Questõessobre Artes Visuais
Então, a arte urbana — a arte das catedrais —
extraiu dos campos vizinhos o principal alimento de
seu crescimento, e foram os esforços de inumeráveis
pioneiros, desmatadores, plantadores de cepos,
construtores de valas e de diques que, no êxito de uma
imensa expansão produtiva, levaram à sua realização.
Tendo como cenário novas colheitas e jovens vinhedos,
ergueram-se as torres de Laon: esculpida na pedra, a figura
dos bois de trabalho as coroa; nos capitéis de todas
as catedrais florescem ramos de videiras. As fachadas
de Amiens e de Paris representam o ciclo das estações por
meio da imagem dos trabalhos do campo. Justa celebração:
esse cultivador que afia sua foice, esse vinhateiro que talha,
capina, ou faz suas mudas, com o trabalho, fizeram com
que da terra brotasse o monumento. Ele é o fruto do campo,
ou seja, de seu trabalho.
DUBY, G. O tempo das catedrais: a arte e a sociedade — 980-1420.
Lisboa: Estampa, 1993 (adaptado).
O texto traz uma reflexão sobre o patrimônio artístico
urbano medieval e o seu desenvolvimento, relacionado
com a(s)

MESTRE VITALINO. Ceia. Cerâmica policromada.14 × 24cm. Acervo Galeria Pé de Boi, Rio de Janeiro.
Disponível em: www.itaucultural.org.br. Acesso em: 26 jul. 2010.
Mestre Vitalino, importante ceramista popular brasileiro,
na obra reproduzida, retrata uma cena típica da cultura
nordestina: o horário da refeição. Seus bonecos de
barro apresentam características artísticas marcantes,
representadas como


Disponível em: https://culturainquieta.com. Acesso em: 18 nov. 2021.
Al Margen é um artista argentino que questiona padrões
de comportamento da sociedade contemporânea. Essa
ilustração reflete práticas sociais sintetizadas na

A partir da obra artística e do texto precedentes e considerando os diversos aspectos relacionados aos assuntos neles tratados, julgue o item seguinte.
A obra alerta para os impactos dos eventos climáticos
extremos e severos na vida marinha.

A partir da obra artística e do texto precedentes e considerando os diversos aspectos relacionados aos assuntos neles tratados, julgue o item seguinte.
O artista aborda, de forma dramática, as consequências das
atitudes humanas em relação à natureza.

A partir da obra artística e do texto precedentes e considerando os diversos aspectos relacionados aos assuntos neles tratados, julgue o item seguinte.
As obras de Kuczynski ilustram problemas cujas causas
requerem uma postura proativa dos seres humanos.

A partir da obra artística e do texto precedentes e considerando
os diversos aspectos relacionados aos assuntos neles tratados,
julgue o item seguinte.
A obra contesta, por meio de uma metáfora, o alerta
publicado pelo relatório do IPCC.

Tendo como referência a obra artística de Eduardo Srur representada na imagem precedente, julgue o item.
A referida obra alerta para um problema invisibilizado no
cotidiano dos grandes centros urbanos.
Tendo como referência a obra artística de Eduardo Srur representada na imagem precedente, julgue o item.
Por meio dessa sua criação artística, Eduardo Srur provoca o
espectador a refletir sobre a complexa relação do ser humano
com a natureza no cotidiano urbano.
Tendo como referência a obra artística de Eduardo Srur representada na imagem precedente, julgue o item.
Nessa obra, a presença de uma garrafa em escala
monumental evidencia a preocupação da população urbana
com a preservação dos rios.
Tendo como referência a obra artística de Eduardo Srur
representada na imagem precedente, julgue o item.
A obra adquire um significado ecológico em face do
contexto da paisagem urbana poluída.
Considerando a obra artística Instalação Coral Garden, de Vanessa Barragão, e as informações do texto precedente, julgue o item a seguir.
Por meio da referida obra, construída a partir de materiais
reciclados, a mencionada artista critica o descarte de lixo nos
mares.
Os mares pedem socorro, e a indústria têxtil é uma das que mais contribuem para a poluição dos oceanos, o que, felizmente, vem sendo cada vez mais discutido por artistas. Toda a matéria-prima utilizada (lã, algodão e lyocell) na obra de Vanessa Barragão, por exemplo, vem dos resíduos descartados por uma indústria de tapetes artesanais.
Beleza e incerteza: Vanessa Barragão chama atenção para a devastação dos corais. Internet: <designdobom.com.br> (com adaptações).
Considerando a obra artística Instalação Coral Garden, de
Vanessa Barragão, e as informações do texto precedente, julgue
o item a seguir.
Ao desenvolver seu trabalho com base em uma produção
sustentável, a referida artista demonstra consciência
ecológica, ao mesmo tempo em que contribui para uma
maior conscientização do público em relação à questão
ambiental.
Os mares pedem socorro, e a indústria têxtil é uma das que mais contribuem para a poluição dos oceanos, o que, felizmente, vem sendo cada vez mais discutido por artistas. Toda a matéria-prima utilizada (lã, algodão e lyocell) na obra de Vanessa Barragão, por exemplo, vem dos resíduos descartados por uma indústria de tapetes artesanais.
Beleza e incerteza: Vanessa Barragão chama atenção para a devastação dos corais. Internet: <designdobom.com.br> (com adaptações).
Considerando as imagens apresentadas e o texto precedente, extraído de Infância, obra em que o escritor Graciliano Ramos narra suas memórias infantis, julgue o item seguinte.
O trecho “aquele enorme vaso metido no chão, coberto de
folhas verdes, flores, aves que mergulhavam de cabeça para
baixo, desarranjava-me a ciência” conecta-se às imagens
apresentadas, pois, nas três obras artísticas, a perspectiva
infantil refletida é a da possibilidade de ver o mundo
conhecido sob um ângulo desconhecido.
Candido Portinari. Meninos brincando.
Rio de Janeiro, 1955. Internet:<www.portinari.org.br>.
Roger Mayne. Handstand. London, 1956.
Internet: <viewingroom.huxleyparlour.com>.
O pátio, que se desdobrava diante do copiar, era imenso, julgo que não me atreveria a percorrê-lo. O fim dele tocava o céu. Um dia, entretanto, achei-me além do pátio, além do céu. Como cheguei ali não sei. Homens cavavam o chão, um buraco se abria, medonho, precipício que me encolhia apavorado entre montanhas erguidas nas bordas. Para que estariam fazendo aquela toca profunda? Para que estariam construindo aqueles montes que um pó envolvia como fumaça? Retraí-me na admiração que me causava o extraordinário formigueiro. As formigas suavam, as camisas brancas tingiam-se, enegreciam, ferramentas cravavam-se na terra, outras jogavam para cima o nevoeiro que formava os morros. (...) O que então me pasmou foi o açude, maravilha, água infinita onde patos e marrecos nadavam. Surpreenderam-me essas criaturas capazes de viver no líquido. O mundo era complicado. O maior volume de água conhecido antes continha-se no bojo de um pote e aquele enorme vaso metido no chão, coberto de folhas verdes, flores, aves que mergulhavam de cabeça para baixo, desarranjava-me a ciência. Com dificuldade, estabeleci relação entre o fenômeno singular e a cova fumacenta. Esta, porém, fora aberta numa região distante, e o açude se estirava defronte da casa. Estava ali, mas tinha caprichos, mudava de lugar, não se aquietava, era uma coisa vagabunda.
Graciliano Ramos. Infância.
Rio de Janeiro: Record, 2003, pp. 14 e 15.
Considerando as imagens apresentadas e o texto precedente, extraído de Infância, obra em que o escritor Graciliano Ramos narra suas memórias infantis, julgue o item seguinte.
O modo como são retratadas as sensações de espanto,
surpresa e admiração do menino ao ver, pela primeira vez, a
composição variada do mundo que o cerca, evoca uma das
funções importantes da arte: convidar o leitor a ler a
realidade sob um ponto de vista divergente do usual.
Candido Portinari. Meninos brincando.
Rio de Janeiro, 1955. Internet:<www.portinari.org.br>.
Roger Mayne. Handstand. London, 1956.
Internet: <viewingroom.huxleyparlour.com>.
O pátio, que se desdobrava diante do copiar, era imenso, julgo que não me atreveria a percorrê-lo. O fim dele tocava o céu. Um dia, entretanto, achei-me além do pátio, além do céu. Como cheguei ali não sei. Homens cavavam o chão, um buraco se abria, medonho, precipício que me encolhia apavorado entre montanhas erguidas nas bordas. Para que estariam fazendo aquela toca profunda? Para que estariam construindo aqueles montes que um pó envolvia como fumaça? Retraí-me na admiração que me causava o extraordinário formigueiro. As formigas suavam, as camisas brancas tingiam-se, enegreciam, ferramentas cravavam-se na terra, outras jogavam para cima o nevoeiro que formava os morros. (...) O que então me pasmou foi o açude, maravilha, água infinita onde patos e marrecos nadavam. Surpreenderam-me essas criaturas capazes de viver no líquido. O mundo era complicado. O maior volume de água conhecido antes continha-se no bojo de um pote e aquele enorme vaso metido no chão, coberto de folhas verdes, flores, aves que mergulhavam de cabeça para baixo, desarranjava-me a ciência. Com dificuldade, estabeleci relação entre o fenômeno singular e a cova fumacenta. Esta, porém, fora aberta numa região distante, e o açude se estirava defronte da casa. Estava ali, mas tinha caprichos, mudava de lugar, não se aquietava, era uma coisa vagabunda.
Graciliano Ramos. Infância.
Rio de Janeiro: Record, 2003, pp. 14 e 15.
Conseguindo, porém, escapar à vigilância dos
interessados, e depois de curtir uma noite, a mais escura
de sua vida, numa espécie de jaula com grades de ferro,
Amaro, que só temia regressar à “fazenda”, voltar ao seio
da escravidão, estremeceu diante de um rio muito largo
e muito calmo, onde havia barcos vogando em todos
os sentidos, à vela, outros deitando fumaça, e lá cima,
beirando a água, um morro alto, em ponta, varando as
nuvens, como ele nunca tinha visto...
[...] todo o conjunto da paisagem comunicava-lhe uma
sensação tão forte de liberdade e vida, que até lhe vinha
vontade de chorar, mas chorar francamente, abertamente,
na presença dos outros, como se estivesse enlouquecendo...
Aquele magnífico cenário gravara-se-lhe na retina para
toda a existência; nunca mais o havia de esquecer, oh!
Nunca mais! Ele, o escravo, “o negro fugido”, sentia-se
verdadeiramente homem, igual aos outros homens, feliz de
o ser, grande como a natureza, em toda a pujança viril da
sua mocidade, e tinha pena, muita pena dos que ficavam
na “fazenda” trabalhando, sem ganhar dinheiro, desde a
madrugadinha té... sabe Deus!
CAMINHA, A. Bom Crioulo. São Paulo: Martin Claret, 2008.
A situação descrita no fragmento aproxima-o dos
padrões estéticos do Naturalismo em função da
Há quem desdenhe das imagens e das representações visuais. Há quem alegue que elas não
passam de “ilustrações” que simplesmente decoram e alegram os ambientes, os jornais, as
paredes das casas e dos museus – seriam inocentes. Da minha parte, sou dessas pessoas que
vivem tomadas pela potência das imagens e pelo poder que elas têm de revelar e criar valores,
ideias, concepções de mundo. Por isso, não raro, viram elas mesmas a própria realidade.
É esse o poder reflexivo das imagens e das obras visuais, pois ao reproduzir um contexto elas
acabam, ao fim e ao cabo, por criá-lo. Transformam-se em parte constitutiva da imaginação.
Muitas vezes lembramos, ou achamos que lembramos, de um evento a partir e por causa de
uma imagem guardada num canto da memória.
É possível dizer que nossa imaginação histórica é feita a partir de imaginários alheios; das
construções visuais feitas por outras pessoas com seus interesses, contextos e especificidades.
LILIA SCHWARCZ
Adaptado de nexojornal.com.br, 22/11/2021.
Uma imagem que exemplifica a capacidade de construção da imaginação histórica, conforme
enfatizado pela autora, é:
Há quem desdenhe das imagens e das representações visuais. Há quem alegue que elas não passam de “ilustrações” que simplesmente decoram e alegram os ambientes, os jornais, as paredes das casas e dos museus – seriam inocentes. Da minha parte, sou dessas pessoas que vivem tomadas pela potência das imagens e pelo poder que elas têm de revelar e criar valores, ideias, concepções de mundo. Por isso, não raro, viram elas mesmas a própria realidade.
É esse o poder reflexivo das imagens e das obras visuais, pois ao reproduzir um contexto elas acabam, ao fim e ao cabo, por criá-lo. Transformam-se em parte constitutiva da imaginação. Muitas vezes lembramos, ou achamos que lembramos, de um evento a partir e por causa de uma imagem guardada num canto da memória.
É possível dizer que nossa imaginação histórica é feita a partir de imaginários alheios; das construções visuais feitas por outras pessoas com seus interesses, contextos e especificidades.
LILIA SCHWARCZ
Adaptado de nexojornal.com.br, 22/11/2021.
Uma imagem que exemplifica a capacidade de construção da imaginação histórica, conforme
enfatizado pela autora, é:

TEXTO II
Essa impressionante obra apresenta o sacerdote
Laocoonte sendo punido pelos deuses por tentar alertar
os troianos da ameaça do Cavalo de Troia, que escondia
um grupo de soldados gregos. Enviadas pelos deuses,
serpentes marinhas são vistas matando Laocoonte e
seus dois filhos como forma de punição.
KAY, A. In: FARTHING, S. (Org.). Tudo sobre arte.
Rio de Janeiro: Sextante, 2011 (adaptado).
Produzida no início do século XVII, a obra maneirista
distingue-se pela

TEXTO II
Essa impressionante obra apresenta o sacerdote Laocoonte sendo punido pelos deuses por tentar alertar os troianos da ameaça do Cavalo de Troia, que escondia um grupo de soldados gregos. Enviadas pelos deuses, serpentes marinhas são vistas matando Laocoonte e seus dois filhos como forma de punição.
KAY, A. In: FARTHING, S. (Org.). Tudo sobre arte.
Rio de Janeiro: Sextante, 2011 (adaptado).
Produzida no início do século XVII, a obra maneirista
distingue-se pela
O orientalismo é uma construção ocidental sobre os povos
e culturas orientais, segundo o intelectual Edward Said.
Nesse processo, preconceitos e estereótipos são
construídos sobre sociedades muito diversas entre si.
Referências à cultura islâmica são particularmente ricas
para a construção desse imaginário estereotipado, sobretudo em suas elaborações pela literatura e pelas
artes plásticas europeias.

Rudolph Weisse, (1869-1927) Os jogadores de dados.
(Disponível em https://blog.britishmuseum.org/an-introduction-to-orientalis
tpainting/?_ga=2.56311842.808380880.15712149821542458113.156864822
4 . Acessado em 09/11/2020.)
Considerando a obra do pintor tcheco reproduzida acima e
as reflexões formuladas por Said, assinale a alternativa
correta.

A cena do garoto e do senhor pedindo esmolas é um traço da cultura religiosa islâmica e, para os pintores europeus da época, a religião era uma das principais diferenças entre eles e os povos do Oriente Médio e do Norte da África.