Questõessobre Artes Visuais

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Foram encontradas 44 questões
081e007c-d9
ENEM 2024 - Artes Visuais - História, Estética e Crítica das Artes Visuais, Projetos em Artes Visuais

O Museu da Maré funciona na Zona Norte do Rio de Janeiro. Tem como exposição permanente a mostra 12 tempos, que representa os tempos de construção da Favela da Maré, entre eles, os tempos da água, da migração, da casa, da resistência, do trabalho e do cotidiano. Para representar esses períodos, estão expostos pertences de antigos moradores — doados ao museu —, como fotografias e a reprodução de uma casa de palafita, em tamanho real, em referência às que serviram de moradia para centenas de famílias quando a ocupação da Maré teve início, nos anos 1940.


PITASSE, M. Museu da Maré resgata memória da favela há
quase 12 anos, no Rio de Janeiro. 2018 (adaptado).


A concepção de museu mencionada no texto reúne elementos patrimoniais e a 

A
mobilização do jornalismo policial.
B
conservação da edificação civil. 
C
manutenção da opinião pública.
D
definição da identidade artística.
E
valorização da diversidade histórica.
07e8ed63-d9
ENEM 2024 - Artes Visuais - História, Estética e Crítica das Artes Visuais

     Então, a arte urbana — a arte das catedrais — extraiu dos campos vizinhos o principal alimento de seu crescimento, e foram os esforços de inumeráveis pioneiros, desmatadores, plantadores de cepos, construtores de valas e de diques que, no êxito de uma imensa expansão produtiva, levaram à sua realização. Tendo como cenário novas colheitas e jovens vinhedos, ergueram-se as torres de Laon: esculpida na pedra, a figura dos bois de trabalho as coroa; nos capitéis de todas as catedrais florescem ramos de videiras. As fachadas de Amiens e de Paris representam o ciclo das estações por meio da imagem dos trabalhos do campo. Justa celebração: esse cultivador que afia sua foice, esse vinhateiro que talha, capina, ou faz suas mudas, com o trabalho, fizeram com que da terra brotasse o monumento. Ele é o fruto do campo, ou seja, de seu trabalho.


DUBY, G. O tempo das catedrais: a arte e a sociedade — 980-1420.
Lisboa: Estampa, 1993 (adaptado).



O texto traz uma reflexão sobre o patrimônio artístico urbano medieval e o seu desenvolvimento, relacionado com a(s)

A
aristocracia feudal.
B
ordens monásticas.
C
cultura agropecuária.
D
feiras internacionais.
E
manufaturas regionais.
07d5bb17-d9
ENEM 2024 - Artes Visuais - História, Estética e Crítica das Artes Visuais





MESTRE VITALINO. Ceia. Cerâmica policromada.
14 × 24cm. Acervo Galeria Pé de Boi, Rio de Janeiro.

Disponível em: www.itaucultural.org.br. Acesso em: 26 jul. 2010. 


Mestre Vitalino, importante ceramista popular brasileiro, na obra reproduzida, retrata uma cena típica da cultura nordestina: o horário da refeição. Seus bonecos de barro apresentam características artísticas marcantes, representadas como

A
humanas, com fixação do momento de um gesto.
B
abstratas, com estilização e redução da figura.
C
figurativas, com representação da realidade.
D
religiosas, com alongamento das formas divinas.
E
dramáticas, com predominância de linhas curvas. 
07858ef5-d9
ENEM 2024 - Artes Visuais - História, Estética e Crítica das Artes Visuais




Disponível em: https://culturainquieta.com. Acesso em: 18 nov. 2021.




Al Margen é um artista argentino que questiona padrões de comportamento da sociedade contemporânea. Essa ilustração reflete práticas sociais sintetizadas na

A
exposição da vida privada nas redes sociais como estímulo à vaidade.
B
ideia de perfeição associada a padrões de beleza inacessíveis.
C
natureza simbólica da linguagem relacionada ao gênero.
D
relação entre visibilidade, imaginário social e desejo.
E
visão falseada do enclausuramento como proteção.
f8117301-bb
UNB 2023 - Artes Visuais - História, Estética e Crítica das Artes Visuais

A partir da obra artística e do texto precedentes e considerando os diversos aspectos relacionados aos assuntos neles tratados, julgue o item seguinte.


A obra alerta para os impactos dos eventos climáticos extremos e severos na vida marinha.

 


        O climatologista moçambicano Izidine Pinto é um dos autores do relatório do Painel Intergovernamental das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (IPCC), “uma espécie de último aviso para a humanidade”, que concluiu que “é indiscutível que as atividades humanas estão causando mudanças climáticas, tornando os eventos climáticos extremos mais frequentes e mais severos”. O investigador da Universidade do Cabo, na África do Sul, reconheceu que, apesar das evidências científicas, “existirá sempre alguém que vai dizer que o clima não está mudando, como atualmente existem indivíduos que não acreditam em vacinas. Mas, perante as evidências científicas, não há como negar a participação humana no processo de aquecimento global. A mudança climática já afeta quase todas as regiões do mundo e contribui para os eventos extremos do tempo e clima, como as ondas de calor ou frio, cheias e secas que poderão ser mais frequentes e intensos no futuro”. Izidine destaca que, “a menos que haja reduções imediatas, rápidas e em grande escala nas emissões de gases de efeito estufa e no limite do aquecimento a 1,5 °C abaixo dos níveis pré-industriais, esses eventos vão continuar e com resultados catastróficos”. O continente africano é “um dos mais afetados pelos seus efeitos, o que também aumenta as grandes desigualdades já existentes nos países em África” e, por isso, os governos devem adotar “medidas urgentes para combater e responder às alterações climáticas e a seus impactos”.


Internet: <www.dw.com> (com adaptações). 
C
Certo
E
Errado
f80c35b1-bb
UNB 2023 - Artes Visuais - História, Estética e Crítica das Artes Visuais

A partir da obra artística e do texto precedentes e considerando os diversos aspectos relacionados aos assuntos neles tratados, julgue o item seguinte.

O artista aborda, de forma dramática, as consequências das atitudes humanas em relação à natureza. 

 


        O climatologista moçambicano Izidine Pinto é um dos autores do relatório do Painel Intergovernamental das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (IPCC), “uma espécie de último aviso para a humanidade”, que concluiu que “é indiscutível que as atividades humanas estão causando mudanças climáticas, tornando os eventos climáticos extremos mais frequentes e mais severos”. O investigador da Universidade do Cabo, na África do Sul, reconheceu que, apesar das evidências científicas, “existirá sempre alguém que vai dizer que o clima não está mudando, como atualmente existem indivíduos que não acreditam em vacinas. Mas, perante as evidências científicas, não há como negar a participação humana no processo de aquecimento global. A mudança climática já afeta quase todas as regiões do mundo e contribui para os eventos extremos do tempo e clima, como as ondas de calor ou frio, cheias e secas que poderão ser mais frequentes e intensos no futuro”. Izidine destaca que, “a menos que haja reduções imediatas, rápidas e em grande escala nas emissões de gases de efeito estufa e no limite do aquecimento a 1,5 °C abaixo dos níveis pré-industriais, esses eventos vão continuar e com resultados catastróficos”. O continente africano é “um dos mais afetados pelos seus efeitos, o que também aumenta as grandes desigualdades já existentes nos países em África” e, por isso, os governos devem adotar “medidas urgentes para combater e responder às alterações climáticas e a seus impactos”.


Internet: <www.dw.com> (com adaptações). 
C
Certo
E
Errado
f80961a8-bb
UNB 2023 - Artes Visuais - História, Estética e Crítica das Artes Visuais

A partir da obra artística e do texto precedentes e considerando os diversos aspectos relacionados aos assuntos neles tratados, julgue o item seguinte.


As obras de Kuczynski ilustram problemas cujas causas requerem uma postura proativa dos seres humanos. 

 


        O climatologista moçambicano Izidine Pinto é um dos autores do relatório do Painel Intergovernamental das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (IPCC), “uma espécie de último aviso para a humanidade”, que concluiu que “é indiscutível que as atividades humanas estão causando mudanças climáticas, tornando os eventos climáticos extremos mais frequentes e mais severos”. O investigador da Universidade do Cabo, na África do Sul, reconheceu que, apesar das evidências científicas, “existirá sempre alguém que vai dizer que o clima não está mudando, como atualmente existem indivíduos que não acreditam em vacinas. Mas, perante as evidências científicas, não há como negar a participação humana no processo de aquecimento global. A mudança climática já afeta quase todas as regiões do mundo e contribui para os eventos extremos do tempo e clima, como as ondas de calor ou frio, cheias e secas que poderão ser mais frequentes e intensos no futuro”. Izidine destaca que, “a menos que haja reduções imediatas, rápidas e em grande escala nas emissões de gases de efeito estufa e no limite do aquecimento a 1,5 °C abaixo dos níveis pré-industriais, esses eventos vão continuar e com resultados catastróficos”. O continente africano é “um dos mais afetados pelos seus efeitos, o que também aumenta as grandes desigualdades já existentes nos países em África” e, por isso, os governos devem adotar “medidas urgentes para combater e responder às alterações climáticas e a seus impactos”.


Internet: <www.dw.com> (com adaptações). 
C
Certo
E
Errado
f8068555-bb
UNB 2023 - Artes Visuais - História, Estética e Crítica das Artes Visuais, Projetos em Artes Visuais

A partir da obra artística e do texto precedentes e considerando os diversos aspectos relacionados aos assuntos neles tratados, julgue o item seguinte.


A obra contesta, por meio de uma metáfora, o alerta publicado pelo relatório do IPCC.

 


        O climatologista moçambicano Izidine Pinto é um dos autores do relatório do Painel Intergovernamental das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (IPCC), “uma espécie de último aviso para a humanidade”, que concluiu que “é indiscutível que as atividades humanas estão causando mudanças climáticas, tornando os eventos climáticos extremos mais frequentes e mais severos”. O investigador da Universidade do Cabo, na África do Sul, reconheceu que, apesar das evidências científicas, “existirá sempre alguém que vai dizer que o clima não está mudando, como atualmente existem indivíduos que não acreditam em vacinas. Mas, perante as evidências científicas, não há como negar a participação humana no processo de aquecimento global. A mudança climática já afeta quase todas as regiões do mundo e contribui para os eventos extremos do tempo e clima, como as ondas de calor ou frio, cheias e secas que poderão ser mais frequentes e intensos no futuro”. Izidine destaca que, “a menos que haja reduções imediatas, rápidas e em grande escala nas emissões de gases de efeito estufa e no limite do aquecimento a 1,5 °C abaixo dos níveis pré-industriais, esses eventos vão continuar e com resultados catastróficos”. O continente africano é “um dos mais afetados pelos seus efeitos, o que também aumenta as grandes desigualdades já existentes nos países em África” e, por isso, os governos devem adotar “medidas urgentes para combater e responder às alterações climáticas e a seus impactos”.


Internet: <www.dw.com> (com adaptações). 
C
Certo
E
Errado
f803a21c-bb
UNB 2023 - Artes Visuais - História, Estética e Crítica das Artes Visuais, Projetos em Artes Visuais

Tendo como referência a obra artística de Eduardo Srur representada na imagem precedente, julgue o item.


A referida obra alerta para um problema invisibilizado no cotidiano dos grandes centros urbanos.

C
Certo
E
Errado
f80103cb-bb
UNB 2023 - Artes Visuais - História, Estética e Crítica das Artes Visuais, Projetos em Artes Visuais

Tendo como referência a obra artística de Eduardo Srur representada na imagem precedente, julgue o item.


Por meio dessa sua criação artística, Eduardo Srur provoca o espectador a refletir sobre a complexa relação do ser humano com a natureza no cotidiano urbano. 

C
Certo
E
Errado
f7fdddc3-bb
UNB 2023 - Artes Visuais - História, Estética e Crítica das Artes Visuais, Projetos em Artes Visuais

Tendo como referência a obra artística de Eduardo Srur representada na imagem precedente, julgue o item.


Nessa obra, a presença de uma garrafa em escala monumental evidencia a preocupação da população urbana com a preservação dos rios. 

C
Certo
E
Errado
f7fad3a3-bb
UNB 2023 - Artes Visuais - História, Estética e Crítica das Artes Visuais, Projetos em Artes Visuais

Tendo como referência a obra artística de Eduardo Srur representada na imagem precedente, julgue o item.


A obra adquire um significado ecológico em face do contexto da paisagem urbana poluída.

C
Certo
E
Errado
f7f2322f-bb
UNB 2023 - Artes Visuais - História, Estética e Crítica das Artes Visuais, Projetos em Artes Visuais

Considerando a obra artística Instalação Coral Garden, de Vanessa Barragão, e as informações do texto precedente, julgue o item a seguir. 


Por meio da referida obra, construída a partir de materiais reciclados, a mencionada artista critica o descarte de lixo nos mares. 



Os mares pedem socorro, e a indústria têxtil é uma das que mais contribuem para a poluição dos oceanos, o que, felizmente, vem sendo cada vez mais discutido por artistas. Toda a matéria-prima utilizada (lã, algodão e lyocell) na obra de Vanessa Barragão, por exemplo, vem dos resíduos descartados por uma indústria de tapetes artesanais. 


Beleza e incerteza: Vanessa Barragão chama atenção para a devastação dos corais. Internet: <designdobom.com.br> (com adaptações).


C
Certo
E
Errado
f7ef6db8-bb
UNB 2023 - Artes Visuais - História, Estética e Crítica das Artes Visuais, Projetos em Artes Visuais

Considerando a obra artística Instalação Coral Garden, de Vanessa Barragão, e as informações do texto precedente, julgue o item a seguir. 


Ao desenvolver seu trabalho com base em uma produção sustentável, a referida artista demonstra consciência ecológica, ao mesmo tempo em que contribui para uma maior conscientização do público em relação à questão ambiental. 



Os mares pedem socorro, e a indústria têxtil é uma das que mais contribuem para a poluição dos oceanos, o que, felizmente, vem sendo cada vez mais discutido por artistas. Toda a matéria-prima utilizada (lã, algodão e lyocell) na obra de Vanessa Barragão, por exemplo, vem dos resíduos descartados por uma indústria de tapetes artesanais. 


Beleza e incerteza: Vanessa Barragão chama atenção para a devastação dos corais. Internet: <designdobom.com.br> (com adaptações).


C
Certo
E
Errado
f75940b4-bb
UNB 2023 - Artes Visuais - História, Estética e Crítica das Artes Visuais

Considerando as imagens apresentadas e o texto precedente, extraído de Infância, obra em que o escritor Graciliano Ramos narra suas memórias infantis, julgue o item seguinte. 



O trecho “aquele enorme vaso metido no chão, coberto de folhas verdes, flores, aves que mergulhavam de cabeça para baixo, desarranjava-me a ciência” conecta-se às imagens apresentadas, pois, nas três obras artísticas, a perspectiva infantil refletida é a da possibilidade de ver o mundo conhecido sob um ângulo desconhecido. 




Candido Portinari. Meninos brincando.

Rio de Janeiro, 1955. Internet:<www.portinari.org.br>.






Roger Mayne. Handstand. London, 1956.

Internet: <viewingroom.huxleyparlour.com>.




           O pátio, que se desdobrava diante do copiar, era imenso, julgo que não me atreveria a percorrê-lo. O fim dele tocava o céu. Um dia, entretanto, achei-me além do pátio, além do céu. Como cheguei ali não sei. Homens cavavam o chão, um buraco se abria, medonho, precipício que me encolhia apavorado entre montanhas erguidas nas bordas. Para que estariam fazendo aquela toca profunda? Para que estariam construindo aqueles montes que um pó envolvia como fumaça? Retraí-me na admiração que me causava o extraordinário formigueiro. As formigas suavam, as camisas brancas tingiam-se, enegreciam, ferramentas cravavam-se na terra, outras jogavam para cima o nevoeiro que formava os morros. (...) O que então me pasmou foi o açude, maravilha, água infinita onde patos e marrecos nadavam. Surpreenderam-me essas criaturas capazes de viver no líquido. O mundo era complicado. O maior volume de água conhecido antes continha-se no bojo de um pote e aquele enorme vaso metido no chão, coberto de folhas verdes, flores, aves que mergulhavam de cabeça para baixo, desarranjava-me a ciência. Com dificuldade, estabeleci relação entre o fenômeno singular e a cova fumacenta. Esta, porém, fora aberta numa região distante, e o açude se estirava defronte da casa. Estava ali, mas tinha caprichos, mudava de lugar, não se aquietava, era uma coisa vagabunda.  



Graciliano Ramos. Infância.

Rio de Janeiro: Record, 2003, pp. 14 e 15. 

C
Certo
E
Errado
f756983d-bb
UNB 2023 - Artes Visuais - História, Estética e Crítica das Artes Visuais

Considerando as imagens apresentadas e o texto precedente, extraído de Infância, obra em que o escritor Graciliano Ramos narra suas memórias infantis, julgue o item seguinte. 


O modo como são retratadas as sensações de espanto, surpresa e admiração do menino ao ver, pela primeira vez, a composição variada do mundo que o cerca, evoca uma das funções importantes da arte: convidar o leitor a ler a realidade sob um ponto de vista divergente do usual. 




Candido Portinari. Meninos brincando.

Rio de Janeiro, 1955. Internet:<www.portinari.org.br>.






Roger Mayne. Handstand. London, 1956.

Internet: <viewingroom.huxleyparlour.com>.




           O pátio, que se desdobrava diante do copiar, era imenso, julgo que não me atreveria a percorrê-lo. O fim dele tocava o céu. Um dia, entretanto, achei-me além do pátio, além do céu. Como cheguei ali não sei. Homens cavavam o chão, um buraco se abria, medonho, precipício que me encolhia apavorado entre montanhas erguidas nas bordas. Para que estariam fazendo aquela toca profunda? Para que estariam construindo aqueles montes que um pó envolvia como fumaça? Retraí-me na admiração que me causava o extraordinário formigueiro. As formigas suavam, as camisas brancas tingiam-se, enegreciam, ferramentas cravavam-se na terra, outras jogavam para cima o nevoeiro que formava os morros. (...) O que então me pasmou foi o açude, maravilha, água infinita onde patos e marrecos nadavam. Surpreenderam-me essas criaturas capazes de viver no líquido. O mundo era complicado. O maior volume de água conhecido antes continha-se no bojo de um pote e aquele enorme vaso metido no chão, coberto de folhas verdes, flores, aves que mergulhavam de cabeça para baixo, desarranjava-me a ciência. Com dificuldade, estabeleci relação entre o fenômeno singular e a cova fumacenta. Esta, porém, fora aberta numa região distante, e o açude se estirava defronte da casa. Estava ali, mas tinha caprichos, mudava de lugar, não se aquietava, era uma coisa vagabunda.  



Graciliano Ramos. Infância.

Rio de Janeiro: Record, 2003, pp. 14 e 15. 

C
Certo
E
Errado
60912a93-49
ENEM 2023 - Artes Visuais - História, Estética e Crítica das Artes Visuais

    Conseguindo, porém, escapar à vigilância dos interessados, e depois de curtir uma noite, a mais escura de sua vida, numa espécie de jaula com grades de ferro, Amaro, que só temia regressar à “fazenda”, voltar ao seio da escravidão, estremeceu diante de um rio muito largo e muito calmo, onde havia barcos vogando em todos os sentidos, à vela, outros deitando fumaça, e lá cima, beirando a água, um morro alto, em ponta, varando as nuvens, como ele nunca tinha visto...

      [...] todo o conjunto da paisagem comunicava-lhe uma sensação tão forte de liberdade e vida, que até lhe vinha vontade de chorar, mas chorar francamente, abertamente, na presença dos outros, como se estivesse enlouquecendo... Aquele magnífico cenário gravara-se-lhe na retina para toda a existência; nunca mais o havia de esquecer, oh! Nunca mais! Ele, o escravo, “o negro fugido”, sentia-se verdadeiramente homem, igual aos outros homens, feliz de o ser, grande como a natureza, em toda a pujança viril da sua mocidade, e tinha pena, muita pena dos que ficavam na “fazenda” trabalhando, sem ganhar dinheiro, desde a madrugadinha té... sabe Deus!

CAMINHA, A. Bom Crioulo. São Paulo: Martin Claret, 2008.



A situação descrita no fragmento aproxima-o dos padrões estéticos do Naturalismo em função da

A
fragilidade emocional atribuída ao indivíduo oprimido.
B
influência da paisagem sobre a capacidade de resiliência.
C
impossibilidade de superação dos traumas da escravidão.
D
correlação de causalidade entre força física e origem étnica.
E
condição moral do indivíduo vinculada aos papéis de gênero.
a964244a-03
UERJ 2023 - Artes Visuais - História, Estética e Crítica das Artes Visuais, Linguagens em Artes Visuais

Há quem desdenhe das imagens e das representações visuais. Há quem alegue que elas não passam de “ilustrações” que simplesmente decoram e alegram os ambientes, os jornais, as paredes das casas e dos museus – seriam inocentes. Da minha parte, sou dessas pessoas que vivem tomadas pela potência das imagens e pelo poder que elas têm de revelar e criar valores, ideias, concepções de mundo. Por isso, não raro, viram elas mesmas a própria realidade.

É esse o poder reflexivo das imagens e das obras visuais, pois ao reproduzir um contexto elas acabam, ao fim e ao cabo, por criá-lo. Transformam-se em parte constitutiva da imaginação. Muitas vezes lembramos, ou achamos que lembramos, de um evento a partir e por causa de uma imagem guardada num canto da memória.

É possível dizer que nossa imaginação histórica é feita a partir de imaginários alheios; das construções visuais feitas por outras pessoas com seus interesses, contextos e especificidades.

LILIA SCHWARCZ

Adaptado de nexojornal.com.br, 22/11/2021.


Uma imagem que exemplifica a capacidade de construção da imaginação histórica, conforme enfatizado pela autora, é:

A


B


C


D


372bd8c1-63
ENEM 2022 - Artes Visuais - História, Estética e Crítica das Artes Visuais



TEXTO II


    Essa impressionante obra apresenta o sacerdote Laocoonte sendo punido pelos deuses por tentar alertar os troianos da ameaça do Cavalo de Troia, que escondia um grupo de soldados gregos. Enviadas pelos deuses, serpentes marinhas são vistas matando Laocoonte e seus dois filhos como forma de punição.

KAY, A. In: FARTHING, S. (Org.). Tudo sobre arte.

Rio de Janeiro: Sextante, 2011 (adaptado).


Produzida no início do século XVII, a obra maneirista distingue-se pela

A
representação da nudez masculina.
B
distorção ao representar a figura humana.
C
evocação de um fato da cultura clássica grega.
D
presença do tema da morte como punição da família.
E
utilização da perspectiva para integrar os diferentes planos.
4cb8d958-8c
UNICAMP 2020 - Artes Visuais - História, Estética e Crítica das Artes Visuais

O orientalismo é uma construção ocidental sobre os povos e culturas orientais, segundo o intelectual Edward Said. Nesse processo, preconceitos e estereótipos são construídos sobre sociedades muito diversas entre si. Referências à cultura islâmica são particularmente ricas para a construção desse imaginário estereotipado, sobretudo em suas elaborações pela literatura e pelas artes plásticas europeias.


Rudolph Weisse, (1869-1927) Os jogadores de dados. (Disponível em https://blog.britishmuseum.org/an-introduction-to-orientalis tpainting/?_ga=2.56311842.808380880.15712149821542458113.156864822 4 . Acessado em 09/11/2020.)

Considerando a obra do pintor tcheco reproduzida acima e as reflexões formuladas por Said, assinale a alternativa correta.

A
Destaca-se, na representação da cena, a ausência de mulheres; tal construção sinaliza a condição de submissão feminina nas sociedades islâmicas e contrasta com a ideia de mulheres ativistas no final do século XIX que lutavam pelo voto no Ocidente.
B
A obra retrata o cotidiano de uma sociedade de costumes tradicionais e remete à ideia de um modelo de vida simples e sem tensões sociais evidentes, demarcando ritmos históricos distintos entre o Oriente e o Ocidente.
C
O realismo da pintura tem uma forte influência da fotografia, com suas técnicas e inovações sobre luzes e sombras, e valoriza os costumes das sociedades islâmicas e seus estilos de vida, num tipo de pintura conhecida como costumbrismo.
D

A cena do garoto e do senhor pedindo esmolas é um traço da cultura religiosa islâmica e, para os pintores europeus da época, a religião era uma das principais diferenças entre eles e os povos do Oriente Médio e do Norte da África.