Questão deb5c27a-f1
Prova:Fadba 2014
Disciplina:Geografia
Assunto:Meio Ambiente na Geografia

“É triste sabermos que a natureza tenta nos falar, e que o ser humano não a ouve”
Miguel Justen Rockenbach


Sobre a importância da questão ambiental é CORRETO afirmar que:

A
Ao final da década de 1960, quando o mundo estava polarizado entre os blocos de influência dos Estados Unidos e da União Soviética, os problemas ambientais não atingiam o mundo ocidental, sobretudo na Europa, e por isso os países comunistas buscavam diminuir seu processo de industrialização.
B
Nas últimas décadas do século XX a preocupação com o meio ambiente era vista como uma forma de os países desenvolvidos impedirem o crescimento econômico dos países em desenvolvimento.
C
No início da década de 1970 as principais correntes de pensamento sobre as causas da degradação ambiental não culpavam a busca incessante do crescimento econômico e a “explosão demográfica”, mas sim o a exploração dos recursos naturais pelos países desenvolvidos.
D
Na década de 1970 foi sugerido que o colapso ambiental era decorrente da política do “crescimento zero” que previa a redução do crescimento populacional e econômico.
E
A política do “crescimento zero” foi veementemente contestada pelas nações desenvolvidas por ser simplista e generalista ao diferenciar os países pelos critérios do consumo de energia e matérias-primas.

Gabarito comentado

L
Larissa FernandesMonitor do Qconcursos

Tema central: Relações entre desenvolvimento, políticas ambientais e desigualdade global nas décadas de 1960/70. A questão exige reconhecer como a preocupação ambiental foi percebida nos países em desenvolvimento diante das exigências dos países ricos.

Justificativa – Alternativa correta (B):
Nas últimas décadas do século XX, especialmente durante os anos 1970, houve um grande crescimento na elaboração de acordos e controles ambientais por parte de países desenvolvidos (EUA, Europa Ocidental). Para muitos países em desenvolvimento (América Latina, África, parte da Ásia), essas medidas eram vistas como uma estratégia dos países ricos para dificultar o crescimento econômico dos países pobres, perpetuando a desigualdade. Um exemplo clássico foi a posição de líderes do chamado Terceiro Mundo durante conferências internacionais, destacando o direito ao desenvolvimento e criticando possíveis "barreiras ambientais" como novos entraves econômicos.
Esse pensamento está em obras como Geografia da Fome (Josué de Castro) e Geografia e Meio Ambiente (Elias A. F. de Souza), que analisam as assimetrias impostas pelas nações mais ricas.

Análise das alternativas incorretas:

A) Incorreta, pois diversos problemas ambientais já afetavam o ocidente na década de 1960. Exemplos: poluição em Londres, chuvas ácidas e acidentes petroquímicos. Os países comunistas priorizavam a industrialização.

C) Errada, pois os próprios debates do Clube de Roma (1972) e conferências da ONU culpavam o modelo de crescimento econômico desenfreado e a explosão demográfica pela degradação.

D) Errada, pois o conceito de “crescimento zero” não era causa de colapso ambiental, mas sim proposta para evitar esse colapso.

E) Equivocada; a crítica principal à política de “crescimento zero” não era a simplificação dos critérios, mas a percepção de que podia travar o desenvolvimento e não resolver a desigualdade.

Estrategicamente: Atenção a termos absolutos (como “não atingiam” no item A); cuidado com vínculos de causa e efeito (item D). Em vestibulares, questões ambientais muitas vezes envolvem interpretação histórica e percepção de interesses geopolíticos.

Resumo: O principal raciocínio é compreender como interesses econômicos e desconfianças políticas moldaram a percepção dos países do “Sul global” frente às políticas ambientais de países ricos. Isso é recorrente em grandes provas e exames.
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