Questão ff1625cd-b9
Prova:UECE 2019
Disciplina:Geografia
Assunto:História da Geografia

Com relação às principais correntes da Geografia, assinale a afirmação verdadeira.

A
Como crítica ao capitalismo e como reação à própria Geografia Tradicional e Quantitativa, surgiu, em meados da década de 1960, a Geografia Crítica Radical, priorizando as representações de ordem simbólica e identitária que estruturam uma atitude e uma percepção com relação ao espaço vivido, ao lugar, à paisagem e ao nível do cotidiano.
B
Imbuída de objetividade, generalidade, lógica formal matemática, uso de técnicas computacionais e exatidão como principais condições de análise do espaço, a corrente Quantitativa e/ou Teorética passou a desenvolver a pesquisa científica em Geografia.
C
A Geografia Teorética, também chamada de Quantitativa, em sua concepção dos estudos da região, da paisagem e do meio, privilegiou a oposição entre o determinismo ambiental e o possibilismo geográfico.
D
A corrente denominada Geografia Cultural e Humanista compreende que o espaço tem um papel tão ativo quanto as outras estruturas das esferas de reprodução social, fazendo parte da dialética do modo de produção que o funda, dentre as quais predomina a estrutura econômica.

Gabarito comentado

T
Taina VegaMonitor do Qconcursos

Resposta correta: Alternativa B.

Tema central: História das correntes da Geografia — identificar enfoques metodológicos e epistemológicos (Quantitativa/Teorética, Humanista/Cultural, Marxista/Critica, Regional/Tradicional).

Resumo teórico: A Revolução Quantitativa (décadas de 1950–1970) trouxe ênfase em objetividade, modelagem matemática, estatística e informática — autores e obras-chave: Peter Haggett, William Bunge e trabalhos sobre modelos e sistemas espaciais. A Geografia Teorética/Quantitativa valoriza generalização, mensuração e técnicas formais. Em contraste, a Geografia Humanista (Yi-Fu Tuan) e Cultural privilegiam sentido, experiência e representações; a Geografia Crítica/Marxista (David Harvey e outros) focaliza a análise das relações socioeconômicas e da reprodução do espaço segundo a lógica do capitalismo. O debate determinismo vs. possibilismo pertence a uma fase anterior (século XIX–início XX), associada a Vidal de la Blache e ao determinismo ambiental/ratzeliano.

Por que a alternativa B está correta: A descrição de B aponta explicitamente para objetividade, lógica formal matemática, técnicas computacionais e exatidão como condições de análise — características definidoras da corrente Quantitativa/Teorética. Logo, a alternativa resume corretamente o núcleo metodológico dessa corrente.

Análise das alternativas incorretas: A — Incorreta: mistura características. A crítica ao capitalismo é marca da Geografia Crítica/Marxista, mas a ênfase em representações simbólicas e identitárias pertence mais à Geografia Cultural/Humanista; além disso, a datação e a nomenclatura (“Crítica Radical” com esse foco) estão imprecisas. C — Incorreta: a oposição determinismo vs. possibilismo não é problemática central da Geografia Quantitativa/Teorética; esse confronto é de natureza histórica e antecede a Revolução Quantitativa. D — Incorreta: afirmar que a Geografia Cultural/Humanista vê o espaço como parte da dialética do modo de produção e que predomina a estrutura econômica confunde-a com a Geografia Marxista. A corrente humanista enfatiza experiências, sentido e valores, não a primazia da base econômica.

Estratégia para resolver questões assim: - Identifique palavras-chave metodológicas (ex.: “matemática”, “computacionais” → Quantitativa). - Relacione atores/objetivos (crítica ao capitalismo → Marxista; sentido/experiência → Humanista). - Verifique a historicidade: determinismo vs. possibilismo = tema clássico, não quantitativo.

Fontes rápidas: Haggett (Modelos em Geografia), Bunge (Theoretical Geography), Tuan (Space and Place), Harvey (Social Justice and the City).

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