A respeito dos novos sistemas técnicos de comunicação e transporte de pessoas e mercadorias, bem como das novas articulações em redes urbanas no Brasil, e a atuação e importância das políticas de desenvolvimento territorial do Estado brasileiro, é correto afirmar que

a configuração geográfica das empresas em rede, coloca‑se como um empecilho à aplicabilidade das novas tecnologias propositoras de mudanças organizacionais da produção e do consumo, já que a forma regionalizada clássica ainda é a melhor política de desenvolvimento econômico estratégico no período da mundialização financeira e do capital.

em parte das duas últimas décadas, as políticas de desenvolvimento do governo federal transformaram os investimentos em infraestrutura de transporte, comunicação e geração de energia em base para o próprio dinamismo econômico do país.

o Brasil tem dimensão continental onde se produzem e circulam bens e informações em ritmo acelerado, motivo pelo qual seus sistemas de transporte e comunicação estão entre os mais competitivos e eficientes do mundo.

a hierarquia ainda presente na rede urbana brasileira, com metrópoles que centralizam a gestão, as decisões e os fluxos ocorrentes na rede urbana propõe homogeneidade na presença do mercado e das instituições em todo o território brasileiro.

Gabarito comentado

Taina VegaMonitor do Qconcursos

Alternativa correta: B

Tema central: relações entre novas tecnologias de transporte e comunicação, redes urbanas e políticas públicas de desenvolvimento territorial no Brasil. Importância: entender como o Estado e investimentos em infraestrutura influenciam a dinâmica espacial e econômica do país.

Resumo teórico: a mundialização e a revolução das TICs reforçaram o papel das redes (empresas, cidades, fluxos de mercadorias/informação). O Estado, por meio de políticas públicas, pode atuar como indutor territorial ao investir em rodovias, ferrovias, portos, energia e telecomunicações, reduzindo custos logísticos e integrando mercados (ver PAC — Programa de Aceleração do Crescimento; estudos do IPEA e IBGE sobre infraestrutura).

Justificativa da alternativa B: a opção reconhece que, em parte das últimas duas décadas, políticas federais transformaram investimentos em infraestrutura em base do dinamismo econômico — o que é consistente com programas como o PAC e ações de ampliação de energia, transportes e telecomunicações, que integraram cadeias produtivas e reduziram gargalos regionais. Fontes relevantes: relatórios do IPEA, IBGE e programas federais de infraestrutura (Ministério da Infraestrutura).

Análise das incorretas:

A — Errada. Afirma que a organização empresarial em rede é um empecilho às novas tecnologias. Na prática, a rede facilita difusão de inovações, flexibilidade produtiva e logística; a ideia de modelo regionalizado clássico como “melhor política” ignora a dinâmica da globalização e dos fluxos.

C — Errada. Afirma que os sistemas de transporte e comunicação brasileiros estão entre os mais competitivos do mundo. Isso é exagero: o Brasil enfrenta elevados custos logísticos, infraestrutura deficitária em trechos ferroviários e estradas com manutenção insuficiente; rankings internacionais (ex.: World Bank LPI) indicam desempenho mediano.

D — Errada. A hierarquia urbana de fato concentra decisões e fluxos nas metrópoles, mas isso gera desigualdade e heterogeneidade territorial, não homogeneidade de mercado e instituições.

Dica de prova: procure por expressões temporais/quantificadoras e evite alternativas com generalizações absolutas. Relacione enunciado histórico (políticas públicas recentes) com programas concretos (PAC, investimentos em portos/energia/telecom).

Principais referências sugeridas: IBGE (infraestrutura e estudos urbanos), IPEA (diagnósticos de logística), relatórios do Ministério da Infraestrutura e World Bank (Logistics Performance Index).

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