Fabiano, ao refletir sobre suas condições de trabalho, compara-se a
um negro que trabalha e nunca recebe carta de alforria. A comparação
é baseada na:
Gabarito comentado
Tema central: A questão aborda a comparação feita por Fabiano entre sua situação de trabalhador rural explorado e a dos escravos negros durante o período escravocrata brasileiro, conforme retratado no romance Vidas Secas de Graciliano Ramos. O estudante deve reconhecer a crítica social embutida na analogia e a relação com características do Modernismo da Segunda Fase (fase regionalista ou de 1930).
Análise da alternativa correta (A): Esta opção destaca a lembrança do processo escravocrata brasileiro, em que negros eram tratados como propriedades e privados de liberdade. Fabiano se sente perpetuamente explorado, como se jamais tivesse direito a uma "carta de alforria", símbolo histórico da libertação dos escravizados. Esse raciocínio se alinha com a literatura de denúncia social do Modernismo, que evidencia a continuidade das estruturas de opressão no campo, mesmo após a abolição da escravatura.
Por que as alternativas estão incorretas?
B) Errada pois atribui a falta de progresso de Fabiano a uma "limitação intelectual". O problema não é individual, mas sim fruto da estrutura social injusta destacada pela obra.
C) Errada pois afirma que Fabiano é "preconceituoso" ou possui "falta de conhecimento histórico". Pelo contrário, Fabiano usa a analogia para expressar criticamente sua opressão – não há manifestação de preconceito ou ignorância, mas construção de sentido baseada na vivência.
D) Incorreta pois sugere que Fabiano "conquista melhoras", o que não acontece. A narrativa mostra sua constante estagnação, reforçando a ideia de imobilidade social.
E) Equivocada ao mencionar "antepassados escravos negros alforriados". Não há base textual para esse dado genealógico; a comparação é ampla e social, não pessoal/familiar.
Estratégia de prova: Atenção a expressões específicas ("nunca recebe carta de alforria") e a contextos históricos e sociais do romance. Evite interpretações individuais ou desconexas do enfoque coletivo/estrutural da obra. O Modernismo da 2ª fase é marcado por temas regionais, denúncia social e crítica à opressão.
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