Manoel Correia de Andrade, ao se referir a algumas áreas diferenciadas
que estão presentes no semiárido nordestino, afirma que são “cristas
com altitudes superiores a 700 metros e que resultam da ação conjunta
de dois fatores: a altitude e a exposição dos ventos úmidos do
sudeste. A altitude, amenizando a temperatura, diminui a intensidade
da evaporação e provoca à noite a condensação do vapor d’água
transportado pelo vento”. (ANDRADE, Manoel Correia de. 5. ed. A
Terra e o Homem do Nordeste: contribuição ao estudo da queda
agrária no nordeste: São Paulo, Atlas, 1986. p. 34.)
Tais áreas correspondem
Gabarito comentado
Alternativa correta: B
Tema central: o enunciado descreve áreas úmidas em alto relevo no semiárido nordestino condicionadas pela altitude e pela exposição aos ventos úmidos do sudeste. Esse é o fenômeno dos brejos de altitude ou de exposição, importantes enclaves de umidade sobre a Borborema (ANDRADE, 1986).
Resumo teórico
Brejos de altitude: áreas com >700 m onde a elevação reduz a temperatura e favorece condensação noturna do vapor transportado por ventos úmidos, resultando em maiores pluviosidade/localidade úmida em meio ao semiárido. Ocorrência típica: trechos soerguidos da Borborema e brejos paraibanos (fontes: ANDRADE, 1986; sínteses sobre Geografia do Nordeste – IBGE).
Por que a alternativa B é correta
A descrição do enunciado (“cristas com altitudes superiores a 700 metros”, ação da altitude e dos ventos úmidos do sudeste, condensação noturna) corresponde exatamente aos brejos de altitude/exposição, como os conhecidos brejos paraibanos. Portanto a alternativa B é a que melhor casa com os fatores mencionados.
Análise das alternativas incorretas
A — fala de áreas de dissecação e altitudes de 400–600 m; são trechos rebaixados, não cristas >700 m. Incompatível com o enunciado.
C — descreve o agreste (zona de transição e agricultura), não as cristas úmidas de altitude; o agreste não apresenta necessariamente os efeitos de condensação provocados pelos ventos de sudeste em >700 m.
D — refere-se a vales úmidos e brejos ciliares (mata ripária ao longo de rios temporários). São manchas de umidade ligadas a cursos d’água, não cristas altas formadas por exposição aos ventos.
E — trata dos brejos de pé-de-serra (ex.: cariri/Araripe), cuja dinâmica depende da permeabilidade da chapada. Esses brejos têm outra gênese (ascensão de água por aquíferos locais/veias de nascentes) e não correspondem às “cristas com >700 m” citadas.
Dica de interpretação para concursos: foque nas palavras-chave do enunciado (altitude >700 m; ventos úmidos do sudeste; condensação noturna). Relacione com conceitos geomorfológicos simples (brejo de altitude vs. brejo ciliar vs. pé-de-serra vs. agreste) para eliminar alternativas.
Fontes: ANDRADE, M. C. de. A Terra e o Homem do Nordeste (1986); sínteses do IBGE sobre Geografia do Nordeste.
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