Através da trajetória do narrador-personagem, Castelo, no conto “O homem que sabia javanês”, de
Lima Barreto, revela-se uma crítica:
Gabarito comentado
Tema central da questão: O foco recai sobre a crítica social presente em “O homem que sabia javanês”, de Lima Barreto, destacando a sátira à valorização do saber aparente em detrimento do verdadeiro conhecimento.
Explicação didática: No conto, Castelo finge ser especialista em javanês, sem nunca ter estudado a língua. Utilizando estratégias de convencimento e explorando a falta de cobrança sobre sua real competência, ele progride socialmente. Esse enredo ilustra, conforme a teoria literária, uma crítica à cultura de fachada e ao pseudointelectualismo, como já discutido em estudos sobre a obra de Lima Barreto.
Justificativa da alternativa correta:
Alternativa A: “à ascensão do pseudointelectual numa sociedade voltada para a valorização do saber ‘oco’, da cultura de fachada.”
O fundamento para a escolha é a ironia que permeia todo o conto: a ascensão de um “especialista” sem qualificação real ilustra uma sociedade que premia aparências e não o mérito. Esta alternativa sintetiza perfeitamente a crítica de Lima Barreto ao bacharelismo e ao reconhecimento do saber superficial, como destacado em manuais literários consagrados.
Análise das alternativas incorretas:
- B: Trata do “morador do subúrbio” e costumes provincianos, que não são foco nem alvo do conto.
- C: Menciona a “mediocridade arrogante da classe média carioca”, mas a crítica de Barreto é mais abrangente e direcionada à alta cultura e suas armadilhas.
- D: Apresenta o tema da distância entre cultura oficial e popular, elemento não central no texto analisado.
- E: Fala da “obsessão por título de doutor”. Apesar de haver crítica ao bacharelismo, o alvo é mais o saber de fachada do que a titulação acadêmica em si.
Estratégia de interpretação: Identifique expressões-chave, como “pseudointelectual”, “cultura de fachada” e relacione-as ao comportamento do protagonista e à mensagem do autor. Atenção para armadilhas que transferem a crítica para outros grupos sociais que não são o foco do conto.
Conclusão: O ponto central é a denúncia da superficialidade cultural e da validação social sem mérito, frequente na obra de Lima Barreto, especialmente em “O homem que sabia javanês”.
Gostou do comentário? Deixe sua avaliação aqui embaixo!






