Larrosa salienta que Aristóteles definiu o homem como zôon lógon échon – esses são radicais gregos,
que, ao lado de um grande número de prefixos e radicais latinos, também estão presentes em um
conjunto de itens lexicais da língua portuguesa – em especial, figuram no jargão da Medicina.
Atente para as opções e assinale a afirmativa INCORRETA:
Texto 3
O educador espanhol Jorge Larrosa Bondia, em ensaio nomeado “Notas sobre a experiência e o saber
da experiência”3
discute a falta de oportunidades, contemporaneamente, para que as pessoas tenham
experiências significativas. Segue um excerto desse ensaio, em que Larrosa Bondia fala sobre a
natureza humana e sobre o que seria, efetivamente, uma experiência:
“As palavras determinam nosso pensamento porque não pensamos com pensamentos, mas com
palavras, não pensamos a partir de uma suposta genialidade ou inteligência, mas a partir de nossas
palavras. E pensar não é somente “raciocinar” ou “calcular” ou “argumentar”, como nos tem sido
ensinado algumas vezes, mas é sobretudo dar sentido ao que somos e ao que nos acontece. E isto, o
sentido ou o sem-sentido, é algo que tem a ver com as palavras. E, portanto, também tem a ver com as
palavras o modo como nos colocamos diante de nós mesmos, diante dos outros e diante do mundo em
que vivemos. E o modo como agimos em relação a tudo isso. Todo mundo sabe que Aristóteles definiu
o homem como zôon lógon échon. A tradução desta expressão, porém, é muito mais “vivente dotado de
palavra” do que “animal dotado de razão” ou “animal racional”. Se há uma tradução que realmente trai,
no pior sentido da palavra, é justamente essa de traduzir logos por ratio. E a transformação de zôon,
vivente, em animal. O homem é um vivente com palavra. E isto não significa que o homem tenha a
palavra ou a linguagem como uma coisa, ou uma faculdade, ou uma ferramenta, mas que o homem é
palavra, que o homem é enquanto palavra, que todo humano tem a ver com a palavra, se dá em
palavra, está tecido de palavras, que o modo de viver próprio desse vivente, que é o homem, se dá na
palavra e como palavra. (BONDIA, 2002, p. 21).
3BONDIA, Jorge Larrosa. Notas sobre a experiência e o saber de experiência. Rev. Bras. Educ., Rio de Janeiro ,
n. 19, p. 20-28, Abr. 2002. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-
24782002000100003&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 30 abr.2021.
Texto 3
O educador espanhol Jorge Larrosa Bondia, em ensaio nomeado “Notas sobre a experiência e o saber da experiência”3 discute a falta de oportunidades, contemporaneamente, para que as pessoas tenham experiências significativas. Segue um excerto desse ensaio, em que Larrosa Bondia fala sobre a natureza humana e sobre o que seria, efetivamente, uma experiência:
“As palavras determinam nosso pensamento porque não pensamos com pensamentos, mas com palavras, não pensamos a partir de uma suposta genialidade ou inteligência, mas a partir de nossas palavras. E pensar não é somente “raciocinar” ou “calcular” ou “argumentar”, como nos tem sido ensinado algumas vezes, mas é sobretudo dar sentido ao que somos e ao que nos acontece. E isto, o sentido ou o sem-sentido, é algo que tem a ver com as palavras. E, portanto, também tem a ver com as palavras o modo como nos colocamos diante de nós mesmos, diante dos outros e diante do mundo em que vivemos. E o modo como agimos em relação a tudo isso. Todo mundo sabe que Aristóteles definiu o homem como zôon lógon échon. A tradução desta expressão, porém, é muito mais “vivente dotado de palavra” do que “animal dotado de razão” ou “animal racional”. Se há uma tradução que realmente trai, no pior sentido da palavra, é justamente essa de traduzir logos por ratio. E a transformação de zôon, vivente, em animal. O homem é um vivente com palavra. E isto não significa que o homem tenha a palavra ou a linguagem como uma coisa, ou uma faculdade, ou uma ferramenta, mas que o homem é palavra, que o homem é enquanto palavra, que todo humano tem a ver com a palavra, se dá em palavra, está tecido de palavras, que o modo de viver próprio desse vivente, que é o homem, se dá na palavra e como palavra. (BONDIA, 2002, p. 21).
3BONDIA, Jorge Larrosa. Notas sobre a experiência e o saber de experiência. Rev. Bras. Educ., Rio de Janeiro ,
n. 19, p. 20-28, Abr. 2002. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-
24782002000100003&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 30 abr.2021.