Em comparação à radiação alfa e beta, a
radiação gama tem maior poder de penetração
no corpo humano. Por isso, é o tipo de radiação
ionizante com maior potencial de provocar
mutações no genoma.
“O recente acidente nuclear no Japão reacendeu a
polêmica em torno desse tipo de geração de
energia e está causando preocupação entre as
populações que vivem próximas a usinas. Mesmo
em Angra dos Reis, na Costa Verde Fluminense,
onde não existe risco de tsunamis ou terremotos,
parte da população está ainda mais aflita com um
possível vazamento radioativo nas usinas Angra 1 e
2, criadas na década de 70. Uma possível falha
humana ou no reator seria o suficiente para uma
tragédia na região, que possui cerca de 200 mil
habitantes”. (Texto extraído de
< http://jornal.ofluminense.com.br/editorias/cidades/t
ragedia-no-japao-deixa-angra-dos-reis-na-costaverde-do-rj-em-alerta>. Acesso em 13/6/2011).
Com relação à radiação e seus efeitos no
organismo humano, assinale o que for correto.
Gabarito comentado
Alternativa correta: C — Certo
Tema central: interação da radiação ionizante com tecidos e consequências genéticas. Para responder é preciso distinguir dois conceitos-chave: poder de penetração e capacidade ionizante (LET).
Resumo teórico claro e progressivo:
Radiação gama = fótons de alta energia, sem carga; têm alto poder de penetração e atravessam o corpo, alcançando órgãos internos e células reprodutoras. Fontes: OMS/IAEA sobre radiações ionizantes.
Radiação alfa = partículas massivas, carga +2; apresentam alta LET (muita ionização por percurso) mas baixa penetração (parada pela pele ou poucos mm). Portanto, são extremamente danosas se internalizadas (ingeridas/inspiradas), causando lesões locais intensas no DNA.
Radiação beta = elétrons; penetração e LET intermediários.
Por que a afirmativa está correta?
Como a frase compara capacidade de provocar mutações considerando exposição ao organismo humano em geral, o fator determinante é a capacidade de alcançar células internas. A radiação gama, por penetrar mais, pode irradiar extensamente tecidos e células do corpo (incluindo células germinativas), aumentando a probabilidade de mutações sistêmicas. Assim, em termos de risco de causar mutações no genoma de células internas em exposições externas, a radiação gama tem maior potencial prático para produzir essas mutações do que alfa ou beta.
Observação técnica importante (para não confundir): individualmente, uma partícula alfa que atinge diretamente o DNA produz danos muito mais graves localmente devido ao alto LET; porém, por não penetrar, seu efeito sistêmico externo é menor. A questão trata do potencial geral de provocar mutações no organismo humano — daí a correção da afirmativa.
Fontes: WHO - Ionizing radiation, health effects; IAEA safety basics; Hall & Giaccia, Radiobiology for the Radiologist.
Gostou do comentário? Deixe sua avaliação aqui embaixo!






