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ENEM 2010 - História - História do Brasil, Brasil Monárquico – Segundo Reinado 1831- 1889

A dependência regional maior ou menor da mão de obra escrava teve reflexos políticos importantes no encaminhamento da extinção da escravatura. Mas a possibilidade e a habilidade de lograr uma solução alternativa - caso típico de São Paulo - desempenharam, ao mesmo tempo, papel relevante.

FAUSTO, B. História do Brasil. São Paulo: EDUSP, 2000.

A crise do escravismo expressava a difícil questão em torno da substituição da mão de obra, que resultou

A
na constituição de um mercado interno de mão de obra livre, constituído pelos libertos, uma vez que a maioria dos imigrantes se rebelou contra a superexploração do trabalho.
B
no confronto entre a aristocracia tradicional, que defendia a escravidão e os privilégios políticos, e os cafeicultores, que lutavam pela modernização econômica com a adoção do trabalho livre.
C
no "branqueamento" da população, para afastar o predomínio das raças consideradas inferiores e concretizar a ideia do Brasil como modelo de civilização dos trópicos.
D
no tráfico interprovincial dos escravos das áreas decadentes do Nordeste para o Vale do Paraíba, para a garantia da rentabilidade do café.
E
na adoção de formas disfarçadas de trabalho compulsório com emprego dos libertos nos cafezais paulistas, uma vez que os imigrantes foram trabalhar em outras regiões do país.
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ENEM 2010 - História - História do Brasil, Brasil Monárquico – Segundo Reinado 1831- 1889



DEBRET, J. B.; SOUZA, L. M. (Org.). História da vida privada no Brasil: cotidiano e vida privada na América Portuguesa, v. 1. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.

A imagem retrata uma cena da vida cotidiana dos escravos urbanos no início do século XIX. Lembrando que as atividades desempenhadas por esses trabalhadores eram diversas, os escravos de aluguel representados na pintura

A
vendiam a produção da lavoura cafeeira para os moradores das cidades.
B
trabalhavam nas casas de seus senhores e acompanhavam as donzelas na rua.
C
realizavam trabalhos temporários em troca de pagamento para os seus senhores.
D
eram autônomos, sendo contratados por outros senhores para realizarem atividades comerciais.
E
aguardavam a sua própria venda após desembarcarem no porto.
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ENEM 2010 - História - Período Colonial: produção de riqueza e escravismo, História do Brasil

Gregório de Matos definiu, no século XVII, o amor e a sensualidade carnal.

O Amor é finalmente um embaraço de pernas, união de barrigas, um breve tremor de artérias.
Uma confusão de bocas, uma batalha de veias, um rebuliço de ancas, quem diz outra coisa é besta.

VAINFAS, R. Brasil de todos os pecados. Revista de História. Ano1, no 1. Rio de Janeiro: Biblioteca Nacional, nov. 2003.

Vilhena descreveu ao seu amigo Filopono, no século XVIII, a sensualidade nas ruas de Salvador.

Causa essencial de muitas moléstias nesta cidade é a desordenada paixão sensual que atropela e relaxa o rigor da Justiça, as leis divinas, eclesiásticas, civis e criminais. Logo que anoutece, entulham as ruas libidinosos, vadios e ociosos de um e outro sexo. Vagam pelas ruas e, sem pejo, fazem gala da sua torpeza.

VILHENA, L.S. A Bahia no século XVIII. Coleção Baiana. v. 1. Salvador: Itapuã, 1969 (adaptado).

A sensualidade foi assunto recorrente no Brasil colonial. Opiniões se dividiam quando o tema afrontava diretamente os “bons costumes”. Nesse contexto, contribuía para explicar essas divergências

A
a existência de associações religiosas que defendiam a pureza sexual da população branca.
B
a associação da sensualidade às parcelas mais abastadas da sociedade.
C
o posicionamento liberal da sociedade oitocentista, que reivindicava mudanças de comportamento na sociedade.
D
a política pública higienista, que atrelava a sexualidade a grupos socialmente marginais.
E
a busca do controle do corpo por meio de discurso ambíguo que associava sexo, prazer, libertinagem e pecado.
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ENEM 2010 - História

A bandeira da Europa não é apenas o símbolo da União  Europeia, mas também da unidade e da identidade da Europa em sentido mais lato. O círculo de estrelas douradas representa a solidariedade e a harmonia entre os povos da Europa.
Disponível em: http://europa.eu/index_pt.htm.
Acesso em: 29 abr. 2010 (adaptado).

A que se pode atribuir a contradição intrínseca entre o que propõe a bandeira da Europa e o cotidiano vivenciado pelas nações integrantes da União Europeia?

A
Ao contexto da década de 1930, no qual a bandeira foi forjada e em que se pretendia a fraternidade entre os povos traumatizados pela Primeira Guerra Mundial.
B
Ao fato de que o ideal de equilíbrio implícito na bandeira nem sempre se coaduna com os conflitos e rivalidades regionais tradicionais.
C
Ao fato de que Alemanha e Itália ainda são vistas com desconfiança por Inglaterra e França mesmo após décadas do final da Segunda Guerra Mundial.
D
Ao fato de que a bandeira foi concebida por portugueses e espanhóis, que possuem uma convivência mais harmônica do que as demais nações europeias.
E
Ao fato de que a bandeira representa as aspirações religiosas dos países de vocação católica, contrapondo-se ao cotidiano das nações protestantes.
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ENEM 2014 - História - História do Brasil, Brasil Monárquico – Segundo Reinado 1831- 1889

Enquanto as rebeliões agitavam o país, as tendências políticas no centro dirigente iam se definindo. Apareciam em germe os dois grandes partidos imperiais — o Conservador e o Liberal. Os conservadores reuniam magistrados, burocratas, uma parte dos proprietários rurais, especialmente do Rio de Janeiro, Bahia e Pernambuco, e os grandes comerciantes, entre os quais muitos portugueses. Os liberais agrupavam a pequena classe média urbana, alguns padres e proprietários rurais de áreas menos tradicionais, sobretudo de São Paulo, Minas e Rio Grande do Sul.

FAUSTO, B. História do Brasil. São Paulo: Edusp, 1998.

No texto, o autor compara a composição das forças políticas que atuaram no Segundo Reinado (1840-1889). Dois aspectos que caracterizam os partidos Conservador e Liberal estão indicados, respectivamente, em:

A
Abolição da escravidão — Adoção do trabalho assalariado.
B
Difusão da industrialização — Conservação do latifúndio monocultor.
C
Promoção do protecionismo — Remoção das barreiras alfandegárias.
D
Preservação do unitarismo — Ampliação da descentralização provincial.
E
Implementação do republicanismo — Continuação da monarquia constitucional.
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ENEM 2014 - História - História Geral, Imperialismo e Colonialismo do século XIX

Em busca de matérias-primas e de mercados por causa da acelerada industrialização, os europeus retalharam entre si a África. Mais do que alegações econômicas, havia justificativas políticas, científicas, ideológicas e até filantrópicas. O rei belga Leopoldo II defendia o trabalho missionário e a civilização dos nativos do Congo, argumento desmascarado pelas atrocidades praticadas contra a população.

NASCIMENTO, C. Partilha da África: o assombro do continente mutilado. Revista de História da Biblioteca Nacional, ano 7, n. 75, dez. 2011 (adaptado).

A atuação dos países europeus contribuiu para que a África — entre 1880 e 1914 — se transformasse em uma espécie de grande “colcha de retalhos”. Esse processo foi motivado pelo(a)

A
busca de acesso à infraestrutura energética dos países africanos.
B
tentativa de regulação da atividade comercial com os países africanos.
C
resgate humanitário das populações africanas em situação de extrema pobreza.
D
domínio sobre os recursos considerados estratégicos para o fortalecimento das nações europeias.
E
necessidade de expandir as fronteiras culturais da Europa pelo contato com outras civilizações.
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ENEM 2014 - História - Período Colonial: produção de riqueza e escravismo, História do Brasil

TEXTO I


O príncipe D. João VI podia ter decidido ficar em Portugal. Nesse caso, o Brasil com certeza não existiria. A Colônia se fragmentaria, como se fragmentou a parte espanhola da América. Teríamos, em vez do Brasil de hoje, cinco ou seis países distintos. (José Murilo de Carvalho)


TEXTO II


Há no Brasil uma insistência em reforçar o lugar-comum segundo o qual foi D. João VI o responsável pela unidade do país. Isso não é verdade. A unidade do Brasil foi construída ao longo do tempo e é, antes de tudo, uma fabricação da Coroa. A ideia de que era preciso fortalecer um Império com os territórios de Portugal e Brasil começou já no século XVIII. (Evaldo Cabral de Mello)


1808 - O primeiro ano do resto de nossas vidas. Folha de S. Paulo, 25 nov. 2007(adaptado)


Em 2008, foi comemorado o bicentenário da chegada da família real portuguesa ao Brasil. Nos textos, dois importantes historiadores brasileiros se posicionam diante de um dos possíveis legados desse episódio para a história do país. O legado discutido e um argumento que sustenta a diferença do primeiro ponto de vista para o segundo estão associados, respectivamente, em:

A
Integridade territorial — Centralização da administração régia na Corte.
B
Desigualdade social — Concentração da propriedade fundiária no campo.
C
Homogeneidade intelectual — Difusão das idéias liberais nas universidades.
D
Uniformidade cultural — Manutenção da mentalidade escravista nas fazendas.
E
Continuidade espacial — Cooptação dos movimentos separatistas nas províncias.
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ENEM 2014 - História - História do Brasil, Brasil Monárquico – Segundo Reinado 1831- 1889

Passada a festa da abolição, os ex-escravos procuraram distanciar-se do passado de escravidão, negando-se a se comportar como antigos cativos. Em diversos engenhos do Nordeste, negaram-se a receber a ração diária e a trabalhar sem remuneração. Quando decidiram ficar, isso não significou que concordassem em se submeter às mesmas condições de trabalho do regime anterior.

FRAGA, W ; ALBUQUERQUE, W. R. Uma história da cultura afro-brasileira. São Paulo: Moderna, 2009 (adaptado).

Segundo o texto, os primeiros anos após a abolição da escravidão no Brasil tiveram como característica o(a)

A
caráter organizativo do movimento negro.
B
equiparação racial no mercado de trabalho.
C
busca pelo reconhecimento do exercício da cidadania.
D
estabelecimento do salário mínimo por projeto legislativo.
E
entusiasmo com a extinção das péssimas condições de trabalho.
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ENEM 2014 - História - Período Colonial: produção de riqueza e escravismo, História do Brasil

Quando Deus confundiu as línguas na torre de Babel, ponderou Filo Hebreu que todos ficaram mudos e surdos, porque, ainda que todos falassem e todos ouvissem, nenhum entendia o outro. Na antiga Babel, houve setenta e duas línguas; na Babel do rio das Amazonas, já se conhecem mais de cento e cinquenta. E assim, quando lá chegamos, todos nós somos mudos e todos eles, surdos. Vede agora quanto estudo e quanto trabalho serão necessários para que esses mudos falem e esses surdos ouçam.

VIEIRA, A. Sermões pregados no Brasil. In: RODRIGUES, J. H. História viva. São Paulo: Global, 1985 (adaptado).

No decorrer da colonização portuguesa na América, as tentativas de resolução do problema apontado pelo padre Antônio Vieira resultaram na

A
ampliação da violência nas guerras intertribais.
B
desistência da evangelização dos povos nativos.
C
indiferença dos jesuítas em relação à diversidade de línguas americanas.
D
pressão da Metrópole pelo abandono da catequese nas regiões de difícil acesso.
E
sistematização das línguas nativas numa estrutura gramatical facilitadora da catequese.
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ENEM 2014 - História - História do Brasil, Brasil Monárquico – Segundo Reinado 1831- 1889

Os escravos, obviamente, dispunham de poucos recursos políticos, mas não desconheciam o que se passava no mundo dos poderosos. Aproveitaram-se das divisões entre estes, selecionaram temas que lhes interessavam do ideário liberal e anticolonial, traduziram e emprestaram significados próprios às reformas operadas no escravismo brasileiro ao longo do século XIX.

REIS, J. J. Nos achamos em campo a tratar da liberdade: a resistência negra no Brasil oitocentista. In: MOTA, C. G. (Org.). Viagem incompleta: a experiência brasileira (1500-2000). São Paulo: Senac, 1999.

Ao longo do século XIX, os negros escravizados construíram variadas formas para resistir à escravidão no Brasil. A estratégia de luta citada no texto baseava-se no aproveitamento das

A
estruturas urbanas como ambiente para escapar do cativeiro.
B
dimensões territoriais como elemento para facilitar as fugas.
C
limitações econômicas como pressão para o fim do escravismo.
D
contradições políticas como brecha para a conquista da liberdade.
E
ideologias originárias como artifício para resgatar as raízes africanas.
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ENEM 2014 - História - História do Brasil

    A mitologia comparada surge no século XVIII. Essa tendência influenciou o escritor cearense José de Alencar, que, inspirado pelo estilo da epopeia homérica na Ilíada, propõe em Iracema uma espécie de mito fundador do povo brasileiro. Assim como a Ilíada vincula a constituição do povo helênico à Guerra de Troia, deflagrada pelo romance proibido de Helena e Páris, Iracema vincula a formação do povo brasileiro aos conflitos entre índios e colonizadores, atravessados pelo amor proibido entre uma índia — Iracema — e o colonizador português Martim Soares Moreno.

DETIENNE, M. A invenção da mitologia. Rio de Janeiro: José Olympio, 1998 (adaptado).

A comparação estabelecida entre a Ilíada e Iracema demonstra que essas obras

A
combinam folclore e cultura erudita em seus estilos estéticos.
B
articulam resistência e opressão em seus gêneros literários.
C
associam história e mito em suas construções identitárias.
D
refletem pacifismo e belicismo em suas escolhas ideológicas.
E
traduzem revolta e conformismo em seus padrões alegóricos.