Leia o texto abaixo:
“O argumento de que o crescimento econômico é a solução já não basta. Não há recursos naturais para suportar o
crescimento constante. A Terra é finita e a economia clássica sempre ignorou essa verdade elementar", afirma o
economista Hugo Penteado, autor do livro Ecoeconomia - Uma Nova Abordagem. “A economia baseada no
mecanicismo não oferece mais respostas. É preciso encontrar um novo modelo, que dê respostas a questões como
geração de empregos, desenvolvimento com qualidade e até mesmo uma desmaterialização do sistema. Vender
serviços, não apenas produtos, e também produzir em ciclos fechados, sem desperdício", afirma Paulo Durval Branco,
professor da Escola Superior de Conservação Ambiental e Sustentabilidade (Escas).
Segundo Branco, embora as empresas venham repetindo a palavra sustentabilidade como um mantra, são
pouquíssimas as que fizeram mudanças efetivas em seus modelos de negócio. O desperdício de matérias-primas, o
estímulo ao consumismo e a obsolescência programada (bens fabricados com data certa para serem substituídos) ainda
ditam as regras. "Mesmo nas companhias que são consideradas vanguarda em sustentabilidade, essas questões não
estão sendo observadas. O paradigma vigente é crescer, conquistar mais consumidores, elevar o lucro do acionista."
Fonte: Andrea Vialli. O Estado de São Paulo 14 de maio de 2009.(http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,consumo-xambiente,370935,0.htm)
O texto acima destaca um problema da sociedade contemporânea. Assinale a afirmativa a que se refere este
problema:
Gabarito comentado
Resposta: Alternativa A
Tema central: o texto trata da insustentabilidade do padrão atual de desenvolvimento, que pressiona os recursos naturais além da capacidade de reposição — conceito essencial em Ecologia e Ciências Ambientais.
Resumo teórico: sustentabilidade significa satisfazer as necessidades presentes sem comprometer as gerações futuras (Relatório Brundtland, 1987). Conceitos úteis: capacidade de suporte (carrying capacity), pegada ecológica (Wackernagel & Rees) e limites planetários (Rockström et al., 2009). Quando consumo > capacidade de regeneração ocorre overshoot, com esgotamento de recursos e degradação ambiental.
Justificativa da alternativa A: o texto afirma que “a Terra é finita” e critica crescimento constante, desperdício e obsolescência programada — ideias que indicam claramente que o consumo cresce mais rápido que a capacidade de regeneração dos sistemas naturais. Assim, A resume corretamente o problema apontado.
Análise das alternativas incorretas:
B — “O desenvolvimento sustentável não é uma meta possível.” Texto não nega a possibilidade; propõe outro modelo (ciclos fechados, serviços). Logo, é pessimista demais e não condiz com o conteúdo.
C — “O sistema clássico é o único capaz…” Contraponto do texto: critica a economia clássica por ignorar limites naturais. Afirmativa contraria a mensagem.
D — “Conquistar novos consumidores pode acelerar sustentabilidade.” Falso: conquistar consumidores é descrito como parte do problema (estimula consumismo), não solução.
E — “Sustentabilidade só com aumento de consumo.” Contraditório: sustentabilidade exige redução de desperdício e desmaterialização, não aumento do consumo.
Dica de interpretação: procure palavras-chave no enunciado (“finita”, “desperdício”, “obsolescência”) e elimine alternativas com termos absolutos (“só”, “único”, “apenas”) ou que invertam a lógica apresentada.
Fontes indicadas: Relatório Brundtland (1987); Rockström et al., 2009 (Limites Planetários); Wackernagel & Rees (Pegada Ecológica).
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