Questão e1a04294-f6
Prova:UFC 2009
Disciplina:História e Geografia de Estados e Municípios
Assunto:História e Geografia do Estado do Ceará

A adesão do Ceará à Confederação do Equador pode ser entendida como:

A
uma reação à dissolução da Assembléia Constituinte de 1823, à outorga da Constituição de 1824 e à aproximação com Pernambuco.
B
um desentendimento entre proprietários rurais cearenses e pernambucanos pelo monopólio da cana de açúcar.
C
uma defesa da nomeação de José da Costa Barros para a presidência da Província cearense.
D
um conflito com Pernambuco pela posse do Cariri e contra a intromissão dessa província nos negócios locais.
E
uma aliança entre políticos e comerciantes locais com D. Pedro I para evitar o separatismo pernambucano.

Gabarito comentado

M
Monica Lima Monitor do Qconcursos

Resposta correta: Alternativa A

Tema central: a Confederação do Equador (1824) foi uma insurreição de caráter liberal e regionalista, liderada em Pernambuco, que expressou oposição à centralização do poder após a dissolução da Assembleia Constituinte (1823) e à outorga da Constituição de 1824 por D. Pedro I. Entender esse contexto é essencial para interpretar por que províncias como o Ceará aderiram ao movimento.

Resumo teórico: após a independência, houve tensão entre tendências centralizadoras (Imperador e aliados) e liberais que queriam maior autonomia provincial. A dissolução da Constituinte (nov.1823) e a Constituição outorgada (1824) simbolizaram a volta de decisões monárquicas e centralizadoras, gerando revoltas regionais. A Confederação do Equador foi uma resposta política contra essa concentração de poder e teve repercussões em províncias vizinhas, incluindo apoio de setores cearenses favoráveis às liberdades provinciais.

Justificativa da alternativa A: ela sintetiza corretamente as causas imediatas — dissolução da Assembleia Constituinte, a outorga da Constituição de 1824 e a aproximação com Pernambuco (centro do movimento) — que motivaram adesões como a do Ceará. Ou seja, foi reação política a centralização e ao arbítrio imperial, alinhada com líderes liberais regionais.

Por que as outras alternativas estão erradas:

  • B — conflito por monopólio da cana: trata de economia açucareira pernambucana; o Ceará não tinha nessa época base econômica açucareira dominante, logo não foi adesão motivada por disputa sobre cana.
  • C — defesa da nomeação de José da Costa Barros: é fato pontual e não explica a natureza política e ideológica da Confederação; adesão cearense foi por oposição à centralização, não por apoio a uma nomeação local.
  • D — conflito pelo Cariri/posse territorial com Pernambuco: sem respaldo nas fontes do período como causa da adesão; a questão era institucional (constituição e poder), não disputa territorial com Pernambuco.
  • E — aliança com D. Pedro I para evitar separatismo pernambucano: contraditório — a Confederação era contra o governo imperial centralizador; dificilmente seria resultado de aliança pró-imperador.

Estratégia de prova: busque palavras-chave (datas: 1823–1824; termos: "outorga", "dissolução da Constituinte", "Confederação do Equador") e relacione com o conflito centralização × autonomias provinciais. Desconfie de alternativas que proponham motivos econômicos locais ou apoios ao Imperador quando o movimento foi claramente opositor ao centralismo.

Fontes e leituras recomendadas: documentos do período (Arquivo Nacional), e estudos de história do Brasil (por exemplo, obras de José Murilo de Carvalho sobre o período regencial/império e compilações sobre a Confederação do Equador).

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