Questõesde UECE sobre Filosofia

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UECE 2022 - Filosofia - Filosofia e a Grécia Antiga

“Consideramos que o saber e o entender são mais próprios da técnica do que da experiência, e julgamos os que possuem a técnica mais sábios do que os que só possuem a experiência. E isso porque os primeiros conhecem a causa, enquanto os outros não a conhecem...”

ARISTÓTELES. Metafísica, 981a25. Tradução do italiano por Marcelo Perine.
São Paulo: Loyola, 2002.

Em diálogo com a citação acima, é correto afirmar que  

A
a experiência não é um tipo de saber, pois não conhece a causa. 
B
a experiência é superior à técnica, pois é conhecimento prático.
C
a experiência é saber, pois possui o conhecimento da causa.
D
a experiência é um tipo de saber que não conhece a causa.
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UECE 2022 - Filosofia - Filosofia e a Grécia Antiga, Mito e Filosofia

“A relação que constatamos entre o nascimento do filósofo e o aparecimento do cidadão não é para nos surpreender. A Cidade (pólis) realiza no plano das formas sociais uma separação entre a sociedade e a natureza; e essa separação pressupõe, no plano das formas mentais, o exercício de um pensamento racional. Com a Cidade, a ordem política se separou da organização cósmica; a Cidade aparece como objeto de uma constante indagação e reflexão, de uma discussão apaixonada e, ao mesmo tempo, argumentada”.

VERNANT, J.-P. A formação do pensamento positivo na Grécia arcaica. In:
Mito e pensamento entre os gregos. Tradução de Haiganuch Sarian. Rio de
Janeiro: Paz e Terra, 1990, p. 462-263. (Texto adaptado)

Com base na citação anterior, é correto afirmar que a filosofia grega nasceu

A
do pensamento racional exercitado no debate e na argumentação na Cidade.  
B
quando se abandonou a discussão sobre o Cosmo, voltando-se para a política.
C
do prolongamento da tradição mito-poética rural na nova realidade urbana.
D
do afastamento do cidadão da vida na Cidade e seu interesse pelo Cosmo.
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UECE 2022 - Filosofia - Conceitos Filosóficos, Ética e Liberdade

“O medo é a causa que origina, conserva e alimenta a superstição. Poderíamos acrescentar muitos exemplos que provam com toda a clareza o seguinte: os homens só se deixam dominar pela superstição enquanto têm medo; todas essas coisas que alguma vez foram inutilmente objeto de culto religioso não são mais do que fantasmas e delírios de um ânimo triste e amedrontado; finalmente, é quando o Estado se encontra em maiores dificuldades que os adivinhos detêm o maior poder sobre a plebe e são mais temidos pelos seus reis”.

SPINOZA, B. Tratado teológico-político. Tradução de Diogo Pires Aurélio.
Lisboa: Casa da moeda, 2004, p. 126. (Texto adaptado)

Conforme Spinoza, o sentimento de medo conduz o homem à superstição. Por isso, os momentos em que os adivinhos têm grande influência sobre a população e os governos são aqueles de grandes dificuldades. A superstição é uma incerteza dos bens desejados, e se desenvolve na  

A
imaginação.
B
sensibilidade.
C
razão.
D
intuição.
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UECE 2022 - Filosofia - Filosofia e a Grécia Antiga

“A explicação de que foi a ‘ideia’ de independência que constituiu a força propulsora da renovação que se operava no seio da colônia parece, no mínimo, arriscada. Mais coerente com os acontecimentos é que as várias ideias de ‘se livrar’ do português comerciante ou taberneiro, bem como outras que também se agitavam, embora fossem menos faladas, tais como a libertação dos escravos, a supressão das barreiras de cor e de classe, não fossem mais que reflexos, no pensamento dos indivíduos, de situações objetivas, exteriores a seu cérebro, situações que estão nos fatos, nas relações e oposições dos indivíduos entre si: o senhor de engenho ou fazendeiro devedor que é perseguido pelo comerciante português credor; o pés-descalço que o comerciante português não quer como vendedor; o mulato que o branco exclui da maior parte das funções e o despreza, o humilha; o agricultor pobre que se sente espoliado pelo senhor de engenho que mói sua cana; o escravo que se quer libertar...”  

PRADO JUNIOR, C. Formação do Brasil contemporâneo. São Paulo:
Brasiliense, 2000, p. 387 (Texto adaptado)

A orientação filosófica dessa interpretação do filósofo e historiador brasileiro Caio Prado Junior (1907-1990) acerca da declaração formal da independência brasileira, em 1822, é

A
idealista, pois reconhece o papel das ideias nos acontecimentos históricos.  
B
materialista histórico, pois diz que as ideias se formam nas relações sociais.
C
empirista, pois os fatos empíricos constituem as ideias na mente humana.
D
racionalista, pois mostra que os homens agem com ideias claras e evidentes.
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UECE 2022 - Filosofia - A Política, Os Contratualistas (Hobbes, Locke e Rousseau)

“Hobbes parte do estado de natureza, no qual não existiria lei, não existiria indústria humana, não existiria nada, e o homem é o lobo do próprio homem; e pelo fato de o homem ser antissocial por natureza, só se torna possível ele viver em sociedade com um Estado extremamente forte. Com Locke, a coisa é diferente. Locke diz que o homem não é um ser rebelde à vida política. No estado de natureza, mesmo com ausência de Estado, mesmo com ausência de leis, existe uma vida econômica que torna possível a integração dos indivíduos entre si. Então o Estado nasce para complementar, para tornar possível essa sociabilidade originária, que é a sociabilidade de mercado”.

TEIXEIRA, F. J. S. Liberalismo clássico e neoliberalismo: Duas faces da
mesma moeda?. Curso on line, aula 02, em 12.09.2022. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=TA9MUFoRtOo&t=2009s. Acesso em:
9 out. 2022. (Texto adaptado)

Essas duas concepções políticas são

A
ambas liberais.  
B
ambas absolutistas.
C
absolutista, a primeira, e liberal, a segunda.
D
liberal, a primeira, e absolutista, a segunda.
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UECE 2022 - Filosofia - A Política, Pensamentos Políticos - Karl Marx

“O que caracteriza o conhecimento dialético é que o verdadeiro (Hegel), o racional e o concreto (Hegel, Marx) são o resultado de um movimento de pensamento. Resultado do que Hegel chama de ‘trabalho do conceito’, que mostra progressivamente, a partir das determinações mais simples e abstratas do conteúdo, suas determinações cada vez mais ricas, complexas e intensas, até o ponto de sua unidade, que não é uma unidade formal, mas uma unidade sintética de múltiplas determinações”.

MÜLLER, Marcos Lutz. A dialética como método de exposição em O capital.
Belo Horizonte: Boletim da SEAF, 1982 (mimeo). (Texto adaptado).

A partir da citação anterior, é correto concluir que, para a dialética, o esforço do pensamento conceitual em acessar e conhecer a realidade, deve resultar em um

A
conhecimento parcial dessa mesma realidade.
B
saber intuitivo e imediato da unidade do real.
C
conhecimento em totalidade dessa realidade.
D
fracasso, pois o real se move progressivamente. 
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UECE 2022 - Filosofia - Filosofia e a Grécia Antiga

“Efetivamente, um bom poeta, se quiser produzir um bom poema sobre o assunto que quer tratar, tem de saber o que vai fazer, sob pena de não ser capaz de o realizar. [...] os bons poetas têm aqueles conhecimentos que, perante a maioria, parecem expor tão bem.”

PLATÃO. A República, 598e-599a. – 15ª ed. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 2017.

Levando em conta a importância tradicional que a poesia tinha na formação/educação do homem grego, é correto dizer que a crítica de Platão à poesia se justifica porque 

A
a educação tradicional grega, através das narrativas poéticas, transmitia um conhecimento certo sobre os temas de que elas tratavam.
B
o então desenvolvimento das técnicas, que se baseavam em saberes causais, punha em crise o lugar da poesia na educação grega. 
C
seria preciso afastar-se das tendências pedagógicas, como as sofísticas, que desprezavam o saber verdadeiro transmitido pela poesia.
D
tinha em vista construir uma outra poesia grega, baseada nos mais recentes conhecimentos técnicos, científicos e filosóficos da pólis.
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UECE 2022 - Filosofia - Aspectos da Filosofia Contemporânea, O Sujeito Moderno

Leia com atenção essas duas estrofes do poeta cearense e, em seguida, marque a alternativa que apresenta uma ideia jusnaturalista moderna presente no poema.

Camponeses, meus irmãos,
E operários da cidade,
É preciso dar as mãos
E gritar por liberdade.
Em favor de cada um,
Formar um corpo comum,
Operário e camponês!
Pois, só com essa aliança,
A estrela da bonança
Brilhará para vocês!

Uns com os outros se entendendo,
Esclarecendo as razões.
E todos, juntos, fazendo
Suas reivindicações!
Por uma Democracia
De direito e garantia
Lutando, de mais a mais!
São estes os belos planos,
Pois, nos Direitos Humanos,
Nós todos somos iguais!

PATATIVA DO ASSARÉ. O agregado e o operário. In: Antologia poética. Org. Gilmar de Carvalho. – 8ª ed. Fortaleza: Fundação Demócrito Rocha, 2015.

A
A defesa do desenvolvimento econômico.
B
A luta de classes de operários e camponeses.
C
A igualdade natural entre os seres humanos.
D
A democracia com direitos sociais dos pobres.
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UECE 2022 - Filosofia - Filosofia e a Grécia Antiga

“Parece ter havido para a poesia em geral duas causas naturais. Uma é que imitar é natural nos homens desde a infância e nisto diferem dos outros animais, pois o homem é o que tem mais capacidade de imitar e é pela imitação que adquire os seus primeiros conhecimentos; a outra é que todos sentem prazer nas imitações. [...] A razão disto é também que aprender não é só agradável para os filósofos, mas é-o igualmente para os outros homens, embora estes participem dessa aprendizagem em menor escala. E que eles, quando veem as imagens, gostam dessa imitação, pois acontece que, vendo, aprendem e deduzem o que representa cada uma, por exemplo, ‘este é aquele assim e assim’.”

 ARISTÓTELES. Poética, 1448b5-20. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2008.

Com base na passagem anterior, marque a alternativa correta sobre a teoria aristotélica da mímesis (imitação). 

A
A imitação é prazerosa, pois imitar é um modo de aprender.
B
Somente os homens imitam, pois apenas eles são racionais.
C
As imagens, feitas por imitação, agradam, mas não ensinam.
D
Como aprender não agrada, os homens imitam só por prazer.
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UECE 2022 - Filosofia - O Sujeito Moderno, Pensamento pós-moderno

“A pandemia em si é a expressão da guerra contra a natureza. Doenças migrando de animais selvagens para a esfera humana porque estamos invadindo a natureza, mais e mais. Estamos vendo isso de todas as formas... Nós já sabemos que essa doença prejudica quem está com o sistema imunológico fraco, já sabemos disso, sabemos o que o vírus faz. No entanto, se olharmos de fora, o que vemos é o sistema econômico. Ele é tão inconsequente que é construído sobre essa disposição de sacrificar vidas em nome do lucro – sempre foi assim, desde o tráfico de escravos no Atlântico até a crise climática contra a natureza”.

KLEIN, Naomi. Entrevista. In: DAVIS Angela; KLEIN Naomi. Construindo movimentos [recurso eletrônico]: uma conversa em tempos de pandemia. – 1ª ed. São Paulo: Boitempo, 2020, p. 9.

Na passagem anterior, a pensadora canadense Naomi Klein relaciona a pandemia da Covid-19 à emergência climática, ligando esses fenômenos à economia nos seguintes termos:

A
Embora não submetido à economia, o homem sofre as consequências da dominação econômica sobre a natureza. 
B
São diferentes a dominação sobre a natureza e a sobre os homens, pois só a primeira é movida pela busca do lucro.
C
Não é correto falar em dominação da economia sobre a natureza, pois a dominação econômica é sobre homens.
D
A economia voltada para o lucro submete a si tanto os homens, explorando-os, quanto a natureza, danificando-a. 
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UECE 2022 - Filosofia - Aspectos da Filosofia Contemporânea, O Sujeito Moderno

“As diferenças biológicas que existem entre os membros de diversos grupos étnicos não afetam de maneira nenhuma a organização política ou social, a vida moral ou as relações sociais. As pesquisas biológicas ancoram a ética da fraternidade universal; elas estão dizendo que o homem é, por tendência inata, levado à cooperação e, se este instinto não encontra em que se satisfazer, indivíduos e nações padecem igualmente por isso. O homem é por natureza um ser social, que só chega ao pleno desenvolvimento de sua personalidade se relacionando com os seus semelhantes”.

 MOURA, Clóvis. O racismo como arma ideológica de dominação. Princípios: Revista Teórica, Política e de Informação, 34, ago/set/out, 1994, p. 28-3.

Com base no texto anterior, podemos concluir que, para o filósofo brasileiro Clóvis Moura,

A
as desigualdades sociais, políticas e econômicas são produtos das diferenças biológicas.
B
a natureza tende a eliminar as diferenças étnico-raciais entre os grupos humanos.
C
a diversidade étnica é natural à humanidade, que tende naturalmente à cooperação.
D
a fraternidade universal é natural, mas só dirigida a indivíduos biologicamente iguais.
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UECE 2022 - Filosofia - A Política, Formas de Governo: Democracia e Representatividade

“É estranha a abstração que se faz do papel do Estado na própria criação do mercado. [...] Este ‘mercado livre’, abstrato, em que o Estado não interfere, tomado de empréstimo da ideologia do liberalismo econômico, certamente não é um mercado capitalista, pois precisamente o papel do Estado no capitalismo é ‘institucionalizar’ as regras do jogo”.

OLIVEIRA, Francisco de. Crítica da razão dualista. São Paulo: Boitempo, 2003, p. 37.

O pensador brasileiro Francisco de Oliveira, no texto anterior, expressa uma concepção, segundo a qual o Estado

A
é uma instituição burocrática, acima dos interesses econômicos de classe.
B
tem uma função econômica no mercado, em favor da acumulação de capital.
C
antecede o mercado, de modo que cria sozinho as relações econômicas.
D
é passivo diante do mercado capitalista, tendo apenas a função normativa.
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UECE 2022 - Filosofia - A Política, Os Contratualistas (Hobbes, Locke e Rousseau)

Leia com atenção a seguinte passagem da obra de Thomas Hobbes (1588-1679), sobre o estado de natureza.

“E dado que a condição do homem [...] é uma condição de guerra de todos contra todos, sendo neste caso cada um governado pela sua própria razão, e nada havendo de que possa lançar mão que não lhe ajude na preservação da sua vida contra os seus inimigos, segue-se que numa tal condição todo homem tem direito a todas as coisas, até mesmo aos corpos uns dos outros. Portanto, enquanto durar este direito natural de cada homem a todas as coisas, não poderá haver para nenhum homem (por mais forte e sábio que seja) a segurança de viver todo o tempo que geralmente a natureza permite aos homens viver.”

HOBBES, Thomas. Leviatã ou matéria, forma e poder de uma república eclesiástica e civil. São Paulo: Martins Fontes, 2014. (Texto adaptado).

De acordo com o fragmento anterior, é correto afirmar que, para Hobbes,

A
no estado de natureza, encontramos um sistema político e moral que garante a segurança dos homens.
B
o estado de natureza se constitui de uma existência pacífica, pois os homens têm direito a todas as coisas.
C
o estado de natureza é associado ao estado de guerra, pois nele são constantes os riscos à vida. 
D
o estado de natureza se caracteriza por um poder soberano que promove a paz e a segurança dos homens.
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UECE 2022 - Filosofia - A Política, Pensamentos políticos: Liberalismo

Leia atentamente o seguinte trecho da obra de Maquiavel (1469-1527) acerca da liberdade republicana.

“Direi que quem condena os conflitos entre os nobres e a plebe [povo] parece criticar as coisas que foram a primeira causa da liberdade de Roma e leva mais em consideração as confusões entre as pessoas e o falatório sobre tais conflitos do que os bons efeitos que eles geravam; e não consideram que em toda república há dois humores (estados de espírito, temperamentos) diferentes, o do povo, e o dos grandes, dos nobres, e que todas as leis que se fazem em favor da liberdade nascem do conflito deles, como facilmente se pode ver que ocorreu em Roma.” 

MAQUIAVEL, Nicolau. Discursos sobre a primeira década de Tito Lívio. São Paulo: Martins Fontes, 2007. (Texto adaptado).

Com base no trecho anterior, é correto afirmar que, para Maquiavel, 

A
os conflitos entre os nobres e o povo são prejudiciais à liberdade da República Romana. 
B
os conflitos sociais entre o povo e os nobres são a causa da liberdade republicana.
C
a liberdade é fruto de uma concessão feita pelo príncipe tirano ao povo e aos nobres.
D
a questão da liberdade é fruto de uma dinâmica harmoniosa entre os nobres e o povo.
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UECE 2022 - Filosofia - Aspectos da Filosofia Contemporânea, O Sujeito Moderno

“Podemos dividir todas as percepções do espírito em duas classes ou espécies, que se distinguem por seus diferentes graus de força e vivacidade. [...] Pelo termo impressão entendo todas as percepções mais vivas, quando ouvimos, vemos, sentimos, amamos, odiamos, desejamos ou queremos. E as impressões diferenciam-se das ideias, que são as percepções menos vivas, das quais temos consciência, quando refletimos sobre quaisquer das sensações ou dos movimentos acima mencionados”.

 HUME, David. Investigação acerca do entendimento humano. Trad. de João Paulo Gomes Monteiro. São Paulo: Nova Cultural, 1996, p. 69-70. Coleção Os Pensadores.

Com base na passagem anterior, é correto afirmar que, para Hume,

A
as ideias têm como fundamento as impressões sensíveis, sentimentais etc.
B
as impressões e as ideias são duas percepções psíquicas independentes.
C
as impressões são percepções do espírito; logo, são o mesmo que ideias.
D
as impressões são percepções corporais, e as ideias são percepções mentais.
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UECE 2022 - Filosofia - Filosofia e a Grécia Antiga, Os Pré-Socráticos

Da mesma forma que a Filosofia, a História surgiu na época clássica da Grécia. Seu mais antigo escrito que chegou aos nossos dias é a História, de Heródoto. No começo de sua narrativa, esse autor diz:

“São apresentados aqui os resultados das investigações de Heródoto de Halicarnassos, para que a memória dos acontecimentos não se apague entre os homens com o passar do tempo; e para que os feitos maravilhosos e admiráveis dos gregos e dos bárbaros não deixem de ser lembrados, inclusive as razões pelas quais eles guerrearam uns contra os outros”.

HERÓDOTO. História, I, 1. – 3ª ed. Brasília, DF: Editora Universidade de Brasília, 1988, p. 20 (Texto adaptado).

Assim como a Filosofia, a narrativa de Heródoto testemunha a transição do mito ao logos porque

A
pretende salvaguardar na memória os feitos e os acontecimentos.
B
escreve sobre os feitos humanos que são maravilhosos e admiráveis.
C
expõe investigações sobre as causas das ações e dos acontecimentos. 
D
considera que as guerras de gregos e bárbaros não têm razão de ser.
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UECE 2022 - Filosofia - Filosofia e a Grécia Antiga, Os Pré-Socráticos

O legislador, estratego e poeta Sólon (século VI a.C.) foi o primeiro grande reformador democrático de Atenas. No fragmento a seguir, pode-se observar a cisão que Sólon estabelece entre a pólis e a monarquia. Leia-o com atenção.
[...]
por homens potentes a cidade perece, e do monarca
 o povo, por ignorância, na escravidão cai.
Mui alçado, não é fácil depois trazê-lo
 ao chão [...]

(SÓLON, fr. 9, in: RAGUSA, Giuliana; BRUNHARA, Rafael. Elegia grega
arcaica. Araçoiaba da Serra: Editora Mnema, 2021).

Com base no texto, analise as assertivas a seguir e marque V para as verdadeiras e F para as falsas. 

( ) A pólis se sustenta na ignorância do povo.
( ) O poder de um só produz a ignorância.
( ) A ignorância causa a escravidão do povo.
( ) A pólis não pode apoiar-se na ignorância.

A sequência correta, de cima para baixo, é

A
F, F, V, V. 
B
V, F, F, V.
C
V, F, F, F.
D
F, V, V, V.
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UECE 2022 - Filosofia - Aspectos da Filosofia Contemporânea, O Sujeito Moderno

“A lógica bélica da ‘guerra às drogas’ se impôs globalmente às sociedades. Se os sistemas políticos dos Estados nacionais fizeram um grande esforço, na segunda metade do século XX, para controlar suas Forças Armadas, para pô-las sob o domínio da política civil (e democrática), o aumento exponencial das forças policiais tornou-se hoje talvez a grande fonte de instabilidade e de risco para a ordem democrática.”

 NOBRE, Marcos. Limites da democracia: de junho de 2013 ao governo Bolsonaro. São Paulo: Todavia, 2022., p. 226-227 (Texto adaptado).

Com base no texto anterior, do filósofo Marcos Nobre, é correto afirmar que

A
a continuidade da guerra às drogas é valor essencial para sustentar as democracias modernas, em todo o mundo.
B
o belicismo em que hoje se baseia a guerra às drogas produz uma instabilidade que ameaça a própria democracia.
C
as Forças Armadas estabeleceram um conjunto de procedimentos para limitar seu poder e consolidar a democracia.
D
o combate ao tráfico de drogas é contraditório com o sistema democrático vigente e com as liberdades individuais.
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UECE 2022 - Filosofia - A Política, Pensamentos Políticos - Karl Marx

“As ideias da classe dominante são, em cada época, as ideias dominantes; isto é, a classe que é a força material dominante da sociedade é, ao mesmo tempo, sua força espiritual dominante. A classe que tem à sua disposição os meios de produção material dispõe, ao mesmo tempo, dos meios de produção espiritual; por isso, são submetidas à classe dominante as ideias daqueles que não possuem os meios de produção espiritual.”

MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. A ideologia alemã. – 4ª ed. São Paulo:
Hucitec, 1984, p. 73 (Texto Adaptado).

Segundo essa passagem, na qual Marx e Engels apresentam uma tese da concepção materialista da história, as ideias de uma dada sociedade são

A
nascidas espontaneamente da psicologia das raças dessa sociedade.
B
socialmente produzidas, com base nas relações sociais de poder.
C
sempre herdadas de épocas anteriores, por isso são históricas.
D
formas de a classe dominante enganar e manipular os dominados.
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UECE 2022 - Filosofia - Filosofia e a Grécia Antiga, Os Pré-Socráticos

No diálogo platônico Sofista, os personagens Teeteto e Estrangeiro conversam sobre o que é o sofista, chegando à tese de que seu discurso é um simulacro, uma cópia falsa do real. No entanto, essa tese conduziria os interlocutores a uma dificuldade, segundo o Estrangeiro, que a explica nos seguintes termos.

“É que, realmente, jovem feliz, nos vemos frente a uma questão extremamente difícil. Afinal, mostrar e parecer sem ser, dizer algo, entretanto, sem dizer com verdade, são maneiras que trazem grande dificuldades... Que modo encontrar, na realidade, para dizer ou pensar que o falso é real sem que, já ao dizer isso, nos encontramos enredados numa contradição? [...] A audácia dessa afirmação é supor o não ser como ser; e, na realidade, nada pode ser dito falso sem esta condição”.

PLATÃO. Sofista, 236e-237-a. São Paulo: Abril Cultural, 1972. Coleção Os Pensadores (Texto adaptado).

Segundo o Estrangeiro, a dificuldade dessa afirmação, sua contradição inicial, a ser elucidada na continuidade do diálogo, estaria em que

A
não é possível dizer que algo é falso, pois, por definição, o falso não é.
B
se o falso existir, é preciso abandonar a tese de que o ser é e o não-ser não é.
C
se diria, simultaneamente, que o falso não é falso, pois o que é não seria. 
D
seria preciso admitir que o falso, de algum modo, é; mas o não ser não é.