Questão e1c0cf30-30
Prova:PUC - PR 2015
Disciplina:Biologia
Assunto:Introdução ao Estudo dos Animais, Moléculas, células e tecidos, Identidade dos seres vivos

Leia o trecho do texto a seguir:

                   Mito ou verdade? Será que as baratas sobrevivem a uma explosão nuclear?

                            Animais que vivem abrigados têm chances maiores de sobrevivência

Você já ouviu aquela história de que, se houvesse uma guerra nuclear, apenas as baratas sobreviveriam? (...). Será que esses insetos são capazes de resistir a explosões nucleares? O professor de biologia Rubens Oda explica que os insetos compõem 90% das espécies animais do planeta Terra. “Se fosse para eu apostar em alguém para sobreviver a uma explosão nuclear, eu apostaria num inseto, não no ser humano”, comenta o professor. Mas, apesar apostar em insetos, o professor explica que a barata não tem nenhuma capacidade especial.

“A carapaça da barata é o exoesqueleto de quitina igual a de qualquer outro inseto”, explica. Ou seja, ela não tem nenhuma resistência especial à radiação, ou mesmo ao calor e ao deslocamento de ar de uma explosão nuclear. O que acontece é que ela tem algumas características que a deixariam em vantagem numa situação extrema.

“Quando você vê as baratas nas grandes cidades, elas estão no esgoto, nas frestas. Elas estão sempre escondidas”. Por isso, as chances de ela resistir a uma grande explosão são maiores do que as de um ser humano, que habita a superfície da Terra – não à toa que, durante a Guerra Fria, abrigos nucleares eram construídos no subsolo. Outra vantagem das baratas é sua alimentação diversa. “Uma pequena quantidade de matéria orgânica é suficiente para ela se alimentar”.

Não só as baratas, mas outras espécies que vivem em locais protegidos e com hábitos alimentares propícios têm maior potencial para sobreviver a uma explosão nuclear. “Desculpa se estou tirando sua ideia de que as baratas são super-resistentes, mas elas não têm nada especial”, resume Rubens Oda.

Disponível em  <http://redeglobo.globo.com/globociencia/quero-saber/noticia/2013/12/mito-ou-verdade-sera-que-baratas sobrevivem-uma-explosao-nuclear.html> . Acesso em: 11/04/2015. Adaptado.

De acordo com o texto, o exoesqueleto quitinoso das baratas, embora ofereça resistência, não conferiria necessariamente uma proteção contra os efeitos de uma explosão nuclear. Assinale a alternativa que mostra CORRETAMENTE o tipo de molécula orgânica que forma esse exoesqueleto quitinoso e mais uma de suas funções.  


A
Polipeptídeo – Inserção da musculatura.
B
Proteína – Possibilita desenvolvimento de apêndices articulados.
C
Polinucleotídeo – Possibilita impregnação de cálcio nos crustáceos.
D
Polissacarídeo – Proteção contra desidratação.
E
Carboidrato – Produção de hemácias pela medula óssea.

Gabarito comentado

C
Carla CerqueiraMonitor do Qconcursos

Resposta correta: D - Polissacarídeo – Proteção contra desidratação

Tema central: identificar a natureza química do exoesqueleto das baratas (quitina) e relacioná‑la a uma função biológica. Isso exige saber classes de macromoléculas e papéis do exoesqueleto em artrópodes.

Resumo teórico essencial: a quitina é um polissacarídeo composto por unidades de N‑acetilglucosamina (ou seja, um carboidrato complexo). Na cutícula dos insetos, a quitina forma uma matriz rígida que, associada a proteínas, confere resistência mecânica e atua como barreira impermeável que reduz perda de água e protege contra abrasão e microrganismos (Raven & Johnson; Campbell & Reece).

Por que a alternativa D está correta: indica "polissacarídeo" (classe correta: quitina) e uma função plausível da cutícula — proteção contra desidratação — exatamente uma das vantagens adaptativas dos insetos que vivem em frestas e ambientes secos.

Análise das alternativas incorretas (estratégia: emparelhar tipo de molécula com função plausível):

A Polipeptídeo – Inserção da musculatura: polipeptídeos são cadeias de aminoácidos (proteínas). Embora proteínas participem da cutícula (proteínas estruturais e sclerotização), o polímero estrutural principal é a quitina (polissacarídeo). Além disso, "inserção da musculatura" refere‑se a apodemas, não ao tipo molecular da carapaça como resposta direta.

B Proteína – Possibilita desenvolvimento de apêndices articulados: incorreto porque a carapaça é principalmente quitinosa; proteínas auxiliam, mas a alternativa dá a entender que proteína é a substância formadora principal. A articulacão resulta de molde morfológico e cutícula quitinosa + musculatura, não apenas "proteína".

C Polinucleotídeo – Possibilita impregnação de cálcio nos crustáceos: polinucleotídeos são ácidos nucleicos (DNA, RNA) — não constituem exoesqueletos. A impregnação por carbonato de cálcio ocorre em alguns crustáceos, mas isso é mineralização, não função de polinucleotídeos.

E Carboidrato – Produção de hemácias pela medula óssea: termo vago ("carboidrato" genérico) e afirmação fisiológica errada para insetos. Hemácias (eritrócitos) e medula óssea são estruturas da fisiologia vertebrada; não se aplicam ao exoesqueleto de insetos.

Dica de prova: ao relacionar molécula e função, verifique se a classe de macromolécula condiz com a estrutura citada (quitina = polissacarídeo) e se a função é biologicamente plausível no grupo taxonômico citado.

Fontes recomendadas: Campbell & Reece, Biologia; Raven & Johnson, Biologia dos Organismos; revisão sobre quitina em manuais de entomologia.

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