Questão d8b6554b-f1
Prova:
Disciplina:
Assunto:
Em 1961, o poeta António Gedeão publica o livro Máquina
de Fogo. Um dos poemas é “Lágrima de Preta”. Musicado
por José Niza, foi gravado por Adriano Correia de Oliveira,
em 1970, e incluído no seu álbum “Cantaremos”. A canção
foi censurada pelo governo português.
Lágrima de preta
Encontrei uma preta
que estava a chorar,
pedi-lhe uma lágrima
para a analisar.
Recolhi a lágrima
com todo o cuidado
num tubo de ensaio
bem esterilizado.
Olhei-a de um lado,
do outro e de frente:
tinha um ar de gota
muito transparente.
Mandei vir os ácidos,
as bases e os sais,
as drogas usadas
em casos que tais.
Ensaiei a frio,
experimentei ao lume,
de todas as vezes
deu-me o que é
costume:
Nem sinais de negro,
nem vestígios de ódio.
Água (quase tudo)
e cloreto de sódio.
(António Gedeão, Máquina de
fogo. Coimbra: Tipografia da
Atlântida,1961, p. 187.)
Os versos anteriores articulam as linguagens literária e
científica com questões de ordem ética e política.
Considerando o contexto de produção e recepção de
“Lágrima de Preta” (anos 1960 e 1970, em Portugal), o
propósito artístico desse poema é
Em 1961, o poeta António Gedeão publica o livro Máquina
de Fogo. Um dos poemas é “Lágrima de Preta”. Musicado
por José Niza, foi gravado por Adriano Correia de Oliveira,
em 1970, e incluído no seu álbum “Cantaremos”. A canção
foi censurada pelo governo português.
Lágrima de preta
Encontrei uma preta
que estava a chorar,
pedi-lhe uma lágrima
para a analisar.
Recolhi a lágrima
com todo o cuidado
num tubo de ensaio
bem esterilizado.
Olhei-a de um lado,
do outro e de frente:
tinha um ar de gota
muito transparente.
Mandei vir os ácidos,
as bases e os sais,
as drogas usadas
em casos que tais.
Ensaiei a frio,
experimentei ao lume,
de todas as vezes
deu-me o que é
costume:
Nem sinais de negro,
nem vestígios de ódio.
Água (quase tudo)
e cloreto de sódio.
(António Gedeão, Máquina de
fogo. Coimbra: Tipografia da
Atlântida,1961, p. 187.)
Os versos anteriores articulam as linguagens literária e
científica com questões de ordem ética e política.
Considerando o contexto de produção e recepção de
“Lágrima de Preta” (anos 1960 e 1970, em Portugal), o
propósito artístico desse poema é
A
inadequado quanto à análise social, ao refutar que
haja racismo e preconceito na sociedade, e incorreto
no aspecto científico, ao descrever as propriedades
químicas de uma lágrima.
B
inadequado quanto à análise social, ao refutar a
existência de racismo e preconceito na sociedade, mas
correto no aspecto científico, ao descrever as
propriedades químicas de uma lágrima.
C
pertinente quanto à análise social, ao registrar o
racismo e a preconceito na sociedade, e correto no
aspecto científico, ao descrever as propriedades
químicas de uma lágrima.
D
pertinente quanto à análise social, ao registrar o
preconceito e o racismo na sociedade, mas incorreto
no aspecto científico, ao descrever as propriedades
químicas de uma lágrima.