Questão f3cd554e-af
Prova:
Disciplina:
Assunto:
Leia o fragmento da carta elaborada por um trabalhador e enviada ao redator do jornal do Ceará, no séc.
XVIII:
[...] Ignorante do modo de viver, e a negociar-se n’estas águas, comecei a informar-me dos diversos cearenses
que nas barracas ia encontrando, sobre o estado de riquezas em que se achavam? Então todos em uma só voz
diziam-me: ah! meu pobre velho, em que desgraça veio você cair no seu último quartel de vida! Aqui o nome
de riqueza e liberdade já está riscado das nossas imaginações; aqui nem sequer vive-se; morre-se em
tormentos! Esses pérfidos patrões, que você por aí vê, são o refugo da sociedade humana, são os usurários
mais desalmados do mundo; eles próprios vendidos não pagariam a centésima parte que devem no Pará, e,
entretanto, vendem-nos aqui os objetos de primeira necessidade por 100 vezes mais do custo d’eles no Ceará;
exemplo: lá na sua Meruoca custa uma terça da melhor farinha 50 réis, aqui, igual porção e podre, custa 5000
réis! E o mais tudo é n’este gosto. Agora enquanto você vai de viagem não nos acreditará, porém breve
achará ser ainda mais do que dizemos; aqui, por mais que se trabalhe, e se economize, nunca se salda contas
com o patrão, pelo contrário, a dívida cresce espantosamente e sempre!
2ª carta do “Caboclo Velho” ao redactor do Jornal Cearense, Hyutananhan, 28 de Junho de 1873 apud CARDOSO,
Antônio A. I. Ecos de blasphemias e ranger de dentes: trajetórias de migrantes Ceará-Amazônia e o ofício dos
paroaras. (1852-1877). Embornal, Fortaleza, v. 1, n. 1, p. 19-20, 2010. [Adaptado]
A partir das indicações sugeridas na fonte, é CORRETO afirmar sobre as relações de trabalho no Brasil
Leia o fragmento da carta elaborada por um trabalhador e enviada ao redator do jornal do Ceará, no séc.
XVIII:
[...] Ignorante do modo de viver, e a negociar-se n’estas águas, comecei a informar-me dos diversos cearenses
que nas barracas ia encontrando, sobre o estado de riquezas em que se achavam? Então todos em uma só voz
diziam-me: ah! meu pobre velho, em que desgraça veio você cair no seu último quartel de vida! Aqui o nome
de riqueza e liberdade já está riscado das nossas imaginações; aqui nem sequer vive-se; morre-se em
tormentos! Esses pérfidos patrões, que você por aí vê, são o refugo da sociedade humana, são os usurários
mais desalmados do mundo; eles próprios vendidos não pagariam a centésima parte que devem no Pará, e,
entretanto, vendem-nos aqui os objetos de primeira necessidade por 100 vezes mais do custo d’eles no Ceará;
exemplo: lá na sua Meruoca custa uma terça da melhor farinha 50 réis, aqui, igual porção e podre, custa 5000
réis! E o mais tudo é n’este gosto. Agora enquanto você vai de viagem não nos acreditará, porém breve
achará ser ainda mais do que dizemos; aqui, por mais que se trabalhe, e se economize, nunca se salda contas
com o patrão, pelo contrário, a dívida cresce espantosamente e sempre!
2ª carta do “Caboclo Velho” ao redactor do Jornal Cearense, Hyutananhan, 28 de Junho de 1873 apud CARDOSO,
Antônio A. I. Ecos de blasphemias e ranger de dentes: trajetórias de migrantes Ceará-Amazônia e o ofício dos
paroaras. (1852-1877). Embornal, Fortaleza, v. 1, n. 1, p. 19-20, 2010. [Adaptado]
A partir das indicações sugeridas na fonte, é CORRETO afirmar sobre as relações de trabalho no Brasil
A
A contratação de trabalhadores por endividamento antecipado faz com que, muitas vezes, suas dívidas
não sejam quitadas e, ainda, sejam ampliadas. Historicamente, essa prática favorece o abuso de
relações de trabalho e a manutenção de péssimas condições de vida aos trabalhadores nas regiões em
que são alojados.
B
A ocupação da Amazônia pelos cearenses, a partir de meados do séc. XIX, permitiu a exploração
extrativista da região, além de garantir o retorno financeiro esperado pelos trabalhadores, que muitas
vezes enviavam parte desses recursos para as famílias que ficaram nas cidades do Ceará.
C
A facilidade de acesso a postos de trabalho no País permitia que intermediadores (gatos) se dirigissem
para cidades com grande número de trabalhadores empregados promovendo frentes de trabalho,
propondo postos de trabalho concorrentes, sem prejuízos à saúde e afastando-os de endividamentos
irregulares.
D
A conservação ambiental como temos hoje na Amazônia foi promovida graças às ações desenvolvidas
desde o séc. XVIII, pois em primeiro lugar estavam os cuidados com a natureza e a qualidade de vida
do trabalhador.
E
A condição descrita na carta foi vivenciada apenas nessa circunstância, uma vez que essas relações de
trabalho não foram experimentadas no País em outros momentos históricos, pois se tornou um crime
contra os trabalhadores.