Questõessobre Filosofia

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UECE 2022 - Filosofia - Filosofia e a Grécia Antiga

“Efetivamente, um bom poeta, se quiser produzir um bom poema sobre o assunto que quer tratar, tem de saber o que vai fazer, sob pena de não ser capaz de o realizar. [...] os bons poetas têm aqueles conhecimentos que, perante a maioria, parecem expor tão bem.”

PLATÃO. A República, 598e-599a. – 15ª ed. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 2017.

Levando em conta a importância tradicional que a poesia tinha na formação/educação do homem grego, é correto dizer que a crítica de Platão à poesia se justifica porque 

A
a educação tradicional grega, através das narrativas poéticas, transmitia um conhecimento certo sobre os temas de que elas tratavam.
B
o então desenvolvimento das técnicas, que se baseavam em saberes causais, punha em crise o lugar da poesia na educação grega. 
C
seria preciso afastar-se das tendências pedagógicas, como as sofísticas, que desprezavam o saber verdadeiro transmitido pela poesia.
D
tinha em vista construir uma outra poesia grega, baseada nos mais recentes conhecimentos técnicos, científicos e filosóficos da pólis.
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UECE 2022 - Filosofia - Aspectos da Filosofia Contemporânea, O Sujeito Moderno

Leia com atenção essas duas estrofes do poeta cearense e, em seguida, marque a alternativa que apresenta uma ideia jusnaturalista moderna presente no poema.

Camponeses, meus irmãos,
E operários da cidade,
É preciso dar as mãos
E gritar por liberdade.
Em favor de cada um,
Formar um corpo comum,
Operário e camponês!
Pois, só com essa aliança,
A estrela da bonança
Brilhará para vocês!

Uns com os outros se entendendo,
Esclarecendo as razões.
E todos, juntos, fazendo
Suas reivindicações!
Por uma Democracia
De direito e garantia
Lutando, de mais a mais!
São estes os belos planos,
Pois, nos Direitos Humanos,
Nós todos somos iguais!

PATATIVA DO ASSARÉ. O agregado e o operário. In: Antologia poética. Org. Gilmar de Carvalho. – 8ª ed. Fortaleza: Fundação Demócrito Rocha, 2015.

A
A defesa do desenvolvimento econômico.
B
A luta de classes de operários e camponeses.
C
A igualdade natural entre os seres humanos.
D
A democracia com direitos sociais dos pobres.
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UECE 2022 - Filosofia - Filosofia e a Grécia Antiga

“Parece ter havido para a poesia em geral duas causas naturais. Uma é que imitar é natural nos homens desde a infância e nisto diferem dos outros animais, pois o homem é o que tem mais capacidade de imitar e é pela imitação que adquire os seus primeiros conhecimentos; a outra é que todos sentem prazer nas imitações. [...] A razão disto é também que aprender não é só agradável para os filósofos, mas é-o igualmente para os outros homens, embora estes participem dessa aprendizagem em menor escala. E que eles, quando veem as imagens, gostam dessa imitação, pois acontece que, vendo, aprendem e deduzem o que representa cada uma, por exemplo, ‘este é aquele assim e assim’.”

 ARISTÓTELES. Poética, 1448b5-20. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2008.

Com base na passagem anterior, marque a alternativa correta sobre a teoria aristotélica da mímesis (imitação). 

A
A imitação é prazerosa, pois imitar é um modo de aprender.
B
Somente os homens imitam, pois apenas eles são racionais.
C
As imagens, feitas por imitação, agradam, mas não ensinam.
D
Como aprender não agrada, os homens imitam só por prazer.
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UECE 2022 - Filosofia - O Sujeito Moderno, Pensamento pós-moderno

“A pandemia em si é a expressão da guerra contra a natureza. Doenças migrando de animais selvagens para a esfera humana porque estamos invadindo a natureza, mais e mais. Estamos vendo isso de todas as formas... Nós já sabemos que essa doença prejudica quem está com o sistema imunológico fraco, já sabemos disso, sabemos o que o vírus faz. No entanto, se olharmos de fora, o que vemos é o sistema econômico. Ele é tão inconsequente que é construído sobre essa disposição de sacrificar vidas em nome do lucro – sempre foi assim, desde o tráfico de escravos no Atlântico até a crise climática contra a natureza”.

KLEIN, Naomi. Entrevista. In: DAVIS Angela; KLEIN Naomi. Construindo movimentos [recurso eletrônico]: uma conversa em tempos de pandemia. – 1ª ed. São Paulo: Boitempo, 2020, p. 9.

Na passagem anterior, a pensadora canadense Naomi Klein relaciona a pandemia da Covid-19 à emergência climática, ligando esses fenômenos à economia nos seguintes termos:

A
Embora não submetido à economia, o homem sofre as consequências da dominação econômica sobre a natureza. 
B
São diferentes a dominação sobre a natureza e a sobre os homens, pois só a primeira é movida pela busca do lucro.
C
Não é correto falar em dominação da economia sobre a natureza, pois a dominação econômica é sobre homens.
D
A economia voltada para o lucro submete a si tanto os homens, explorando-os, quanto a natureza, danificando-a. 
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UECE 2022 - Filosofia - Aspectos da Filosofia Contemporânea, O Sujeito Moderno

“As diferenças biológicas que existem entre os membros de diversos grupos étnicos não afetam de maneira nenhuma a organização política ou social, a vida moral ou as relações sociais. As pesquisas biológicas ancoram a ética da fraternidade universal; elas estão dizendo que o homem é, por tendência inata, levado à cooperação e, se este instinto não encontra em que se satisfazer, indivíduos e nações padecem igualmente por isso. O homem é por natureza um ser social, que só chega ao pleno desenvolvimento de sua personalidade se relacionando com os seus semelhantes”.

 MOURA, Clóvis. O racismo como arma ideológica de dominação. Princípios: Revista Teórica, Política e de Informação, 34, ago/set/out, 1994, p. 28-3.

Com base no texto anterior, podemos concluir que, para o filósofo brasileiro Clóvis Moura,

A
as desigualdades sociais, políticas e econômicas são produtos das diferenças biológicas.
B
a natureza tende a eliminar as diferenças étnico-raciais entre os grupos humanos.
C
a diversidade étnica é natural à humanidade, que tende naturalmente à cooperação.
D
a fraternidade universal é natural, mas só dirigida a indivíduos biologicamente iguais.
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UECE 2022 - Filosofia - A Política, Formas de Governo: Democracia e Representatividade

“É estranha a abstração que se faz do papel do Estado na própria criação do mercado. [...] Este ‘mercado livre’, abstrato, em que o Estado não interfere, tomado de empréstimo da ideologia do liberalismo econômico, certamente não é um mercado capitalista, pois precisamente o papel do Estado no capitalismo é ‘institucionalizar’ as regras do jogo”.

OLIVEIRA, Francisco de. Crítica da razão dualista. São Paulo: Boitempo, 2003, p. 37.

O pensador brasileiro Francisco de Oliveira, no texto anterior, expressa uma concepção, segundo a qual o Estado

A
é uma instituição burocrática, acima dos interesses econômicos de classe.
B
tem uma função econômica no mercado, em favor da acumulação de capital.
C
antecede o mercado, de modo que cria sozinho as relações econômicas.
D
é passivo diante do mercado capitalista, tendo apenas a função normativa.
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UECE 2022 - Filosofia - A Política, Os Contratualistas (Hobbes, Locke e Rousseau)

Leia com atenção a seguinte passagem da obra de Thomas Hobbes (1588-1679), sobre o estado de natureza.

“E dado que a condição do homem [...] é uma condição de guerra de todos contra todos, sendo neste caso cada um governado pela sua própria razão, e nada havendo de que possa lançar mão que não lhe ajude na preservação da sua vida contra os seus inimigos, segue-se que numa tal condição todo homem tem direito a todas as coisas, até mesmo aos corpos uns dos outros. Portanto, enquanto durar este direito natural de cada homem a todas as coisas, não poderá haver para nenhum homem (por mais forte e sábio que seja) a segurança de viver todo o tempo que geralmente a natureza permite aos homens viver.”

HOBBES, Thomas. Leviatã ou matéria, forma e poder de uma república eclesiástica e civil. São Paulo: Martins Fontes, 2014. (Texto adaptado).

De acordo com o fragmento anterior, é correto afirmar que, para Hobbes,

A
no estado de natureza, encontramos um sistema político e moral que garante a segurança dos homens.
B
o estado de natureza se constitui de uma existência pacífica, pois os homens têm direito a todas as coisas.
C
o estado de natureza é associado ao estado de guerra, pois nele são constantes os riscos à vida. 
D
o estado de natureza se caracteriza por um poder soberano que promove a paz e a segurança dos homens.
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UECE 2022 - Filosofia - A Política, Pensamentos políticos: Liberalismo

Leia atentamente o seguinte trecho da obra de Maquiavel (1469-1527) acerca da liberdade republicana.

“Direi que quem condena os conflitos entre os nobres e a plebe [povo] parece criticar as coisas que foram a primeira causa da liberdade de Roma e leva mais em consideração as confusões entre as pessoas e o falatório sobre tais conflitos do que os bons efeitos que eles geravam; e não consideram que em toda república há dois humores (estados de espírito, temperamentos) diferentes, o do povo, e o dos grandes, dos nobres, e que todas as leis que se fazem em favor da liberdade nascem do conflito deles, como facilmente se pode ver que ocorreu em Roma.” 

MAQUIAVEL, Nicolau. Discursos sobre a primeira década de Tito Lívio. São Paulo: Martins Fontes, 2007. (Texto adaptado).

Com base no trecho anterior, é correto afirmar que, para Maquiavel, 

A
os conflitos entre os nobres e o povo são prejudiciais à liberdade da República Romana. 
B
os conflitos sociais entre o povo e os nobres são a causa da liberdade republicana.
C
a liberdade é fruto de uma concessão feita pelo príncipe tirano ao povo e aos nobres.
D
a questão da liberdade é fruto de uma dinâmica harmoniosa entre os nobres e o povo.
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UECE 2022 - Filosofia - Aspectos da Filosofia Contemporânea, O Sujeito Moderno

“Podemos dividir todas as percepções do espírito em duas classes ou espécies, que se distinguem por seus diferentes graus de força e vivacidade. [...] Pelo termo impressão entendo todas as percepções mais vivas, quando ouvimos, vemos, sentimos, amamos, odiamos, desejamos ou queremos. E as impressões diferenciam-se das ideias, que são as percepções menos vivas, das quais temos consciência, quando refletimos sobre quaisquer das sensações ou dos movimentos acima mencionados”.

 HUME, David. Investigação acerca do entendimento humano. Trad. de João Paulo Gomes Monteiro. São Paulo: Nova Cultural, 1996, p. 69-70. Coleção Os Pensadores.

Com base na passagem anterior, é correto afirmar que, para Hume,

A
as ideias têm como fundamento as impressões sensíveis, sentimentais etc.
B
as impressões e as ideias são duas percepções psíquicas independentes.
C
as impressões são percepções do espírito; logo, são o mesmo que ideias.
D
as impressões são percepções corporais, e as ideias são percepções mentais.
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UECE 2022 - Filosofia - Filosofia e a Grécia Antiga, Os Pré-Socráticos

Da mesma forma que a Filosofia, a História surgiu na época clássica da Grécia. Seu mais antigo escrito que chegou aos nossos dias é a História, de Heródoto. No começo de sua narrativa, esse autor diz:

“São apresentados aqui os resultados das investigações de Heródoto de Halicarnassos, para que a memória dos acontecimentos não se apague entre os homens com o passar do tempo; e para que os feitos maravilhosos e admiráveis dos gregos e dos bárbaros não deixem de ser lembrados, inclusive as razões pelas quais eles guerrearam uns contra os outros”.

HERÓDOTO. História, I, 1. – 3ª ed. Brasília, DF: Editora Universidade de Brasília, 1988, p. 20 (Texto adaptado).

Assim como a Filosofia, a narrativa de Heródoto testemunha a transição do mito ao logos porque

A
pretende salvaguardar na memória os feitos e os acontecimentos.
B
escreve sobre os feitos humanos que são maravilhosos e admiráveis.
C
expõe investigações sobre as causas das ações e dos acontecimentos. 
D
considera que as guerras de gregos e bárbaros não têm razão de ser.
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UECE 2022 - Filosofia - Filosofia e a Grécia Antiga, Os Pré-Socráticos

O legislador, estratego e poeta Sólon (século VI a.C.) foi o primeiro grande reformador democrático de Atenas. No fragmento a seguir, pode-se observar a cisão que Sólon estabelece entre a pólis e a monarquia. Leia-o com atenção.
[...]
por homens potentes a cidade perece, e do monarca
 o povo, por ignorância, na escravidão cai.
Mui alçado, não é fácil depois trazê-lo
 ao chão [...]

(SÓLON, fr. 9, in: RAGUSA, Giuliana; BRUNHARA, Rafael. Elegia grega
arcaica. Araçoiaba da Serra: Editora Mnema, 2021).

Com base no texto, analise as assertivas a seguir e marque V para as verdadeiras e F para as falsas. 

( ) A pólis se sustenta na ignorância do povo.
( ) O poder de um só produz a ignorância.
( ) A ignorância causa a escravidão do povo.
( ) A pólis não pode apoiar-se na ignorância.

A sequência correta, de cima para baixo, é

A
F, F, V, V. 
B
V, F, F, V.
C
V, F, F, F.
D
F, V, V, V.
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UECE 2022 - Filosofia - Aspectos da Filosofia Contemporânea, O Sujeito Moderno

“A lógica bélica da ‘guerra às drogas’ se impôs globalmente às sociedades. Se os sistemas políticos dos Estados nacionais fizeram um grande esforço, na segunda metade do século XX, para controlar suas Forças Armadas, para pô-las sob o domínio da política civil (e democrática), o aumento exponencial das forças policiais tornou-se hoje talvez a grande fonte de instabilidade e de risco para a ordem democrática.”

 NOBRE, Marcos. Limites da democracia: de junho de 2013 ao governo Bolsonaro. São Paulo: Todavia, 2022., p. 226-227 (Texto adaptado).

Com base no texto anterior, do filósofo Marcos Nobre, é correto afirmar que

A
a continuidade da guerra às drogas é valor essencial para sustentar as democracias modernas, em todo o mundo.
B
o belicismo em que hoje se baseia a guerra às drogas produz uma instabilidade que ameaça a própria democracia.
C
as Forças Armadas estabeleceram um conjunto de procedimentos para limitar seu poder e consolidar a democracia.
D
o combate ao tráfico de drogas é contraditório com o sistema democrático vigente e com as liberdades individuais.
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UECE 2022 - Filosofia - A Política, Pensamentos Políticos - Karl Marx

“As ideias da classe dominante são, em cada época, as ideias dominantes; isto é, a classe que é a força material dominante da sociedade é, ao mesmo tempo, sua força espiritual dominante. A classe que tem à sua disposição os meios de produção material dispõe, ao mesmo tempo, dos meios de produção espiritual; por isso, são submetidas à classe dominante as ideias daqueles que não possuem os meios de produção espiritual.”

MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. A ideologia alemã. – 4ª ed. São Paulo:
Hucitec, 1984, p. 73 (Texto Adaptado).

Segundo essa passagem, na qual Marx e Engels apresentam uma tese da concepção materialista da história, as ideias de uma dada sociedade são

A
nascidas espontaneamente da psicologia das raças dessa sociedade.
B
socialmente produzidas, com base nas relações sociais de poder.
C
sempre herdadas de épocas anteriores, por isso são históricas.
D
formas de a classe dominante enganar e manipular os dominados.
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UECE 2022 - Filosofia - Filosofia e a Grécia Antiga, Os Pré-Socráticos

No diálogo platônico Sofista, os personagens Teeteto e Estrangeiro conversam sobre o que é o sofista, chegando à tese de que seu discurso é um simulacro, uma cópia falsa do real. No entanto, essa tese conduziria os interlocutores a uma dificuldade, segundo o Estrangeiro, que a explica nos seguintes termos.

“É que, realmente, jovem feliz, nos vemos frente a uma questão extremamente difícil. Afinal, mostrar e parecer sem ser, dizer algo, entretanto, sem dizer com verdade, são maneiras que trazem grande dificuldades... Que modo encontrar, na realidade, para dizer ou pensar que o falso é real sem que, já ao dizer isso, nos encontramos enredados numa contradição? [...] A audácia dessa afirmação é supor o não ser como ser; e, na realidade, nada pode ser dito falso sem esta condição”.

PLATÃO. Sofista, 236e-237-a. São Paulo: Abril Cultural, 1972. Coleção Os Pensadores (Texto adaptado).

Segundo o Estrangeiro, a dificuldade dessa afirmação, sua contradição inicial, a ser elucidada na continuidade do diálogo, estaria em que

A
não é possível dizer que algo é falso, pois, por definição, o falso não é.
B
se o falso existir, é preciso abandonar a tese de que o ser é e o não-ser não é.
C
se diria, simultaneamente, que o falso não é falso, pois o que é não seria. 
D
seria preciso admitir que o falso, de algum modo, é; mas o não ser não é.
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UECE 2022 - Filosofia - Aspectos da Filosofia Contemporânea, O Sujeito Moderno

Durante os séculos XVII e XVIII, na Europa, se constituiu um tipo de poder e controle social que o filósofo francês Michel Foucault (1926-1984) chama de “poder disciplinar”. Ele assim o descreve.

“Esses métodos que permitem o controle minucioso das operações do corpo, que realizam a sujeição constante de suas forças e lhes impõem uma relação de docilidade-utilidade, são o que podemos chamar as ‘disciplinas’. Muitos processos disciplinares existiam há muito tempo [...]. Mas as disciplinas se tornaram no decorrer dos séculos XVII e XVIII fórmulas gerais de dominação. [...] A disciplina fabrica assim corpos submissos e exercitados, corpos ‘dóceis’. A disciplina aumenta as forças do corpo (em termos econômicos de utilidade) e diminui essas mesmas forças (em termos políticos de obediência).”

FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir: história da violência nas prisões.
Petrópolis: Vozes, 1987, p. 126-127.

Segundo essa passagem, é correto afirmar que as disciplinas

A
são dispositivos de dominação voltados só à submissão e ao enfraquecimento.
B
não dominam, mas fazem os indivíduos mais fortes, capazes e úteis.
C
potencializam sujeitos para o trabalho e os assujeitam politicamente.
D
formam sujeitos livres de necessidades econômicas e coerção política.
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UECE 2022 - Filosofia - Filosofia e a Grécia Antiga

“[...] desde Aristóteles, o ideal da lógica tem sido encontrar as condições necessárias para que, de proposições verdadeiras, se obtenham conclusões verdadeiras. E é apenas o método dedutivo que oferece essa possibilidade e garantia. [...] a dedução é um modo de raciocinar, argumentar e demonstrar em que a conclusão é uma consequência lógica das premissas [...]”.

COTRIM, Gilberto; FERNANDES, Mirna. Fundamentos de filosofia. – 4ª ed.
São Paulo: Saraiva, 2016, p. 109.

Sobre a dedução, é correto afirmar que parte de 

A
premissas singulares para uma conclusão universal.
B
premissas universais para uma conclusão singular. 
C
uma proposição singular para se chegar a outra singular.
D
uma proposição universal e chega-se a outra universal.
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UECE 2022 - Filosofia - A Experiência do Sagrado, Vontade Divina e Liberdade Humana

O filósofo, teólogo e padre cearense Manfredo Ramos, um grande estudioso do pensamento de Agostinho de Hipona (354-450), afirma o seguinte sobre a relação entre liberdade humana e graça divina.

“Deus não salva ninguém obrigado. Ele nos criou sem pedir licença, mas não nos salva sem a nossa vontade. [...] Ele nos fez à sua imagem e semelhança, dotados de inteligência, por isso nos dá a liberdade. Toda a natureza criada é determinada para Deus. [...] Deus criador põe, em tudo o que faz, a sua marca, que é uma marca de bondade. Tudo é dirigido para o bem, porque Deus é bom. Mas o homem é chamado por Deus de uma maneira diferente, com liberdade. [...] o pobre do homem, ferido pelo pecado, ele quer o bem, quer fazer aquilo que está na marca dele, e não consegue. Por isso que essa perspectiva de salvação deve ser abraçada, deve ser querida, mas não sem a graça de Deus. Aqui é que está o mistério.”

RAMOS, Manfredo. A ressurreição de Cristo e a perspectiva da Salvação.
Entrevista ao site da Paróquia Nossa Senhora da Glória em 04-04-2018.
Disponível em https://www.paroquiagloria.org.br/confira-entrevista-com-monsenhor-manfredo-ramos-a-ressurreicao-de-cristo-e-a-perspectiva-da-salvacao/. Acessado em 05-11-2022.

Com base na passagem anterior, é correto afirmar, sobre a teoria agostiniana da liberdade e da graça, que

A
a liberdade humana se conquista contra a graça divina. 
B
a liberdade humana não se relaciona com a graça divina.
C
é preciso renunciar à liberdade para obter a graça divina.
D
a liberdade humana age bem se conforme a graça divina.
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UECE 2022 - Filosofia - Filosofia e a Grécia Antiga, Sócrates e a Maiêutica

No diálogo Eutífron, Platão apresenta uma conversa entre Sócrates e o jovem Eutífron acerca da piedade. Sócrates pergunta-lhe sobre o que é a piedade, e Eutífron que é piedoso denunciar e procurar castigo para quem comete homicídios. Sócrates, então, argumenta:

“[...] não te pedi para demonstrar-me uma ou duas dessas coisas que são piedosas, mas que me explicasses a natureza de todas as coisas piedosas. Porque disseste que existe algo característico que faz com que todas as coisas ímpias sejam ímpias, e todas as coisas piedosas, piedosas. Pois bem, esse caráter distintivo é o que desejo que me esclareças, a fim de que, analisando-o com atenção e servindo-me dele como parâmetro, possa afirmar que tudo o que fazes, ou um outro, de igual maneira é piedoso, enquanto aquilo que se distingue disso não o é”.

(PLATÃO. Eutífron, 6 d-e. Lisboa: Casa da Moeda, 2007 (Texto adaptado).

O que Sócrates solicita a Eutífron é que este 

A
dê exemplos exaustivos de ações piedosas, de modo que, ao final, saibamos o que é a piedade.
B
explique por que é piedoso denunciar e solicitar punições aos que cometem homicídios.
C
dê uma definição geral de piedade, mediante a qual se possa reconhecer as ações piedosas.
D
mostre como cada ação piedosa tem sua própria natureza, sendo a piedade um valor relativo. 
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UECE 2022 - Filosofia - Conceitos Filosóficos

No Discurso do método (1637), o filósofo racionalista René Descartes (1596-1650) estabelece para si o seguinte critério.

“[...] jamais acolher alguma coisa como verdadeira que eu não conhecesse evidentemente como tal; isto é, de evitar cuidadosamente a precipitação e a prevenção, e de nada incluir em meus juízos que não se apresentasse tão clara e tão distintamente a meu espírito, que eu não tivesse nenhuma ocasião de pô-lo em dúvida”.

DESCARTES, René. Discurso do método, II, 7. São Paulo: Abril Cultural, 1973.

Em se tratando de um filósofo racionalista, podemos entender que os critérios de evidência, clareza e distinção

A
devem ocorrer na mente, eliminada qualquer dúvida.
B
significam que os fatos não deixam dúvidas aos sentidos.
C
exigem uma síntese entre as ideias inatas e as sensações.
D
não são possíveis, donde a impossibilidade da ciência.
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UNB 2022 - Filosofia - A Política, Aspectos da Filosofia Contemporânea, O Sujeito Moderno, Pensamentos Políticos - Karl Marx, Teorias do Sujeito na Filosofia Moderna

Considerando a obra Trabalhadores, de Tarsila do Amaral, e o fragmento de texto de Friedrich Nietzsche, apresentados anteriormente, julgue o item a seguir. 


A influência de Karl Marx sobre o pensamento de Nietzsche evidencia-se em suas noções sobre o trabalho livre.

     
    A educação para essas virtudes de dominador, que se tornam senhoras também de sua benevolência e compaixão, as grandes virtudes do criador (comparado com isso, “perdoar seus inimigos” é uma brincadeira) - trazer à culminância o afeto do criador - não mais esculpir em mármore! - A posição de exceção e a de poder desses seres, comparada com a dos nobres de até agora: o César romano com a alma do Cristo.

     Trabalho escravo! Trabalho livre! O primeiro é todo aquele que não é feito por causa de nós mesmos e que, em si, não traz nenhuma satisfação. Há que encontrar ainda muito espírito, para que cada um configure para si mesmo seus trabalhos como satisfatórios.

Friedrich Nietzsche. Fragmentos póstumos (com adaptações). 
C
Certo
E
Errado