Questõesde ENEM sobre História
Dali avistamos homens que andavam pela praia, obra
de sete ou oito. Eram pardos, todos nus. Nas mãos
traziam arcos com suas setas. Não fazem o menor caso
de encobrir ou de mostrar suas vergonhas; e nisso têm
tanta inocência como em mostrar o rosto. Ambos traziam
os beiços de baixo furados e metidos neles seus ossos
brancos e verdadeiros. Os cabelos seus são corredios.
CAMINHA, P. V. Carta. RIBEIRO, D. et al. Viagem pela história do Brasil: documentos.
São Paulo: Companhia das Letras, 1997 (adaptado).
O texto é parte da famosa Carta de Pero Vaz de Caminha,
documento fundamental para a formação da identidade
brasileira. Tratando da relação que, desde esse primeiro
contato, se estabeleceu entre portugueses e indígenas,
esse trecho da carta revela a
Para o Paraguai, portanto, essa foi uma guerra pela
sobrevivência. De todo modo, uma guerra contra dois
gigantes estava fadada a ser um teste debilitante e
severo para uma economia de base tão estreita. Lopez
precisava de uma vitória rápida e, se não conseguisse
vencer rapidamente, provavelmente não venceria nunca.
LYNCH, J. As Repúblicas do Prata: da Independência à Guerra do Paraguai. BETHELL, Leslie (Org).
História da América Latina: da Independência até 1870, v. III. São Paulo: EDUSP 2004.
A Guerra do Paraguai teve consequências políticas
importantes para o Brasil, pois
A solução militar da crise política gerada pela sucessão
do presidente Washington Luis em 1929-1930 provoca
profunda ruptura institucional no país. Deposto o presidente,
o Governo Provisório (1930-1934) precisa administrar
as diferenças entre as correntes políticas integrantes da
composição vitoriosa, herdeira da Aliança Liberal.
LEMOS, R. A revolução constitucionalista de 1932. SILVA, R. M.; CACHAPUZ, P B.;
LAMARÃO, S. (Org). Getúlio Vargas e seu tempo. Rio de Janeiro: BNDES.
No contexto histórico da crise da Primeira República,
verifica-se uma divisão no movimento tenentista. A
atuação dos integrantes do movimento liderados por
Juarez Távora, os chamados “liberais” nos anos 1930,
deve ser entendida como
Na antiga Grécia, o teatro tratou de questões como
destino, castigo e justiça. Muitos gregos sabiam de cor
inúmeros versos das peças dos seus grandes autores.
Na Inglaterra dos séculos XVI e XVII, Shakespeare
produziu peças nas quais temas como o amor, o poder,
o bem e o mal foram tratados. Nessas peças, os grandes
personagens falavam em verso e os demais em prosa.
No Brasil colonial, os índios aprenderam com os jesuítas
a representar peças de caráter religioso.
Esses fatos são exemplos de que, em diferentes tempos
e situações, o teatro é uma forma
Ó sublime pergaminho
Libertação geral
A princesa chorou ao receber
A rosa de ouro papal
Uma chuva de flores cobriu o salão
E o negro jornalista
De joelhos beijou a sua mão
Uma voz na varanda do paço ecoou:
"Meu Deus, meu Deus
Está extinta a escravidão"
MELODIA, Z.; RUSSO, N.; MADRUGADA, C. Sublime Pergaminho. Disponível em http://
www.letras.terra.com.br. Acesso em: 28 abr. 2010.
O samba-enredo de 1968 reflete e reforça uma
concepção acerca do fim da escravidão ainda viva em
nossa memória, mas que não encontra respaldo nos
estudos históricos mais recentes. Nessa concepção
ultrapassada, a abolição é apresentada como
Chegança
Sou Pataxó,
Sou Xavante e Carriri,
Ianomâmi, sou Tupi
Guarani, sou Carajá.
Sou Pancaruru,
Carijó, Tupinajé,
Sou Potiguar, sou Caeté,
Ful-ni-ô, Tupinambá.
Eu atraquei num porto muito seguro,
Céu azul, paz e ar puro...
Botei as pernas pro ar.
Logo sonhei que estava no paraíso,
Onde nem era preciso dormir para sonhar.
Mas de repente me acordei com a surpresa:
Uma esquadra portuguesa veio na praia atracar.
Da grande-nau,
Um branco de barba escura,
Vestindo uma armadura me apontou pra me pegar.
E assustado dei um pulo da rede,
Pressenti a fome, a sede,
Eu pensei: "vão me acabar".
Levantei-me de Borduna já na mão.
Aí, senti no coração,
O Brasil vai começar.
NÓBREGA, A; e FREIRE, W. CD Pernambuco falando para o mundo, 1998.
A letra da canção apresenta um tema recorrente na
história da colonização brasileira, as relações de poder
entre portugueses e povos nativos, e representa uma
crítica à ideia presente no chamado mito
Chegança
Sou Pataxó,
Sou Xavante e Carriri,
Ianomâmi, sou Tupi
Guarani, sou Carajá.
Sou Pancaruru,
Carijó, Tupinajé,
Sou Potiguar, sou Caeté,
Ful-ni-ô, Tupinambá.
Eu atraquei num porto muito seguro,
Céu azul, paz e ar puro...
Botei as pernas pro ar.
Logo sonhei que estava no paraíso,
Onde nem era preciso dormir para sonhar.
Mas de repente me acordei com a surpresa:
Uma esquadra portuguesa veio na praia atracar.
Da grande-nau,
Um branco de barba escura,
Vestindo uma armadura me apontou pra me pegar.
E assustado dei um pulo da rede,
Pressenti a fome, a sede,
Eu pensei: "vão me acabar".
Levantei-me de Borduna já na mão.
Aí, senti no coração,
O Brasil vai começar.
NÓBREGA, A; e FREIRE, W. CD Pernambuco falando para o mundo, 1998.
A letra da canção apresenta um tema recorrente na
história da colonização brasileira, as relações de poder
entre portugueses e povos nativos, e representa uma
crítica à ideia presente no chamado mito
A hibridez descreve a cultura de pessoas que mantêm
suas conexões com a terra de seus antepassados,
relacionando-se com a cultura do local que habitam.
Eles não anseiam retornar à sua "pátria" ou recuperar
qualquer identidade étnica “pura” ou absoluta; ainda
assim, preservam traços de outras culturas, tradições e
histórias e resistem à assimilação.
CASHMORE, E. Dicionário de relações étnicas e raciais. Sao Paulo: Selo Negro, 2000 (adaptado).
Contrapondo o fenômeno da hibridez à ideia de "pureza"
cultural, observa-se que ele se manifesta quando
O alfaiate pardo João de Deus, que, na altura em que
foi preso, não tinha mais do que 80 réis e oito filhos,
declarava que “Todos os brasileiros se fizessem
franceses, para viverem em igualdade e abundância".
MAXWELL, K. Condicionalismos da independência do Brasil. SILVA, M. N. (Org.)
O império luso-brasileiro, 1750-1822. Lisboa: Estampa, 1986.
O texto faz referência à Conjuração Baiana. No contexto
da crise do sistema colonial, esse movimento se
diferenciou dos demais movimentos libertários ocorridos
no Brasil por
A dependência regional maior ou menor da mão de
obra escrava teve reflexos políticos importantes no
encaminhamento da extinção da escravatura. Mas a
possibilidade e a habilidade de lograr uma solução
alternativa - caso típico de São Paulo - desempenharam,
ao mesmo tempo, papel relevante.
FAUSTO, B. História do Brasil. São Paulo: EDUSP, 2000.
A crise do escravismo expressava a difícil questão em
torno da substituição da mão de obra, que resultou
DEBRET, J. B.; SOUZA, L. M. (Org.). História da vida privada no Brasil:
cotidiano e vida privada na América Portuguesa, v. 1.
São Paulo: Companhia das Letras, 1997.
A imagem retrata uma cena da vida cotidiana dos escravos
urbanos no início do século XIX. Lembrando que as atividades desempenhadas por esses trabalhadores eram
diversas, os escravos de aluguel representados na pintura
Gregório de Matos definiu, no século XVII,
o amor e a sensualidade carnal.
O Amor é finalmente um embaraço de pernas, união de
barrigas, um breve tremor de artérias.
Uma confusão de bocas, uma batalha de veias, um
rebuliço de ancas, quem diz outra coisa é besta.
VAINFAS, R. Brasil de todos os pecados. Revista de História. Ano1, no 1. Rio de Janeiro:
Biblioteca Nacional, nov. 2003.
Vilhena descreveu ao seu amigo Filopono, no
século XVIII, a sensualidade nas ruas de Salvador.
Causa essencial de muitas moléstias nesta cidade é a
desordenada paixão sensual que atropela e relaxa o rigor
da Justiça, as leis divinas, eclesiásticas, civis e criminais.
Logo que anoutece, entulham as ruas libidinosos, vadios
e ociosos de um e outro sexo. Vagam pelas ruas e, sem
pejo, fazem gala da sua torpeza.
VILHENA, L.S. A Bahia no século XVIII. Coleção Baiana. v. 1. Salvador: Itapuã, 1969 (adaptado).
A sensualidade foi assunto recorrente no Brasil
colonial. Opiniões se dividiam quando o tema afrontava
diretamente os “bons costumes”. Nesse contexto,
contribuía para explicar essas divergências
A bandeira da Europa não é apenas o símbolo da União Europeia, mas também da unidade e da identidade
da Europa em sentido mais lato. O círculo de estrelas
douradas representa a solidariedade e a harmonia entre os povos da Europa.
Disponível em: http://europa.eu/index_pt.htm.
Acesso em: 29 abr. 2010 (adaptado).
A que se pode atribuir a contradição intrínseca entre o que
propõe a bandeira da Europa e o cotidiano vivenciado
pelas nações integrantes da União Europeia?
Enquanto as rebeliões agitavam o país, as tendências
políticas no centro dirigente iam se definindo. Apareciam
em germe os dois grandes partidos imperiais — o
Conservador e o Liberal. Os conservadores reuniam
magistrados, burocratas, uma parte dos proprietários
rurais, especialmente do Rio de Janeiro, Bahia e
Pernambuco, e os grandes comerciantes, entre os quais
muitos portugueses. Os liberais agrupavam a pequena
classe média urbana, alguns padres e proprietários rurais
de áreas menos tradicionais, sobretudo de São Paulo,
Minas e Rio Grande do Sul.
FAUSTO, B. História do Brasil. São Paulo: Edusp, 1998.
No texto, o autor compara a composição das forças
políticas que atuaram no Segundo Reinado (1840-1889).
Dois aspectos que caracterizam os partidos Conservador
e Liberal estão indicados, respectivamente, em:
Em busca de matérias-primas e de mercados por
causa da acelerada industrialização, os europeus
retalharam entre si a África. Mais do que alegações
econômicas, havia justificativas políticas, científicas,
ideológicas e até filantrópicas. O rei belga Leopoldo II
defendia o trabalho missionário e a civilização dos nativos
do Congo, argumento desmascarado pelas atrocidades
praticadas contra a população.
NASCIMENTO, C. Partilha da África: o assombro do continente mutilado. Revista de
História da Biblioteca Nacional, ano 7, n. 75, dez. 2011 (adaptado).
A atuação dos países europeus contribuiu para que a
África — entre 1880 e 1914 — se transformasse em uma
espécie de grande “colcha de retalhos”. Esse processo foi
motivado pelo(a)
TEXTO I
O príncipe D. João VI podia ter decidido ficar em
Portugal. Nesse caso, o Brasil com certeza não existiria.
A Colônia se fragmentaria, como se fragmentou a parte
espanhola da América. Teríamos, em vez do Brasil de
hoje, cinco ou seis países distintos. (José Murilo de
Carvalho)
TEXTO II
Há no Brasil uma insistência em reforçar o lugar-comum
segundo o qual foi D. João VI o responsável pela
unidade do país. Isso não é verdade. A unidade do Brasil
foi construída ao longo do tempo e é, antes de tudo, uma
fabricação da Coroa. A ideia de que era preciso fortalecer
um Império com os territórios de Portugal e Brasil começou
já no século XVIII. (Evaldo Cabral de Mello)
1808 - O primeiro ano do resto de nossas vidas. Folha de S. Paulo, 25 nov. 2007(adaptado)
Em 2008, foi comemorado o bicentenário da chegada
da família real portuguesa ao Brasil. Nos textos, dois
importantes historiadores brasileiros se posicionam
diante de um dos possíveis legados desse episódio para
a história do país. O legado discutido e um argumento
que sustenta a diferença do primeiro ponto de vista para
o segundo estão associados, respectivamente, em:
TEXTO I
O príncipe D. João VI podia ter decidido ficar em Portugal. Nesse caso, o Brasil com certeza não existiria. A Colônia se fragmentaria, como se fragmentou a parte espanhola da América. Teríamos, em vez do Brasil de hoje, cinco ou seis países distintos. (José Murilo de Carvalho)
TEXTO II
Há no Brasil uma insistência em reforçar o lugar-comum segundo o qual foi D. João VI o responsável pela unidade do país. Isso não é verdade. A unidade do Brasil foi construída ao longo do tempo e é, antes de tudo, uma fabricação da Coroa. A ideia de que era preciso fortalecer um Império com os territórios de Portugal e Brasil começou já no século XVIII. (Evaldo Cabral de Mello)
1808 - O primeiro ano do resto de nossas vidas. Folha de S. Paulo, 25 nov. 2007(adaptado)
Em 2008, foi comemorado o bicentenário da chegada
da família real portuguesa ao Brasil. Nos textos, dois
importantes historiadores brasileiros se posicionam
diante de um dos possíveis legados desse episódio para
a história do país. O legado discutido e um argumento
que sustenta a diferença do primeiro ponto de vista para
o segundo estão associados, respectivamente, em: