A tirinha “A Bordo do Beagle” publicou o maior desastre ambiental do litoral nordestino.
Em 30 de agosto de 2019, começaram a aparecer manchas de óleo entre o litoral da Paraíba e o litoral
de Pernambuco e seguiu por meses, atingindo todos os estados nordestinos, Espírito Santo e Rio de
Janeiro. Tratava-se de petróleo, uma combinação complexa de hidrocarbonetos, alifáticos, alicíclicos e
aromáticos, podendo conter outras moléculas. Quanto aos possíveis danos à saúde dos ecossistemas
e dos organismos, causados por esses compostos, assinale a alternativa CORRETA.
Gabarito comentado
Resposta correta: C
Tema central: impactos de derramamentos de petróleo nos ecossistemas marinhos — especialmente os efeitos tóxicos de hidrocarbonetos (alifáticos, aromáticos como os PAHs) que são lipofílicos e podem se acumular em organismos e subir na cadeia alimentar.
Resumo teórico: hidrocarbonetos do petróleo podem causar mortalidade imediata (efeitos agudos: asfixia, intoxicação), e efeitos crônicos quando frações persistentes se incorporam em tecidos gordurosos. Bioacumulação = acúmulo de substâncias em um organismo ao longo do tempo. Biomagnificação = aumento da concentração dessas substâncias em níveis tróficos superiores. Juntos, esses processos explicam impactos a médio e longo prazo em toda a cadeia alimentar (ex.: moluscos contaminados e predadores com concentrações maiores).
Justificativa da alternativa C: A opção C afirma que o impacto atinge toda a cadeia por bioacumulação a médio/longos prazos — isso é correto porque muitos compostos do petróleo são persistentes e lipossolúveis, permanecendo em sedimentos e tecidos e sendo transferidos entre níveis tróficos, causando efeitos subletais e reprodutivos que se manifestam ao longo do tempo.
Análise das incorretas:
A) Incorreta — diz que não causam morte; na realidade há mortalidade aguda (fauna costeira, aves, peixes) além de contaminação.
B) Incorreta — não afetam apenas consumidores secundários; produtores, herbívoros e predadores são afetados direta e indiretamente.
D) Incorreta — restringe danos aos produtores e a volatilidade; muitos compostos não voláteis permanecem na água/sedimento e afetam todos os níveis tróficos.
E) Incorreta — pressupõe decomposição rápida; embora haja biodegradação e intemperismo, frações persistentes podem durar anos e manter risco ecológico.
Estratégia para resolver: identifique termos-chave (bioacumulação/biomagnificação, curto vs longo prazo, persistência e lipossolubilidade). Desconfie de alternativas absolutas (“não causam morte”, “somente”, “somente… devido a”) — derramamentos causam efeitos variados e de longa duração.
Fontes: UNEP/IMO sobre derrames de óleo; EPA — materiais sobre bioaccumulation/biomagnification; WHO — riscos de PAHs (consultas a manuais e guias técnicos são recomendadas para aprofundamento).
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