Questão f4cf3745-d9
Prova:FAMERP 2019
Disciplina:História e Geografia de Estados e Municípios
Assunto:História e Geografia do Estado de Minas Gerais

A camada intermediária abrangia, nas Minas, indivíduos entregues a uma gama variada de atividades profissionais. Creio ser possível arriscar a hipótese de que poucos viviam com certo conforto e despreocupação, a grande maioria sendo constituída pelos que tinham de lutar diariamente pela subsistência, numa capitania inteiramente voltada para a faina aurífera e para a mineração de diamantes.

(Laura Vergueiro. Opulência e miséria das Minas Gerais, 1983.)


Entre os membros do grupo social apresentado no texto, viviam nas Minas Gerais do século XVIII:

A
pecuaristas, alfaiates e escravos.
B
vendeiros, bandeirantes e grandes produtores rurais.
C
pintores, altos dignitários da Igreja e prostitutas.
D
tropeiros, contratadores de diamante e romeiros.
E
carpinteiros, padres e faiscadores.

Gabarito comentado

M
Monica Lima Monitor do Qconcursos

Alternativa correta: E

Tema central: reconhecimento da composição social da “camada intermediária” em Minas Gerais no século XVIII — ou seja, quais ocupações e posições sociais eram típicas de quem não era nem elite nem camada mais pobre e servil. Para resolver a questão é preciso relacionar o funcionamento da economia mineradora (ouro e diamante) com as profissões urbanas e rurais presentes nas vilas e arraiais.

Resumo teórico: a sociedade das Minas do século XVIII era marcada pela mineração como eixo econômico. Havia elites (autoridades, grandes proprietários, comerciantes ricos), uma ampla camada intermediária formada por artesãos, pequenos comerciantes, oficiais especializados, clero local e trabalhadores livres ligados à mineração e aos serviços urbanos, e por fim populações muito pobres e escravizadas. Fontes como Laura Vergueiro (Opulência e Miséria das Minas Gerais, 1983) discutem essa diversidade ocupacional e a precariedade da maioria.

Por que E é correta: “carpinteiros, padres e faiscadores” representam bem a heterogeneidade da camada intermediária: carpinteiros são artesãos urbanos/obreiros; padres (párocos e capelães locais) integravam o clero de proximidade, com posição social intermediária; faiscadores (pequenos garimpeiros) eram trabalhadores livres diretamente ligados à extração, muitos lutando diariamente pela subsistência — exatamente o perfil descrito no texto.

Análise das alternativas incorretas:

A — pecuaristas, alfaiates e escravos: alfaiates cabem na camada intermediária, mas escravos não são parte dessa categoria social (eram propriedade), e pecuaristas eram mais comuns em outras economias; portanto a presença de “escravos” inviabiliza a alternativa.

B — vendeiros, bandeirantes e grandes produtores rurais: vendeiros (comerciantes) poderiam estar na intermediária, mas bandeirantes são figura associada a outras fases e regiões (séculos XVII, São Paulo) e “grandes produtores rurais” não representam a maioria numa capitania dirigida à mineração.

C — pintores, altos dignitários da Igreja e prostitutas: “altos dignitários” pertencem à elite e não à camada intermediária; pintores eram pouco representativos; prostitutas são marginalizadas/urbanas, não caracterizam a maioria intermediária descrita.

D — tropeiros, contratadores de diamante e romeiros: tropeiros podem aparecer, mas “contratadores de diamante” eram agentes especializados e de maior posição, e romeiros são devotos/temporários, não ocupações representativas da camada intermediária.

Estrategia de prova: busque nas palavras-chave evidências de status social (ex.: “altos”, “grandes”, “escravos” indicam categorias fora da camada intermediária) e elimine alternativas com elementos anacrônicos ou incompatíveis com a economia mineradora.

Fonte recomendada: Laura Vergueiro, Opulência e Miséria das Minas Gerais (1983) — para aprofundar a leitura sobre estratificação social nas Minas setecentistas.

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