Se o vocábulo “exemplar”, no último período do texto, fosse colocado no plural, quantos outros, além
dele, sofreriam modificação? (Leve em consideração um leitor para cada exemplar).
O prazer e o risco de emprestar um livro
“Empresto até dinheiro, mas não me peça meus livros.” Perdi a conta de quantas vezes ouvi amigos
repetirem essa frase e muitas de suas variações. Alguns diziam o mesmo sobre os CDs, quando o CD ainda
existia. O mundo mudou. As coleções de CDs acumulam poeira e, hoje em dia, é difícil achar alguém que
queira pegar um deles emprestado. Para os leitores, a vida mudou pouco. Nunca vi alguém pedir um Kindle
emprestado. Mas enquanto tivermos livros impressos - e os temos aos montes -, nos veremos frequentemente
diante dessa questão: emprestar ou não emprestar?
A decisão de emprestar um livro é em sua natureza um gesto de amor à leitura. O prazer de ler é tão
grande que precisamos compartilhá-lo. Nada mais frustrante do que terminar uma história incrível e não ter
com quem conversar sobre ela. Emprestar um livro é buscar companhia num mundo em que os leitores
infelizmente ainda são minoria.
Quem é contra o empréstimo de livros costuma ter um argumento forte para justificar sua postura: por
mais que confiemos em quem pediu o livro emprestado, há uma enorme chance de que o livro não seja
devolvido. O mundo fora da estante é perigoso. Mesmo ambientes aparentemente seguros escondem
armadilhas. Já fui vítima de uma delas. Pouco depois do lançamento de A visita cruel do tempo, de Jennifer
Egan, deixei meu exemplar com um colega de trabalho. Ele gostou tanto do romance quanto eu. Animados
com a nossa conversa, outros colegas se interessaram pela obra. O livro passou de mão em mãos e o perdi
de vista. Não posso dizer que o revés foi inesperado. Outros livros tiveram um destino parecido. Continuo a
emprestar livros, mesmo correndo o risco de perdê-los. Gosto de saber que meu exemplar de A visita cruel dotempo foi parar nas mãos de um leitor misterioso, em vez de acumular poeira em minha estante. [...] (adaptado).
VENTICINQUE, Danilo. Disponível em: <http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/danilo-venticinque/noticia/2014/04/o-prazer-e-o-risco-debemprestar-um-livrob.html>.
Acesso em: 5 abr. 2014
O prazer e o risco de emprestar um livro
“Empresto até dinheiro, mas não me peça meus livros.” Perdi a conta de quantas vezes ouvi amigos repetirem essa frase e muitas de suas variações. Alguns diziam o mesmo sobre os CDs, quando o CD ainda existia. O mundo mudou. As coleções de CDs acumulam poeira e, hoje em dia, é difícil achar alguém que queira pegar um deles emprestado. Para os leitores, a vida mudou pouco. Nunca vi alguém pedir um Kindle emprestado. Mas enquanto tivermos livros impressos - e os temos aos montes -, nos veremos frequentemente diante dessa questão: emprestar ou não emprestar? A decisão de emprestar um livro é em sua natureza um gesto de amor à leitura. O prazer de ler é tão grande que precisamos compartilhá-lo. Nada mais frustrante do que terminar uma história incrível e não ter com quem conversar sobre ela. Emprestar um livro é buscar companhia num mundo em que os leitores infelizmente ainda são minoria.
Quem é contra o empréstimo de livros costuma ter um argumento forte para justificar sua postura: por mais que confiemos em quem pediu o livro emprestado, há uma enorme chance de que o livro não seja devolvido. O mundo fora da estante é perigoso. Mesmo ambientes aparentemente seguros escondem armadilhas. Já fui vítima de uma delas. Pouco depois do lançamento de A visita cruel do tempo, de Jennifer Egan, deixei meu exemplar com um colega de trabalho. Ele gostou tanto do romance quanto eu. Animados com a nossa conversa, outros colegas se interessaram pela obra. O livro passou de mão em mãos e o perdi de vista. Não posso dizer que o revés foi inesperado. Outros livros tiveram um destino parecido. Continuo a emprestar livros, mesmo correndo o risco de perdê-los. Gosto de saber que meu exemplar de A visita cruel dotempo foi parar nas mãos de um leitor misterioso, em vez de acumular poeira em minha estante. [...] (adaptado).
VENTICINQUE, Danilo. Disponível em: <http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/danilo-venticinque/noticia/2014/04/o-prazer-e-o-risco-debemprestar-um-livrob.html>.
Acesso em: 5 abr. 2014
Gabarito comentado
Tema central: Concordância nominal e verbal, além da coesão referencial. A questão exige identificar palavras e formas verbais afetadas pela mudança do substantivo “exemplar” para o plural, exigindo ajustes de pronomes, verbos e adjetivos para manter a correção gramatical e textual conforme a norma-padrão.
Justificativa da alternativa correta (E):
Ao pluralizar “exemplar” → “exemplares”, todas as palavras que concordam com ele ou referem-se a ele devem ir para o plural. Veja a análise do trecho do texto:
Frase original: “…que meu exemplar de A visita cruel do tempo foi parar nas mãos de um leitor misterioso, em vez de acumular poeira…”
Se “exemplar” vai para o plural, temos:
1. meu → meus (pronome possessivo acompanha o substantivo)
2. foi → foram (o verbo precisa concordar com sujeito plural)
3. parar → pararem (infinitivo flexionado concorda com “exemplares” – construção do infinitivo pessoal, conforme Bechara)
4. um leitor → leitores (um exemplar/um leitor, logo, exemplares/leitores)
5. misterioso → misteriosos (adjetivo deve concordar com “leitores”)
6. acumular → acumularem (o infinitivo flexiona para concordar com o sujeito “exemplares”)
Logo, seis palavras além de “exemplar” mudam, justificando a alternativa E (Seis).
Análise das alternativas incorretas:
A) Dois / B) Três / C) Quatro / D) Cinco — Todas subestimam o necessário ajuste de pronomes, verbos, adjetivos e infinitivos pessoais. Ignorar qualquer desses elementos violaria a regra da concordância segundo os gramáticos Bechara e Cunha & Cintra, prejudicando a coesão textual. Atenção: o infinitivo flexiona quando o sujeito é expresso e precisa ser identificado no contexto!
Estratégia para provas: Sempre revise a frase inteira quando mudar o número de um substantivo. Observe pronomes, verbos e palavras relacionadas! Pegadinhas surgem justamente na omissão dessas pequenas flexões.
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