Questõesde ENEM sobre Filosofia

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ENEM 2013 - Filosofia

TEXTO I


O Heliocentrismo não é o “meu sistema”, mas a Ordem de Deus.

COPÉRNICO, N. As revoluções dos orbes celestes [1543]. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1984.


TEXTO II


Não vejo nenhum motivo para que as ideias expostas neste livro (A origem das espécies) se choquem com as ideias religiosas.

DARWIN, C. A origem das espécies [1859]. São Paulo: Escala, 2009.


Os textos expressam a visão de dois pensadores — Copérnico e Darwin — sobre a questão religiosa e suas relações com a ciência, no contexto histórico de construção e consolidação da Modernidade. A comparação entre essas visões expressa, respectivamente:

A
Articulação entre ciência e fé — pensamento científico independente.
B
Poder secular acima do poder religioso — defesa dos dogmas católicos.
C
Ciência como área autônoma do saber — razão humana submetida à fé.
D
Moral católica acima da protestante — subordinação da ciência à religião.
E
Autonomia do pensamento religioso — fomento à fé por meio da ciência.
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ENEM 2013 - Filosofia

O contrário de um fato qualquer é sempre possível, pois, além de jamais implicar uma contradição, o espírito o concebe com a mesma facilidade e distinção como se ele estivesse em completo acordo com a realidade. Que o Sol não nascerá amanhã é tão inteligível e não implica mais contradição do que a afirmação de que ele nascerá. Podemos em vão, todavia, tentar demonstrar sua falsidade de maneira absolutamente precisa. Se ela fosse demonstrativamente falsa, implicaria uma contradição e o espírito nunca poderia concebê-la distintamente, assim como não pode conceber que 1 + 1 seja diferente de 2.

HUME, D. Investigação acerca do entendimento humano. São Paulo: Nova Cultural, 1999 (adaptado).


O filósofo escocês David Hume refere-se a fatos, ou seja, a eventos espaço-temporais, que acontecem no mundo. Com relação ao conhecimento referente a tais eventos, Hume considera que os fenômenos

A
acontecem de forma inquestionável, ao serem apreensíveis pela razão humana.
B
ocorrem de maneira necessária, permitindo um saber próximo ao de estilo matemático.
C
propiciam segurança ao observador, por se basearem em dados que os tornam incontestáveis.
D
devem ter seus resultados previstos por duas modalidades de provas, com conclusões idênticas.
E
exigem previsões obtidas por raciocínio, distinto do conhecimento baseado em cálculo abstrato.
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ENEM 2012 - Filosofia - A Metafísica de Aristóteles, Filosofia e a Grécia Antiga

Quanto à deliberação, deliberam as pessoas sobre tudo? São todas as coisas objetos de possíveis deliberações? Ou será a deliberação impossível no que tange a algumas coisas? Ninguém delibera sobre coisas eternas e imutáveis, tais como a ordem do universo; tampouco sobre coisas mutáveis como os fenômenos dos solstícios e o nascer do sol, pois nenhuma delas pode ser produzida por nossa ação.

ARISTÓTELES. Ética a Nicôm aco. São Paulo: Edipro, 2007 (adaptado).


O conceito de deliberação tratado por Aristóteles é importante para entender a dimensão da responsabilidade humana. A partir do texto, considera-se que é possível ao homem deliberar sobre

A
coisas imagináveis, já que ele não tem controle sobre os acontecimentos da natureza.
B
ações humanas, ciente da influência e da determinação dos astros sobre as mesmas.
C
fatos atingíveis pela ação humana, desde que estejam sob seu controle.
D
fatos e ações mutáveis da natureza, já que ele é parte dela.
E
coisas eternas, já que ele é por essência um ser religioso.
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ENEM 2012 - Filosofia - A Metafísica de Aristóteles, Platão e o Mundo das Ideias, Filosofia e a Grécia Antiga

Pode-se viver sem ciência, pode-se adotar crenças sem querer justificá-las racionalmente, pode-se desprezar as evidências empíricas. No entanto, depois de Platão e Aristóteles, nenhum homem honesto pode ignorar que uma outra atitude intelectual foi experimentada, a de adotar crenças com base em razões e evidências e questionar tudo o mais a fim de descobrir seu sentido último.

ZINGANO, M. Platão e Aristóteles: o fascínio da filosofia. São Paulo: Odysseus, 2002.


Platão e Aristóteles marcaram profundamente a formação do pensamento Ocidental. No texto, é ressaltado importante aspecto filosófico de ambos os autores que, em linhas gerais, refere-se à

A
adoção da experiência do senso comum como critério de verdade.
B
incapacidade de a razão confirmar o conhecimento resultante de evidências empíricas.
C
pretensão de a experiência legitimar por si mesma a verdade.
D
defesa de que a honestidade condiciona a possibilidade de se pensar a verdade.
E
compreensão de que a verdade deve ser justificada racionalmente.
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ENEM 2011 - Filosofia - Ética e Liberdade, Conceitos Filosóficos

“Não à liberdade para os inimigos da liberdade”, dizia Saint-Just. Isso significa dizer: não à tolerância para os intolerantes.

HÉRITIER, F. O eu, o outro e a tolerância. In: HÉRITIER, F; CHANGEUX, J. P (orgs.). Uma ética para quantos? São Paulo: EdUSC, 1999 (fragmento).


A contemporaneidade abriga conflitos éticos e políticos, dos quais o racismo, a discriminação sexual e a intolerância religiosa são exemplos históricos. Com base no texto, qual é a principal contribuição da Ética para a estruturação política da sociedade contemporânea?

A
Revisar as leis e o sistema político como mecanismo de adequação às novas demandas éticas.
B
Propor modelos de conduta fundados na justiça, na liberdade e na diversidade humana.
C
Criar novas leis éticas com a finalidade de punir os sujeitos racistas e intolerantes.
D
Instaurar um programa de reeducação ética fundado na prevenção da violência e na restrição da liberdade.
E
Instituir princípios éticos que correspondam ao interesse de cada grupo social.
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ENEM 2011 - Filosofia

A memória não é um simples lembrar ou recordar, mas revela uma das formas fundamentais de nossa existência, que é a relação com o tempo, e, no tempo, com aquilo que está invisível, ausente e distante, isto é, o passado. A memória é o que confere sentido ao passado como diferente do presente (mas fazendo ou podendo fazer parte dele) e do futuro (mas podendo permitir esperá-lo e compreendê-lo).

CHAUÍ, M. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 1995 (fragmento).


Com base no texto, qual é o significado da memória?

A
É a prospecção e retenção de lembranças e recordações.
B
É a perda de nossa relação com o presente, preservando o passado.
C
É a capacidade mais alargada para lembrar e recordar fatos passados.
D
É o esforço de apagar o passado e inaugurar o presente.
E
É o potencial de evocar o passado apontando para o futuro.
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ENEM 2015 - Filosofia

A utilidade do escravo é semelhante à do animal. Ambos prestam serviços corporais para atender às necessidades da vida. A natureza faz o corpo do escravo e do homem livre de forma diferente. O escravo tem corpo forte, adaptado naturalmente ao trabalho servil. Já o homem livre tem corpo ereto, inadequado ao trabalho braçal, porém apto à vida do cidadão.

ARISTÓTELES. Política. Brasília: UnB, 1985.


O trabalho braçal é considerado, na filosofia aristotélica, como

A
indicador da imagem do homem no estado de natureza.
B
condição necessária para a realização da virtude humana.
C
atividade que exige força física e uso limitado da racionalidade.
D
referencial que o homem deve seguir para viver uma vida ativa.
E
mecanismo de aperfeiçoamento do trabalho por meio da experiência.
f65364d6-4a
ENEM 2015 - Filosofia - A Política

O filósofo Auguste Comte(1798 - 1857) preenche sua doutrina com uma imagem do progresso social na qual se conjugam ciência e política: a ação política deve assumir o aspecto de uma ação científica e a política deve ser estudada de maneira científica (a física social). Desde que a Revolução Francesa favoreceu a integração do povo na vida social, o positivismo obstina-se no programa de uma comunidade pacífica. E o Estado, instituição do reino absoluto da lei”, é a garantia da ordem que impede o retorno potencial das revoluções e engendra o progresso.

RUBY, C. Introdução à filosofia política. São Paulo: Unesp, 1998 (adaptado).


A característica do Estado positivo que lhe permite garantir não só a ordem, como também o desejado progresso das nações, é ser

A
espaço coletivo, onde as carências e desejos da população se realizam por meio das leis.
B
produto científico da física social, transcendendo e transformando as exigências da realidade.
C
elemento unificador, organizando e reprimindo, se necessário, as ações dos membros da comunidade.
D
programa necessário, tal como a Revolução Francesa, devendo portanto se manter aberto a novas insurreições.
E
agente repressor, tendo um papel importante a cada revolução, por impor pelo menos um curto período de ordem.
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ENEM 2015 - Filosofia

Após ter examinado cuidadosamente todas as coisas, cumpe enfim concluir e ter por constante que esta proposição, eu sou, eu existo, é necessariamente verdadeira todas as vezes que a enuncio ou que a concebo em meu espírito.

DESCARTES, R. Meditações. Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1979.


A proposição “eu sou, eu existo” corresponde a um dos momentos mais importantes na ruptura da filosofia do século XVII com padrões da reflexão medieval, por

A
estabelecer o ceticismo como opção legítima.
B
utilizar silogismos linguísticos como prova ontológica.
C
inaugurar a posição teórica conhecida como empirismo.
D
estabelecer um princípio indubitável para o conhecimento.
E
questionar a relação entre a filosofia e o tema da existência de Deus.
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ENEM 2015 - Filosofia - Linguagem e Pensamento, O Sujeito Moderno

TEXTO I


A melhor banda de todos os tempos da última semana

O melhor disco brasileiro de música americana

O melhor disco dos últimos anos de sucessos do passado

O maior sucesso de todos os tempos entre os dez maiores fracassos

Não importa contradição

O que importa é televisão

Dizem que não há nada que você não se acostume

Cala a boca e aumenta o volume então.

MELLO, B.; BRITTO, S. A melhor banda de todos os tempos da última semana. São Paulo: Abril Music, 2001 (fragmento).


TEXTO II


O fetichismo na música e a regressão da audição


Aldous Huxley levantou em um de seus ensaios a seguinte pergunta: quem ainda se diverte realmente hoje num lugar de diversão? Com o mesmo direito poder-se-ia perguntar: para quem a música de entretenimento serve ainda como entretenimento? Ao invés de entreter, parece que tal música contribui ainda mais para o emudecimento dos homens, para a morte da linguagem como expressão, para a incapacidade de comunicação.

ADORNO, T. Textos escolhidos. São Paulo: Nova Cultural, 1999.


A aproximação entre a letra da canção e a crítica de Adorno indica o(a)

A
lado efêmero e restritivo da indústria cultural.
B
baixa renovação da indústria de entretenimento.
C
influência da música americana na cultura brasileira.
D
fusão entre elementos da indústria cultural e da cultura popular.
E
declínio da forma musical em prol de outros meios de entretenimento.
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ENEM 2015 - Filosofia - Platão e o Mundo das Ideias, Filosofia e a Grécia Antiga

Suponha homens numa morada subterrânea, em forma de caverna, cuja entrada, aberta à luz, se estende sobre todo o comprimento da fachada; eles estão lá desde a infância, as pernas e o pescoço presos por correntes, de tal sorte que não podem trocar de lugar e só podem olhar para frente, pois os grilhões os impedem de voltar a cabeça; a luz de uma fogueira acesa ao longe, numa elevada do terreno, brilha por detrás deles; entre a fogueira e os prisioneiros, há um caminho ascendente; ao longo do caminho, imagine um pequeno muro, semelhante aos tapumes que os manipuladores de marionetes armam entre eles e o público e sobre os quais exibem seus prestígios.

PLATÃO. A República. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2007.


Essa narrativa de Platão é uma importante manifestação cultural do pensamento grego antigo, cuja ideia central, do ponto de vista filosófico, evidencia o(a)

A
caráter antropológico, descrevendo as origens do homem primitivo.
B
sistema penal da época, criticando o sistema carcerário da sociedade ateniense.
C
vida cultural e artística, expressa por dramaturgos trágicos e cômicos gregos.
D
sistema político elitista, provindo do surgimento da pólis e da democracia ateniense.
E
teoria do conhecimento, expondo a passagem do mundo ilusório para o mundo das ideias.
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ENEM 2015 - Filosofia - O Sujeito Moderno

Se os nossos adversários, que admitem a existência de uma natureza não criada por Deus, o Sumo Bem, quisessem admitir que essas considerações estão certas, deixariam de proferir tantas blasfêmias, como a de atribuir a Deus tanto a autoria dos bens quanto dos males. Pois sendo Ele fonte suprema da Bondade, nunca poderia ter criado aquilo que é contrário à sua natureza.


AGOSTINHO. A natureza do Bem. Rio de Janeiro: Sétimo Selo, 2005 (adaptado).


Para Agostinho, não se deve atribuir a Deus a origem do mal porque

A
o surgimento do mal é anterior à existência de Deus.
B
o mal, enquanto princípio ontológico, independe de Deus.
C
Deus apenas transforma a matéria, que é, por natureza, má.
D
por ser bom, Deus não pode criar o que lhe é oposto, o mal.
E
Deus se limita a administrar a dialética existente entre o bem e o mal.
95749f5a-31
ENEM 2016 - Filosofia - Filosofia e a Grécia Antiga

O aparecimento da pólis, situado entre os séculos VIII e VII a.C., constitui, na história do pensamento grego, um acontecimento decisivo. Certamente, no plano intelectual como no domínio das instituições, a vida social e as relações entre os homens tomam uma forma nova, cuja originalidade foi plenamente sentida pelos gregos, manifestando-se no surgimento da filosofia.

VERNANT, J.-P As origens do pensamento grego. Rio de Janeiro: Difel, 2004 (adaptado).


Segundo Vernant, a filosofia na antiga Grécia foi resultado do(a)

A
constituição do regime democrático.
B
contato dos gregos com outros povos.
C
desenvolvimento no campo das navegações.
D
aparecimento de novas instituições religiosas.
E
surgimento da cidade como organização social.
9577c986-31
ENEM 2016 - Filosofia - Os Pré-Socráticos, Filosofia e a Grécia Antiga

Todas as coisas são diferenciações de uma mesma coisa e são a mesma coisa. E isto é evidente. Porque se as coisas que são agora neste mundo — terra, água, ar e fogo e as outras coisas que se manifestam neste mundo —, se alguma destas coisas fosse diferente de qualquer outra, diferente em sua natureza própria e se não permanecesse a mesma coisa em suas muitas mudanças e diferenciações, então não poderiam as coisas, de nenhuma maneira, misturar-se umas às outras, nem fazer bem ou mal umas às outras, nem a planta poderia brotar da terra, nem um animal ou qualquer outra coisa vir à existência, se todas as coisas não fossem compostas de modo a serem as mesmas. Todas as coisas nascem, através de diferenciações, de uma mesma coisa, ora em uma forma, ora em outra, retomando sempre a mesma coisa.

DIÓGENES. In: BORNHEIM, G. A. Os filósofos pré-socráticos. São Paulo: Cultrix, 1967.


O texto descreve argumentos dos primeiros pensadores, denominados pré-socráticos. Para eles, a principal preocupação filosófica era de ordem

A
cosmológica, propondo uma explicação racional do mundo fundamentada nos elementos da natureza.
B
política, discutindo as formas de organização da pólis ao estabelecer as regras da democracia.
C
ética, desenvolvendo uma filosofia dos valores virtuosos que tem a felicidade como o bem maior.
D
estética, procurando investigar a aparência dos entes sensíveis.
E
hermenêutica, construindo uma explicação unívoca da realidade.
95220db9-31
ENEM 2016 - Filosofia - Os Contratualistas (Hobbes, Locke e Rousseau), A Política

A importância do argumento de Hobbes está em parte no fato de que ele se ampara em suposições bastante plausíveis sobre as condições normais da vida humana. Para exemplificar: o argumento não supõe que todos sejam de fato movidos por orgulho e vaidade para buscar o domínio sobre os outros; essa seria uma suposição discutível que possibilitaria a conclusão pretendida por Hobbes, mas de modo fácil demais. O que torna o argumento assustador e lhe atribui importância e força dramática é que ele acredita que pessoas normais, até mesmo as mais agradáveis, podem ser inadvertidamente lançadas nesse tipo de situação, que resvalará, então, em um estado de guerra.

RAWLS, J. Conferências sobre a história dafilosofia política. São Paulo:WMF, 2012 (adaptado).


O texto apresenta uma concepção de filosofia política conhecida como

A
alienação ideológica.
B
microfísica do poder.
C
estado de natureza.
D
contrato social.
E
vontade geral.
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ENEM 2016 - Filosofia - A Metafísica de Aristóteles, Filosofia e a Grécia Antiga

Enquanto o pensamento de Santo Agostinho representa o desenvolvimento de uma filosofia cristã inspirada em Platão, o pensamento de São Tomás reabilita a filosofia de Aristóteles — até então vista sob suspeita pela Igreja —, mostrando ser possível desenvolver uma leitura de Aristóteles compatível com a doutrina cristã. O aristotelismo de São Tomás abriu caminho para o estudo da obra aristotélica e para a legitimação do interesse pelas ciências naturais, um dos principais motivos do interesse por Aristóteles nesse período.

MARCONDES, D. Textos básicos de filosofia. Rio de Janeiro: Zahar, 2005.


A Igreja Católica por muito tempo impediu a divulgação da obra de Aristóteles pelo fato de a obra aristotélica

A
valorizar a investigação científica, contrariando certos dogmas religiosos.
B
declarara inexistência de Deus, colocando em dúvida toda a moral religiosa.
C
criticar a Igreja Católica, instigando a criação de outras instituições religiosas.
D
evocar pensamentos de religiões orientais, minando a expansão do cristianismo.
E
contribuir para o desenvolvimento de sentimentos antirreligiosos, seguindo sua teoria política.
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ENEM 2016 - Filosofia - Platão e o Mundo das Ideias, Filosofia e a Grécia Antiga

Estamos, pois, de acordo quando, ao ver algum objeto, dizemos: “Este objeto que estou vendo agora tem tendência para assemelhar-se a um outro ser, mas, por ter defeitos, não consegue ser tal como o ser em questão, e lhe é, pelo contrário, inferior”. Assim, para podermos fazer estas reflexões, é necessário que antes tenhamos tido ocasião de conhecer esse ser de que se aproxima o dito objeto, ainda que imperfeitamente.

PLATÃO. Fédon. São Paulo: Abril Cultural, 1972.


Na epistemologia platônica, conhecer um determinado objeto implica

A
estabelecer semelhanças entre o que é observado em momentos distintos.
B
comparar o objeto observado com uma descrição detalhada dele.
C
descrever corretamente as características do objeto observado.
D
fazer correspondência entre o objeto observado e seu ser.
E
identificar outro exemplar idêntico ao observado.
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ENEM 2017 - Filosofia - A Metafísica de Aristóteles, Filosofia e a Grécia Antiga

A definição de Aristóteles para enigma é totalmente desligada de qualquer fundo religioso: dizer coisas reais associando coisas impossíveis. Visto que, para Aristóteles, associar coisas impossíveis significa formular uma contradição, sua definição quer dizer que o enigma é uma contradição que designa algo real, em vez de não indicar nada, como é de regra.

COLLI, G. O nascimento da filosofia. Campinas: Unicamp, 1996 (adaptado).


Segundo o texto, Aristóteles inovou a forma de pensar sobre o enigma, ao argumentar que

A
a contradição que caracteriza o enigma é desprovida de relevância filosófica.
B

os enigmas religiosos são contraditórios porque indicam algo religiosamente real.

C
o enigma é uma contradição que diz algo de real e algo de impossível ao mesmo tempo.
D
as coisas impossíveis são enigmáticas e devem ser explicadas em vista de sua origem religiosa.
E
a contradição enuncia coisas impossíveis e irreais, porque ela é desligada de seu fundo religioso.
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ENEM 2017 - Filosofia - Filosofia e a Grécia Antiga

XI. Jamais, a respeito de coisa alguma, digas: “Eu a perdi”, mas sim: “Eu a restituí”. O filho morreu? Foi restituído. A mulher morreu? Foi restituída. “A propriedade me foi subtraída”, então também foi restituída. “Mas quem a subtraiu é mau”. O que te importa por meio de quem aquele que te dá a pede de volta? Na medida em que ele der, faz uso do mesmo modo de quem cuida das coisas de outrem. Do mesmo modo como fazem os que se instalam em uma hospedaria.

EPICTETO. Encheirídion. In: DINUCCI, A. Introdução ao Manual de Epicteto. São Cristóvão: UFS, 2012 (adaptado).


A característica do estoicismo presente nessa citação do filósofo grego Epicteto é

A
explicar o mundo com números.
B
identificar a felicidade com o prazer.
C
aceitar os sofrimentos com serenidade.
D
questionar o saber científico com veemência.
E
considerar as convenções sociais com desprezo.
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ENEM 2017 - Filosofia - A Metafísica de Aristóteles, Filosofia e a Grécia Antiga

Dado que, dos hábitos racionais com os quais captamos a verdade, alguns são sempre verdadeiros, enquanto outros admitem o falso, como a opinião e o cálculo, enquanto o conhecimento científico e a intuição são sempre verdadeiros, e dado que nenhum outro gênero de conhecimento é mais exato que o conhecimento científico, exceto a intuição, e, por outro lado, os princípios são mais conhecidos que as demonstrações, e dado que todo conhecimento científico constitui-se de maneira argumentativa, não pode haver conhecimento científico dos princípios, e dado que não pode haver nada mais verdadeiro que o conhecimento científico, exceto a intuição, a intuição deve ter por objeto os princípios.

ARISTÓTELES. Segundos analíticos. In: REALE, G. História da filosofia antiga. São Paulo: Loyola, 1994.


Os princípios, base da epistemologia aristotélica, pertencem ao domínio do(a)

A
opinião, pois fazem parte da formação da pessoa.
B
cálculo, pois são demonstrados por argumentos.
C
conhecimento científico, pois admitem provas empíricas.
D
intuição, pois ela é mais exata que o conhecimento científico.
E
prática de hábitos racionais, pois com ela se capta a verdade.