A respeito do processo de formação territorial
do estado do Ceará, assinale com V ou F conforme
seja verdadeiro ou falso o que se afirma a seguir.
( ) A intensificação do “povoamento”
ocorreu no século XVII e se consolidou
no XIX, inicialmente por meio das
fazendas de gado e da cultura
canavieira, cujos pontos de fixação
seguiram os vales dos rios.
( ) Os portos de Aracati, Acaraú e Camocim,
inicialmente constituíram os centros de
convergência da produção regional e
irradiação do comércio para o interior:
em uma via de mão dupla, exportavam
a carne salgada para outros centros de
ocupação da colônia e, do exterior,
recebiam produtos dos quais
necessitavam.
( ) Na segunda metade do século XIX, a
economia do Ceará deixou de ser
exclusivamente pastoril e passou por
uma maior diversificação da produção: o
cultivo do algodão. Diante da conjuntura
internacional que favoreceu a economia
do algodão no estado do Ceará,
destacam-se a Guerra da Secessão nos
EUA, entre 1861 e 1865, que prejudicou
a produção de algodão naquele país, e a
Revolução Industrial inglesa, que
resultou em alta demanda pelo produto.
( ) A partir da dinamização da cultura
algodoeira, em meados da década de
1860, o estado passou a comercializar
sua produção com o exterior, o que
tornou necessária uma maior e melhor
estrutura portuária para atender a
exportação. Foi desse modo que, no final
do século XIX, Fortaleza firmou sua
posição da capital de exportação do
algodão, projetando-se em relação às
demais cidades cearenses, justamente
por centralizar a convergência da rede
ferroviária estadual.
A sequência correta, de cima para baixo, é:
Gabarito comentado
Gabarito correto: Alternativa A — (F, V, V, V)
Tema central: formação territorial do Ceará — ocupação colonial e imperial marcada pelo avanço da pecuária, culturas de exportação (açúcar e, depois, algodão), e pela rede portuária e ferroviária que reorganizou centros urbanos como Fortaleza. Entender processos econômicos e logísticos do século XVII ao XIX é essencial para responder.
Resumo teórico: a ocupação do interior cearense foi fortemente influenciada pela pecuária (séculos XVII–XIX), enquanto a cana-de-açúcar teve maior fixação em áreas litorâneas e vales favoráveis. No século XIX houve diversificação com o boom do algodão (conjuntura internacional: Guerra de Secessão nos EUA e demanda inglesa). O crescimento do comércio exterior impôs melhorias portuárias e ferrovias, elevando Fortaleza como polo exportador no fim do século.
Justificativa das sentenças (da primeira à quarta):
1ª — Falsa. A pecuária foi, de fato, força de povoamento, mas a frase mistura incorretamente a dinâmica da cana (mais concentrada no litoral e desde período colonial) com a interiorização pecuária. Dizer que ambos seguiram uniformemente "os vales dos rios" e que o processo intensificou exatamente no século XVII e consolidou-se só no XIX é impreciso.
2ª — Verdadeira. Portos como Aracati, Acaraú e Camocim atuaram como nós regionais: exportavam produtos (como carne salgada) e importavam bens necessários, funcionando como canais de convergência entre litoral e interior durante o período colonial e imperial.
3ª — Verdadeira. Na segunda metade do século XIX o Ceará diversificou com o algodão. A Guerra de Secessão e a Revolução Industrial aumentaram a demanda externa, beneficiando produtores nordestinos e estimulando a expansão algodoeira.
4ª — Verdadeira. A saída comercial do algodão exigiu melhor estrutura portuária e logística; Fortaleza consolidou-se como principal centro exportador cearense no final do século XIX, apoiada pela centralidade da sua rede ferroviária estadual.
Por que as demais alternativas estão incorretas? - B (V,F,V,F): erra as sentenças 1 e 4. - C (F,V,F,F): erra as sentenças 3 e 4 (ambas verdadeiras historicamente). - D (V,F,F,V): erra as sentenças 1 e 3. Somente A reproduz o padrão correto F, V, V, V.
Fontes e indicação de leitura: estudos de história regional e relatórios provinciais do século XIX; sínteses sobre economia do Nordeste e preferenciais: publicações do IBGE e obras de referência sobre economia brasileira e nordestina (p. ex. Celso Furtado para quadro macroeconômico) e artigos de historiadores regionais.
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