Nota intitulada “Urbano ou rural?” foi destaque na coluna Radar, na revistaVeja. Ela apresenta o caso extremo de União da Serra (RS), município de 1900 habitantes, dos quais 286 são considerados urbanos. A reportagem da revista apontou as seguintes evidências: a) a totalidade dos moradores sobrevive de rendimentos associados à agropecuária; b) a “população” de galinhas e bois é 200 vezes maior que a de pessoas; c) nenhuma residência é atendida por rede de esgoto; d) não há agência bancária.

JOSÉ ELI DA VEIGA

Adaptado de www.zeeli.pro.br.

A situação descrita no texto ocorre porque, no Brasil, a classificação oficial de uma aglomeração urbana se dá exclusivamente a partir do seguinte critério:

Alternativa correta: C — político-administrativo

Tema e relevância. A questão trata da diferença entre a realidade sociodemográfica e a classificação oficial de áreas como "urbanas" ou "rurais" no Brasil — assunto frequente em provas de geografia porque exige distinguir conceito técnico (uso administrativo) de indicadores sociais (infraestrutura, atividades econômicas).

Resumo teórico. No Brasil, a definição oficial de área urbana é de caráter político‑administrativo: são urbanas as sedes dos municípios e os bairros/distritos que a legislação municipal delimita como urbanos. Essa é a regra adotada pelo IBGE para contagem e divulgação dos dados censitários. Em outras palavras, não é o fato de haver esgoto, banco ou predominância de agropecuária que determina oficialmente a classificação.

Justificativa da alternativa C. A reportagem descreve um local com características rurais (predomínio da agropecuária, pouco serviço urbano), mas declarado "urbano" porque juridicamente é sede municipal. Essa distinção mostra que o critério usado é o administrativo — a unidade política (município/sede) define a urbanidade oficial. Fontes: IBGE — conceitos de área urbana e divisão político‑administrativa (Censo Demográfico).

Análise das alternativas incorretas.

A — hierárquico‑funcional: refere‑se à posição e funções dos centros na rede urbana (hierarquia urbana), usado em estudos de centralidade, não para a classificação legal.

B — econômico‑financeiro: conecta‑se à base econômica (indústria, serviços, agropecuária), mas não é critério oficial para declarar um aglomerado urbano.

D — demográfico‑quantitativo: embora populações e densidade sejam indicadores úteis, o Brasil não usa apenas um limite populacional para definir "urbano" oficialmente; a delimitação é político‑administrativa.

Dica de prova. Palavras como "exclusivamente" e "oficial" pedem pensar em legislação/critério institucional (IBGE/município). Diferencie sempre conceito técnico‑oficial de características materiais (infraestrutura, economia) — muitas pegadinhas exploram essa confusão.

Fonte resumida: IBGE — metodologia do Censo Demográfico e divisão político‑administrativa (classificação de áreas urbanas e rurais).

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