Estudo corrobora hipótese de que os fetos de mulheres infectadas pelo Zika durante os
três meses iniciais da gestação apresentam risco maior de nascer com problemas de
saúde, como a microcefalia, do que os bebês que entraram em contato com o patógeno
em fases posteriores da gravidez. As células da placenta no final da gravidez criam um
cenário totalmente diferente, adverso ao avanço do vírus materno rumo ao feto.
PIVETTA, M. Zika no início da gravidez. Pesquisa FAPESP. Ano 18, n. 253, março de 2017, p. 56-59.
(Adaptado).
A hipótese do estudo apresentado busca sustentação em qual atividade exercida pela placenta?
Gabarito comentado
Gabarito: B — Imunológica
Tema central: a questão pede identificar qual função placentária explica por que a infecção por Zika no início da gestação causa maior risco ao feto do que quando ocorre no final — isto é, destaca o papel da placenta como barreira e sistema de defesa contra agentes maternos.
Resumo teórico: a placenta não é só fonte de hormônios; ela exerce múltiplas funções. Entre elas, a atividade imunológica é crucial para limitar a transmissão vertical de patógenos. Células trofoblásticas (especialmente o sinciciotrofoblasto) formam uma barreira física e produzem respostas antivirais (por exemplo, interferons tipo III e mecanismos de reconhecimento imune inato) que dificultam a passagem de vírus para o feto. No final da gravidez, essa proteção tende a estar mais desenvolvida, o que reduz a probabilidade de invasão fetal por Zika.
Justificativa da alternativa correta (B): o enunciado enfatiza que, no final da gravidez, as células da placenta criam um “cenário adverso ao avanço do vírus materno rumo ao feto”. Isso descreve exatamente uma função de proteção/imunológica — barreira física e respostas antivirais que inibem a transmissão vertical. Estudos sobre Zika mostram maior permissividade do tecido placentário precoce e maior resistência em estágios avançados devido a mecanismos imunes locais (ver WHO e relatórios científicos sobre Zika).
Análise das alternativas incorretas:
A — Endócrina: correta como função da placenta (produz hCG, progesterona, estrogênios), mas essas atividades regulam a gestação, não explicam diretamente por que a placenta impede o avanço do vírus.
C — Metabólica: placenta participa de trocas metabólicas (nutrientes, gases), porém essa função não justifica a redução da transmissão viral observada no final da gestação.
D — Excretora: embora a placenta participe de eliminação de resíduos entre mãe e feto, o termo “excretora” não descreve mecanismos que bloqueiem ou inativem vírus; portanto, não responde ao enunciado.
Dica de prova: ao ver expressões como “impedir avanço do vírus”, “barreira” ou “proteção ao feto”, relacione com função imunológica. Cuidado com alternativas verdadeiras sobre a placenta (ex.: endócrina) que não respondem ao aspecto pedido pelo enunciado.
Fontes sugeridas: diretrizes da WHO e do CDC sobre Zika; livros de fisiologia (Guyton & Hall) e embriologia (Larsen) para funções placentárias.
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