Região hidrográfica é uma área que abrange uma ou mais bacias hidrográficas contíguas e pelas águas subterrâneas e costeiras que lhes estão associadas. A região hidrográfica é, assim, uma divisão administrativa, constituindo-se como a unidade principal de planejamento e gestão das águas, tendo por base a bacia hidrográfica. (GUERINO. 2013. p. 26-27).

Considerando-se o texto e os conhecimentos sobre as bacias hidrográficas brasileiras, suas potencialidades e seu aproveitamento, o meio ambiente, sua exploração, seus problemas e desenvolvimento sustentável, é correto afirmar:

Os rios brasileiros atingem dimensões extraordinárias, principalmente os rios de planícies, muito utilizados na navegação e no transporte.

O Sistema Itaparica, situado no médio São Francisco, envolve um conjunto de ações destinadas à geração de energia elétrica e à agricultura irrigada, compreendendo os estados de Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia (as microrregiões de Barra, Juazeiro e Paulo Afonso).

As hidrovias brasileiras demonstram a existência de uma desenvolvida rede fluvial, com reduzida capacidade de aproveitamento como aquavia, devido à presença de numerosas corredeiras ou de quedas d´àgua de grande importância, porém mal localizadas em relação às regiões mais populosas do país.

O aproveitamento dos rios brasileiros, marcado no passado pelo rio São Francisco, conhecido como “rio da Unidade Nacional”, registra, nos dias atuais, a recuperação de inúmeras hidrovias que, interligadas aos nossos equipados portos costeiros, proporcionam o barateamento e o escoamento das imensas safras agrícolas para o mercado externo.

O desenvolvimento sustentável em prática na exploração econômica da Amazônia é fundamentado em princípios ecológicos, que proporcionam uma segura qualidade de vida à sua população.

Gabarito comentado

Paula DelgadoMonitor do Qconcursos

Alternativa correta: C

Tema central: gestão e aproveitamento das bacias hidrográficas e das hidrovias brasileiras — conhecimento essencial em Geografia Física e planejamento hídrico (Guerino, 2013; Agência Nacional de Águas – ANA).

Resumo teórico: O Brasil possui uma extensa rede fluvial. Alguns rios de planície (ex.: Amazonas) são altamente navegáveis, mas há limitações: quedas d’água, corredeiras e trechos intermitentes ou sazonalmente impróprios reduzem o aproveitamento como via aquaviária. Além disso, boa parte das bacias mais navegáveis está distante dos grandes centros de consumo e produção (impactando logística). Fontes: GUERINO (2013); ANA; PNRH.

Por que a alternativa C está correta: ela reconhece duas ideias centrais e verídicas — (1) existe uma rede fluvial ampla, e (2) a capacidade de aproveitamento é limitada por corredeiras/quedas e pela má localização relativa aos polos populacionais e econômicos. Exemplos: trechos do São Francisco (Paulo Afonso) e dos rios do Sudeste/Sul com quedas que fragmentam a navegação; hidrovias úteis na Amazônia ficam longe dos principais mercados.

Por que as demais alternativas estão incorretas:

A — Generaliza: embora haja rios de grande dimensão, nem todos são “muito utilizados” na navegação. Uso varía por sazonalidade, infraestrutura e obstáculos naturais.

B — Informação geográfica equivocada: o “Sistema Itaparica” refere-se a obras no São Francisco, mas a descrição amplia indevidamente sua abrangência (cita estados/microrregiões que não coincidem corretamente com o projeto).

D — Exagera a recuperação de hidrovias: o país não possui uma rede hidroviária integrada e modernamente recuperada que substitua ou reduza de modo generalizado o transporte rodoviário/ferroviário; a integração com portos ainda é limitada.

E — Idealiza a exploração da Amazônia: a realidade mostra práticas frequentemente insustentáveis (desmatamento, conflitos socioambientais) que não garantem qualidade de vida segura à população local.

Dica de prova: desconfie de termos absolutos ("muito utilizados", "inúmeras", "proporcionam") e cheque se a afirmação combina fato físico (queda, navegabilidade) com localização socioeconômica. Cruzar conhecimento físico com geopolítico ajuda a identificar a alternativa mais plausível.

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