A( ) O Oeste catarinense foi palco de muitas disputas. Inicialmente, entre Portugal e Espanha; depois, entre Brasil e Argentina e, por fim, entre Paraná e Santa Catarina, quando só então se definiu que o território pertencia ao Estado catarinense. Para manter o território conquistado era preciso “povoá- lo”, e, para tanto, investiu-se em um intenso processo de colonização.
B( ) A preocupação em ocupar o Oeste catarinense foi também desdobramento do projeto de nacionalização do governo federal, levado a cabo nas primeiras décadas do século XX. Dentro desse projeto, e no contexto da “Marcha para o Oeste”, a ocupação das fronteiras deveria atender à necessidade de estabelecer e desenvolver rapidamente as condições para a nacionalização, a organização social, econômica e de segurança das regiões de fronteira e dos sertões.
C( ) A ocupação da região também revelava o empenho do governo estadual em impor sua autoridade sobre os poderes locais, em torno dos quais gravitavam grupos rivais e outros tantos conflitos remanescentes da Guerra do Contestado (1912-1916).
D( ) Mesmo que, historicamente, a região Oeste tenha sido habitada por populações indígenas e mais tarde também por caboclos, os governantes a viam como uma grande área abandonada, com escassa população e que, por isso, necessitaria de efetiva colonização, de preferência imigrantes europeus e seus descendentes, para garantir a sua posse.
E( ) Até a década de 1940, o Oeste catarinense era completamente despovoado, era de fato um “vazio demográfico”. Os poucos habitantes existentes pertenciam a comunidades argentinas e paraguaias remanescentes do período em que a região ficou sob o controle desses países. A não integração dessas comunidades ao projeto nacional (negavam-se a falar português e adotar hábitos da cultura nacional e catarinense) colocava em risco a segurança nacional, por isso a necessidade de expulsá-las e ocupar a região apenas com catarinenses.