Questão e21f80ac-30
Prova:PUC - PR 2015
Disciplina:Geografia
Assunto:Amazônia

Em seus trabalhos, Aziz Ab’Sáber (1924 – 2012) destaca a necessidade de um melhor conhecimento sobre a complexa realidade brasileira. O excerto abaixo é uma pequena amostra da lucidez de suas críticas e ideias.

“Para a infelicidade do destino da biodiversidade amazônica, o mais alto dignitário da nação, através de um ato falho verbal, acenou com uma liberação inoportuna para todos os especuladores devastadores. A frase dele foi ‘a Amazônia não pode ser intocável’. O problema é outro: em primeiro lugar há que se saber como ela vem sendo ‘tocada’. E, ao mesmo tempo, realizar um esforço imenso para planejar um desenvolvimento econômico e social com o máximo de florestas em pé”.

AB’SÁBER, Aziz Nacib. Escritos ecológicos. São Paulo: Lazuli, 2006.

O texto acima permite entender que Ab’Sáber, geógrafo e ambientalista sempre atento as grandes mazelas que assolam o país, insistia que a melhor maneira de se preservar a biodiversidade amazônica é por intermédio

A
de uma série de estudos que priorizem a temática natural do bioma amazônico em detrimento do custo social.
B
de uma discussão científica, em que a ausência de políticas públicas deixaria de comprometer a biodiversidade amazônica.
C
da criação de Unidades de Proteção Integral na Amazônia Legal, devido à fragilidade natural desse bioma, além da devastação provocada pelo homem nas últimas décadas.
D
de políticas públicas pautadas em estudos científicos que aliem a preservação da biodiversidade com os interesses socioeconômicos.
E
da manutenção das atuais políticas públicas que, a priori, são suficientes para garantir o bem estar das populações nativas e a biodiversidade da floresta.

Gabarito comentado

T
Taina VegaMonitor do Qconcursos

Resposta correta: D

Tema central: políticas públicas para a conservação da biodiversidade amazônica que conciliem preservação e desenvolvimento socioeconômico.

Resumo teórico: Aziz Ab’Sáber defende planejamento baseado em conhecimento científico e em políticas públicas que busquem "o máximo de florestas em pé" enquanto atendem necessidades sociais. Trata-se de abordagem de desenvolvimento sustentável: combinar conservação, uso sustentável e justiça social. Conceitos úteis: unidades de conservação (SNUC - Lei 9.985/2000), princípio constitucional da proteção do meio ambiente (CF/88, art. 225) e planejamento territorial baseado em estudos ambientais.

Por que a alternativa D é correta

A alternativa D expressa exatamente a ideia do texto: políticas públicas pautadas em estudos científicos que alinhem preservação da biodiversidade e interesses socioeconômicos. Isso corresponde à proposta de Ab’Sáber de planejar o desenvolvimento para manter o máximo de floresta em pé.

Por que as demais alternativas estão erradas

A: Falsa — priorizar apenas a temática natural "em detrimento do custo social" contraria a necessidade de conciliar conservação e justiça social defendida pelo autor.

B: Falsa — a simples "discussão científica" não substitui políticas públicas; ausência de políticas compromete proteção, ao contrário do que afirma a alternativa.

C: Parcialmente enganosa — criação de Unidades de Proteção Integral é importante, mas o texto exige planejamento que combine preservação e desenvolvimento; proteger apenas por unidades integrais ignora as demandas socioeconômicas e a diversidade de instrumentos de manejo.

E: Falsa — manutenção acrítica das políticas atuais ("a priori suficientes") vai contra a crítica do autor sobre a necessidade de melhor conhecimento e planejamento.

Dica de interpretação: foque em palavras-chave do enunciado — "planejar", "máximo de florestas em pé", "estudos" — e descarte alternativas absolutistas ou que excluam dimensão social.

Fontes rápidas: AB’SÁBER, A. Escritos ecológicos (2006); Constituição Federal (art. 225); Lei nº 9.985/2000 (SNUC); Relatório Brundtland (1987).

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