As ideias apontadas no texto estão em oposição, porque

a cultura dos povos é reduzida a exemplos esquemáticos que não encontram respaldo na história do Brasil ou da América.

as cidades, na primeira afirmação, têm um papel mais fraco na vida social, enquanto a América é mostrada como um exemplo a ser evitado.

a objeção inicial, de que as cidades não podem ser inventadas, é negada logo em seguida pelo exemplo utópico da colonização da América.

a concepção fundamental da primeira afirmação defende a construção de cidades e a segunda mostra, historicamente, que essa estratégia acarretou sérios problemas.

a primeira entende que as cidades devem ser organismos vivos, que nascem de forma espontânea, e a segunda mostra que há exemplos históricos que demonstram o contrário.

Gabarito comentado

Michel MelloMestre em Filosofia (PUC-Rio), Mestre e Doutor em Filosofia (Universidade de Basel / Suiça)

Trata-se, acima de tudo, de uma questão de análise textual. O comando da questão solicita uma oposição presente no texto. Assim, ao reler o texto o candidato deve ter em mente que precisa encontrar duas posições contrárias: primeiro poderem ser as cidades criações naturais, espontâneas e a outra serem as cidades criações planejadas pela humano, a partir de determinado modelo social. No fundo, é a questão se a vida social é algo natural ou cultural e o autor parece deixar claro sua postura. Desse modo, podemos dizer que
A alternativa (a) está errada, pois os modelos esquemáticos servem para o continente americano, conforme o texto.
A alternativa (b) está errada, pois a América não é um exemplo a ser evitado, apenas um exemplo de como um povo construiu (foi construída, melhor dizendo) sua identidade.
A alternativa (c) está errada porque a colonização utópica da América diz justamente o contrário: as cidades podem ser inventadas.
A alternativa (d) está errada, sendo a o inversão dos termos possível para torná-la correta.
A alternativa (e) está correta, pois demonstra as duas afirmações feita acima no comentário.