Ao contrário de São Paulo, em razão da intensa ação dos jesuítas, a região que atualmente faz parte do Estado do Paraná não teve escravidão indígena.

Resposta: E — Errado

Tema central: trata-se da presença da escravidão indígena no território que hoje é o Paraná e do papel dos jesuítas nesse espaço. A questão exige compreensão da dinâmica colonial: ação dos bandeirantes, presença missionária e práticas de trabalho forçado (tanto sobre indígenas quanto sobre africanos).

Resumo teórico: na região sul e no interior do Brasil colonial coexistiram três fatos importantes: 1) os bandeirantes e outras expedições capturavam indígenas para o trabalho; 2) os jesuítas organizaram reduções missionárias que, em alguns locais, ofereceram relativa proteção aos indígenas convertidos; 3) essa proteção foi parcial e localizada — não eliminou a escravidão indígena na região nem impediu a apropriação de terras e mão de obra pelos colonos. Eventos como o Tratado de Madrid (1750) e a Guerra Guaranítica (1754–56) mostram a presença missionária e também os conflitos em torno de terras e trabalho.

Fontes e referências úteis: estudos sobre bandeirismo e escravidão (por exemplo, obras clássicas sobre o bandeirismo e a colonização paulista), documentos do período colonial (Tratado de Madrid; relatos da Guerra Guaranítica) e institucionais (consultar acervos do IPHAN e estudos da FUNAI sobre escravidão indígena). Historiadores consagrados tratam do tema ao relacionar bandeirismo, missões e trabalho indígena.

Justificativa do gabarito (por que a afirmação é ERRADA): a frase afirma que, ao contrário de São Paulo, o território do Paraná "não teve escravidão indígena" por causa da intensa ação jesuítica. Isso é incorreto porque: a presença jesuítica foi limitada e localizada; os jesuítas protegiam indígenas convertidos em reduções, mas não abrangiam todo o território nem 100% das comunidades; paralelamente, houve capturas e trabalho forçado de indígenas por bandeirantes e colonos nas áreas de fronteira e sertão que hoje compõem o Paraná. Assim, a existência de missões não elimina a ocorrência de escravidão indígena na região — afirmação absoluta e generalizadora é falsa.

Dica para provas (estratégia): em questões certo/errado, desconfie de enunciados absolutos ("não teve", "sempre", "nunca"). Verifique se o enunciado trata de todo o território e de todo o período; se houver exceção plausível (como é o caso), a afirmação costuma ser falsa.

Gostou do comentário? Deixe sua avaliação aqui embaixo!