“O tempo rotinizado prendia o trabalho ao solo, enquanto a massa dos prédios da fábrica, o peso do maquinário e o trabalho permanentemente atado acorrentavam o capital. Nem capital nem trabalho estavam ansiosos para mudar, e nem seriam capazes disso”. (grifos nossos) (Zigmunt Baumam – A Modernidade Líquida, 2001, p. 135.)
Os elementos grifados no texto são típicos de uma fase do processo de industrialização. Portanto, o autor faz referência
Os elementos grifados no texto são típicos de uma fase do processo de industrialização. Portanto, o autor faz referência
Gabarito comentado
Resposta correta: Alternativa A
Tema central: o enunciado descreve características materiais e organizacionais de uma fase específica da industrialização — fábricas pesadas, maquinário fixo e trabalho rigidamente preso ao local — sinais típicos do fordismo.
Resumo teórico: o fordismo (início do século XX) combina a linha de montagem de Henry Ford com o controle racional do trabalho (taylorismo). Resulta em produção em série, postos fixos, grande maquinário e edifícios industriais volumosos, trabalho pouco móvel e rígido, visando escala e consumo de massa (ver Bauman, 2001; Aglietta, 1976; referências históricas a Ford/Taylor).
Por que a alternativa A é correta: os trechos grifados — "massa dos prédios", "peso do maquinário", "trabalho permanentemente atado" — remetem à imobilidade do capital e do trabalho típica do modelo fordista, com produção padronizada, postos fixos e baixa flexibilidade no processo produtivo.
Análise das alternativas incorretas:
B (Artesanato): as corporações limitavam produção, mas eram baseadas em oficinas e trabalho manual e móvel, não em grandes prédios e maquinário pesado.
C (Pós-fordista): caracteriza-se por flexibilidade, alta tecnologia, produção enxuta e estoque reduzido — oposto à rigidez e ao grande maquinário descritos.
D (Manufatura): refere-se a produção artesanal organizada em oficinas antes da completa mecanização; haveria divisão técnica do trabalho, mas ainda sem a escala e o maquinário pesado e a rigidez do fordismo.
E (Sistema de putting-out): descreve trabalho doméstico rural e distribuição de etapas entre artesãos — sem fábricas pesadas nem “prender” trabalho ao solo como no enunciado.
Estratégia de prova: foque nas palavras-chave do enunciado que indicam materialidade (prédios, maquinário, peso) e rigidez do trabalho — relacionam-se diretamente ao modelo produtivo; descarte opções que descrevem flexibilidade, trabalho doméstico ou formas pré-industriais.
Fonte(s) sugerida(s): Z. Bauman (A Modernidade Líquida, 2001); estudos clássicos sobre Fordismo/Taylorismo e Regulação (ex.: Aglietta, 1976).
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