Questão df3ce2ba-12
Prova:USP 2011
Disciplina:Geografia
Assunto:Amazônia

Ainda no começo do século 20, Euclides da Cunha, em pequeno estudo, discorria sobre os meios de sujeição dos trabalhadores nos seringais da Amazônia, no chamado regime de peonagem, a escravidão por dívida. Algo próximo do que foi constatado em São Paulo nestes dias [agosto de 2011] envolvendo duas oficinas terceirizadas de produção de vestuário.
José de Souza Martins, 2011. Adaptado.


No texto acima, o autor faz menção à presença de regime de trabalho análogo à escravidão, na indústria de bens

A
de consumo não duráveis, com a contratação de imigrantes asiáticos, destacando-se coreanos e chineses.
B
de consumo duráveis, com a superexploração, por meio de empresas de pequeno porte, de imigrantes chilenos e bolivianos.
C
intermediários, com a contratação prioritária de imigrantes asiáticos, destacando-se coreanos e chineses.
D
de consumo não duráveis, com a superexploração, principalmente, de imigrantes bolivianos e peruanos.
E
de produção, com a contratação majoritária, por meio de empresas de médio porte, de imigrantes peruanos e colombianos.

Gabarito comentado

T
Taina VegaMonitor do Qconcursos

Resposta correta: Alternativa D

1. Tema central
O item trata do trabalho análogo à escravidão em oficinas de confecção de vestuário. É importante relacionar: produto (vestuário = bem de consumo não durável), forma de organização (oficinas terceirizadas/pequenas oficinas) e população mais afetada (imigrantes bolivianos e peruanos, frequentemente presentes nesse setor em SP).

2. Resumo teórico
Trabalho análogo à escravidão é crime previsto no Brasil (Art. 149 do Código Penal) e envolve redução à servidão, jornadas exaustivas, condições degradantes ou retenção de documentos. No setor de confecção, terceirização e informalidade facilitam controle e superexploração.

3. Fontes
- Art. 149 do Código Penal (trabalho em condição análoga à escravidão).
- Convenção 29 da OIT (Trabalho forçado).
- Relatórios e operações de fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego sobre oficinas de confecção.

4. Justificativa da alternativa D
A alternativa D identifica corretamente: a indústria de vestuário é de bens não duráveis e os episódios noticiados em São Paulo (2011) envolveram, sobretudo, trabalhadores imigrantes bolivianos e peruanos submetidos à superexploração em oficinas de pequeno porte. Esses elementos (setor, natureza do produto e origem dos trabalhadores) coincidem com o contexto apontado no enunciado.

5. Análise das alternativas incorretas
A — Errada: acerta em “não duráveis” mas erra a ênfase em imigrantes coreanos/chineses; no caso citado predominam bolivianos/peruanos.
B — Errada: classifica como bens duráveis (roupas são não duráveis) e cita imigrantes chilenos/bolivianos; mistura incorreta de categorias.
C — Errada: termo “intermediários” é vago e indica incorretamente contratação prioritária de asiáticos; não corresponde ao cenário descrito.
E — Errada: fala em empresas de médio porte e contratação majoritária de peruanos e colombianos; o padrão histórico é de oficinas pequenas/informais e não majoritariamente colombianos.

6. Estratégia de prova
Ao ler enunciados: destaque palavras-chave (produto, tipo de empresa, nacionalidade dos trabalhadores). Elimine alternativas que troquem a natureza do bem (durável × não durável) ou indiquem nacionalidades/porte empresarial conflitantes com o contexto histórico/social fornecido.

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